— Essa roupa está boa? — Ivy perguntou para Noah, enquanto se virava na frente do espelho no quarto dele. Após ir buscar a jornalista na casa dela e dar um leve assobio com a mala enorme que a mesma preparou em tempo recorde para passar o fim de semana na casa dele, o casal foi para a casa do empresário, onde acabaram compartilhando um delicioso banho sem segundas intenções, apenas curtindo um ao outro. Naquele momento, estavam quase de saída para a casa dos melhores amigos dele, já que o jantar era as nove horas. — Você está sempre linda! — Ele lhe garantiu, terminando de fechar um relógio em seu pulso e estender a mão para Ivy, que esfregou, talvez um tanto ansiosa, os dedos em seu vestido branco longo antes de tocar nos dedos dele. Provavelmente não foi a melhor das escolhas no quesito cor por conta que teriam de passar por Ted e seus olhinhos pedindo colo, mas ela sabia que para ocasiões novas, nada melhor como estar dentro de suas roupas favoritas. Aquele tinha sido um prese
As ruas de Toronto estavam tão frias que os ossos de Ivy Lewis estavam congelando. Tinha certeza que se ela esbarrasse em alguém, poderia quebrar como um cristal. Estava completamente molhada e um tanto irritada. Seu carro havia ficado com sua irmã mais nova, pois tinha dado uma carona para a garota e ela acabou vindo de metrô para o trabalho, atendendo um chamado urgente. Outras pessoas ficariam chateadas por irem trabalhar na folga, mas sua vida estava tão entediante que quanto mais estresse, melhor! Não lembrava quando tinha se tornado uma workaholic, todavia já era uma e o diretor geral da emissora onde trabalhava sabia disso. O trânsito estava parado por causa da chuva e ela teve que vir em meio à uma das maiores tempestades do ano, notícia que provavelmente seria pauta na reunião para a qual estava atrasada, e naquele momento, ela pegava chuva ao ir em direção ao prédio da emissora da Chankin News, onde trabalhava como uma das editoras responsáveis pela programação do noticiár
— Então, o movimento sindical está dando sinais de que vão às ruas para protestar em busca de melhorias salariais. — comentava o jornalista Kevin Andrews, diretor geral da redação, com sua careta lustrosa reluzindo o LED das lâmpadas da sala, sentado próximo, no lado esquerda de onde Ivy se encontrava. — Nossa fonte confiável dentro da fábrica Jones diz que isso será em dois dias. Temos que nos organizar para fazer a cobertura e se possível, entrevistar o pessoal da gerência...A moça não estava mais prestando atenção no que ele dizia e sim lembrando no homem do elevador. Noah Schneider. Sua mão estava coçando para pegar o seu celular no bolso do blazer do homem e digitar o nome do moreno na barra de pesquisa, mas se conteve. Isso se ela encontrasse algo no Google sobre ele. Quem sabe não era um desconhecido? Ou pior, namorado de alguma colega de trabalho que ela conhecia? Ali não era hora pra ficar pensando em crush, como chamaria sua amiga Katherina. Não se envolvia com ninguém
— MERDA AMANDA! — gritou Ivy horas depois, vendo a frente de seu carro toda destruída. A irmã tinha batido o carro enquanto voltava para a casa e o motor acabou pegando fogo, queimando a frente do veículo que a irmã mais velha tinha terminado de pagar fazia pouco tempo.O estrago foi muito grande e o cheiro de fumaça, estava terrível.— Borboleta, eu posso te ajudar a pagar o conserto! — A garota de cabelos castanhos escuros e os mesmos olhos amendoados da irmã mais velha estava tentando apaziguar a raiva de Ivy, que só falava palavrões em momentos que estava transtornada, que era a situação exata. — Ou o papai paga, você sabe que ele não se importa! — Revirou os olhos, com os braços cruzados, mantendo uma distância segura da jornalista. — Quem manda não ser esperta e colocar seguro?!Ouvi Amanda usar seu apelido de infância para apaziguar a situação e deixou Ivy mais irritada ainda. Ela passava a mão delicada na lateral do carro destruído, sem acreditar que seu transporte est
Ivy chegou em Bocas Del Toro depois de pegar um barco táxi. Achou a experiência divertida e engraçada, a bela paisagem com ares caribenhos ajudou a se livrar do cansaço da longa viagem. Tinha saído de Toronto, fazendo uma escala na Costa Rica e só depois pousando no Panamá. A exclusividade do evento de lançamento do carro novo da Hanson já demonstrava que público atendia só pela escolha do local. O acesso não era dos mais baratos e ela estava custeada pela emissora, então quem tinha dinheiro para frequentar aquele tipo de evento, era bem de vida.Não demorou muito e ela já estava fazendo o check-in e o credenciamento para o evento no luxuoso hotel, totalmente reservado para o lançamento do novo carro da Hanson Motors. Conseguiu descansar um pouco quando se instalou no hotel, no quarto com grandes janelas e com vista para a praia. Aproveitou para enviar fotografar a vista e fazer inveja para a irmã, postando em suas abandonadas redes sociais, que só viam uma foto nova a cada seis meses
Tinha certeza de que era ele, estava de jeans e camisa de seda preta, que contrastava perfeitamente com seus olhos azuis límpidos. Samuel, o outro cara que deveria ser mais um figurão da montadora, levantou e eles se abraçaram. Formavam uma dupla e tanto aos olhos e o moreno parecia ter dito algo para o loiro, que riu longamente. Voltaram a sentar e Samuel bateu no microfone com o dedo, testando o som, o que chamou a atenção de todos os jornalistas, fotógrafos e demais convidados presentes. Iria começar a coletiva do grande lançamento automotivo. — Boa noite! Sou Sam Brown. — Ele nem deveria ficar dizendo aquilo, mas a moça ficou feliz por ter feito, já que era uma desavisada de plantão e deixou passar algo super simples como verificar quem eram os donos da empresa. — Sócio proprietário Hanson Motors! É um prazer que todos tenham vindo prestigiar o evento do mais novo lançamento, o Kronos. — Disse com uma voz clara e firme, característica de um homem que sabe impor sua presença.
— Olha, eu sei que você me ajudou naquele dia e que agora nos encontramos outra vez — ela apontou com a taça o que tinha ao redor — e ser o anfitrião deste evento, mas eu não quero sair com você, Senhor Schneider. — Talvez até quisesse em outro momento, mas a abordagem na coletiva tinha sido péssima. Como seria levada a sério no ambiente de trabalho se ele tinha convidado-a na frente dos colegas? Aquilo não pegaria bem no meio dos fofoqueiros profissionais que eram os outros jornalistas.Por cima do ombro dele, via os colegas com os olhos direcionados para a dupla Ele riu do que ela disse e foi um som grave e bonito. Mesmo de salto baixo, Ivy só batia perto do queixo dele. O cheio do homem chegou até ela, outra coisa que sua memória não fazia jus, além da aparência. Noah era mesmo uma presença marcante. — Não te convidei pra sair comigo, Senhorita Lewis. Ofereci uma exclusiva para a sua matéria, por causa de Jeremiah. — Ele comentou, referindo-se ao dono da Chankin News pelo prime
A jornalista decidiu não pensar muito sobre como seria o encontro no dia seguinte e virou a noite aprendendo sobre motores de carros esportivos e quase não se levantou com tempo o suficiente para se arrumar para encontrar com Noah para a exclusiva, na manhã seguinte. Quando se levantou, pegou o celular na mesa de cabeceira, sentido a brisa que vinha da janela aberta lhe refrescando e ao notar que estava atrasada, deu um pulo da cama. Sabia que ele poderia levar a entrevista com outras intenções, mas Ivy apareceria com tantas perguntas que ele ficaria com a garganta seca por falar demais. Daria seu máximo para fazer um trabalho excelente e o resto… deixaria que ele tomasse a iniciativa. Tomou banho rapidamente e após, colocou sua mala sobre a cama. Achou em meio suas roupas um vestido floral lindíssimo, de alças finas e renda, presente de quando Carl havia ido ao Hawaii com sua namorada. Em Toronto, nunca houve ocasião para usar, mas naquele momento poderia passar uma ideia errad