Nos dias seguintes, Isabella se manteve fiel à sua decisão. Distância. Profissionalismo. Controle. Ela evitava interações desnecessárias com Ethan, respondia apenas o essencial e nunca ficava sozinha com ele por muito tempo. Mas não importava o quanto tentasse, a presença dele parecia envolvê-la de uma forma impossível de ignorar. Ethan, por outro lado, parecia fascinado pelo desafio. Não a pressionava, mas também não recuava. Havia algo nos olhares que lançava a ela, nos momentos sutis em que seus dedos roçavam os dela ao entregar um documento, que a faziam sentir que ele estava apenas esperando. Esperando que ela cedesse. Na sexta-feira à tarde, Isabella estava revisando relatórios quando uma notificação apareceu em seu e-mail. Assunto: Evento corporativo – Comparecimento obrigatório. Ela abriu a mensagem e encontrou um convite para um jantar de gala da empresa, organizado por Ethan Carter. O detalhe que fez seu estômago revirar foi a nota no final: Srta. Castillo, sua
Na segunda-feira, Isabella chegou ao escritório determinada a enterrar os acontecimentos do jantar de gala. A dança, os olhares, a proximidade perigosa entre ela e Ethan—tudo precisava ser deixado para trás. Mas, como já esperava, Ethan Carter não era do tipo que deixava as coisas morrerem facilmente. Antes mesmo de conseguir tomar seu primeiro gole de café, uma mensagem discreta apareceu na tela de seu computador: “Minha sala. Agora.”Isabella soltou um suspiro, tentando ignorar a inquietação em seu peito. Pegou seu bloco de notas e foi até a sala do CEO, preparando-se mentalmente para lidar com o inevitável. Ao entrar, encontrou Ethan recostado contra a mesa, as mangas da camisa social dobradas até os antebraços. Ele parecia descontraído, mas o olhar afiado denunciava que aquele encontro tinha um propósito. — Bom dia, Srta. Castillo. — Sr. Carter — ela respondeu com formalidade, fechando a porta atrás de si. — Como foi seu fim de semana? — Produtivo. Trabalhei nos
O silêncio dentro do jato era quase tão denso quanto a tensão entre Isabella e Ethan. A iluminação suave criava sombras delicadas nos traços firmes dele, e a forma casual com que segurava a taça de vinho só reforçava o contraste entre os dois. Ele estava relaxado. Ela, em alerta. Cada detalhe daquela viagem parecia ter sido planejado para testar os limites dela—e talvez fosse exatamente isso que Ethan Carter queria. — Relaxe, Isabella — ele disse, sem desviar os olhos dela. — Estamos a dez mil metros de altitude. Não há para onde fugir. Ela cruzou as pernas e manteve o olhar fixo nos documentos à sua frente. — Não estou tentando fugir de nada, Sr. Carter. Apenas prefiro manter o foco no trabalho. — Claro. O trabalho. O tom arrastado da voz dele fez algo revirar dentro dela. Isabella ergueu o olhar, e os olhos de Ethan capturaram os dela no mesmo instante, como se já estivessem esperando. — Você sempre faz isso? — ela perguntou, estreitando os olhos. — Isso o quê? —
O voo parecia interminável. A sensação de estar a milhares de metros do chão, cercada pelo luxo e pela calma artificial do jato particular, deixava Isabella com a mente ainda mais dispersa. As horas passavam lentamente, mas sua ansiedade só aumentava. Ao fundo, os sons do piloto e da comissária de bordo não faziam mais diferença, enquanto ela se perdia em pensamentos que a conduziam diretamente para Ethan. Apesar de seus melhores esforços para se manter focada, não conseguia escapar das lembranças da noite anterior, daquelas palavras provocativas e da maneira como ele a olhava. Ethan Carter não era apenas um chefe impiedoso e manipulador. Ele era algo mais, algo que ela não conseguia definir, mas que a fazia sentir uma mistura de desejo e desconforto ao mesmo tempo. Por mais que tentasse afastar o pensamento dele, o perfume sutil de sua presença parecia ainda pairar no ar da cabine. A forma como ele olhou para ela, como se soubesse exatamente o que se
O silêncio no jato parecia agora uma presença tangível. Isabella sentiu a pressão de cada segundo passar, os olhos de Ethan como uma marca em sua pele. Cada palavra que ele havia dito, cada toque discreto, ecoava dentro dela. Ela tentava se convencer de que estava no controle, mas a verdade era que Ethan havia mexido com algo profundo, algo que ela não sabia se conseguia mais controlar.Ele ainda estava perto, não muito longe, mas próximo o suficiente para que ela pudesse sentir a energia entre eles, como uma chama prestes a consumir tudo ao redor. A tentação de dar o próximo passo estava ali, pulsando nas veias dela, mais forte a cada instante. No entanto, o medo, aquele medo familiar e sufocante, ainda estava presente. Ele a fazia hesitar, recuar.Ethan, por sua vez, não parecia disposto a desistir tão facilmente. O olhar dele ainda estava fixo nela, e ele sabia exatamente o que queria. Sabia, também, que ela não estava tão distante dele quanto gostaria
O peso das palavras de Ethan ainda pairava no ar, denso e implacável. Isabella sentia-se à beira de um precipício, e cada segundo que passava ao lado dele a aproximava mais de uma queda que ela não sabia se teria forças para suportar. Não era só o desejo inegável que a consumia, mas o medo. O medo do que poderia acontecer caso cedesse. O medo do que ele poderia despertar nela, algo que ela já não sabia mais controlar. Ela o observava com um olhar carregado de perguntas, de incertezas, e mesmo assim sentia seu corpo reagir à presença dele, como se sua própria alma estivesse em conflito com sua mente. O jogo estava ficando mais complicado a cada passo, e ela não sabia até onde seria capaz de ir. Mas o pior de tudo era que, de alguma forma, ela sabia que ele também estava ciente de sua luta interna.Ethan ficou em silêncio por um momento, apenas observando-a, seus olhos escuros impenetráveis, como se estivesse esperando que ela fosse a primeira a quebrar. M
Os dias seguintes pareceram passar mais devagar para Isabella. O eco das palavras de Ethan ainda pairava em sua mente, e ela não conseguia mais ignorar o impacto que ele causava em sua vida. Algo dentro dela estava se transformando, algo que ela não sabia se estava pronta para enfrentar. Mas, por mais que tentasse se manter afastada, ele estava sempre lá, desafiando-a, testando seus limites, tocando uma parte de si que ela havia tentado esconder. Ela não sabia mais o que fazer com a turbulência que sentia. Havia momentos em que ele a olhava de uma maneira tão intensa que parecia que ele podia ler sua alma, e outros em que ele a fazia sentir como se fosse a única pessoa no mundo. A mistura de desejo, poder e insegurança estava criando uma tempestade dentro dela, e ela estava começando a se questionar até onde conseguiria resistir. Mas, ainda assim, havia algo que a impedia de ceder completamente. O medo. O medo de perder o controle, o me
O vento frio da noite parecia não fazer sentido quando Ethan estava perto dela. Isabella não conseguia mais distinguir entre o que era real e o que estava sendo projetado por seus próprios sentimentos. Cada olhar, cada gesto, cada palavra que ele pronunciava parecia ser um convite para um abismo do qual ela não queria sair, mas também não sabia como resistir.Ethan estava mais perto agora, e seu cheiro — algo inebriante e profundo — envolvia Isabella de uma forma que ela não conseguia controlar. Eles estavam à porta do elevador, e o tempo parecia estagnado. Ela sabia que, ao aceitar aquele gesto, tudo mudaria entre eles. Mas algo dentro dela a impelia a continuar. Algo maior que seu medo, que seu autocontrole.O elevador subiu, e os minutos de silêncio se arrastaram. O som do sistema de ar condicionado, o barulho das luzes fluorescentes — tudo se tornava um pano de fundo distante enquanto Isabella e Ethan compartilhavam aquele espaço, aquele momento de tensão