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CAPÍTULO 7 – POSSO IMAGINAR!

Um arrepio percorreu sua pele quando percebeu que estranho também estava acordando. Ele abriu os olhos devagar, piscando algumas vezes antes de focar nela. Um sorriso suave curvou seus lábios, e, ao contrário do que esperava, sua expressão não demonstrava ameaça, apenas um misto de curiosidade e gentileza.

— Bom dia, senhorita! Por favor, não precisa ter medo. Está segura aqui. Está se sentindo melhor? — perguntou Ravi, a sua voz estava ainda rouca pelo sono, mas ainda assim firme e acolhedora.

Malú engoliu em seco, porém a sua garganta seca dificultava a sua fala naquele momento. O medo ainda pulsava em suas veias, principalmente ao lembrar-se da ameaça anterior dele de chamar a polícia, ela inicialmente ficou sem saber o que responder. Não entendia por que ele estava sendo tão gentil agora. Mas a preocupação com May era maior, por isso respondeu:

— Bom dia si... sim estou! — murmurou ela hesitante.

Seus olhos não desgrudavam da pequena que estava nos braços dele, seu instinto gritava para protegê-la a qualquer custo. Malú tinha medo de estranhos, principalmente se fossem homens, e não costumava confiar neles. Por isso, levantou-se e foi até ele, pedindo a garota:

— Por favor, me devolva a minha May. Posso cuidar dela.

Ravi arqueou a sobrancelha, observando-a com atenção, seu olhar afiado captou a tensão em sua postura, e o forte sotaque russo em sua voz o intrigou.

—Tem certeza que consegue cuidar dela? — perguntou ele, percebendo o tremor sutil em seus dedos.

— Sim! — respondeu ela rapidamente

Foi nesse momento que Malú notou que o que estava vestindo. Seu rosto empalideceu ao perceber a camisola leve e absurdamente transparente que cobria seu corpo. O tecido fino revelava muito mais do que deveria, deixando-a exposta de um jeito que a fez sentir-se vulnerável e envergonhada.

Seu coração disparou ainda mais forte ao ver o olhar surpreso de Ravi. Ele não disfarçou o impacto de sua visão. Os olhos dele percorreram sua silhueta de forma involuntária, e por um segundo, ele pareceu estupefato.

O pavor tomou conta dela. Ela se levantou de um salto e correu de volta para cama, puxando o lençol para cobrir seu corpo completamente. Tinha medo quando os homens a olhavam assim, sentia-se muito mal e suja. Seus lábios tremiam naquele momento e sua voz saiu em um sussurro trêmulo:

— Por... por que estou vestida assim? O que aconteceu? foi você quem tirou minha roupa? O que fez comigo? Me dopou? É por isso que estou zonza? Me devolvo a minha May!

Seus olhos estavam cheios de desespero e raiva, e sua respiração estava errática. O medo a dominava por completo.

Ravi franziu a testa, seu semblante ficando sério. A acusação dela o atingiu como um golpe, ele inspirou profundamente antes de responder com a sua voz grave se intensificando a cada palavra:

— Ouça, senhorita! Não é porque é linda que vou te atacar! Não sou nenhum louco abusador. Nunca precisei fazer isso com nenhuma mulher! E não fui eu quem trocou a sua roupa. Foi Camila, a minha governanta. E só está sentindo-se assim porque tive que chamar um médico para lhe atender. Ele te passou alguns calmantes, é por isso que somente agora acordou. Além disso, não entende que, se quisesse me aproveitar de você, teria feito enquanto dormia?

Malu abriu a boca para responder mas as palavras não saíram em vez disso lágrimas escorreram silenciosas por seu rosto ela se encolheu tremendo abraçando joelhos sobre o lençol.

Ao ver a reação dela, Ravi passou a mão pelos cabelos frustrado consigo mesmo: "Droga, fui um idiota tá na cara que alguém a machucou até a alma. Quem seria o desgraçado capaz de ferir uma mulher tão frágil?

Ele suspirou tentando suavizar a sua abordagem, porém ouvi ela sussurrar:

— Será que... po... Poderia trazê-la até aqui? — pediu Malú, com a voz trêmula.

Ele então se aproximou e lhe entregou a Julian se levantou e caminhou até a cama, entregando a garotinha com delicadeza.

— Aqui está a abelhinha! — disse ele brincando com o macacãozinho de abelha da criança, tentando aliviar a tensão.

Malú observou, ainda cautelosa. Sentia-se grata por ter sua filha de volta, mas o medo ainda não a abandonava. Ela abraçou a menina e notou que ele se calou, notou também o olhar dele sobre ela. O quarto ficou em silêncio, e apenas o som suave da respiração da garotinha quebravam o silêncio. Enquanto a luz suave da manhã entrava pelas janelas, e iluminava o quarto com uma tonalidade amarelada.

Ela tentou não sentir medo com a presença dele, mas era quase impossível não sentir isso quando algum homem se aproximava dela. O cheiro do perfume dele — uma mistura amadeirada e cítrica preenchia o ar, tornando sua presença ainda mais marcante, fazendo-a se sentir ainda mais desconfortável.

Ela acariciou a garotinha, que acordou e sorriu para ela, emitindo um som doce de bebê. O coração de Malú apertou, e um sorriso involuntário escapou de seus lábios molhados de lágrimas.

Ravi assistiu a cena em silêncio. Havia algo hipnotizante na forma como uma Malú segurava o bebê, como se May fosse o bem mais precioso da sua vida. “Ela é uma boa mãe” pensou ele, então falou novamente:

— Por favor, desculpe-me por falar assim com você, como se chama? — perguntou ele com a voz mais calma, tentando fazer a garota confiar um pouco mais nele.

Porém, mesmo ainda assustada, e hesitante lhe respondeu:

— Maria Luiza Martinez mas me chamam de Malú, também peço desculpas por ter lhe julgado tão mal.

Ele sorriu levemente antes de responder:

— É um belo nome, muito prazer, senhorita Malú. Meu nome é Ravi Castellani.

— Prazer, senhor Castellani. Bem... aham... O que aconteceu depois que... desmaiei? — perguntou ela, enquanto abraçava a criança com carinho e beijava o seu rosto.

— Bem, como lhe falei, chamei um médico que disse que provavelmente estava com um nível de estresse elevadíssimo, por isso teve uma síncope e desmaiou! — respondeu ele, sério.

Malú então abaixou a cabeça, pensativa, mas nada falou sobre o assunto. Depois, perguntou:

— E por que a May estava com você?

— Ela estava inconsolável enquanto você estava desmaiada e chorava muito no colo de Camila. Porém, quando a peguei, ela calou-se e dormiu. Por isso, não quis correr o risco dela acordar novamente e acabei dormindo com ela no meu colo! — explicou Ravi.

— Obrigada, senhor Sampaio! — falou a garota, de forma envergonhada.

— Obrigada pelo o quê, senhorita? — perguntou ele, intrigado.

— Por tudo, principalmente por não ter chamado a polícia. Eu... — começou a dizer Malú.

— Por favor, senhorita Martinez, esqueça aquela bobagem que eu disse, sim? Fui um completo idiota por ameaçar você daquela forma. Afinal, é visível que não é uma ladra, nem tão pouco uma sequestradora de bebês. — disse Ravi.

— Por que tem... tem tanta certeza agora? — perguntou Malú.

— Bem, você de uma forma mágica conseguiu burlar o alarme de um dos carros mais caros e seguros que tenho e nada roubou. A única coisa que fez foi ter se escondido com a sua bebê nele, porque sei agora que ela realmente é sua. — explicou Ravi.

— Sabe?! — perguntou novamente ela, com as sobrancelhas levantadas.

— Sim, quando Camila vestiu você. Trocou também as roupas da bebê, então observou nas coxas dela o mesmo sinal em forma de coração que você tem abaixo dos seios! — falou ele, de forma suave.

Malú estremeceu levemente por ele saber algo tão íntimo no seu corpo. Ela queria lhe falar algo, no entanto, ele continuou:

— Desculpe por ter julgado você erroneamente, embora ainda não entenda totalmente os motivos que a levaram a entrar no meu carro, porém posso imaginar. — disse Ravi.

Malú engoliu em seco. Nesse momento, Ravi inclinou a cabeça, observando atentamente as reações dela. Ela então o perguntou:

— Pode… imaginar?!

Seus olhos se fixaram nele, e naquele instante, percebeu que Ravi não era apenas um homem bonito, também era muito inteligente e perigosamente perspicaz, talvez até demais…

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