Isabella ficou encarando a tela do celular por alguns instantes, tentando decidir qual seria sua resposta.
Ela deveria dizer não. Isso era o certo. O profissional. Mas, por alguma razão, seus dedos hesitaram antes de digitar. Isabella: Se não é sobre trabalho, então sobre o que é? A resposta veio em segundos. Ethan Carter: Descubra às 20h. Ela fechou os olhos e soltou um suspiro. Ela sabia que cruzar aquela linha seria um erro. Mas então por que seu coração batia tão forte com aquela mensagem? Às 19h50, um carro preto parou em frente ao prédio de Isabella. O motorista, um homem de terno impecável, desceu e abriu a porta para ela. — O Sr. Carter a aguarda, Srta. Castillo. Ela hesitou por um instante antes de entrar no carro. Estava vestindo um vestido vinho de alças finas, sofisticado sem ser exagerado. Não queria parecer que estava se arrumando para impressionar Ethan, mas, no fundo, sabia que queria. O carro a levou até um restaurante à beira do rio. Era um lugar refinado, com luzes baixas e um clima intimista. Quando entrou, foi imediatamente conduzida a uma mesa reservada. E lá estava ele. Ethan Carter, mais uma vez sem o tradicional terno, usando uma camisa preta e as mangas dobradas. Seu olhar encontrou o dela imediatamente, e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. — Vejo que aceitou o convite. Isabella se sentou, mantendo a postura firme. — Fiquei curiosa para saber sobre o que era esse jantar. Ele a observou por um instante antes de responder. — Sobre você. Ela engoliu em seco. — Sobre mim? — Sim. Quero entender quem é Isabella Castillo além da assistente eficiente que conheci nos últimos dias. Ela cruzou os braços, tentando disfarçar o desconforto. — E por que isso importa? — Porque estou interessado. As palavras foram ditas sem hesitação. Diretas. Isabella sentiu o corpo todo se retesar. — Sr. Carter… — Ethan. Ela respirou fundo. — Sr. Carter, nós trabalhamos juntos. Acho que isso não é apropriado. Ele sorriu de canto, como se já esperasse aquela resposta. — Quem disse que estou propondo algo inapropriado? O jeito como ele disse aquilo a fez arrepiar. — Está apenas… tentando me conhecer? — Exato. O garçom interrompeu, trazendo uma garrafa de vinho. Ethan serviu uma taça para Isabella e, depois, para ele mesmo. — Me diga, Isabella, o que a trouxe até aqui? Ela piscou, surpresa com a pergunta. — Você já sabe. Trabalho duro. Oportunidade. — E ambição? Ela segurou a taça de vinho, girando o líquido lentamente. — Talvez um pouco. Ethan sorriu. — Gosto disso. Ela o encarou. — E você? O que te trouxe até aqui? — Um pouco de ambição. Um pouco de sorte. Mas, acima de tudo, a vontade de nunca depender de ninguém. Havia um tom sombrio em sua voz que Isabella percebeu de imediato. — Nunca depender de ninguém… Isso parece solitário. Ethan a observou por um instante antes de responder. — Às vezes é. O silêncio entre os dois foi quebrado pelo garçom trazendo os pratos. O jantar transcorreu de forma surpreendentemente natural. Isabella percebeu que, por trás da fachada do CEO implacável, havia um homem inteligente, charmoso e… enigmático. E o pior? Ela estava começando a gostar de descobrir mais sobre ele. Quando o jantar terminou, Ethan se levantou e pegou o paletó. — Vou te levar para casa. — Não precisa. O motorista pode me deixar. Ele arqueou uma sobrancelha. — Quero te levar. Aquelas palavras carregavam mais do que apenas um simples gesto de cortesia. Isabella hesitou, mas no fim aceitou. No carro, o silêncio era carregado de tensão. Quando pararam em frente ao prédio dela, Ethan se virou, seus olhos azuis analisando-a de perto. — Foi uma noite agradável. — Sim, foi. Ele estendeu a mão e tocou levemente o queixo dela, como se testasse um limite invisível. O coração de Isabella disparou. — Eu deveria ir. Ethan inclinou-se um pouco mais. — E vai? Ela deveria. Mas naquele momento, tudo que conseguia pensar era no perigo que aquele homem representava. E no quão tentador era cruzar aquela linha. ### **Capítulo 6 – Tentação Perigosa** O ar dentro do carro parecia pesado. Cada célula do corpo de Isabella estava em alerta máximo, sentindo a proximidade de Ethan Carter como uma corrente elétrica percorrendo sua pele. Ele ainda segurava seu queixo, os olhos analisando cada detalhe de seu rosto, como se esperasse que ela tomasse uma decisão. E, naquele momento, Isabella soube que estava jogando com fogo. Respirou fundo, tentando recobrar o controle. — Boa noite, Sr. Carter. E então, afastou-se dele e saiu do carro. O ar frio da noite foi um choque bem-vindo contra sua pele quente. Ela não olhou para trás enquanto entrava no prédio. Mas sentia o olhar de Ethan a seguindo até desaparecer. Na manhã seguinte, Isabella decidiu que precisava colocar limites claros entre ela e Ethan. Era seu chefe. Um homem poderoso, acostumado a ter tudo o que queria. E ela? Ela não seria mais uma conquista fácil. Determinada, passou a manhã ocupada, recusando-se a pensar na noite anterior. Mas sua determinação foi testada quando Claire apareceu com um sorriso curioso. — Você está diferente hoje. — Diferente como? — Isabella perguntou, fingindo indiferença. — Mais… distraída. Alguma coisa aconteceu? — Nada aconteceu. Claire cruzou os braços, ainda sorrindo. — Sei. Bom, seja lá o que for, só cuidado. — Cuidado com o quê? — Com o nosso CEO. Ele não é do tipo que desiste fácil quando quer alguma coisa. As palavras de Claire ecoaram na mente de Isabella pelo resto do dia. E quando Ethan a chamou para uma reunião privada no fim da tarde, ela sabia que aquele jogo ainda estava longe de terminar. O escritório de Ethan era um reflexo do próprio homem: elegante, impecável, mas com um toque de mistério. Ele estava de pé junto à enorme janela de vidro quando Isabella entrou. — Sente-se. Ela obedeceu, mantendo a postura firme. Ethan virou-se, os olhos cravando-se nela com intensidade. — Sobre ontem à noite… Isabella ergueu a mão, interrompendo-o. — Foi um jantar agradável, mas acho melhor mantermos as coisas estritamente profissionais daqui para frente. Ele arqueou uma sobrancelha, parecendo se divertir com a tentativa dela de impor limites. — Estritamente profissionais? — Sim. Sou sua assistente, Sr. Carter. Nada além disso. Ele caminhou devagar até sua mesa e apoiou as mãos sobre a superfície de vidro. — Você tem certeza disso? Isabella manteve o olhar firme no dele. — Sim. Um silêncio pesado se instalou entre os dois. Então, Ethan sorriu. — Muito bem, Srta. Castillo. Vamos manter as coisas profissionais. Mas o brilho nos olhos dele dizia algo completamente diferente. E Isabella teve a terrível sensação de que, ao tentar afastá-lo, só havia tornado o jogo ainda mais interessante para ele.O ar dentro do carro parecia pesado. Cada célula do corpo de Isabella estava em alerta máximo, sentindo a proximidade de Ethan Carter como uma corrente elétrica percorrendo sua pele.Ele ainda segurava seu queixo, os olhos analisando cada detalhe de seu rosto, como se esperasse que ela tomasse uma decisão.E, naquele momento, Isabella soube que estava jogando com fogo.Respirou fundo, tentando recobrar o controle.— Boa noite, Sr. Carter.E então, afastou-se dele e saiu do carro.O ar frio da noite foi um choque bem-vindo contra sua pele quente.Ela não olhou para trás enquanto entrava no prédio. Mas sentia o olhar de Ethan a seguindo até desaparecer.Na manhã seguinte, Isabella decidiu que precisava colocar limites claros entre ela e Ethan.Era seu chefe. Um homem poderoso, acostumado a ter tudo o que queria.E ela?Ela não seria mais uma conquista fácil.Determinada, passou a manhã ocupada, recusando-se a pensar na noite anterior. Mas sua determinação foi testada quando Claire apare
Nos dias seguintes, Isabella se manteve fiel à sua decisão. Distância. Profissionalismo. Controle. Ela evitava interações desnecessárias com Ethan, respondia apenas o essencial e nunca ficava sozinha com ele por muito tempo. Mas não importava o quanto tentasse, a presença dele parecia envolvê-la de uma forma impossível de ignorar. Ethan, por outro lado, parecia fascinado pelo desafio. Não a pressionava, mas também não recuava. Havia algo nos olhares que lançava a ela, nos momentos sutis em que seus dedos roçavam os dela ao entregar um documento, que a faziam sentir que ele estava apenas esperando. Esperando que ela cedesse. Na sexta-feira à tarde, Isabella estava revisando relatórios quando uma notificação apareceu em seu e-mail. Assunto: Evento corporativo – Comparecimento obrigatório. Ela abriu a mensagem e encontrou um convite para um jantar de gala da empresa, organizado por Ethan Carter. O detalhe que fez seu estômago revirar foi a nota no final: Srta. Castillo, sua
Na segunda-feira, Isabella chegou ao escritório determinada a enterrar os acontecimentos do jantar de gala. A dança, os olhares, a proximidade perigosa entre ela e Ethan—tudo precisava ser deixado para trás. Mas, como já esperava, Ethan Carter não era do tipo que deixava as coisas morrerem facilmente. Antes mesmo de conseguir tomar seu primeiro gole de café, uma mensagem discreta apareceu na tela de seu computador: “Minha sala. Agora.”Isabella soltou um suspiro, tentando ignorar a inquietação em seu peito. Pegou seu bloco de notas e foi até a sala do CEO, preparando-se mentalmente para lidar com o inevitável. Ao entrar, encontrou Ethan recostado contra a mesa, as mangas da camisa social dobradas até os antebraços. Ele parecia descontraído, mas o olhar afiado denunciava que aquele encontro tinha um propósito. — Bom dia, Srta. Castillo. — Sr. Carter — ela respondeu com formalidade, fechando a porta atrás de si. — Como foi seu fim de semana? — Produtivo. Trabalhei nos
O silêncio dentro do jato era quase tão denso quanto a tensão entre Isabella e Ethan. A iluminação suave criava sombras delicadas nos traços firmes dele, e a forma casual com que segurava a taça de vinho só reforçava o contraste entre os dois. Ele estava relaxado. Ela, em alerta. Cada detalhe daquela viagem parecia ter sido planejado para testar os limites dela—e talvez fosse exatamente isso que Ethan Carter queria. — Relaxe, Isabella — ele disse, sem desviar os olhos dela. — Estamos a dez mil metros de altitude. Não há para onde fugir. Ela cruzou as pernas e manteve o olhar fixo nos documentos à sua frente. — Não estou tentando fugir de nada, Sr. Carter. Apenas prefiro manter o foco no trabalho. — Claro. O trabalho. O tom arrastado da voz dele fez algo revirar dentro dela. Isabella ergueu o olhar, e os olhos de Ethan capturaram os dela no mesmo instante, como se já estivessem esperando. — Você sempre faz isso? — ela perguntou, estreitando os olhos. — Isso o quê? —
O voo parecia interminável. A sensação de estar a milhares de metros do chão, cercada pelo luxo e pela calma artificial do jato particular, deixava Isabella com a mente ainda mais dispersa. As horas passavam lentamente, mas sua ansiedade só aumentava. Ao fundo, os sons do piloto e da comissária de bordo não faziam mais diferença, enquanto ela se perdia em pensamentos que a conduziam diretamente para Ethan. Apesar de seus melhores esforços para se manter focada, não conseguia escapar das lembranças da noite anterior, daquelas palavras provocativas e da maneira como ele a olhava. Ethan Carter não era apenas um chefe impiedoso e manipulador. Ele era algo mais, algo que ela não conseguia definir, mas que a fazia sentir uma mistura de desejo e desconforto ao mesmo tempo. Por mais que tentasse afastar o pensamento dele, o perfume sutil de sua presença parecia ainda pairar no ar da cabine. A forma como ele olhou para ela, como se soubesse exatamente o que se
O silêncio no jato parecia agora uma presença tangível. Isabella sentiu a pressão de cada segundo passar, os olhos de Ethan como uma marca em sua pele. Cada palavra que ele havia dito, cada toque discreto, ecoava dentro dela. Ela tentava se convencer de que estava no controle, mas a verdade era que Ethan havia mexido com algo profundo, algo que ela não sabia se conseguia mais controlar.Ele ainda estava perto, não muito longe, mas próximo o suficiente para que ela pudesse sentir a energia entre eles, como uma chama prestes a consumir tudo ao redor. A tentação de dar o próximo passo estava ali, pulsando nas veias dela, mais forte a cada instante. No entanto, o medo, aquele medo familiar e sufocante, ainda estava presente. Ele a fazia hesitar, recuar.Ethan, por sua vez, não parecia disposto a desistir tão facilmente. O olhar dele ainda estava fixo nela, e ele sabia exatamente o que queria. Sabia, também, que ela não estava tão distante dele quanto gostaria
O peso das palavras de Ethan ainda pairava no ar, denso e implacável. Isabella sentia-se à beira de um precipício, e cada segundo que passava ao lado dele a aproximava mais de uma queda que ela não sabia se teria forças para suportar. Não era só o desejo inegável que a consumia, mas o medo. O medo do que poderia acontecer caso cedesse. O medo do que ele poderia despertar nela, algo que ela já não sabia mais controlar. Ela o observava com um olhar carregado de perguntas, de incertezas, e mesmo assim sentia seu corpo reagir à presença dele, como se sua própria alma estivesse em conflito com sua mente. O jogo estava ficando mais complicado a cada passo, e ela não sabia até onde seria capaz de ir. Mas o pior de tudo era que, de alguma forma, ela sabia que ele também estava ciente de sua luta interna.Ethan ficou em silêncio por um momento, apenas observando-a, seus olhos escuros impenetráveis, como se estivesse esperando que ela fosse a primeira a quebrar. M
Os dias seguintes pareceram passar mais devagar para Isabella. O eco das palavras de Ethan ainda pairava em sua mente, e ela não conseguia mais ignorar o impacto que ele causava em sua vida. Algo dentro dela estava se transformando, algo que ela não sabia se estava pronta para enfrentar. Mas, por mais que tentasse se manter afastada, ele estava sempre lá, desafiando-a, testando seus limites, tocando uma parte de si que ela havia tentado esconder. Ela não sabia mais o que fazer com a turbulência que sentia. Havia momentos em que ele a olhava de uma maneira tão intensa que parecia que ele podia ler sua alma, e outros em que ele a fazia sentir como se fosse a única pessoa no mundo. A mistura de desejo, poder e insegurança estava criando uma tempestade dentro dela, e ela estava começando a se questionar até onde conseguiria resistir. Mas, ainda assim, havia algo que a impedia de ceder completamente. O medo. O medo de perder o controle, o me