Enfrentando a fera

Por outro lado, Cecília, enquanto tratava o ferimento, também notou a atração que Gael emanava.

Era raro ela se fixar na aparência de um paciente, mas Gael era, sem dúvida, o homem mais bonito e atraente que ela já havia visto. Ela o conhecia por fotos em revistas e na internet, mas, ao vê-lo pessoalmente, sua beleza era ainda mais marcante.

Ele tinha um corpo atlético, alto e com músculos definidos, mas sem exagero. Seu rosto exibia uma beleza que, com certeza, chamava atenção por onde passava.

Apesar da atração, Cecília manteve o foco em sua tarefa. Ela se lembrou de que, por trás da aparência bela e atraente de Gael, havia uma personalidade que não a agradava de forma alguma.

Ela costumava evitar pessoas com o temperamento dele e, principalmente, com sua posição social.

Ao retornar sua atenção para o que estava fazendo, fez o possível para manter seus pensamentos focados apenas no atendimento que estava prestando.

Com mãos delicadas e uma habilidade precisa, Cecília tratou do ferimento, estancando o sangramento e verificando a necessidade de pontos.

O contraste entre a competência dela e a atitude de Gael tornava a situação ainda mais intrigante, mas a dedicação de Cecília ao seu trabalho era inegável.

Ela sabia que, apesar das circunstâncias difíceis, seu papel era oferecer o melhor atendimento possível, independentemente do que pensasse sobre seu paciente. Cecília terminou de cuidar do ferimento de Gael, com movimentos delicados e precisos. O corte, que antes sangrava abundantemente, agora estava sob controle. Ela olhou para ele rapidamente antes de se afastar para organizar os materiais utilizados.

____ Vou verificar se a médica já pode atendê-lo — disse Cecília, mantendo o tom profissional, mas com um leve toque de frustração contida.

____ É imprescindível que ela o veja para prescrever algum medicamento para dor e outros que possam ser necessários.Gael, em vez de agradecer, apenas se ajeitou na cadeira, sentindo-se mais confortável agora que o sangramento havia cessado. Ele nem sequer a olhou diretamente.

__ _ Meus seguranças devem ter chegado — falou, com sua habitual arrogância.

____ Vou consultar meu médico particular, ele se encarregará de passar os tais medicamentos se for necessário e pode ter certeza de que vai verificar se você fez o seu trabalho direito. Caso contrário, eu volto aqui e vou deixar seus superiores a par disso e exigir que a demitam por sua incompetência.

Gael se levantou devagar, sentindo uma leve dor, mas preferiu não demonstrar. Ele enfiou a mão no bolso e tirou a carteira, pegando algumas notas de dinheiro e as estendendo para Cecília.

__ ,Mesmo sem ter certeza se você fez um bom trabalho, pelo menos parou de sangrar. Então, como sou acostumado a pagar quem me faz um favor, aqui está.A paciência de Cecília estava no limite. O desprezo e a falta de gratidão de Gael eram evidentes, e, desta vez, ela não conseguia mais ignorar a atitude arrogante dele. Com uma respiração profunda para se acalmar, ela respondeu:

__ Pegue o seu dinheiro e saia imediatamente — disse, controlando a raiva que subia.

___ Antes que eu perca de vez a boa educação e o profissionalismo que recebi ao longo de anos de treinamento. Porque, sinceramente, tenho vontade de dizer exatamente o que fazer com esse dinheiro.

Gael congelou por um momento, surpreso com a reação dela.

Ninguém jamais o enfrentava assim.

Ele estava acostumado a ser tratado com reverência, especialmente quando mostrava "generosidade". Sua expressão endureceu, mas, ao mesmo tempo, ele não pôde deixar de sentir uma ponta de admiração por Cecília. Poucas pessoas ousavam falar com ele desse jeito, ainda mais alguém em uma posição hierarquicamente inferior, e isso o deixou intrigado. Furioso, ele guardou o dinheiro de volta na carteira, sentindo o orgulho ferido.

____ Você é muito corajosa, não é? Mesmo sabendo quem eu sou, me enfrenta dessa forma — disse, com uma voz baixa e ameaçadora.

____Poucas pessoas me desafiam dessa maneira.

____ Eu lamento saber disso ,vai ver que é por isso que é tão desagradavel e mal humorado. Agora, se não se importa, tenho outros pacientes esperando por mim. E você já está bem o suficiente para ir embora se está dispensando ser consultado pela médica daqui.

Gael permaneceu parado por um instante, seus olhos fixos em Cecília enquanto a raiva e uma crescente admiração se misturavam dentro dele. Ele não estava acostumado a ser desafiado, muito menos por uma mulher tão jovem e aparentemente frágil.

Sua mandíbula se apertou, e ele deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles, com o corpo imponente e a voz cheia de autoridade.

____Você sabe que eu sou bem maior que você, tenho o dobro da sua força — disse ele, a voz baixa e perigosa.

___Posso fazer você pagar por essa insolência. Se minhas palavras não a intimidam, deveria ao menos temer a vantagem física que tenho sobre você.Cecília ergueu o queixo, seus olhos castanhos brilhando com a mesma intensidade de sua fúria. Ela não se deixaria intimidar, não por ele.

__ _ O que o senhor quer dizer com isso? — retrucou, sem hesitar.

___Que além de ser um arrogante prepotente, você também é um covarde que agride mulheres?Gael sorriu de canto, seus olhos estreitando enquanto a provocação o fazia querer testar os limites dela.

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