O avô de Cecília, Joaquim, deu um passo à frente e sorriu com gentileza. — Agradeço o convite, meu rapaz, mas eu e a Lurdes nunca deixaríamos o Morro, ainda mais agora que a paz reina por aqui. Não nos sentiríamos à vontade no seu mundo, é tão diferente do nosso. Ele estendeu a mão para Gael, que a apertou firmemente. — E desculpe-me, deixa eu me apresentar. Sou Joaquim, o avô de Cecília. Nunca tive a oportunidade de agradecer por ter pago a minha cirurgia e as despesas do hospital, salvando minha vida. Gael sorriu, surpreso, e respondeu com humildade: — Prazer, senhor Joaquim, sou Gael Ferraz. Mesmo não me lembrando disso, fico feliz em saber que pude ajudar. Ele voltou seu olhar para Cecília, a expectativa evidente em seus olhos. — E então, Cecília, qual a sua resposta? Espero que seja um sim, porque você sabe que não aceito outra. Cecília soltou um sorriso fraco e respondeu, a voz trêmula: — É verdade, você realmente não é do tipo que aceita um 'não' como resposta. Mas e s
Gael fez um sinal com a cabeça para uma das empregadas que aguardava próxima à escada. — Por favor, acomode a senhorita Cecília e sua filha em um dos quartos de hóspedes. — Ele virou-se para Cecília e, suavizando o tom, acrescentou: — Suba e fique à vontade. Estarei com você em breve, porque nós também precisamos conversar. Cecília hesitou por um momento, seus olhos presos aos de Gael, buscando um vestígio de dúvida ou incerteza. Mas ele apenas a observava com determinação e um carinho que a fez sentir que, mesmo sem memórias, ele estava ali por ela. Com um aceno quase imperceptível, ela seguiu a empregada pela escada, enquanto o motorista carregava as malas para cima. Seu coração batia forte, misturando esperança e receio. Mayra levantou-se num salto, os papéis tremendo em sua mão. Sua expressão era uma mistura de incredulidade e fúria, os olhos brilhando de ressentimento. — Como ousa, Gael, trazer essa mulher para sua casa sabendo que estamos noivos e em breve vamos nos casar?
Gael ficou parado por um momento, encarando a porta que Mayra havia fechado com um estrondo. O eco de suas últimas palavras ainda ressoava em sua mente, plantando uma semente de dúvida que ele odiava sentir. Com um suspiro pesado, ele se virou e subiu as escadas, seus passos ecoando pela casa silenciosa. Cada degrau parecia mais difícil de subir, carregado de um peso invisível. Ele parou em frente ao quarto onde Cecília estava, respirando fundo antes de bater levemente. — Cecília? — Sua voz era firme, mas trazia uma nota de hesitação. — Posso entrar? Cecília, que estava desfazendo as malas, ergueu os olhos surpresa. O coração dela acelerou ao ver a expressão fechada de Gael. Ele parecia mais sombrio, como se carregasse um fardo invisível. Ela assentiu com um aceno curto, mas manteve as mãos ocupadas dobrando uma peça de roupa, tentando controlar a apreensão que crescia em seu peito. Gael entrou, fechando a porta atrás de si, e o silêncio que se seguiu foi tão denso que parecia pre
Gael arqueou uma sobrancelha, a expressão impassível. — Isso não posso dizer, porque seria indelicado da minha parte. E, também, eu não me lembro de como era o sexo com Cecília para fazer comparações, mas ela deve ser muito especial para me fazer sentir do jeito que me sinto quando estou perto dela. — Ele olhou para Mayra com frieza, observando a raiva crescer em seu rosto. O maxilar dela se contraiu, e seus dedos tremeram levemente ao ouvir as palavras de Gael. — Chega, não quero ouvir mais nada! E não pense que me contentarei com um noivado longo só para você ficar me enrolando. Não serei uma mãe solteira e trazer vergonha para o bom nome da minha família. Nós iremos nos casar na data marcada, nem um dia a mais. — Mayra falou com a voz trêmula de raiva, os olhos faiscando de determinação. Ela deu um passo à frente, desatando o robe e revelando uma lingerie provocante. Um sorriso sedutor curvou seus lábios enquanto observava a reação de Gael, buscando alguma fraqueza. Gael manteve
Cecília jogou a roupa na cama com um movimento brusco e caminhou até ele, os olhos brilhando com a mistura de tristeza e raiva. Ela respirou fundo, tentando controlar as lágrimas que ameaçavam cair.— Lucas era um traficante, Gael. Um homem que sempre foi mais problema do que solução. Sim, ele fez parte da minha vida, mas nunca da forma que eu sei que Mayra te fez acreditar. Eu não o suportava, tinha medo dele, e a melhor coisa que aconteceu foi ele ter sido preso. - Sua voz era firme, mas cheia de dor. — Se você se lembrasse de mim, do meu caráter, saberia que eu nunca iria para a cama com outro homem enquanto estivesse com você. O primeiro e único homem da minha vida foi e continua sendo você. - Os olhos dela encontraram os dele, carregados de uma sinceridade que fez Gael engolir em seco, sentindo uma pontada de arrependimento.Gael passou a mão pelos cabelos, o coração batendo descompassado. A culpa e a dúvida lutavam em seu interior, mas ele precisava continuar.— Eu quero acred
Cecília lançou um olhar firme para Gael, sem hesitar, cada palavra carregando a convicção de quem não estava para jogos. — Eu não estou brincando, Gael. Não vou me demitir, nem vou aceitar que você me sustente. Isso é definitivo. As feições de Gael se endureceram, e o brilho de arrogância que ela conheceu no passado retornou aos seus olhos. Ele se aproximou, cruzando os braços, a voz fria como gelo. — Cecília, eu já disse o que vai acontecer. Se quer sair, vá. Mas saiba que Bia não sairá desta casa. Ela é minha filha, e não vai a lugar algum. Cecília recuou um passo, sentindo a velha frieza que Gael exibia no hospital naquela época, como uma parede de gelo entre eles. Ela se empertigou, reunindo toda a sua força. — Eu sabia que você tinha perdido a memória, Gael, mas não imaginei que o seu lado mais humano e gentil também tivesse desaparecido. Se eu soubesse, jamais teria vindo para cá com Bia. Gael lançou um olhar cínico, o sorriso frio e calculista contrastando com a int
Ela sentiu -se na cama ,o coração pesado e os olhos fixos no teto. A mente viajou para as lembranças do passado, de um Gael confessando que a amava ,fazendo a parto da filha deles e prometendo voltar ao hospital para busca-las e começarem a vida juntos . "Será que ele ainda sente alguma coisa? Será que ainda existe uma faísca daquele amor?"Ou o que ele vive dizer sentir por ela é apenas desejo como antes . A dúvida a corroía, mas Cecília não desistiria. Sabia que o verdadeiro Gael estava em algum lugar dentro daquele homem arrogante e controlador. Ela lutaria por ele, por eles, pelo amor que começaram a sentir um pelo outro mas não tiveram tempo para viver devido ele ter sofrido aquele acidente e perdido a memória . Cecília fechou os olhos, ainda orando em silêncio, e decidiu que, a partir de amanhã, faria de tudo para ajudá-lo a lembrar. Ela o provocaria, o desafiaria, o faria reviver cada momento que viveram juntos. Mesmo que tivesse que enfrentar toda a arrogância e prepo
Gael chegar em casa tomado pela sua fúria , não encontrou nem um sinal de Cecília e foi informado por Amélia que ela conseguiu enganar os seguranças e foi embora de lá levando sua filha e Gael pensou que certamente ela estava com medo de que acontecesse o que estava acontecendo ele descobriu que ela era uma vagabunda que não valia nada . Depois de dar uma bronca em seus seguranças e ameaçar colocar todos no olho da rua se isso voltasse a repetir ele mandou que dois deles o acompanhasse e levou Amélia com ele . Porque enquanto ele não havia feito o teste de DNA que provasse o contrário Beatriz era sua filha apesar daquele traficante ter dito em uma gravação que era sua ,o único modo dele descarta a ideia de ser pai da menina que tinha seus olhos e traços parecidos com os dele era fazendo o teste de DNA. Por esse motivo ele foi até o Morro buscá-la porque o lugar dela é em sua casa só lado dele. Não só ela ia voltar para lá ele estava decidido a obrigar Cecília também a volta