A pressão que pairava sobre os ombros de Alexandre era quase palpável. As noites eram longas e insones, com pensamentos que o atormentavam a cada instante. Sabia que seu afastamento da família era irreversível, e a briga pela empresa se tornava mais intensa a cada dia. Porém, o maior peso estava no coração: Emma, seu grande amor, estava no centro dessa tempestade, e ele temia que tudo o que havia construído para eles fosse desmoronar.O escritório da empresa estava silencioso, exceto pelos ruídos das teclas do computador de Alexandre. Ele estava concentrado, mas seu pensamento não estava na reunião agendada para o dia seguinte. Seus olhos percorriam documentos, mas sua mente vagava para os rostos da família Monteiro, suas ameaças, seus olhares de desprezo. Cada um deles queria vê-lo de volta ao seu lugar, na sua sombra. A única coisa que Alexandre queria era uma vida ao lado de Emma e do filho que estavam esperando. Nada mais importava.Mas Emma... a preocupação dela era cada vez mais
Emma estava em casa, esperando por Alexandre. Ele havia saído para uma reunião importante e prometera voltar cedo. Mas conforme as horas se passavam, sua ansiedade aumentava. Algo dentro dela parecia avisá-la de que algo não estava certo.De repente, o telefone tocou. Seu coração disparou antes mesmo de atender.— Senhora Emma? — a voz do outro lado era séria e urgente. — Aqui é do Hospital Central. Seu marido, Alexandre Monteiro, sofreu um acidente de carro.O telefone quase escorregou de suas mãos. O ar fugiu de seus pulmões, e o chão pareceu sumir sob seus pés.— Como ele está? — conseguiu perguntar, a voz trêmula.— Ele está em cirurgia. Pedimos que venha imediatamente.Emma não pensou duas vezes. Pegou a bolsa e saiu às pressas, seu coração martelando contra o peito.No hospital, tudo parecia um borrão. Enfermeiros corriam de um lado para o outro, pessoas choravam pelos corredores, e o cheiro de desinfetante misturava-se ao ar frio e estéril. Ela foi levada até a sala de espera,
Cada passo de Emma pelo corredor do hospital parecia levar uma eternidade. O coração batia forte no peito, misturando ansiedade, emoção e medo. Depois de tantos dias de angústia, finalmente poderia ver Alexandre acordado.Ao chegar à porta da UTI, parou por um instante, respirou fundo e entrou.A visão de Alexandre de olhos abertos fez seu coração disparar. Ele parecia cansado, pálido, mas estava ali. Vivo.Quando os olhos dele encontraram os dela, algo brilhou no olhar do CEO.— Emma… — a voz dele saiu fraca, mas cheia de emoção.As lágrimas de Emma rolaram antes mesmo que ela pudesse se conter.— Meu amor… — sussurrou, se aproximando da cama.Ela segurou a mão dele, sentindo o calor que tanto temia perder.— Eu achei que ia te perder… — sua voz embargou.Ele apertou a mão dela com dificuldade.— Nunca… Eu nunca te deixaria.Emma soluçou, abaixando-se para beijar sua mão com carinho.— Nosso bebê está bem… Ele tem sido forte, assim como você.Alexandre fechou os olhos por um instante
Emma respirou fundo antes de apertar a campainha da imponente mansão Carter. Suas mãos estavam suadas, e seu coração batia rápido. A posição de babá para Lily Carter, filha do renomado CEO Alexander Carter, era mais do que um emprego. Era sua chance de recomeçar.A porta se abriu, revelando uma mulher elegante, de expressão fria.— Senhorita Emma Miller? — perguntou, sem sorrir.— Sim, sou eu.— Sou Margaret, governanta da casa. O senhor Carter está esperando na biblioteca. Por favor, siga-me.Emma entrou, sentindo-se pequena diante da grandiosidade do lugar. O mármore brilhava sob seus pés, e um enorme lustre iluminava o saguão. Margaret a guiou por um longo corredor até uma porta de madeira escura.— Entre — disse a governanta, antes de desaparecer pelo corredor.Emma ajustou a postura e entrou na biblioteca. O ambiente era aconchegante, com prateleiras repletas de livros e uma lareira acesa. No centro, sentado atrás de uma mesa de mogno, estava Alexander Carter.Ele era ainda mais
Emma e Lily estavam terminando o café da manhã quando o som da porta da frente se abrindo ecoou pela mansão. A garotinha, que até então estava sorrindo, ficou tensa.Alexander Carter entrou na cozinha com sua presença imponente. Vestia um terno impecável, e seu olhar frio passou por Emma antes de pousar em Lily.— Você comeu tudo, Lily? — Sua voz era séria, mas não dura.A menina assentiu lentamente, ainda segurando o ursinho.— Sim, papai. Emma fez panquecas.Alexander desviou o olhar para Emma.— Espero que não tenha colocado açúcar demais. Lily não pode comer doces em excesso.Emma manteve a postura firme.— Fiz questão de equilibrar bem os ingredientes, senhor Carter. Lily se alimentou de forma saudável.Ele arqueou uma sobrancelha, como se não esperasse uma resposta tão direta.— Ótimo.Houve um breve silêncio antes de ele se virar para sair.— Senhor Carter? — Emma o chamou, sem pensar.Ele parou e olhou para ela, intrigado.— Sim?— Sei que sua rotina é corrida, mas talvez Lily
Emma seguiu Alexander até a elegante sala de jantar, tentando esconder sua surpresa. A mesa era enorme, feita de madeira escura e impecavelmente organizada. Margaret serviu os pratos sem comentar nada, mas Emma percebeu seu olhar curioso.Alexander sentou-se à cabeceira, indicando para que Emma se acomodasse à sua direita.— Espero que goste de comida italiana — ele disse, pegando os talheres.— Adoro — respondeu, ainda um pouco desconcertada.O jantar começou em silêncio. O único som era o tilintar dos talheres contra os pratos. Emma sentia o olhar de Alexander sobre ela de tempos em tempos, como se a estudasse.— Lily gostou de você — ele disse, finalmente quebrando o silêncio.Emma sorriu.— Eu gosto dela também. É uma menina inteligente, mas parece carente.Alexander franziu a testa.— Carente?— Sim. Sinto que ela precisa de mais tempo com você.Ele largou os talheres e cruzou os braços.— Meu tempo é limitado, senhorita Miller.— Entendo. Mas mesmo cinco minutos— Entendo. Mas m
Na manhã seguinte, Emma tentou agir normalmente, ignorando a mensagem perturbadora da noite anterior. Era só uma provocação. Ele não podia encontrá-la. Não aqui.Ela focou em Lily, ajudando-a com o café da manhã e lendo histórias para a menina no jardim. O sol brilhava, e a risada de Lily enchia o espaço com leveza.Então, Alexander apareceu.Vestindo um terno escuro impecável, ele parou na varanda, observando a cena por um momento antes de descer os degraus.— Vejo que Lily está bem — disse, com um tom neutro.Emma se levantou, ajeitando a saia.— Sim, ela está ótima. Passamos a manhã brincando.Alexander olhou para a filha, que corria atrás de uma borboleta, e depois voltou sua atenção para Emma.— Preciso falar com você.Ela assentiu, seguindo-o para um canto mais afastado do jardim.— O que foi?Alexander hesitou por um instante, cruzando os braços.— Sobre ontem à noite…Emma sentiu o coração acelerar.— O que tem ontem?— Você me desafiou — ele disse, a voz carregada de algo ind
Os dias seguintes se arrastaram em um turbilhão de emoções não resolvidas. Emma fez o possível para se concentrar em Lily e manter sua rotina intacta, mas, a cada olhar que trocava com Alexander, as lembranças do beijo vinham à tona, agitadas e intensas. A tensão entre os dois parecia palpável, mas ambos estavam tentando ignorá-la. Alexander, com sua postura fria e distante, continuava com suas responsabilidades empresariais, e Emma, com sua determinação, dedicava-se a cuidar de Lily da melhor forma possível. No entanto, havia algo inegável no ar — uma atração que não podia ser mais ignorada. Uma tarde, Emma estava no jardim com Lily quando o celular tocou. Era uma mensagem desconhecida. Ela hesitou antes de abrir, e, ao ler o conteúdo, o sangue lhe congelou nas veias. Número desconhecido: Não vai conseguir esconder por muito tempo, Emma. Eu sei o que você fez. Estou mais perto do que imagina. Seu corpo ficou gelado, e uma onda de pânico a invadiu. Ele estava de volta. O passado e