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CAPÍTULO 4 – É UM CHORO DE BEBÊ?

Ravi franziu o cenho totalmente incrédulo.

"Ouvi certo?" Se perguntou ele com um olhar tenso e fixo no espelho retrovisor. Então o som veio de novo, um choro abafado e trêmulo. Dessa vez, o som estava um pouco mais claro.

— É um... choro de bebê realmente! — Confirmou ele aborrecido e incrédulo, enquanto sentia o seu coração acelerar, e uma corrente de adrenalina disparar por suas veias, misturando raiva e indignação.

Ainda parado dentro do carro pensou: "Seria realmente possível alguém ter colocado um bebê dentro do meu porta-malas?”

Porém o choro que veio, baixo inicialmente, em questão de segundos, se tornou um grito claro e desesperado.

— O que diabos estava acontecendo? — sussurrou ele.

Sem perder tempo, saiu do carro e caminhou até a traseira, cada passo dele que ecoava no silêncio da noite misturado a umidade do ar tornava a atmosfera pesada, bem como tudo muito inusitado.

Porém ao ouvir o choro infantil com ainda mais nitidez, Ravi sentiu o seu coração bater acelerado enquanto se aproximava da traseira do carro. Com a mão firme, hesitou por um instante antes de abrir o porta-malas.

Engolindo em seco, destravou-o. A tampa se ergueu suavemente, revelando uma visão que fez seu corpo congelar... E seus olhos se arregalar, enquanto fixava-se na figura dentro do compartimento, e por um momento, sua mente recusou-se a processar o que via.

Uma jovem mulher, encolhida, segurava um bebê contra o peito. Seus olhos verdes estavam arregalados, refletindo um misto de medo, alívio e confusão. O bebê, de pele rosada e cabelos escuros, chorava com desespero, as mãozinhas pequenas se fechando e abrindo freneticamente.

Ravi piscou, tentando se convencer de que não estava delirando. Seu cérebro lutando para juntar as peças.

"Como isso é possível?!", pensou.

A mulher diante dele respirava ofegante, segurando a

criança com força, como se o pequeno corpo frágil fosse sua única âncora na realidade. Mas algo mais capturou sua atenção — o perfume. Era dela.

O mesmo cheiro doce que o atormentara durante todo o trajeto. Por um instante, o tempo pareceu desacelerar. Ele observou cada detalhe da desconhecida. Os cabelos longos e escuros grudados na pele úmida, a roupa amarrotada, os lábios trêmulos. Seus olhos, grandes e expressivos, eram idênticos aos do bebê.

Quando Malú ainda dentro do porta malas do carro viu o dono observando-a com um olhar totalmente incrédulo, foi como se seu mundo tivesse parado. Na sua mente, criou-se um misto de medo e alívio: medo porque não sabia qual seria o próximo passo dele, alívio por ter saído daquele sufoco e poder sentir a pequena finalmente se consolar em seus braços

Por outro lado, para Ravi também não era diferente. Diante dos seus olhos, ele viu uma bela mulher de olhos verdes e assustados sair do seu porta-malas com um bebê. Tudo parecia tão irreal.

Quando a mulher toda encolhida saiu de vez do porta-malas com o bebê no colo. Ele piscou novamente, afastando o torpor e perguntou:

— Quem é você? — Sua voz saiu firme, mas sem agressividade. — O que faz no meu carro? E como conseguiu entrar?

A mulher o encarou com uma mistura de espanto e medo. Seu peito subia e descia de forma irregular, e Ravi viu as lágrimas brilhando em seus olhos, como se estivesse à beira do colapso.

Ele sentiu um impulso estranho de protegê-la, mas sua razão gritava mais alto, e ainda estava confuso e intrigado com a situação, por isso falou novamente:

— Perguntei quem é você?

Disse ele, entre incrédulo e fascinado, porém naquele momento pensando rápido, Malú apertou os lábios e, com um leve tremor na voz, respondeu em russo:

— Извините, господин, я не понимаю, что вы говорите. (Desculpe, senhor, não compreendo o que diz.)

Ravi piscou, de queixo caído, pensou: " Russo?! A garota está falando em russo? É isso mesmo, ou estou ficando louco?"

Ele se inclinou ligeiramente para frente, os olhos fixos nela. A mulher, por sua vez, deu um passo para trás instintivamente, apertando ainda mais o bebê contra o peito, e olhando em todas as direções, parecia estar procurando uma possível rota de fuga. Mas Ravi sabia que era impossível ela sair de lá, visto que o portão já estava fechado, e na frente havia três seguranças.

No entanto, ela também tentava proteger o bebê do vento e da garoa que havia ficado depois da chuva, enquanto balançava o bebê que gradativamente calou-se. Por isso, Ravi falou novamente:

— Perguntei quem é você e ainda não ouvi sua resposta!

E novamente ela falou em russo, dizendo:

— Господин, я вас не понимаю! (Senhor, não o compreendo!)

Ravi sorriu de lado, então, aborrecido, falou também em russo:

— Возможно, теперь ты понимаешь, что я устал от твоих игр, мисс. Если ты не скажешь сейчас, кто ты и что делаешь с ребенком в моей машине, я немедленно вызову полицию! (Talvez agora compreenda, já cansei dos seus joguinhos, senhorita. Se não disser agora quem é você e o que faz com um bebê dentro do meu carro, chamarei a polícia imediatamente!)

O choque estampou-se no rosto da mulher. Ravi percebeu que no instante em que ela percebeu que ele também falava russo fluentemente. Sua reação foi automática:

— Maldição! — ela murmurou, agora em português.

Ravi teria rido, se a situação não fosse tão absurda.

— Ora, vejam só — disse ele, cruzando os braços. — Não é que você fala português perfeitamente? Achou que me enganaria? Agora, vou perguntar pela última vez: quem é você e o que faz no meu carro? Se não me responder o que perguntei, chamarei a polícia imediatamente. Vamos, responda logo!

Disse ele, pegando o celular e novamente crivando-a de novas perguntas:

— É uma ladra? Queria roubar o meu carro? Esse bebê é seu ou o roubou também? Como se chama?

Malú apenas sacudia a cabeça em negativo, para ele. No entanto, ao invés de respondê-lhe, aproveitou a sua distração e enquanto ele tentava discar o celular, ela se lançou em uma corrida desesperada na direção do portão. Mesmo com o bebê no colo, ela se movia com rapidez impressionante, o seu tênis quase não fazia som contra a pedra molhada.

Ravi reagiu no mesmo instante. Com poucos passos largos, alcançou-a e segurou seu ombro.

A reação dela foi imediata—todo o seu corpo se encolheu violentamente, como se o simples toque dele fosse uma ameaça mortal.

— Não! Por favor, não me toque! Não me faça mal!

O grito dela ecoou pelo pátio, gelando Ravi até os ossos.

Ele ergueu as mãos no mesmo instante, alarmado com a intensidade do pavor nos olhos da mulher. Ela tremia, os dedos crispados ao redor da criança, e o bebê começou a chorar de novo, contagiado pelo desespero da mãe.

— Senhor Castellani, essa moça tentou roubá-lo? — perguntou um dos seguranças, aproximando-se com cautela. — O senhor precisa de ajuda?

Ravi lançou um olhar severo.

— Afastem-se.

Os seguranças obedeceram, mas permaneceram alertas.

Ele então voltou sua atenção para a mulher.

— Ninguém vai te machucar — disse, suavizando a voz. — Mas preciso de respostas.

Ao observar todos eles à sua volta, Malú ficou ainda mais apavorada, encostando a costa no portão, toda encolhida, enquanto abraçava a sua bebê e chorava junto com ela, que também voltou a chorar convulsivamente, com os gritos de Malú e o frio. Ela então falou:

— Por favor, não! Eu não fiz nada, eu juro, senhor, não chame a polícia! — disse Malú, com lágrimas nos olhos.

Ravi, ao observar isso, fez sinal para os seguranças se afastarem novamente. A reação da mulher indicava claro sinais de traumas. Por isso, gradativamente, tentou se aproximar dela, que disse:

— Por favor, senhor, não faça isso comigo! De novo, não! Não vou suportar!

— Isso o quê, moça? — perguntou Ravi, com uma voz suave.

— Se levar-me para a polícia, eles me entregarão a ele, e também a May. Por favor, não! — respondeu Malú, com um tom de desespero.

— Psiu... calma, moça. Do que está falando? — perguntou Ravi, enquanto começava a desabotoar os botões do seu paletó.

Malú estava tão assustada que nem sequer percebeu quando ele começou a fazer isso. Ele queria apenas cobri-las para protegê-las do frio. Porém, quando ela levantou o olhar e o viu fazer isso, entendeu algo totalmente diferente. Então, soltou outro grito de terror.

Ravi aproximou-se dela de uma vez, quando viu que iria desmaiar. A segurando em seus braços, então gritou para um dos seus seguranças:

— Bruno, segure a criança…!

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