Quando me inclinei e beijei o ombro de Alexander, senti sua respiração prender por um momento, como se aquele gesto fosse mais poderoso do que qualquer palavra. Sussurrei baixinho: — Alexander, se você ainda acredita que eu poderia arruinar o que temos por causa dessas pessoas, então não me conhece nada. Beijei seu ombro novamente, sentindo seu corpo tenso sob meu toque, e continuei: — E se você ainda acha que eu te deixaria porque tenho medo do que você é ou do que faz com os outros, então permita-me te lembrar, Alexander Speredo: desde que você não cruze a linha do que é proibido, sempre tentarei entender você. E ficarei ao seu lado. As palavras pareciam derreter algo dentro dele. O ar ao nosso redor mudou quando seus ombros relaxaram e sua respiração encontrou um ritmo mais calmo. Alexander, o homem tão famoso por sua frieza implacável, permitiu-se suavizar apenas por mim. Ele envolveu meus braços com os seus, puxando-me para mais perto em um abraço firme, e permaneceu as
Chegamos perto da entrada da mansão, mas os carros da escolta pararam abruptamente, forçando Alexander a frear com força. Meu corpo foi empurrado para frente pelo movimento brusco, e eu senti o olhar preocupado dele imediatamente se virar para mim.— Você está bem? — perguntou, sua voz grave carregada de tensão.Assenti, tentando manter a compostura. Antes que eu pudesse perguntar o que estava acontecendo, o líder da equipe de segurança se aproximou da janela de Alexander, sua expressão séria.— Olivia Koudali está bloqueando o caminho, senhor.Levei um segundo para processar o que tinha ouvido. Olivia. Bloqueando o nosso caminho. Na entrada da mansão. Olhei para Alexander, esperando alguma reação. Ele soltou o cinto de segurança e abriu a porta, obviamente pronto para assumir o controle da situação. Mas, antes que ele pudesse me olhar com aquele tom mandão típico de “fique no carro”, já estava fora do veículo. A fúria queimava dentro de mim, me impulsionando para a frente antes mesm
Não é um erro amar alguém, tampouco querer ser amado. Mas ferir inocentes no processo não é apenas um erro, é uma vergonha. E eu, que fui vítima do amor obsessivo de Olivia, sabia que nunca a perdoaria pelo que me causou. Embora meu perdão ou ressentimento fossem irrelevantes para ela, eu ainda carregaria esses sentimentos comigo, inúteis, até o fim dos meus dias.Alexander, por outro lado, parecia completamente alheio à mulher chorando que acabara de ser escoltada para fora. Ele me arrastou de volta para o carro com um senso de urgência quase palpável. Assim que abriu a porta, indicou que eu entrasse, e quando me sentei, ele próprio apertou meu cinto de segurança, seus movimentos rápidos e impacientes. — Você quer me dar um ataque cardíaco, Charlotte?! — ele disparou, a voz cheia de irritação. — Como pode sair do carro assim em uma situação perigosa? Eu disse para ser cuidadosa! E se Olivia tivesse atiradores escondidos? E se você tivesse sido ferida? Como pode ser tão irresponsá
O Sr. Hodiri estava, como sempre, cercado por um monte de papéis. Ele os folheava meticulosamente enquanto discutia algo com Alexander. Assim que me aproximei, Alexander foi o primeiro a me notar. Seus olhos se fixaram em mim, avaliando minha expressão antes de perguntar: — A vovó está bem? O Sr. Hodiri, em uma demonstração de profissionalismo, fechou o arquivo que tinha em mãos e desviou o olhar para o jardim, fingindo observar a paisagem enquanto eu respondia. Era evidente que minha presença tinha interrompido uma conversa importante. A sensação de ser um incômodo me deixou um pouco hesitante ao falar: — Alexander, posso conversar com você por um momento? O pobre Hodiri não esperou pela permissão de Alexander e já estava recolhendo seus papéis e saindo de cena. Era como se ele tivesse desaparecido no ar, tão rápido quanto surgiu. — Qual é o problema? Respirei fundo antes de soltar a bomba: — Quando expliquei a situação para a vovó, ela ficou irritada e ligou para o seu p
O salão rapidamente se encheu de homens armados depois que a empregada correu para buscar ajuda. Escolhi um deles ao acaso e ordenei que preparasse um carro para meu sogro e o seguisse. A última coisa que eu precisava era daquele velho asqueroso perambulando por aqui por mais tempo do que o necessário.Jackson, claro, não perdeu a chance de me lançar mais um de seus sorrisos sinistros antes de sair. — Nos veremos em breve, Charlotte. Cuide-se. Eu apenas balancei a cabeça, porque, naquele momento, minha mente e meu corpo estavam começando a se desconectar. O eu ansiosa, marcada por cicatrizes e aterrorizada com a ideia de sofrer qualquer ferimento, estava prestes a sucumbir a um ataque de pânico.Assim que vi os guardas escoltando Jackson para fora, movi-me instintivamente. Caminhei até os arquivos espalhados no chão, ajoelhei-me e os recolhi com pressa, como se fossem a única coisa que ainda me conectasse à realidade. Meus dedos tremiam ao tocá-los. — A senhora está bem? — um dos
Assim que ouvi as batidas suaves na porta, meu coração deu um salto. Era como se todas as paranoias e preocupações do dia estivessem prontas para explodir de uma só vez. Virei-me, apertando os papéis contra o peito como se fossem um escudo. — Senhora, está tudo bem? — A voz calma do mordomo penetrou pela madeira da porta. Suspirei, tentando reunir um ar de compostura. Levantei-me e destranquei a porta com um movimento rápido. O mordomo estava lá, como sempre impecável, mas acompanhado por um grupo de guarda-costas que pareciam um pouco confusos sobre o motivo de estarem ali. — Estou bem — menti, minha voz mais firme do que eu esperava. Os olhos dele me analisaram com preocupação, mas ele se limitou a um aceno de cabeça antes de acrescentar: — Peço desculpas pela minha ausência anterior, senhora. Estava acompanhando o jovem mestre até o carro. — Entendo. Está tudo bem. — Fiz um gesto para aliviar sua tensão. — Só preciso que você garanta que ninguém informe Alexander sobre
Alexander parecia exausto demais para qualquer coisa quando me puxou para o quarto, então imaginei que ele queria se desculpar por me esquecer por horas. No entanto, vovó, com seus pensamentos peculiares, parecia conhecê-lo melhor do que eu. Mal ele fechou a porta, e já começou a “trabalhar”. — O que você está fazendo? — perguntei, tentando me desvencilhar enquanto ele me puxava contra si. Seus braços me apertaram ainda mais, e ele respondeu com um beijo suave na minha bochecha. Era inegável que algo o deixava genuinamente feliz. Mesmo sem ver seu rosto direito — afinal, alguém esqueceu de acender as luzes —, percebi sua satisfação. — Alexander, aconteceu alguma coisa? — insisti, segurando seu rosto com as mãos para interromper os beijos. Ele finalmente parou, embora eu sentisse seu sorriso largo debaixo das palmas das minhas mãos. Então, ele murmurou: — Obrigado. Foi quando entendi. Era raro vê-lo tão vulnerável, tão… humano. Meu sorriso veio sem que eu sequer percebesse.
Durante os dias seguintes, a mansão virou praticamente um ponto turístico. Minha sogra, num ato de drama que só ela poderia executar, espalhou pelos quatro cantos do país os detalhes da “experiência de quase morte” de Lily. A consequência? Uma fila de visitas inesperadas, composta pela nata da sociedade, todos ansiosos para demonstrar sua solidariedade — ou garantir que não fossem esquecidos na próxima festa de gala.No início, Alexander lidou com a situação de forma simples: negando acesso a todos. Onze visitantes milionários barrados em apenas três dias. Eu sabia que ele estava sendo fiel à sua essência calculista, mas até para ele isso era perigoso. Enfrentar desafetos era uma coisa; criar novos inimigos desnecessários era outra completamente diferente. Assim, reuni coragem para tocar no assunto: — Alexander, não acha melhor parar de mandar essas pessoas embora? — perguntei, tentando manter a calma. — É desrespeitoso e, para ser honesta, parece exatamente o tipo de coisa que su