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Capítulo 5 – Cruzando a Linha

Isabella ficou encarando a tela do celular por alguns instantes, tentando decidir qual seria sua resposta.

Ela deveria dizer não. Isso era o certo. O profissional.

Mas, por alguma razão, seus dedos hesitaram antes de digitar.

Isabella: Se não é sobre trabalho, então sobre o que é?

A resposta veio em segundos.

Ethan Carter: Descubra às 20h.

Ela fechou os olhos e soltou um suspiro.

Ela sabia que cruzar aquela linha seria um erro. Mas então por que seu coração batia tão forte com aquela mensagem?

Às 19h50, um carro preto parou em frente ao prédio de Isabella. O motorista, um homem de terno impecável, desceu e abriu a porta para ela.

— O Sr. Carter a aguarda, Srta. Castillo.

Ela hesitou por um instante antes de entrar no carro. Estava vestindo um vestido vinho de alças finas, sofisticado sem ser exagerado. Não queria parecer que estava se arrumando para impressionar Ethan, mas, no fundo, sabia que queria.

O carro a levou até um restaurante à beira do rio. Era um lugar refinado, com luzes baixas e um clima intimista.

Quando entrou, foi imediatamente conduzida a uma mesa reservada.

E lá estava ele.

Ethan Carter, mais uma vez sem o tradicional terno, usando uma camisa preta e as mangas dobradas. Seu olhar encontrou o dela imediatamente, e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios.

— Vejo que aceitou o convite.

Isabella se sentou, mantendo a postura firme.

— Fiquei curiosa para saber sobre o que era esse jantar.

Ele a observou por um instante antes de responder.

— Sobre você.

Ela engoliu em seco.

— Sobre mim?

— Sim. Quero entender quem é Isabella Castillo além da assistente eficiente que conheci nos últimos dias.

Ela cruzou os braços, tentando disfarçar o desconforto.

— E por que isso importa?

— Porque estou interessado.

As palavras foram ditas sem hesitação. Diretas.

Isabella sentiu o corpo todo se retesar.

— Sr. Carter…

— Ethan.

Ela respirou fundo.

— Sr. Carter, nós trabalhamos juntos. Acho que isso não é apropriado.

Ele sorriu de canto, como se já esperasse aquela resposta.

— Quem disse que estou propondo algo inapropriado?

O jeito como ele disse aquilo a fez arrepiar.

— Está apenas… tentando me conhecer?

— Exato.

O garçom interrompeu, trazendo uma garrafa de vinho. Ethan serviu uma taça para Isabella e, depois, para ele mesmo.

— Me diga, Isabella, o que a trouxe até aqui?

Ela piscou, surpresa com a pergunta.

— Você já sabe. Trabalho duro. Oportunidade.

— E ambição?

Ela segurou a taça de vinho, girando o líquido lentamente.

— Talvez um pouco.

Ethan sorriu.

— Gosto disso.

Ela o encarou.

— E você? O que te trouxe até aqui?

— Um pouco de ambição. Um pouco de sorte. Mas, acima de tudo, a vontade de nunca depender de ninguém.

Havia um tom sombrio em sua voz que Isabella percebeu de imediato.

— Nunca depender de ninguém… Isso parece solitário.

Ethan a observou por um instante antes de responder.

— Às vezes é.

O silêncio entre os dois foi quebrado pelo garçom trazendo os pratos.

O jantar transcorreu de forma surpreendentemente natural. Isabella percebeu que, por trás da fachada do CEO implacável, havia um homem inteligente, charmoso e… enigmático.

E o pior? Ela estava começando a gostar de descobrir mais sobre ele.

Quando o jantar terminou, Ethan se levantou e pegou o paletó.

— Vou te levar para casa.

— Não precisa. O motorista pode me deixar.

Ele arqueou uma sobrancelha.

— Quero te levar.

Aquelas palavras carregavam mais do que apenas um simples gesto de cortesia.

Isabella hesitou, mas no fim aceitou.

No carro, o silêncio era carregado de tensão.

Quando pararam em frente ao prédio dela, Ethan se virou, seus olhos azuis analisando-a de perto.

— Foi uma noite agradável.

— Sim, foi.

Ele estendeu a mão e tocou levemente o queixo dela, como se testasse um limite invisível.

O coração de Isabella disparou.

— Eu deveria ir.

Ethan inclinou-se um pouco mais.

— E vai?

Ela deveria.

Mas naquele momento, tudo que conseguia pensar era no perigo que aquele homem representava.

E no quão tentador era cruzar aquela linha.

### **Capítulo 6 – Tentação Perigosa**

O ar dentro do carro parecia pesado. Cada célula do corpo de Isabella estava em alerta máximo, sentindo a proximidade de Ethan Carter como uma corrente elétrica percorrendo sua pele.

Ele ainda segurava seu queixo, os olhos analisando cada detalhe de seu rosto, como se esperasse que ela tomasse uma decisão.

E, naquele momento, Isabella soube que estava jogando com fogo.

Respirou fundo, tentando recobrar o controle.

— Boa noite, Sr. Carter.

E então, afastou-se dele e saiu do carro.

O ar frio da noite foi um choque bem-vindo contra sua pele quente.

Ela não olhou para trás enquanto entrava no prédio. Mas sentia o olhar de Ethan a seguindo até desaparecer.

Na manhã seguinte, Isabella decidiu que precisava colocar limites claros entre ela e Ethan.

Era seu chefe. Um homem poderoso, acostumado a ter tudo o que queria.

E ela?

Ela não seria mais uma conquista fácil.

Determinada, passou a manhã ocupada, recusando-se a pensar na noite anterior. Mas sua determinação foi testada quando Claire apareceu com um sorriso curioso.

— Você está diferente hoje.

— Diferente como? — Isabella perguntou, fingindo indiferença.

— Mais… distraída. Alguma coisa aconteceu?

— Nada aconteceu.

Claire cruzou os braços, ainda sorrindo.

— Sei. Bom, seja lá o que for, só cuidado.

— Cuidado com o quê?

— Com o nosso CEO. Ele não é do tipo que desiste fácil quando quer alguma coisa.

As palavras de Claire ecoaram na mente de Isabella pelo resto do dia.

E quando Ethan a chamou para uma reunião privada no fim da tarde, ela sabia que aquele jogo ainda estava longe de terminar.

O escritório de Ethan era um reflexo do próprio homem: elegante, impecável, mas com um toque de mistério.

Ele estava de pé junto à enorme janela de vidro quando Isabella entrou.

— Sente-se.

Ela obedeceu, mantendo a postura firme.

Ethan virou-se, os olhos cravando-se nela com intensidade.

— Sobre ontem à noite…

Isabella ergueu a mão, interrompendo-o.

— Foi um jantar agradável, mas acho melhor mantermos as coisas estritamente profissionais daqui para frente.

Ele arqueou uma sobrancelha, parecendo se divertir com a tentativa dela de impor limites.

— Estritamente profissionais?

— Sim. Sou sua assistente, Sr. Carter. Nada além disso.

Ele caminhou devagar até sua mesa e apoiou as mãos sobre a superfície de vidro.

— Você tem certeza disso?

Isabella manteve o olhar firme no dele.

— Sim.

Um silêncio pesado se instalou entre os dois.

Então, Ethan sorriu.

— Muito bem, Srta. Castillo. Vamos manter as coisas profissionais.

Mas o brilho nos olhos dele dizia algo completamente diferente.

E Isabella teve a terrível sensação de que, ao tentar afastá-lo, só havia tornado o jogo ainda mais interessante para ele.

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