Inicio / Romance / O CEO E A NOIVA FUGITIVA DO MAFIOSO / CAPÍTULO 7 – NÃO ACEITO UM NÃO!
CAPÍTULO 7 – NÃO ACEITO UM NÃO!

Lembranças de Camila…

Camila lembrava-se, vívidamente, da noite anterior. Quando Ravi chegou com Malú desacordada nos braços, seus olhos estavam carregados de preocupação. Ele a deitou com delicadeza no sofá e, sem perder tempo, pediu que ela ligasse para o doutor Fonseca.Também ficou preocupado com a sua filha, que não parava de chorar, pedindo o colo da mãe. May chorava sem parar, ficando com seu rostinho manchado de lágrimas, chamando pela mãe.

— Shhh, pequena… já vai passar… — murmurou Camila, embalando-a nos braços.

Ela preparou uma mamadeira, na esperança de acalmá-la, e por alguns instantes conseguiu. Mas logo May começou a se remexer, inquieta, buscando o calor materno.

Foi então que Ravi pegou a garotinha nos braços. Para surpresa de todos, o choro cessou imediatamente. Não só isso, mas um sorriso tímido iluminou o rostinho da pequena, como se, de alguma forma, ela já confiasse nele.

— Que coisa incrível! Parece que a garota adorou o patrãozinho! — comentou Camila para Fernanda e Gabriela, que observavam a cena.

— Sinal de que já tem bom gosto desde pequena! — brincou Gabriela, piscando para Camila. Por favor, Cami, não me leve a mal, não tá? Mas eu, no lugar dela, também ia preferir o colo dele que o seu! — falou brincando Gabriela, que não perdia uma.

— Menina, pelo amor de Deus! — repreendeu Fernanda, lançando um olhar severo para a filha.

— Que foi, mãe? Eu tenho culpa se tenho um patrão que é um colírio? Cafajeste, sim, mas um gato! Dá até gosto trabalhar pra ele! — falou ela rindo e piscando para Camila. Falava isso só para deixar a sua mãe aborrecida com suas observações atrevidas.

Camila riu, enquanto Fernanda suspirava, resignada com as observações atrevidas da filha. Mas Gabriela não parou por aí.

— Agora, falando sério… vocês viram como aquela moça é linda? Mesmo desmaiada, parecia uma princesa de conto de fadas! E ele estava tão preocupado… será que é namorada do patrão?

Fernanda cruzou os braços.

— Não nos metemos na vida dos nossos patrões, Gabriela. Já te ensinei isso!

— Ah, mãe, só estou comentando! E, sinceramente, qual seria o problema de querer que o patrão seja feliz? Seria lindo ver esta casa cheia de vida, cheia de crianças!

Camila apenas balançou a cabeça, sorrindo. Conhecia bem Gabriela e sua mente alcoviteira. Já devia estar imaginando casamento, filhos e um final feliz para Ravi e a moça misteriosa.

Voltando ao presente...

Quando sentiu o olhar afiado de Ravi, Malú ficou totalmente tensa e isso era visível para ele. Ela engoliu em seco ao ouvir as palavras dele, sentindo seu coração acelerar. O olhar firme dele a atravessava como se pudesse ver além das suas palavras hesitantes, Ravi a encarou e respondeu com franqueza:

— É visível que está fugindo de alguém, porém, tenho toda a certeza de que não é da polícia.

Malú sentiu um frio na espinha. Apertou instintivamente os dedos contra a barra do lençol que ainda a cobria.

— Por que diz isso? — Sua voz soou mais fraca do que ela gostaria.

Ravi inclinou-se levemente para frente, apoiando os cotovelos sobre os joelhos, sem desviar o olhar.

— Porque esse alguém a machucou. Muito. E, pelo jeito, ainda quer machucá-la.

Ela arregalou os olhos e, sem perceber, segurou a respiração. A mente dela disparava, tentando encontrar uma resposta convincente.

— Não, senhor Castellani, acredite está enganado, não é bem assim eu... eu estava fugindo sim, mas não… — começou a dizer Malú.

Porém, de repente parou, antes que pudesse falar em algo, sentiu uma onda de pânico, ao lembrar de uma coisa importante, então encarando-o perguntou assustada:

— A minha mochila… onde está?— murmurou, virando-se bruscamente e imaginando que ele poderia ter visto o conteúdo dela.

Ravi, porém apenas ergueu o queixo, apontando para o sofá com um leve movimento de cabeça. Lá estava sua mochila, intacta. O alívio veio rápido, mas não o suficiente para apagar o medo. Ela se levantou apressadamente, e ainda segurando o lençol sobre o corpo, caminhou até o sofá e agarrou a alça com força.

Ravi a observou em silêncio. Era nítido que aquele objeto era mais do que apenas uma mochila. Talvez contivesse tudo o que ela tinha de mais valioso.

— Então, se não é como eu imagino… — Ele inclinou-se para frente. — O que aconteceu?

Malú abaixou o olhar, os dedos brincando nervosamente com o zíper da mochila.

— Estava apenas fugindo do meu patrão, queria um trabalho de arrumadeira lá no hotel, seria ótimo para mim, porém queria garantir-me primeiro, para depois lhe dar um pé na bunda dele.

— Bem, se estava procurando novo emprego não tinha porque fugir dele, não é mesmo? — falou Ravi sondando-a.

— Bem… é que eu ainda não tinha garantia de novo emprego, e como ele é muito mal caráter, se me visse procurando trabalho ali, provavelmente me despediria, sem meus direitos, eu só queria um trabalho novo, algo mais seguro… — Ela engoliu em seco, desviando os olhos. — Quando o vi no hotel, fiquei com medo. Então me escondi no seu carro…— falou ela, mentindo-lhe.

As palavras saíram apressadas, e Ravi percebeu imediatamente a mentira. Mas antes que pudesse contestá-la, o som frágil de um choro de bebê cortou o ar.

Malú imediatamente esqueceu sua defesa e se apressou para embalar a pequena May.

— O que foi, minha florzinha? — sussurrou ela, acariciando os cabelos sedosos da garotinha.

Mas o choro não cessou. May remexia-se inquieta nos braços da mãe, e Ravi franziu o cenho então perguntou preocupado:

— O que ela tem, está com dor?

Malú balançou a cabeça em negativo, ajeitando melhor a menina no colo.

— Não… está apenas com fome…

— Então por que não a amamenta?

Ravi perguntou naturalmente, mas a reação de Malú foi imediata. O rubor tingiu-lhe as bochechas, e seus olhos arregalaram-se como se ele tivesse dito algo absurdo.

Ravi cruzou os braços, sentindo um leve incômodo pela reação dela.

— Ah, não! Por Deus, garota, acredita mesmo que sou tão pervertido a esse nível? O que preciso fazer para você parar de me olhar assim?

— Não… — Malú baixou a cabeça, envergonhada. — — Não, senhor Sampaio, desculpe, entendeu-me mal. Não é isso… é que eu… nunca pude amamentá-la…

O silêncio que se seguiu foi denso. Ravi piscou algumas vezes, assimilando a informação. Pela primeira vez, viu algo além do medo nos olhos de Malú: uma dor profunda, algo que a corroía por dentro.

Ele pigarreou e coçou a nuca, sentindo-se um completo idiota.

— Bom… acho que também fui um pouco grosso… Mas já que estamos falando de comida… — Ele forçou um sorriso. — Acredito que ambas devem estar famintas. Camila já preparou o café, e aposto que vai me matar por não ter lhes chamado antes.

Ele havia esquecido de convidá-la para o café. Afinal, a poucas horas atrás, Camila falou que serviria o café, mas como ambas estavam ainda dormindo, esperou elas acordarem. Porém, quando começou a conversa com aquela incógnita em forma de mulher, ele acabou esquecendo.

Ravi ergueu-se e ajeitou a gola da camisa, então sorriu para a garotinha que estava nos braços dela.

— O que essa fofinha gosta de comer?

May, que havia parado de chorar, encarou-o curiosa, fazendo com que um sorriso banguela surgisse em seu rostinho.

Então falou:

— Então vamos levar a pequena para tomar café. Afinal, após alimentá-la, você me dará a honra de tomar café comigo.

Malú hesitou.

— Eu… não precisa se preocupar comigo…

ravi a interrompeu.

— Não aceitarei um "não" como resposta. Você precisa se alimentar bem. Ordens médicas. Além disso, precisa conhecer minha equipe. Quem sabe isso a ajude a perceber que não sou nenhum monstro abusador? Os únicos homens que existem nesta casa são os meus três seguranças e o seu Alfredo, o motorista — disse Ravi.

— Mas eu…

— Já disse! Está debaixo do meu teto, e querendo ou não, terá que me obedecer. — falou ele de forma séria, depois suavizou o rosto e falou olhando novamente para a menina:

— Agora vamos, antes que essa coisinha linda e coradinha volte a abrir a boquinha chorando! — falou ele rindo para a menina e recebendo um lindo sorriso de volta.

Malú suspirou derrotada, mas não contestou. Quando viu Julian segurar May com tanta naturalidade, algo dentro dela suavizou. A garotinha o observava como se já o conhecesse há muito tempo, e isso a surpreendeu.

May normalmente não gostava de estranhos. Mas ali, no colo daquele homem que até ontem era um desconhecido, parecia incrivelmente à vontade.

— Vamos? — Ravi estendeu a mão para Malú, mas ela apenas assentiu, caminhando atrás dele.

Sigue leyendo en Buenovela
Escanea el código para descargar la APP

Capítulos relacionados

Último capítulo

Escanea el código para leer en la APP