Capitulo 04

Ivy chegou em Bocas Del Toro depois de pegar um barco táxi. Achou a experiência divertida e engraçada, a bela paisagem com ares caribenhos ajudou a se livrar do cansaço da longa viagem. Tinha saído de Toronto, fazendo uma escala na Costa Rica e só depois pousando no Panamá. A exclusividade do evento de lançamento do carro novo da Hanson já demonstrava que público atendia só pela escolha do local. O acesso não era dos mais baratos e ela estava custeada pela emissora, então quem tinha dinheiro para frequentar aquele tipo de evento, era bem de vida.

Não demorou muito e ela já estava fazendo o check-in e o credenciamento para o evento no luxuoso hotel, totalmente reservado para o lançamento do novo carro da Hanson Motors. Conseguiu descansar um pouco quando se instalou no hotel, no quarto com grandes janelas e com vista para a praia. Aproveitou para enviar fotografar a vista e fazer inveja para a irmã, postando em suas abandonadas redes sociais, que só viam uma foto nova a cada seis meses.

Ivy colocou seu álbum favorito da Ariana Grande para tocar e começou a se arrumar no banheiro espaçoso. Não teria muito o que fazer com o cabelo castanho longo recém iluminado e sendo sincera, ele estava até cooperando, ficando ondulado. O que a frustrou foi ter que se demorar tanto cobrindo suas olheiras, que ficavam escuras num tom perto do roxo, coisa que particularmente ela detestava, por ser branca demais, ao menos ouvir sua diva a ajudava a fazer mais rápido.

Escolheu um vestido rosé longo, com decote em V e deixou os cabelos soltos. Katy havia informado que a festa seria no final da tarde, algo um tanto informal, então que ela se vestisse com uma peça coringa e vestido seria a melhor escolha. Em seus pés estavam sandálias baixas pretas e sua boca estava pintada com um batom coral. Havia ganhado algum peso na época de faculdade, o que a ajudou a melhorar a aparência, pois era muito magra quando adolescente, as vezes correndo risco de estar abaixo do peso e a verdade era que pela pouca altura, qualquer quilo a mais era bem vindo, fazendo seus sessenta e quatro quilos parecem bons. Esfregou os pulsos, para fixar mais seu perfume.

— Celular, agenda, carteira… — Enumerar os itens em voz alta, vendo que a agenda não conseguiria levar por causa da bolsa pequena. O jeito seria usar seu celular para fotos, anotações e possíveis gravações, caso a organização da festa não disponibilizasse imagens oficiais. Houve um período de sua carreira que possuía dois celulares, um pessoal e um profissional. Era importunada por pessoas que trocavam notícias por dinheiro e dependendo do tipo de matéria, era melhor ter um aparelho que pudesse ser descartado a qualquer momento. Deu certo durante um tempo, mas acabava sempre deixando o aparelho de trabalho em qualquer lugar e ela percebeu que centrar tudo num único local iria agilizar os seus processos.

No elevador, viu outros jornalistas. Reconhecia colegas de profissão de longe: sempre com celulares nas mãos, trocando mensagens e avaliando notícias que chegavam, com os dedos rolando pelas telas de seus celulares com agilidade. Chegou rapidamente no andar de baixo e a música era animada. Todo o salão estava cheio e já era possível ver o carro, uma obra prima aos seus olhos. Preto com detalhes em vermelho, lustroso, estava com as portas abertas e várias pessoas ao redor, observando como se ele fosse uma celebridade.

Naquela noite, era mesmo, pois custava muitos milhares de dólares, pelo que suas pesquisas sobre carros de luxo haviam de confirmado.

— Aceita uma bebida? — Perguntou um dos garçons que andavam pelo salão, num inglês com o sotaque fofo da língua espanhola, erguendo a bandeja para que a moça escolhesse seu drink.

— Todos contém álcool? — ela era fraca para bebidas e como estava ali a trabalho, não achava certo consumir por diversão, como quando saia com Katy.

— Não este vermelho — o garçom explicou em seu inglês com sotaque que Ivy continuou achando lindo de ouvir. — É uma batida de cereja com energético.

Ivy ficou um pouco receosa ao pegar a bebida, pois era alérgica a morangos. Pegou a taça refinada com o drink e cheirou. Não havia sinais da fruta. Tomou um gole e era nítido o sabor de cereja. — Gracias! — respondeu na língua nativa do local, fazendo o garçom sorrir para ela.

Aproximou-se do carro que estava localizado em uma plataforma giratória para fazer um pequeno vídeo, mas voz feminina soou no salão em inglês e depois em espanhol, avisando que seria iniciada a coletiva de imprensa, fazendo a jornalista apressar o passo, para pegar uma boa cadeira mais à frente no grande salão. Para o azar dela, só as cadeiras mais atrás estavam vagas e pelo jeito, alguns ficariam em pé. Assentou-se e olhou para os lugares vagos na mesa, onde só haviam duas cadeiras principais. Só seriam dois representantes? Agora estava sentindo-se um pouco culpada, pois não havia pesquisado nada de antemão sobre os proprietários da Hanson, não entendia de carros e tentou compensar isso por causa do comentário babaca de Kevin e mesmo assim, sua pesquisa tinha ficado incompleta, pelo que percebia.

Um homem com cabelos claros, alto e bem vestido com calça social, camisa vermelha e colete cinza entrou e se sentou em uma das cadeiras, iniciando o burburinho entre os jornalistas.

— Você sabe quem é aquele homem? — Perguntou para uma moça ruiva que estava sentada ao seu lado. Diferente dela, essa vestia um conjunto de saia e blazer e o cabelo parecia tão preso e apertado num coque, que puxava a raiz preta que já estava aparente.

— Você não sabe? — Olhou Ivy como se fosse uma imbecil. — É Samuel Brown, um dos donos da Hanson. Como veio para um evento onde nem sabe quem é o anfitrião? — Ela deu um olhar de desgosto ao crachá que Ivy tinha ao redor do pescoço, onde estava escrito nome de sua emissora. — Enfim, ele é rico, bem sucedido e está perto de se casar, infelizmente não comigo, porque convenhamos — apontou para onde Samuel estava — ele poderia ser meu Chris Evans pessoal. Só não é mais gato que o sócio... — Concluiu a ruiva, com um sorriso conspirador, indicando a mesa onde Ivy percebeu, com sua visão periférica, que alguém tinha chegado.

Ivy olhou pra mesa e arregalou seus olhos. O outro sócio chegou e sentou-se ao lado de Samuel.

Um homem bonito como aquele não era difícil de reconhecer: Era Noah!

Droga, ele era ainda mais lindo do que eu lembrava!

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