___ Fique longe do Gael. Em breve, nós vamos ficar noivos, e logo depois, nos casar. Ele pode brincar com garotas como você, mas nunca vai te levar a sério. Sabe por quê? Príncipes como ele se divertem com as plebeias e se casam com as princesas.Cecília sentiu a raiva crescer dentro dela, uma raiva que ela mesma não esperava sentir. O que Mayra não entendia é que Cecília não queria nada com Gael. Pelo menos, era o que ela tentava convencer a si mesma.___Talvez você devesse falar para o Gael ficar longe de mim e pedir para ele parar de me perseguir. Porque, até onde sei, ele é quem não me deixa em paz. — Cecília rebateu, tentando controlar o tremor em sua voz.Mayra estreitou os olhos, sua postura ficando ainda mais rígida.___ Se ponha no seu lugar, acha mesmo que eu vou acreditar que um homem lindo e bilionário como Gael vai perseguir uma pobretona como você? O recado já está dado: fique longe dele ou vai se arrepender. — E, com isso, Mayra virou as costas, saindo da enfermaria com
Ela hesitou, seu coração batendo forte. Ir para a mansão de Gael não parecia ser uma boa ideia, mas seu medo de Tiago a empurrava a sair dali o mais rápido possível. Talvez, se ela concordasse, pudesse evitar o pior.___ Não vou discutir com você.Sei que será perda de tempo.Desde que cumpra com sua palavra e depois me leve para casa .Tudo bem ,mas desde já adianto que nunca vou aceitar proposta nenhuma vinda de você. — murmurou, cruzando os braços e se reostando no banco, percebendo que seus protestos seriam inúteis.Gael não respondeu, e o silêncio se instalou no carro enquanto ele dirigia em direção ao bairro mais nobre e caro da cidade, o Leblon. Cecília observava as ruas mudando, com as construções ficando cada vez mais luxuosas, um contraste gritante com a realidade que ela conhecia.Quando Gael finalmente parou em frente a uma enorme propriedade isolada das outras, ela teve um choque. O portão se abriu automaticamente, revelando uma mansão majestosa cercada por seguranças, que
___ Vai ficar aí bebendo ou vai dizer logo a proposta que pretende me fazer? — perguntou ela, sua voz carregada de desconforto e impaciência. Nervosa, ela virou o resto do drink de uma vez e colocou o copo.Gael a observou em silêncio por um momento, o sorriso zombeteiro ainda estampado no rosto. Ele se levantou e foi até o bar, enchendo o copo dela novamente.___ Beba com calma desta vez. Odeio mulheres bêbadas, especialmente as que não sabem apreciar uma bebida como deve ser — disse ele, estendendo o copo para ela novamente.____ Eu não te pedi bebida nenhuma — respondeu Cecília, desafiando-o com o olhar. Só para provocá-lo, pegou o copo e, sem hesitar, virou o conteúdo de uma vez, engasgando logo em seguida. Ela começou a tossir, e Gael riu com vontade ao vê-la naquele estado.____ Bem feito — disse ele, divertido. ____ Isso é o que você ganha por viver me desafiando e ser tão malcriada.Cecília, perdendo a paciência, lançou-lhe um olhar furioso.____ Já chega! Eu quero ir embor
___Eu sei que sou um homem atraente, que chama a atenção das mulheres, e, além disso, sou um CEO bilionário, dono de um império de prédios comerciais e hotéis pela cidade, inclusive por todo o Brasil. Isso significa que posso ter qualquer mulher que eu quiser, mas eu nunca quis uma mulher tanto quanto quero você — ele admitiu, o tom agora mais sério, como se tentasse convencê-la pela última vez.___ Só lamento por você, porque logo a mulher que você mais quer nunca terá. Não depois de me tratar como se eu fosse uma mercadoria. Você nem me conhece, e bastou apenas um dia para achar que podia me comprar, como deve estar acostumado a comprar tudo que quer nessa vida — Cecília rebateu, seus olhos faiscando de raiva e orgulho.Gael ficou em silêncio por um momento, tentando processar a ousadia dela. Ele estava acostumado a ter tudo e todos ao seu dispor, e a recusa de Cecília o desestabilizava._____Já entendi. Você está se fazendo de difícil porque quer algo mais além de dinheiro. Eu te d
Cecília o olhou com ainda mais desprezo, cada vez mais ciente de que Gael nunca seria capaz de vê-la como uma mulher digna de respeito, apenas como mais uma peça em seu jogo de poder e controle.____ Sabe de uma coisa, Gael? Você é exatamente o tipo de homem que eu quero longe de mim — ela disse, com firmeza, determinada a sair daquele jogo tóxico antes que fosse tarde demais.Gael se aproximou perigosamente de Cecília, os olhos queimando com um desejo mal disfarçado.____ Eu também diria o mesmo se eu não te desejasse tanto. Mas, na minha cama, o que eu queria mesmo era calar essa sua boca atrevida com meus beijos. E tenho certeza de que essa oportunidade ainda vai chegar, e quando chegar, eu vou saber aproveitar como nunca — ele sussurrou, com a voz carregada de intensidade, cada palavra deixando Cecília inquieta.Ela respirou fundo, tentando manter a calma, e respondeu com firmeza:____Será que pode cumprir sua palavra e me levar para casa?Gael deu um sorriso sarcástico, passando
Gael Ferraz caminhava lentamente pela orla de Copacabana, mas mal percebia o mar, o céu, ou as pessoas ao seu redor. Aquele dia, que se repetia todos os anos como uma maldição, trazia com ele uma dor sufocante, uma lembrança impossível de apagar. Era o aniversário da morte de sua mãe.Diferente de todos os outros dias, hoje ele decidira dispensar seus seguranças. Precisava ficar sozinho, sentir o peso da solidão que sempre o acompanhou, mesmo em meio à fortuna, aos negócios milionários e à bajulação constante daqueles que o cercavam. Hoje, nada disso importava. O CEO bilionário, sempre visto como frio e implacável, voltará a ser Gael, o garoto que, aos nove anos, viu sua mãe ser brutalmente assassinada diante de seus olhos. A lembrança era tão vívida que o fazia estremecer. Ele conseguia ver com clareza o minúsculo apartamento onde viviam, o cheiro de cigarro e álcool impregnado nas paredes, e sua mãe, que sempre fazia o possível para protegê-lo. Ela era uma prostituta, e por isso a
O sangue começou a escorrer rapidamente, e Gael se viu congelado por um breve momento. A visão do sangue trouxe de volta lembranças de sua mãe, a poça vermelha ao redor de sua cabeça, o desespero de não poder fazer nada. Ele mal conseguia processar o que acontecia à sua volta, sentindo o corpo fraquejar. A dor física misturava-se com o trauma emocional. De repente, uma voz forte e firme o trouxe de volta à realidade.___Fica calmo, senhor, você está ferido. Vou levá-lo para um pronto-socorro.Era um policial que, ao testemunhar parte da confusão, correu até ele enquanto seu parceiro perseguia o assaltante. O policial rapidamente pressionou o ferimento no braço de Gael com um pano, tentando estancar o sangue.___ Você vai ficar bem, só precisa de cuidados médicos.Gael, ainda em choque, mal conseguiu responder. Ele foi colocado na viatura e, com as sirenes ligadas, levado diretamente para o hospital. No hospital, Gael foi encaminhado para a emergência, onde médicos e enfermeiros c
___Correto, senhor. Mas a médica de plantão está em uma cirurgia de emergência. Se ainda não notou, este é um hospital público, onde a escassez de médicos é grande, e na maioria das vezes o médico que estiver presente tem que priorizar os casos com riscos maiores. — disse ela, tentando se manter o mais educada e paciente possível, e depois continuou.___Portanto, ou me deixa cuidar do seu ferimento ou terá que usar todo seu dinheiro e poder para ser atendido em um lugar mais de acordo com seu status. A frustração de Cecília era palpável. Ela havia tido uma manhã difícil, enfrentando não apenas o comportamento arrogante de Gael, mas também o desrespeito de um jovem bêbado, filho de papai, que havia passado a mão nela. Ela relevou, sabendo que o rapaz estava fora de si, mas a amargura do momento ainda a afetava.___Você me deu uma boa ideia. É isso que vou fazer — disse Gael, com um olhar de superioridade. No entanto, ao tentar pegar o celular do bolso, esqueceu-se do braço ferido e e