.A mulher retirou um livro antigo, de capa puída, e abriu-o. Ali havia registros de várias mulheres, com fotos, datas e nomes. Quando ela chegou às últimas páginas, o coração de Gael apertou. — É ela... — disse ele, com a voz embargada, apontando para uma foto de sua mãe. Era difícil olhar para aquele rosto familiar. Ela fora uma mulher linda, com um sorriso doce e olhos brilhantes que, com o tempo, haviam sido apagados pelo álcool e pelas drogas. Ao lado dela, quatro fotos de homens marcados como clientes assíduos. Gael sentiu o sangue gelar ao reconhecer um deles. — Não pode ser... — Ele murmurou, apertando o punho. O homem na foto era ninguém menos que um senador de renome, conhecido por pregar a moral e os bons costumes. Ele era o assassino de sua mãe, o rosto que o assombrava nos pesadelos desde a infância. E, para piorar, era o mesmo homem que ele tinha visto no dia de seu acidente. Gael tirou uma foto do livro com o celular, registrando o nome e todos os detalhes. Sua
Cecília alcançou o ápice em poucos minutos, sufocando o grito de prazer contra o ombro dele, enquanto seu corpo tremia com as ondas de êxtase. Mas Gael não havia terminado. Ele a desceu da mesa, virando-a de costas para ele. Afastou os cabelos de Cecília, mordiscando suavemente sua nuca antes de ordenar, com um tom rouco e autoritário: — Apoie-se na mesa, Cecília. Empine para mim. Ela obedeceu sem hesitar, apoiando as mãos na superfície de madeira enquanto ele levantava o vestido dela, enrolando-o na cintura. Abaixou a calcinha de Cecília com uma lentidão provocativa e, em seguida, deu-lhe um tapa na nádega, arrancando um gemido que misturava surpresa e desejo. — Isso é por me deixar de castigo ontem, sem você. E isso... — Ele beijou a pele onde havia batido, deslizando os lábios pela curva de sua cintura. — ...é por ser tão linda e perfeitinha como é. Quando Gael a penetrou, o fez de uma só vez, com firmeza e intensidade. . Segurou um punhado dos cabelos dela enquanto seus mo
Ela ficou imóvel por um instante, o coração disparando. — Quem foi? — perguntou ela, a voz baixa e cheia de apreensão. Gael ergueu a cabeça, fitando-a nos olhos antes de responder: — Um senador. Um homem renomado, respeitado, admirado por todos... — Ele hesitou, como se ainda fosse difícil acreditar. — Mas, na verdade, ele não passa de um assassino covarde. Cecília levou uma mão à boca, abismada. — Um senador? — Ela balançou a cabeça, incrédula. . . — Como alguém assim pode esconder algo tão monstruoso?Eu quero dizer, viver pousando de homem que priva sempre a moral e os bons costumes e ser um monstro desse. Depois de alguns minutos no sofá, Cecília levantou-se e estendeu a mão para Gael, que a segurou com firmeza e se levantou. Sem dizer nada, os dois seguiram para a suíte, onde a tensão acumulada parecia ter dado lugar a uma cumplicidade silenciosa. Gael ligou o chuveiro e, juntos, entraram no box, deixando que a água morna lavasse não apenas seus corpos, mas também parte
Gael entrou no prédio de sua empresa, mas sua mente estava longe. Ele tentou se concentrar nos papéis sobre a mesa, mas a raiva e o ódio cresciam como um incêndio incontrolável. Lembranças do passado o consumiam, e ele sabia que não conseguiria se concentrar até enfrentar o responsável pelo pior dia de sua vida. Ele se levantou de repente, decidido. Pegou as chaves do carro e saiu sem dizer uma palavra. Dirigiu em alta velocidade até o gabinete do senador Gustavo de Castro. A cada quilômetro, sua determinação se intensificava. Ao chegar ao prédio, a segurança tentou impedi-lo, mas Gael estava tomado pela fúria. Com movimentos rápidos e precisos, desarmou e derrubou os seis seguranças que cruzaram seu caminho. Cada golpe era carregado pela dor e pela ira que ele guardava há anos. Finalmente, ele invadiu o gabinete do senador. A porta bateu com força contra a parede, e Gustavo de Castro levantou os olhos assustados. Ele era um homem de 50 anos, com uma aparência impecável e um ar d
Gael, com a adrenalina correndo em suas veias, forçava o carro a acelerar, determinado a chegar até Cecília o mais rápido possível. A tensão em seu peito aumentava a cada segundo, o medo de que, ao chegar, algo irreparável já tivesse acontecido com ela. O sangue escorria de seu ombro, mas ele não se importava. O único pensamento que o mantinha consciente era ela, Cecília, e a necessidade urgente de resgatá-la. A estrada à frente estava escura e lamacenta, e, quando ele tentou virar uma curva fechada, o carro perdeu a aderência. O som do pneu derrapando cortou o silêncio da noite, seguido por um grito estridente do motor tentando se recuperar, mas, em um piscar de olhos, o carro deslizou para o lado e, com um barulho seco, colidiu com uma árvore. O impacto foi violento, e Gael foi jogado para frente, o cinto de segurança apertando contra seu corpo. Sua cabeça bateu no volante com força, e ele ficou alguns segundos atordoado, o rosto quente pela dor, tentando recuperar os sentidos.
Gustavo olhou para Gael com desprezo, como se ele fosse um simples insecto a ser esmagado. — Esse merdinha achou que eu ia deixar ele vivo para me chantagear depois, igual a vagabunda da sua mãe fez, e aquela desgraçada da cafetina dela... Sua mãe eu matei por acidente, quer dizer, só antecipei o trabalho sujo que eu ia pagar para alguém fazer por mim. Mas a cafetina, eu matei de propósito, com minhas próprias mãos. — A risada cruel de Gustavo cortou o ar gelado, e Gael sentiu a raiva queimando sua alma. Com uma força renovada, Gael tentou avançar para ele, mas o disparo veio rápido, ensurdecedor. O som do tiro foi como um trovão, e Cecília gritou em pânico ao ver Gael cair no chão, ensanguentado. Ela correu até ele, mas já era tarde. O corpo de Gael estava caído, e a vida dele parecia se esvair a cada segundo. O desespero tomou conta de Cecília, e, em um grito de dor e impotência, ela se ajoelhou ao lado dele. Foi nesse momento que a polícia invadiu o galpão, as sirenes cortando
Gael estava imerso em um torpor, mas a dor que sentia no corpo era insignificante perto da angústia que corria em seu coração. Quando ele finalmente abriu os olhos, a luz do hospital era suave, mas ainda assim, ardia nas suas pálpebras. Ele estava em uma cam, uma cama de hospital e o corpo ainda dolorido, mas algo em seus olhos, um brilho de força, não havia se apagado. Cecília estava ali, ao seu lado, segurando sua mão com tanto cuidado e carinho, mas com uma força inabalável que ele conhecia bem. Ela estava cansada, os olhos vermelhos de tanto chorar, mas havia uma expressão em seu rosto que ele nunca esqueceria: alívio. E mesmo com a intensidade dos eventos que haviam passado, havia ali algo em seus corações que os unia ainda mais forte. — Gael, você está comigo. Estamos juntos. — Ela disse, com a voz trêmula, mas cheia de uma esperança renovada. A dor de vê-lo ferido não era nada comparada ao medo de perder tudo. Ela olhou para ele, e em seu olhar, ele viu mais do que sof
O sol se punha, tingindo o céu com tons dourados e rosados enquanto Gael e Cecília caminhavam de mãos dadas pela beira da piscina do luxuoso hotel de Gael. A brisa suave balançava as palmeiras e a música ambiente preenchia o espaço, mas nada disso importava mais do que o que estavam vivendo juntos. Dois anos havia se passado desde o pesadelo que quase os separou, e agora, de alguma forma, eles haviam encontrado a paz. Aquele lugar, o hotel de Gael, tinha se tornado um símbolo do novo começo para os dois. Não era apenas um hotel; era o palco do amor que floresceu, da vida nova que estavam criando juntos, e agora, com os filhos pequenos que tinham, o cenário perfeito para celebrar seu amor. Gael, agora mais sensível e conectado com a dor dos outros, começou a fazer doações generosas para instituições que ajudavam mulheres vítimas de violência, muitas das quais acabavam se prostituindo por motivos que as levaram a caminhos difíceis. Ele sentia que tinha uma missão de ajudar a reconstr