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CAPÍTULO 6 – QUEM É VOCÊ?

Porém, naquele momento pensando rápido, Malú apertou os lábios e, com um leve tremor na voz, respondeu em russo:

— Извините, господин, я не понимаю, что вы говорите. (Desculpe, senhor, não compreendo o que diz.)

Ravi piscou, de queixo caído, pensou: " Russo?! A garota está falando em russo? É isso mesmo, ou estou ficando louco?"

Ele se inclinou ligeiramente para frente, os olhos fixos nela. A mulher, por sua vez, deu um passo para trás instintivamente, apertando ainda mais o bebê contra o peito, e olhando em todas as direções, parecia estar procurando uma possível rota de fuga. Mas Ravi sabia que era impossível ela sair de lá, visto que o portão já estava fechado, e na frente havia três seguranças.

No entanto, ela também tentava proteger o bebê do vento e da garoa que havia ficado depois da chuva, enquanto balançava o bebê que gradativamente calou-se. Por isso, Ravi falou novamente:

— Perguntei quem é você e ainda não ouvi sua resposta!

E novamente ela falou em russo, dizendo:

— Господин, я вас не понимаю! (Senhor, não o compreendo!)

Ravi sorriu de lado, então, aborrecido, falou também em russo:

— Возможно, теперь ты понимаешь, что я устал от твоих игр, мисс. Если ты не скажешь сейчас, кто ты и что делаешь с ребенком в моей машине, я немедленно вызову полицию! (Talvez agora compreenda, já cansei dos seus joguinhos, senhorita. Se não disser agora quem é você e o que faz com um bebê dentro do meu carro, chamarei a polícia imediatamente!)

O choque estampou-se no rosto da mulher. Ravi percebeu o instante em que ela percebeu que ele também falava russo fluentemente. Sua reação foi automática:

— Maldição! — ela murmurou, agora em português.

Ravi teria rido, se a situação não fosse tão absurda.

— Ora, vejam só — disse ele, cruzando os braços. — Não é que você fala português perfeitamente? Achou que me enganaria? Agora, vou perguntar pela última vez: quem é você e o que faz no meu carro? Se não me responder o que perguntei, chamarei a polícia imediatamente. Vamos, responda logo!

Disse ele, pegando o celular e novamente crivando-a de novas perguntas:

— É uma ladra? Queria roubar o meu carro? Esse bebê é seu ou o roubou também? Como se chama?

Malú apenas sacudia a cabeça em negativo, para ele. No entanto, ao invés de responder-lhe, aproveitou a sua distração e enquanto ele tentava discar o celular, ela se lançou em uma corrida desesperada na direção do portão. Mesmo com o bebê no colo, ela se movia com rapidez impressionante, o seu tênis quase não fazia som contra a pedra molhada.

Ravi reagiu no mesmo instante. Com poucos passos largos, alcançou-a e segurou seu ombro.

A reação dela foi imediata—todo o seu corpo se encolheu violentamente, como se o simples toque dele fosse uma ameaça mortal.

— Não! Por favor, não me toque! Não me faça mal!

O grito dela ecoou pelo pátio, gelando Ravi até os ossos.

Ele ergueu as mãos no mesmo instante, alarmado com a intensidade do pavor nos olhos da mulher. Ela tremia, os dedos crispados ao redor da criança, e o bebê começou a chorar de novo, contagiado pelo desespero da mãe.

— Senhor Castellani, essa moça tentou roubá-lo? — perguntou um dos seguranças, aproximando-se com cautela. — O senhor precisa de ajuda?

Ravi lançou um olhar severo.

— Afastem-se.

Os seguranças obedeceram, mas permaneceram alertas.

Ele então voltou sua atenção para a mulher.

— Ninguém vai te machucar — disse, suavizando a voz. — Mas preciso de respostas.

Ao observar todos eles à sua volta, Malú ficou ainda mais apavorada, encostando a costa no portão, toda encolhida, enquanto abraçava a sua bebê e chorava junto com ela, que também voltou a chorar convulsivamente, com os gritos de Malú e o frio. Ela então falou:

— Por favor, não! Eu não fiz nada, eu juro, senhor, não chame a polícia! — disse Malú, com lágrimas nos olhos.

Ravi, ao observar isso, fez sinal para os seguranças se afastarem novamente. A reação da mulher indicava claro sinais de traumas. Por isso, gradativamente, tentou se aproximar dela, que disse:

— Por favor, senhor, não faça isso comigo! De novo, não! Não vou suportar!

— Isso o quê, moça? — perguntou Ravi, com uma voz suave.

— Se levar-me para a polícia, eles me entregarão a ele, e também a May. Por favor, não! — respondeu Malú, com um tom de desespero.

— Psiu... calma, moça. Do que está falando? — perguntou Ravi, enquanto começava a desabotoar os botões do seu paletó.

Malú estava tão assustada que nem sequer percebeu quando ele começou a fazer isso. Ele queria apenas cobri-las para protegê-las do frio. Porém, quando ela levantou o olhar e o viu fazer isso, entendeu algo totalmente diferente. Então, soltou outro grito de terror.

Ravi aproximou-se dela de uma vez, quando viu que iria desmaiar. A segurando em seus braços, então gritou para um dos seus seguranças:

— Bruno, segure a criança…!

Ao amanhecer…

Malú despertou lentamente, sentindo o seu corpo pesado, como se estivesse envolta numa névoa densa. Sua cabeça latejava, e uma leve sensação de torpor dominava seus sentidos. O colchão macio sob seu corpo era diferente de tudo que estava acostumada ultimamente — tinha um toque aveludado, confortável demais para ser um lugar familiar. Um perfume floral e amadeirado pairava no ar misturando-se ao cheiro fresco de lençóis recém-lavados.

Com esforço, ela abriu os olhos e piscou algumas vezes para se acostumar à claridade difusa do quarto. O ambiente a sua volta era sofisticado e moderno, como se tivesse saído diretamente de um filme. As paredes eram pintadas em um tom creme elegante, e detalhes dourados refletiam a luz suave que entrava pela grande janela de vidro. O lustre pendurado no teto irradiava um brilho delicado, conferindo ao local uma área de requinte.

Por um breve momento, Malú sentiu-se perdida, como se estivesse vivendo um sonho irreal. Mas então, o pânico atingiu em cheio. Seu peito se apertou quando a lembrança da noite anterior surgiu em sua mente, e seu coração disparou descontroladamente.

— O que aconteceu? Onde estou? Meu Deus, será que estou nas mãos de Viktor novamente?

Então, percebeu que May não estava ao seu lado, e ficou ainda mais aterrorizada. Seu corpo reagiu antes mesmo de sua mente processar a situação. Tentou se erguer abruptamente, mas sua cabeça girou violentamente, e uma tontura esmagadora a obrigou a se apoiar nos travesseiros. Sua respiração estava acelerada, e um frio intenso percorreu sua espinha.

Foi então que sua visão se voltou para a janela, e o que viu fez seu sangue gelar.

A pequena May dormia plácidamente no colo de um homem desconhecido. Ele estava sentado em um sofá próximo à janela, sua cabeça apoiada no encosto, e seu peito subia e descia em uma respiração tranquila. Os traços bem definidos do seu rosto foram iluminados por um feixe de luz dourada que atravessava a cortina entreaberta. Seu cabelo loiro estava levemente bagunçado, e sua expressão serena contrastava com a tempestade de medo que se formava no peito de Malú.

Ela levou as mãos à boca, abafando o soluço. Seus olhos arregalados se fixaram nele, e, aos poucos, as memórias voltaram como flashes desordenados. O homem se aproximou dela, seu corpo cedendo a exaustão, e a inconsciência engolindo…

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