A dor de cabeça de Ethan latejava, e seu corpo ainda estava fraco, mas ele não se importava. Ele não conseguiu dormir direito depois que Isabella saiu furiosa do seu apartamento na noite anterior. A imagem dela com os olhos cheios de mágoa o atormentou, e ele sabia que não poderia deixar as coisas daquele jeito. Então, mesmo doente, ele pegou seu carro e dirigiu até o apartamento de Isabella. Cada quilômetro parecia uma eternidade, e o peso da febre ainda pesava sobre seus ombros, mas ele ignorava tudo. Precisava vê-la. Precisava explicar. Ao chegar, subiu as escadas lentamente, sentindo o coração bater mais forte a cada passo. Ele bateu na porta com força, a ansiedade corroendo seu peito. Do outro lado, Isabella abriu a porta e congelou ao vê-lo ali. Seu olhar se endureceu no mesmo instante. — O que você está fazendo aqui, Ethan? — A voz dela era fria, mas ele percebeu o brilho de preocupação nos olhos dela. Ele
Os dias seguintes passaram em um ritmo estranho. Ethan permaneceu no apartamento de Isabella, e embora ela ainda estivesse relutante em abrir espaço para ele novamente em sua vida, não conseguia mandá-lo embora enquanto ele ainda estava doente. Ela havia organizado um canto no sofá para ele dormir, apesar de saber que seu próprio quarto era muito mais confortável. Mas Ethan, mesmo doente, não reclamou. Apenas aceitava o cuidado dela em silêncio, como se soubesse que não poderia exigir mais nada naquele momento. Isabella saía para o trabalho e, quando voltava, encontrava Ethan um pouco melhor a cada dia. No início, ele passava a maior parte do tempo dormindo, recuperando suas forças, mas conforme a febre diminuía, sua presença no apartamento se tornava cada vez mais evidente. Ele começou a cozinhar para os dois — um detalhe que Isabella nunca imaginou ver. Encontrá-lo na cozinha, preparando uma sopa ou até mesmo um simples café, era um choque. — Você sabe cozinhar? — perguntou,
Ethan partiu naquela tarde, deixando um vazio no apartamento de Isabella que ela não queria admitir que sentia. Os dias seguintes foram silenciosos. Ela voltou à sua rotina normal, mergulhando no trabalho e tentando convencer a si mesma de que tudo estava como deveria ser. Mas não estava. Desde que Ethan se foi, Isabella se pegava olhando para o celular com mais frequência do que gostaria. A ausência dele parecia mais forte do que qualquer outro distanciamento que haviam tido antes. E o pior de tudo? Ela não sabia o que fazer com essa sensação. No escritório, Ethan estava de volta ao seu posto de CEO imponente. No entanto, algo nele parecia diferente. Mais sério, mais distante. Ele não a procurava, não tentava provocar, não lançava aqueles olhares intensos que a faziam perder o fôlego. Era como se ele realmente tivesse aceitado o afastamento. E isso doía mais do que Isabella esperava. — Você está bem? — Claire perguntou em um sussurro, enquanto ambas organizavam documentos p
Isabella acordou naquela manhã com um peso no peito que não conseguia ignorar. Nos últimos dias, tentou se convencer de que sua vida seguiria normalmente sem Ethan, mas a verdade era outra. Tudo parecia sem cor, sem sabor, sem sentido. Ela sentia falta dele. Falta da forma como ele a olhava, como seu tom de voz mudava sutilmente quando falava com ela, falta até da teimosia dele. E naquela manhã, ao encarar seu reflexo no espelho, ela finalmente admitiu para si mesma: estava apaixonada por Ethan. Era um sentimento que lutou para ignorar, que tentou sufocar com a raiva e o orgulho, mas que se recusava a desaparecer. Seus dedos deslizaram pelo celular, abrindo a última mensagem que ele havia lhe enviado. Uma simples “Boa noite”, mas que agora parecia carregada de significados. Ela não queria mais fugir. E se Ethan rea
Isabella saiu do restaurante sem olhar para trás, mas seu coração parecia um peso morto dentro do peito. O ar ao seu redor parecia mais frio, mais denso, e cada passo que dava para longe de Ethan era como se cravasse mais fundo a dor que acabara de sentir. Ela havia se declarado. E ele… não disse nada. As ruas movimentadas de Nova York passaram diante de seus olhos como um borrão. Ela queria chegar em casa o mais rápido possível, queria se trancar no apartamento e apagar aquele momento da sua memória. Mas a voz de Marie ecoava em sua mente. — Que interessante… Aquela mulher sabia. Ela sabia que Isabella estava apaixonada por Ethan e, pior, parecia satisfeita com a situação. Isabella sentiu o estômago se revirar. Afinal, o que ela esperava? Que Ethan se levantasse no meio do restaurante, segurasse sua mão e dissesse que a amava também? <
Ethan a encarou, os olhos faiscando com um misto de frustração e desejo reprimido. Isabella se manteve firme, sentindo o peso da sua própria decisão. Ela não fugiria mais, mas também não se entregaria a ele sem que soubesse exatamente onde estava pisando. — O que você quer dizer com isso? — A voz dele soou rouca, carregada de algo que Isabella não conseguia decifrar. Ela respirou fundo. — Eu não vou mais correr de você, Ethan. Eu não vou mais fingir que não sinto nada, porque eu sinto. Mas eu não vou permitir que você me tenha pela metade. Ele franziu a testa, claramente irritado. — Eu nunca te tive pela metade. Isabella soltou uma risada sem humor. — Não? Então me diz, o que foi aquilo hoje? Eu me declarei para você e tudo o que fez foi me olhar como se eu tivesse enlouquecido. Depois, me deixou ali, sozinha, e continuou seu almoço com Marie como se nada tivesse acontecido. Ethan fechou os
Ethan sentia que estava à beira da loucura. Já fazia dias desde que Isabella havia estabelecido aquela regra cruel: ele não poderia tocá-la até que tomasse uma decisão sobre o que realmente queria. O problema era que, pela primeira vez em sua vida, ele não sabia exatamente o que queria. Ele sabia que desejava Isabella. Isso era inegável. Ele a queria debaixo dele, ao lado dele, dentro da vida dele. Mas a palavra *compromisso* sempre fora algo que o afastava. Por mais que tentasse negar, ele tinha medo. Medo de se envolver de verdade, medo de dar tudo de si e acabar machucado como aconteceu com sua mãe, que o abandonou sem olhar para trás. Ainda assim, Isabella estava lentamente desmontando suas defesas. No escritório, os dias se tornaram um teste de resistência. Ethan percebia cada pequeno movimento de Isabella, cada troca de olhares, cada sorriso que ela dava para os outros. Ela parecia estar se abrindo mais para os colegas de t
A chuva castigava a cidade com gotas grossas e impiedosas, transformando as ruas em espelhos traiçoeiros. Isabella estava sentada no banco do passageiro, o olhar perdido na paisagem distorcida pelas gotas que escorriam pelo vidro. O restaurante ficava para trás, assim como Ethan e a confusão de sentimentos que ele causava dentro dela. Alex dirigia em silêncio, respeitando o espaço que Isabella precisava. O motor do carro roncava suavemente enquanto ele avançava pelas avenidas parcialmente vazias. O trânsito estava fluindo, mas a visibilidade era péssima. — Você quer que eu te leve direto para casa? — Alex perguntou, lançando-lhe um olhar rápido. — Sim… — Isabella respondeu com a voz baixa, a mente ainda presa na cena que havia deixado para trás. Ethan com Marie. Ethan confuso. Ethan sem tomar uma decisão. Ela respirou fundo, tentando afastar a dor. Sabia que precisava ser firme, que não poderia continuar presa a alguém que não sabia o