Perigosa Atração

Gael deu mais um passo em sua direção, tão próximo agora que ela podia sentir o calor de seu corpo.

____ Quem falou em agressão? — murmurou ele, sua voz soando quase como um sussurro.

____ Existem muitas formas de punição bem mais interessantes, e eu tenho outra maneira de lidar com o seu atrevimento.

Antes que Cecília pudesse responder, Gael a segurou pela cintura, puxando-a para mais perto com um movimento rápido e firme. Seus lábios capturaram os dela em um beijo intenso, roubado, que a pegou completamente de surpresa. Ela tentou resistir, empurrando o peito dele com força, mas a força de Gael a manteve presa contra seu corpo, nem parecia que ele estava com um dos braços feridos.

Cecília lutou, seu corpo tenso enquanto sua mente gritava para se afastar. Mas o beijo de Gael era quente, invasivo, e por um instante, ela sentiu a força da atração que inesperadamente estava sentindo por ele superar a raiva. Suas mãos, que antes o empurravam, hesitaram por um breve segundo, e ela quase se deixou levar pelo calor do momento, cedendo ao desejo que aquele homem exalava. No entanto, o bom senso logo retornou, e Cecília conseguiu se libertar de seu controle, empurrando-o com força o suficiente para se afastar.Ela o olhou com uma mistura de raiva e confusão, seu peito subindo e descendo rapidamente enquanto recuperava o fôlego.

__ Você é um… — ela começou, a voz trêmula de frustração e incredulidade, antes de erguer a mão e lhe dar um tapa forte no rosto.

O som ecoou na sala, e Gael, atordoado por um momento, tocou a lateral do rosto, onde o tapa o atingira.

Cecília, atordoada com o que acabara de acontecer, deu alguns passos para trás, o coração acelerado. Ela não conseguia acreditar que havia se deixado envolver, ainda que por um instante. Sem dizer mais nada, ela se virou e saiu correndo da sala, o som dos seus passos apressados ecoando no corredor.

Gael ficou parado, esfregando a bochecha, mas o que mais o surpreendeu não foi o tapa, e sim o fato de ela ter conseguido resistir, mesmo que por pouco. Ele soltou uma risada baixa, apreciando a ousadia e o fogo que aquela mulher tinha. Poucas pessoas o desafiavam, e menos ainda lhe despertavam algo tão profundo. Ele a observou sair, e um sorriso satisfeito surgiu em seus lábios.

___ Não adianta fugir, enfermeirinha atrevida — a voz de Gael soou baixa, quase um sussurro perigoso, enquanto ele observava Cecília sair correndo da sala.

___ Se eu quiser mais que esse beijo de você, eu terei. Porque tudo que eu quero, eu consigo. Ainda que você não esteja ciente disso... por enquanto.

Seus olhos cintilaram com uma mistura de desejo e determinação. Para Gael, aquilo não era uma questão de "se", mas de "quando". E ele sabia que Cecília, com toda sua ousadia e resistência, apenas tornava o desafio mais irresistível.

Gael então ajeitou a camisa e saiu da sala, seus seguranças já o aguardando do lado de fora, prontos para levá-lo embora. Ele sabia que aquele encontro com Cecília não seria o último.

Enquanto isso Cecília entrou em outra sala, o corpo ainda tremendo com o que havia acabado de acontecer.

Ela pressionou os dedos contra os lábios, tentando apagar a sensação do beijo invasivo de Gael, mas era impossível.

O calor dele ainda estava impregnado em sua pele, e o choque de tudo a deixava sem ar.

Ela se encostou na parede, os braços cruzados como se estivesse tentando proteger a si mesma, seu coração batendo rápido demais. Fechou os olhos, mas a lembrança do beijo não desapareceu. Pior ainda, não era apenas o medo ou a raiva que a perturbava, mas a atração perigosa que havia sentido, mesmo que por um breve instante.

"Não. Isso não pode acontecer de novo."-murmurou Cecília consigo mesma.

Aquela sensação a transportou imediatamente para o passado, para uma época em que tinha 18 anos e acreditava no amor.

Ela se lembrou de como também ficara encantada por outro homem.

Ele era filho de uma família poderosa, o típico herdeiro da alta sociedade e ela

uma jovem que trabalhava como empregada na casa dele para pagar os estudos, tinha se apaixonado perdidamente.

Naquela época, ela era inocente, cheia de sonhos. Acreditava que, apesar das diferenças sociais, ele via nela mais do que a sua origem humilde.Ela acreditava que o amor poderia romper qualquer barreira.

Lembrava-se das noites em que eles se encontravam no jardim da mansão, onde ele a encantava com palavras doces e olhares que a faziam acreditar que era especial.

Cecília se aproximara tanto de se entregar a ele. Seu coração estava nas mãos daquele homem. Até o dia em que, por acaso, ouvira a conversa que a desmoronara.Ele estava com amigos, rindo, e disse com desprezo:

___ Eu vou ganhar essa aposta, vocês vão ver. Vou levar a "empregadinha gostosa " pra cama. Nenhum de vocês conseguiu, mas eu consigo. Ela está apaixonadinha por mim, só tem olhos pra mim. Vai ser mais fácil do que vocês pensam,podem ir preparando para colocar muita grana nas mãos do "papai aqui".

Depois eles e seus amigos riram para valer enquanto ela sentia o chão abrir aos seus pés tamanha era a sua dor.

Aquelas palavras rasgaram o coração de Cecília. Todo o encanto que ela acreditava ser verdadeiro se transformou em cinzas naquele momento.

Tudo que ela significava para Renato o homem que amava, era uma aposta ,um troféu para ele exibir.

Isso a destruiu por dentro, levando-a a prometer a si mesma que jamais se deixaria enganar por um homem de poder novamente.

roubado, a deixara completamente abalada. Gael Ferraz exalava poder e sedução, assim como aquele homem de seu passado, mas, desta vez, Cecília não era mais a garota ingênua de 18 anos.

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