Ravi estava em seu escritório, imerso no trabalho. A manhã havia sido exaustiva, mas ele não reclamava. Afinal, desde a fusão das duas empresas Baby Bliss e Green Valley, há dois anos, sua carga de trabalho triplicou. Ele sorriu ao se lembrar da vídeo chamada que tivera minutos antes com Eduardo, seu pai, e Natália, sua cunhada. — Ué, filho, por que reclamar? — disse Eduardo, com um sorriso maroto. — Não é você mesmo quem sempre diz: “O trabalho dignifica o homem”... Pois então, aproveite e seja o homem mais digno do mundo! — Ele riu, piscando para Natália, que logo acrescentou: — É, cunhado, ninguém disse que seria fácil! — falou ela, com um tom desafiador, mas carinhoso. Ravi sorriu, sentindo-se aquecido pela leveza daquela conversa. — Me sinto o Hércules ultimamente — respondeu, brincando. — Agora, me digam: como faço para descasar você e o Heitor, hein? Era uma piada recorrente entre eles. Ravi sempre dizia que fora graças ao casamento de Natália e Heitor que as duas empresas
Ravi sabia que Alexandre tinha um fraco por mulheres bonitas, assim como ele. Mas, ao contrário dele, Ravi, era mais seletivo, não saia com mulheres casadas, Alexandre, no entanto não media esforços quando se tratava de uma conquista. E, muitas vezes, isso o colocava em situações complicadas. Olhando para o rosto aflito do amigo, Ravi perguntou, já suspeitando da resposta: — Não me diga que você foi tão indiscreto a ponto de Lívia e Ruana descobrirem? Alexandre coçou a cabeça, em um gesto nervoso, e respondeu: — Elas têm fotos e vídeos... muito comprometedores de Ângela e eu. E isso... — E isso só prova que devemos nos manter muito longe delas! — interrompeu Ravi, firme. — Não quero essas mulheres na minha casa, ainda mais sabendo que... — Sabendo, que o quê? — indagou Alexandre, com a sobrancelha arqueada. Ravi hesitou por um momento, mas logo se recuperou. — Sabendo que... os meus verdadeiros amigos estarão lá. Eu simplesmente não desejo essas mulheres na minh
Antes de Malú descer, Ravi não resistiu e perguntou a Camila: — Como ela passou o dia? Desceu, conseguiu interagir com vocês? Sentiu-se bem aqui? Camila sorriu, notando a preocupação do patrão com a jovem, e respondeu: — Sim, ela se sentiu muito bem. Mas ninguém conseguiu convencê-la a não ajudar. No fim, ela acabou preparando o jantar no lugar de Fernanda. Acho que queria se sentir útil de alguma forma. Desculpe, não pudemos negar! Ravi sorriu, acenando com a cabeça. — Tudo bem, Camila. Ela é livre para fazer o que quiser. Se ela se sentiu bem ajudando, não há problema. — Não é só isso, Ravi — continuou Camila, animada. — A senhorita Malú é incrível na cozinha! Quando provar a comida dela, vai entender o que estou dizendo. Ela também adorou a estufa e passou a manhã inteira lá com a May. Ravi sorriu novamente, agradecendo pela informação. Enquanto Camila subia as escadas para encontrar Malú antes que ela descesse, Ravi ficou pensativo, segurando um sorriso discreto. Al
Quando Malú percebeu que Ravi não estava disposto a desfazer o mal-entendido, encarou-o com os olhos arregalados e cheios de dúvidas. Ele se aproximou dela, puxando-a suavemente pela cintura, e, naquele momento, para Malú, foi como se o mundo tivesse parado. Ela sentiu o calor subir às suas bochechas, corando intensamente. Ravi sorriu ao ver o rosto dela ruborizar. Virou-se para os amigos e disse com deboche: — Acham que sou idiota o suficiente para apresentar minha namorada a vocês dois, conhecendo a “boa índole” de amigos fura-olho que têm? Que tal pararem de secar minha garota e voltarem ao trabalho? Ele olhava com ar aborrecido para os amigos, mas, ao virar-se para Malú e perceber a dúvida em seus olhos, suavizou a voz e disse: — Malú, meu amor, pode me esperar na sala com nossa filha? Estou quase terminando aqui, ok? Ela acenou, embora não entendesse por que Ravi mentira para os amigos sobre a relação deles. Decidiu não contestar, mas, em vez de esperar na sala, subiu pa
Malú, com o rosto marcado pelo pavor, soltou as mãos de Ravi e começou a negar freneticamente com a cabeça. Ela não conseguia mais mantê-lo no olhar. As lágrimas jorravam enquanto ela se encolhia, abraçando o próprio corpo, e entre soluços, confessou: — Não... o pai de May não... ele... ele... Ravi, com o coração apertado, perguntou: — Você o amava? Ela confirmou, com a voz trêmula: — Sim... Ele ficou ainda mais indignado, sua voz carregada de raiva contida: — E por isso ele se aproveitou de você... — Não! — ela interrompeu, quase gritando. — Não foi isso... Eu amo o pai da May porque... porque ele também é o meu pai. May não é minha filha... ela é minha irmã! Ravi ficou estático, totalmente surpreso. Ele respirou fundo, tentando processar aquela revelação. Ele não conseguia entender por que Malú escondia tantas coisas, mas sabia que havia algo muito terrível por trás de tantos segredos, por isso encarando-a perguntou: — E onde estão os pais de vocês, duas? Malú
Ravi ouvia atentamente tudo o que Malú contava, mas em nenhum momento demonstrou medo de Viktor. Pelo contrário, sua expressão era de pura raiva. Enquanto andava de um lado para outro, ele perguntou: — Você disse que aquele maldito te sequestrou. Para onde ele te levou? — Viktor me levou para uma *skerry chamada *Fantaziya. — Malú respondeu, sua voz trêmula. — Só consegui sair de lá com a ajuda da minha mãe e de Olga, nossa governanta e minha ex-babá. No dia em que elas me tiraram daquela ilha maldita, Irina nos contou tudo o que sabia sobre Viktor. — E como ela sabia de tudo isso, e vocês não? — Viktor morou por muitos anos na França, onde o irmão de Olga, Máxime, um investigador policial, vivia. Foi por meio dele que ela descobriu o que Viktor realmente era. Olga me disse que, desde o primeiro momento em que o viu me olhar com aquele olhar de predador, ela sabia que eu corria perigo. Por isso, ela me protegeu o quanto pôde. — E como conseguiram descobrir onde você estava? A Rúss
Ravi a encarou, seus olhos cheios de uma mistura de preocupação e determinação. Ele pegou suas mãos com delicadeza, fazendo-a sentar-se ao seu lado. Sua voz era suave, mas firme: — Você realmente acha que sou tão covarde assim, linda? — Não, Ravi, não é isso… — ela começou, mas ele a interrompeu gentilmente. — Não? Porque foi exatamente isso que você deu a entender quando disse que sairia da minha proteção por medo de que Viktor pudesse me fazer algum mal. — Eu sei que você não é covarde, mas entenda, Ravi... Viktor não tem limites. Ele é... — Já sei, Malú. — Ravi cortou, sua voz carregada de uma seriedade que a fez calar. — Viktor é um mafioso perigoso, e não há limites para as maldades que ele é capaz de cometer. Mas você realmente acha que eu deixaria você ir embora assim? Sabendo de tudo o que ele pode fazer contra você e sua irmãzinha? Simplesmente por medo do que ele pode fazer comigo? Não, Malú. Jamais deixaria você ir.** — Não cabe a você essa decisão! — Malú respon
Malú foi para a sala de jantar esperar por Ravi, mas dessa vez, decidiu convidar todas as outras mulheres da casa para sentarem à mesa com ela. Era uma forma de se sentir mais à vontade e de integrá-las àquele momento. — Mas, senhorita Malú, não podemos! — Gabriela protestou, hesitante. — Se todas nós sentarmos à mesa, quem vai servir? — Nós mesmas nos serviremos. — Malú respondeu, com um sorriso caloroso. — Acredito que não vai cair nenhum dedo por causa disso, não é? E, por favor, não me chame de senhorita Malú. É só Malú, ok? Gabriela riu, mas ainda parecia insegura. — Mas o que o senhor Ravi vai dizer se nos vir todas sentadas à mesa? — Ele vai dizer que adora a companhia de vocês. — Malú respondeu, com um brilho nos olhos. Nesse momento, Ravi entrou na sala e, ao ver todas as mulheres sentadas à mesa, arqueou uma sobrancelha. Ele olhou para Gabriela, que estava claramente nervosa, e disse com um sorriso: — Gatinha, se eu disser que gosto da companhia de vocês, vai se