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O CEO E A NOIVA FUGITIVA DO MAFIOSO
O CEO E A NOIVA FUGITIVA DO MAFIOSO
Por: Joss Austen
CAPÍTULO 1 - POR QUE TENHO TANTO MEDO?

Já fazia alguns dias que Malu e a pequena May estavam escondidas naquele pequeno apartamento. Malú sentia-se sufocada ali dentro, o cheiro de mofo e umidade que impregnava o ar, misturava-se com a poeira dos móveis velhos. As paredes descascadas pelo tempo eram de um cinza amarelado e deprimente, e a luz que entrava pela única janela era fraca filtrada por cortinas esburacadas e manchadas. À noite o silêncio era quebrado apenas pelos ruídos distantes da cidade, tornando aquele ambiente ainda mais opressor.

Era um esconderijo sombrio, mas por hora seguro, além disso ela não tinha outra escolha. Visto que desde quando Viktor começou a persegui-la também no Brasil, a paz tornou-se um luxo inalcançável.

E tudo a assustava, visto que podia ouvir o som de seus passos ecoando em sua mente. Ou ver seu olhar que a assombrava e parecia seguia-la até nos sonhos. Mas, o pior de tudo era acordar de seus pesadelos com a sensação repugnante de seus toques, ou de seu cheiro que parecia estar impregnado em sua pele, e a terrível sensação de ser vigiada que não a abandonava, nunca era como um aviso de que ele estava sempre perto.

O medo era um peso constante em seu peito. Isso porque, por mais que tentasse escapar, ele sempre a

encontrava. Era como um caçador implacável, um predador à espreita. Mas ela teve sorte até agora. Sempre conseguiu escapar no último instante, como se uma força maior a protegesse. Talvez fosse sua mãe, do outro lado da vida, zelando por ela e por May.

Porém, por mais improvável que parecesse, ele sempre conseguia encontrá-la. Casas, hotéis baratos, abrigos improvisados... não importava onde ela se escondesse, ele acabava descobrindo. Era como se estivesse presa em um jogo do qual nunca conseguiu escapar. Mas desta vez, algo parecia diferente.

Desconfiada, Malú começou a pensar que Viktor poderia ter colocado um localizador entre seus pertences ou nos de May. Decidida a cortar

qualquer laço com aquele monstro, tomou uma decisão drástica: trocou tudo. Suas roupas, malas e sapatos, até mesmo acessórios. Deixou para trás qualquer coisa que pudesse estar comprometida.

Mas, o que mais lhe doeu foi ter que se livrar do relógio de ouro que seu padrasto, Dimitry lhe dera no seu aniversário de 15 anos. Amava o seu pai e nunca aceitou a morte dele como um simples acidente, por isso prometeu a si mesma que um dia iria investigar a sua morte.

Por isso que quando teve que se livrar do relógio chorou bastante, visto que aquele relógio era um presente precioso para ela, era um símbolo do amor paterno que Dmitry tinha por ela, porém ao penhorá-lo algo aconteceu as suas suspeitas se confirmaram. Pois pela primeira vez em anos, Viktor não apareceu. Nenhuma perseguição. Nenhuma ameaça, um mês inteiro sem fugir.

O choque veio acompanhado de um pensamento terrível. Como ele colocou aquilo ali? Desde quando? Será que desde menina ele já a vigiava? A ideia e deixava com nojo profundo, um arrepio lhe percorreu a espinha como um toque repulsivo.

Malú se lembrou do que encontrou no passado: câmeras escondidas em seu quarto, próximas ao closet, e perto da cama. O pensamento a fez estremecer. Quantas vezes ele a viu despida? Quantas vezes testemunhou seus momentos mais íntimos? O asco se misturava com medo, tornando difícil até mesmo respirar.

Enquanto vestia May e beijava as suas bochechas, terríveis lembranças lhe vieram à tona, lhe causando arrepios ao lembrar que nada disso era recente. O controle de Viktor sobre ela vinha de muitos anos antes, quando ela era ainda muito jovem.

Lembranças de Malú…

Naquela noite em seu aniversário de 15 anos. A festa luxuosa ocorria na mansão Petrova, uma construção imponente de arquitetura neoclássica, cercada por um vasto jardim.

Foi ali, sobre a sombra das árvores frondosas do jardim, que Viktor se aproximou pela primeira vez. Malú sentiu o cheiro amadeirado de seu perfume que se misturava ao aroma floral ao redor, e tal cheiro associado ao medo que sentiu dele, lhe causou náuseas. Ele tomou sua mão com firmeza e a puxou para mais perto.

— Você é minha Malú — sussurrou ele, seus lábios quase roçando seu ouvido. — E não importa onde vá, jamais fugirá de mim.

Ela sentiu um calafrio na espinha e tentou se afastar, mas ele apertou a sua cintura com força, imobilizando-a contra o seu corpo. Nesse momento os olhos dele de um azul profundo e gélido brilhavam como uma ameaça silenciosa.

— Já te deixo de sobreaviso Malú. — continuou ele, baixando a voz. — se deixar que algum idiota te toque, acabarei com ele, e o matarem lentamente. E você assistir à sua morte.

O medo a paralisou. Seu estômago revirou, e sua mente ficou em branco. Depois daquele momento, sua festa perdeu qualquer vestígio de felicidade.

Ela quis contar aos seus pais. Quis gritar. Mas, temia muito por eles. E o pior é que eles nunca perceberam a verdadeira face de Viktor. No entanto, depois daquela noite, a vida de Malú se tornou um verdadeiro pesadelo.

Ela lembrou que a casa onde cresceu era completamente diferente da casa dos Petrova. Uma mansão ampla também, porém acolhedora.

Era rodeada por um jardim vibrante onde variedades de flores exalavam fragrâncias suaves. E dentro da casa os móveis de madeira nobre traziam uma sensação de lar. Ali que ela se sentia segura, ou pelo menos deveria se sentir, mas até lá, foi manchado pela presença de Viktor.

Uma noite quando ela tinha apenas 16 anos, ele apareceu de surpresa na saída do colégio. Ele a arrastou para um beco escuro lhe roubou o seu primeiro beijo de forma dura, para castigá-la a beijando-a à força. Seus lábios eram impiedosos e a dor espalhou pelo rosto de Malú

— Você gosta dos meus beijos, ou dos dele Malú? — sussurrou Viktor, com os olhos faiscando de ciúme doentio.

— Dele?! Dele quem? — perguntou ela desesperada tocando nos lábios doloridos.

— Do garoto que teve a audácia de segurar as suas mãos hoje, na entrada do colégio. E não adianta negar meus homens estão de olho.

O pânico a tomou. Quando descobriu que Viktor mandava seus homens vigia-la, chorando ela implorou:

— Por favor, Viktor não! Não faça mal a Yuri, por favor eu te imploro, eu juro Viktor que não tenho nada com ele, ele é apenas meu amigo!

Ele sorriu com um sorriso cruel e vazio.

— Então ouça, e grave muito bem isso na sua mente, você é minha. E se não quiser que o seu jovem admirador, ou qualquer outro sofra fique longe dos homens. Está me ouvindo?

Ela assentiu, as lágrimas escorrendo pelo rosto. E então ele a pressionou contra o muro, segurando seu rosto com os dedos frios. Ela sentiu que, por algum motivo, ele respirava com dificuldades. Por sorte, ouviu alguém se aproximar. Ele praguejou, pegou no seu queixo e disse:

— Vá minha menina antes… Antes que eu esqueça que eu prometi a mim mesmo. E não consiga esperar para fazê-la minha!

Ela correu. Fugiu como se o inferno inteiro estivesse atrás dela. Seu coração martelava em seu peito, e o ar parecia faltar em seus pulmões. Correu várias quadras até chegar em casa.

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