No hospital

Cecília, segurando a filha nos braços, olhava para o pequeno rosto que ainda chorava baixinho. As lágrimas escorriam pelo rosto dela, misturando-se à felicidade e alívio que sentia, como se todo o sofrimento e medo dos últimos meses finalmente tivessem dado lugar a um milagre em suas mãos. Ela ergueu os olhos para Gael, que, ajoelhado ao seu lado, a observava com um olhar que ela nunca havia visto antes — um olhar de ternura e adoração.

— Você… você me chamou de “meu amor” — sussurrou ela, ainda ofegante, uma mistura de confusão e esperança em sua voz. — Você me chamou assim porque realmente me ama, Gael? Ou foi só a emoção do momento?

Gael baixou os olhos, a respiração pesada, enquanto tentava encontrar as palavras certas. Finalmente, ele ergueu o olhar novamente, e Cecília viu algo inesperado. Pela primeira vez, Gael estava vulnerável, completamente desarmado, sem a máscara de autossuficiência e arrogância que sempre carregava.

— Cecília… eu… — Ele hesitou, os olhos marejados. —
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