A fulga do Morro

Cecília chegou em casa com o coração pesado, sentindo o peso de cada passo que dava dentro do pequeno barraco no alto do Morro, no Rio de Janeiro.

O lugar onde sempre havia encontrado algum alívio, agora parecia sufocante, vazio. Sua avó, a única pessoa que sempre lhe oferecia um ombro para chorar, estava em São Paulo, finalmente em segurança, assim como Cecília sempre quisera. Mas, naquele momento, tudo o que queria era sua presença.

Ela jogou a bolsa sobre o sofá surrado e se encostou na porta, deixando o corpo escorregar lentamente até sentar-se no chão, exausta. Sua mente rodava, repleta de pensamentos sobre Gael e a maneira como o tinha deixado para trás. Sabia que era o certo a fazer, mas isso não tornava as coisas mais fáceis. Sua melhor amiga também não estava mais no Morro. Elisa e o marido haviam se mudado para outra cidade depois que ele recebeu uma excelente proposta de trabalho. Cecília sentia falta de suas conversas, mas ao menos sabia que sua amiga estava bem longe d
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