Enquanto isso, longe dali... — Maldição, maldição! Como assim não a encontraram? Como podem ser tão burros! A ponto de ser enganados por aquela criança?! — disse Viktor, jogando o seu copo contra a parede enquanto vociferava para os seus homens que estavam de cabeça baixa para eles. Então, um deles se atreveu a falar: — Senhor, a ga… garota fugiu de nós do hotel, porém não voltou para o apartamento que estava, para buscar as suas coisas. Então, não fazemos ideia de on.. onde esteja, porém, sabemos que agora ela está realmente sem nada. Tudo que tinha deixou para trás! — E julgam que ela seria tão burra a ponto de voltar por meros trapos velhos? A minha menina é muito esperta e não idiota como vocês. É tão esperta que já enganou vocês várias vezes, seus imbecis! Droga! E agora, por suas incompetências, terei que refazer as investigações para saber para onde ela foi! — falou Viktor, aborrecido, segurando o homem pelo colarinho. Então o jogou no chão e com a faca que havia em sua mã
CAPÍTULO 12 – ISSO É DESEJO DOENTIO! Quando Malú finalmente alcançou a mansão de Dmitry, ele já estava lá, como uma sombra que não podia ser escapada. Antes que ela pudesse gritar, ele a agarrou pelo pulso, puxando-a com força brutal para um canto escuro do jardim. Seus lábios encontraram os dela com uma luxúria que parecia consumir tudo ao redor. Ele queria mais—muito mais. Cada pedaço dela, cada suspiro, cada tremor. E quanto mais ela resistia, mais o desejo sombrio dentro dele crescia, alimentado pela luta inútil dela.Mas, como se o destino insistisse em brincar com ele, outra interrupção surgiu. Uma voz familiar ecoou pelo jardim, cortando o ar pesado como uma faca.— Malú, onde você está, querida? Eu vi você chegar, mas não vi você entrar na mansão! — Era Olga, a governanta, com um tom de preocupação que Viktor achou irritantemente falso.Olga era a única naquela casa que não caía em seu charme. Ele sabia que aquela velha intrometida havia aparecido de propósito, como se senti
Viktor olhava para Malú com um olhar fixo, como se ela fosse uma posse sua. — Você é minha, Malú e nunca mais tente escapar de mim porque seja onde for, vou te encontrar, e você vai pagar muito caro por sua fuga entendeu?! — ele disse isso, com o tom de voz baixo e ameaçador. Malú sentiu um arrepio na espinha, seu medo surreal crescendo a cada segundo. Ela tentou se soltar dos seus braços com desespero e nojo, mas Viktor a segurou, com ainda mais força. — Sinto muito, coelhinha, mas jamais vou deixar você partir. Você é minha agora e será para sempre! — Sua voz ecoou pelo quarto, carregada de uma obsessão que fez o ar parecer mais pesado. Malú sentiu o coração acelerar, as paredes se fechando ao seu redor. Não havia escapatória.Ele avançou, às mãos ávidas, rasgando seu vestido em um movimento brusco. As peças menores seguiram o mesmo destino, caindo em farrapos ao chão. Malú se debatia, os olhos inundados de lágrimas, as unhas arranhando sua pele enquanto socava o peito dele com to
Ravi estava em seu escritório, imerso no trabalho. A manhã havia sido exaustiva, mas ele não reclamava. Afinal, desde a fusão das duas empresas Baby Bliss e Green Valley, há dois anos, sua carga de trabalho triplicou. Ele sorriu ao se lembrar da vídeo chamada que tivera minutos antes com Eduardo, seu pai, e Natália, sua cunhada. — Ué, filho, por que reclamar? — disse Eduardo, com um sorriso maroto. — Não é você mesmo quem sempre diz: “O trabalho dignifica o homem”... Pois então, aproveite e seja o homem mais digno do mundo! — Ele riu, piscando para Natália, que logo acrescentou:— É, cunhado, ninguém disse que seria fácil! — falou ela, com um tom desafiador, mas carinhoso.Ravi sorriu, sentindo-se aquecido pela leveza daquela conversa. — Me sinto o Hércules ultimamente — respondeu, brincando. — Agora, me digam: como faço para descasar você e o Heitor, hein?Era uma piada recorrente entre eles. Ravi sempre dizia que fora graças ao casamento de Natália e Heitor que as duas empresas r
Ravi sabia que Alexandre tinha um fraco por mulheres bonitas, assim como ele. Mas, ao contrário dele, Ravi, era mais seletivo, não saia com mulheres casadas, Alexandre, no entanto não media esforços quando se tratava de uma conquista. E, muitas vezes, isso o colocava em situações complicadas. Olhando para o rosto aflito do amigo, Ravi perguntou, já suspeitando da resposta: — Não me diga que você foi tão indiscreto a ponto de Lívia e Ruana descobrirem? Alexandre coçou a cabeça, em um gesto nervoso, e respondeu: — Elas têm fotos e vídeos... muito comprometedores de Ângela e eu. E isso... — E isso só prova que devemos nos manter muito longe delas! — interrompeu Ravi, firme. — Não quero essas mulheres na minha casa, ainda mais sabendo que... — Sabendo, que o quê? — indagou Alexandre, com a sobrancelha arqueada. Ravi hesitou por um momento, mas logo se recuperou. — Sabendo que... os meus verdadeiros amigos estarão lá. Eu simplesmente não desejo essas mulheres na minha casa.
Já fazia alguns dias que Malu e a pequena May estavam escondidas naquele pequeno apartamento. Malú sentia-se sufocada ali dentro, o cheiro de mofo e umidade que impregnava o ar, misturava-se com a poeira dos móveis velhos. As paredes descascadas pelo tempo eram de um cinza amarelado e deprimente, e a luz que entrava pela única janela era fraca filtrada por cortinas esburacadas e manchadas. À noite o silêncio era quebrado apenas pelos ruídos distantes da cidade, tornando aquele ambiente ainda mais opressor.Era um esconderijo sombrio, mas por hora seguro, além disso ela não tinha outra escolha. Visto que desde quando Viktor começou a persegui-la também no Brasil, a paz tornou-se um luxo inalcançável. E tudo a assustava, visto que podia ouvir o som de seus passos ecoando em sua mente. Ou ver seu olhar que a assombrava e parecia seguia-la até nos sonhos. Mas, o pior de tudo era acordar de seus pesadelos com a sensação repugnante de seus toques, ou de seu cheiro que parecia estar impregn
E quando entrou correndo não observou direito, então trombou com seu pai. Dimitry segurou seus ombros, evitando que ela caísse.— Calma querida, para que tanta pressa? O que houve? Por que você está chorando?Ela abriu a boca para contar. Para gritar a verdade. Mas ao olhar para fora, viu o carro de Viktor se aproximando. Seu coração congelou.— Não se preocupe pai. Falou ela forçando um sorriso, tentando esconder a verdade. — é coisa de menina, estou apenas sentindo uma leve dorzinha aqui e preciso correr para o meu quarto. — Falou ela, fazendo gestos enquanto tocava a própria barriga.O seu pai sorriu-lhe, sem jeito, enquanto Viktor se aproximava por trás dele, e lançou a ela um olhar frio de alerta. Dmitry então disse:— Eee, filha, então se é coisa de menina, papai é um completo ogro. Mas a sua mãe já chegou do trabalho. Vou falar com ela para te ajudar. Mas olha, se estiver com muita dor, posso te levar ao médico, meu anjo.Falou ele, ainda preocupado.— Não, pai, não é necessár
Ao chegar ao hotel, um prédio imponente de vidro e mármore, foi direto ao setor de Recursos Humanos. O corredor tinha um cheiro forte de produtos de limpeza e café requentado. Porém, quando foi falar com o encarregado do RH, um sujeito de rosto severo e terno engomado, nem esperou que ela explicasse.— Impossível trabalhar aqui com uma criança. No colo!O coração de Malú afundou. Mas apesar de ter ficado inicialmente triste, ela não desistiria, falaria diretamente com o dono. E se o rapaz do RH não escutaria talvez o dono a escutasse, assim como a senhora Moreira falou. Iria explicar-lhe que daria um jeito e que não levaria a pequena com ela, enquanto estivesse trabalhando. Pois, o rapaz do RH não lhe deu nem oportunidade de lhe explicar direito, já foi logo dispensado-a.Ela soube então que o dono estaria lá à noite. Resolveu que insistiria. Por isso, quando deu nove horas, Malú voltou novamente ao hotel, dessa vez pela entrada principal. O saguão era luxuoso, com lustres brilhantes