O CEO E A NOIVA FUGITIVA DO MAFIOSO
O CEO E A NOIVA FUGITIVA DO MAFIOSO
Por: Joss Austen
CAPÍTULO 1 - RUSSOS?!

Já fazia alguns dias que Malu e a pequena May estavam escondidas naquele pequeno apartamento. Malú sentia-se sufocada ali dentro, o cheiro de mofo e umidade que impregnava o ar, misturava-se com a poeira dos móveis velhos. As paredes descascadas pelo tempo eram de um cinza amarelado e deprimente, e a luz que entrava pela única janela era fraca filtrada por cortinas esburacadas e manchadas. À noite o silêncio era quebrado apenas pelos ruídos distantes da cidade, tornando aquele ambiente ainda mais opressor.

Era um esconderijo sombrio, mas por hora seguro, além disso ela não tinha outra escolha.

E tudo a assustava, visto que podia ouvir o som de passos ecoando em sua mente. Ou sentir ser observada e tudo isso a assombrava, até nos seus sonhos. Mas, o pior de tudo era acordar de seus pesadelos com a sensação repugnante toques, e um perfume familiar que estava impregnado em sua pele, e a terrível sensação de ser vigiada que não a abandonava, nunca era como um aviso de que ele estava sempre perto.

O medo era um peso constante em seu peito. Isso porque, por mais que tentasse escapar, ele sempre a encontrava. Era como um caçador implacável, um predador à espreita. Mas ela teve sorte até agora. Sempre conseguiu escapar no último instante, como se uma força maior a protegesse. Talvez fosse sua mãe, do outro lado da vida, zelando por ela e por May.

Porém, por mais improvável que parecesse, ele sempre conseguia encontrá-la. Casas, hotéis baratos, abrigos improvisados... não importava onde ela se escondesse, ele acabava descobrindo. Era como se estivesse presa em um jogo do qual nunca conseguiu escapar. Mas desta vez, algo parecia diferente.

Desconfiada, Malú começou a pensar que ele poderia ter colocado um localizador entre seus pertences ou nos de May. Decidida a cortar qualquer laço com aquele monstro, tomou uma decisão drástica: trocou tudo. Suas roupas, malas e sapatos, até mesmo acessórios. Deixou para trás qualquer coisa que pudesse estar comprometida.

Mas, o que mais lhe doeu foi ter que se livrar do relógio de ouro que seu padrasto, Dimitry lhe dera no seu aniversário de 15 anos. Amava o seu pai e nunca aceitou a morte dele como um simples acidente, por isso prometeu a si mesma que um dia iria investigar a sua morte.

Por isso que quando teve que se livrar do relógio chorou bastante, visto que aquele relógio era um presente precioso para ela, era um símbolo do amor paterno que Dmitry tinha por ela, porém ao penhorá-lo algo aconteceu as suas suspeitas se confirmaram. Pois pela primeira vez em anos, ele não apareceu. Nenhuma perseguição. Nenhuma ameaça, um mês inteiro sem fugir.

O choque veio acompanhado de um pensamento terrível. Como ele colocou aquilo ali? Desde quando? Será que desde menina ele já a vigiava? A ideia e deixava com nojo profundo, um arrepio lhe percorreu a espinha como um toque repulsivo.

Malú se lembrou do que encontrou no passado: câmeras escondidas em seu quarto, próximas ao closet, e perto da cama. O pensamento a fez estremecer. Quantas vezes ele a viu despida? Quantas vezes testemunhou seus momentos mais íntimos? O asco se misturava com medo, tornando difícil até mesmo respirar.

Porém tentando esquecer aquilo, vestiu May e beijou as suas bochechas. Naquele pequeno apartamento abafado, Malú sentiu uma onda de desespero e fúria crescer dentro dela. O medo sempre esteve ali, espreitando, mas ela não fugiria mais. Precisava encontrar um jeito de derrotar ele.

Malú olhou novamente o apartamento encarando as paredes sujas e os móveis velhos, Porém, infelizmente era a única coisa que havia conseguido com seu pouco dinheiro. Ela beijou a testa de May, enquanto ouvia o colchão que ficava no canto do cômodo ranger sob o seu peso.

— Eu prometo, meu amor, isso vai acabar! — falou ela sorrindo para a garotinha.

A garotinha inocentemente lhe sorriu de volta, sem entender a gravidade das palavras dela. O estômago de Malú apertou. Pois infelizmente sabia que não podia enfrentar Viktor sozinha. Precisava de ajuda. Precisava de dinheiro. Precisava proteger a si mesma e a pequena May.

Suspirando, voltou a se concentrar nela, ajeitando as roupinhas gastas da menina e penteando seus cabelos macios. Mesmo naquele lugar sufocante, a criança parecia brilhar como um raio de esperança, era como se fosse a sua pequena luz.

— Agora sim, meu amor — sorriu Malú, forçando-se a acreditar em suas próprias palavras. — Finalmente poderemos ser felizes.

Ela já havia feito amizade com a dona do local. A senhora observava Malú com compaixão. Enquanto mexia algumas coisas em sua pequena cozinha apertada.

— Estou procurando emprego — disse Malú, hesitante. — Ainda não sou formada, mas aceito qualquer coisa. Faxineira, doméstica… só preciso de dinheiro para cuidar da minha pequena.

— Querida, soube que o hotel aqui perto está contratando arrumadeiras. Talvez consiga algo lá.

O coração de Malú se encheu de esperança.

— Acha que me aceitariam?

— Não custa tentar. E, se conseguir, posso te ajudar com a menina nos primeiros meses, até você encontrar alguém para ficar com ela enquanto você trabalha.

— Obrigada, senhora Moreira, a senhora é muito gentil.

— Tente. Se não conseguir, não desista. Tente falar diretamente com o dono. Foi assim que Fabiana, a filha da dona Marta, conseguiu. Ela disse que esse senhor é muito compreensivo e bom. Parece que ele também veio de baixo e compreende nós, os pobres. Coisa muito rara de se ver hoje em dia!

Então, realmente irei amanhã! — falou ela, com as esperanças renovadas.

No dia seguinte, ao acordar, Malú notou que ainda eram seis da manhã, então bem antes do sol nascer completamente Malú se arrumou, vestiu sua melhor roupa — uma blusa simples e calça jeans desbotada — e saiu em busca da vaga. O vento gelado da manhã cortava sua pele, e ela apertou May contra o peito, protegendo-a do frio.

Ao chegar ao hotel, um prédio imponente de vidro e mármore, foi direto ao setor de Recursos Humanos.

Porém, quando foi falar com o encarregado do RH, um sujeito de rosto severo e terno engomado, nem esperou que ela explicasse.

— Impossível trabalhar aqui com uma criança. No colo!

O coração de Malú afundou. Mas apesar de ter ficado inicialmente triste, ela não desistiria, falaria diretamente com o dono. E se o rapaz do RH não escutaria talvez o dono a escutasse, assim como a senhora Moreira falou. Iria explicar-lhe que daria um jeito e que não levaria a pequena com ela, enquanto estivesse trabalhando. Pois, o rapaz do RH não lhe deu nem oportunidade de lhe explicar direito, já foi logo dispensado-a.

Ela soube então que o dono estaria lá à noite. Resolveu que insistiria. Por isso, quando deu nove horas, Malú voltou novamente ao hotel, dessa vez pela entrada principal. O saguão era luxuoso, com lustres brilhantes refletindo na superfície polida do chão. O perfume floral e amadeirado do ambiente misturava-se ao som de conversas abafadas e passos elegantes sobre o tapete.

Ela esperaria o dono no saguão do hotel.

Porém, assim que entrou, observou dois homens pedindo informações para a recepcionista em um português totalmente arrastado. Os homens estavam de costas, por isso não a viram então, um arrepio subiu por sua espinha ao ouvir um sotaque familiar.

Malú congelou “Russos!”. Seus olhos se arregalaram ao vê-los mostrando sua foto para a recepcionista, ela sentiu o seu coração disparar. “Ele me encontrou….” Pensou ela

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