capítulo 3

Após passar longas semanas com seu pai, no pós-operatório, depois que ele acordou, Sarah então se voltou ao novo problema que era: o seguro e o dinheiro.

Tudo ali era difícil para quem não tinha nenhum dólar na conta. Ela tinha que ganhar dinheiro rápido, pois logo chegariam as parcelas da universidade, sem contar na moradia e comida.

Depois de um dia cheio, ela se deitou na cama de solteiro, que tinha o quarto dividido, na universidade.

Estar ali custava caro, mas era o mais próximo e fácil, pois a casa de seu pai ficava a quilômetros dali, e ela não tinha um carro.

Sara tomou coragem, levantou e buscou por uma roupa para vestir depois do banho.

Ela, então, notou Patrícia, que entrava com a toalha enrolada ao corpo, indo para seu guarda-roupa e escolhendo uma peça.

Patrícia era uma mulher linda, não muito mais velha que Sarah.

Pelo que a loira sábia, ela também tinha uma origem humilde, porém, sempre que aparecia, esbanjava luxo.

Roupas, joias e muito mais. Praticamente só Sarah vivia naquele quarto, pois a morena só aparecia para as aulas.

— Por que está tão triste? — A morena se virou, encarando Sarah. — Aconteceu alguma coisa?

— Não é nada.

As duas não tinham intimidade. Os poucos diálogos que tinham, era sobre o curso e o básico para uma convivência.

Contudo, a morena vinha notando que sua colega de quarto estava cada dia mais tristonha, cansada, ela só não perguntou antes, por achar que não era da sua conta.

Bem, ainda não era, mas Patrícia se cansou de apenas presenciar isso.

— Está Claramente com problema. — Insistiu. — Pode desabafar.

Sarah não queria dizer tudo o que aconteceu e encher a garota com seus problemas.

Ela não tinha vergonha de dizer que não tinha onde cair morta. Só pensava no seu pai e nó que faria para resolver todo esse problema.

— Meu pai fez uma cirurgia na cabeça, estou preocupada. — Explicou de cabeça baixa.

Seus olhos se encheram de água. O cansaço emocional lhe cobrava muito e ela sentia que a cada dia estava ficando ainda mais exausta.

— Sério, sinto muito. — A confortou. — Ele está no hospital?

— Não, já passamos dessa fase, agora é só cuidar dele em casa. — disse, limpando as lagrimas. — Estou perdida. Usei todo o meu dinheiro para cobrir a parte que o seguro não pagou.

— Esses merdas. — Ficou furiosa.

Pati sabia muito bem como era ser pobre e depender do seguro para tudo. Viver nos EUA não era fácil, você tinha que fazer o impossível para permanecer no trabalho, só para ter um apoio na hora de ir ao hospital.

— Agora tenho que arranjar uma forma de arrecadar o valor para cobrir meus custos aqui. — Confessou. — Meu estágio em uma butique grã-fina não será o suficiente.

— É, garota, sei como é. — irritou-se. — Esses bostas nos matam com dívidas altas, nos cobram todo mês, e quando precisamos, não temos cobertura total.

— Vai ficar tudo bem. — Respirou e ergueu a cabeça. — Vou trabalhar em alguma lanchonete. Conseguirei repor.

— Desculpa, não quero desanimar, mas… Não acho que vá ser suficiente.

Sarah encarou sua colega de quarto, com ódio. Ela estava a desanimando.

Nunca pensou que Patrícia seria essa pessoa que a derrubaria no seu pior momento.

— Tenho certeza de que vou dar um jeito. — Falou ríspida.

— Sarah, e se eu te oferecer uma solução, mas essa solução for… — Ela a encarou sem saber se deveria continuar. — Sabe quanto ganho por mês com isso? — Óbvio que sim, muito. A garota não tinha lugar para roupa ou sapato, joias caras e uma vida de luxo, tudo isso na faculdade. Sarah respondeu com a cabeça, negativo. — cerca de 40 a 50 mil. — A loira arregalou os olhos, surpresa. — Ajudo a família. Comprei uma casa para a minha mãe.

— O que faz para ganhar tanto? — ela não podia acredita no que estava ouvindo. Porém, uma pulga atrás da orelha lhe dizia que algo estava errado.

— Como eu disse, tem um porém. — Ela se afastou e pegou o celular. Pati sabia que Sarah a julgaria, mas não se arrependia das suas escolhas, afinal, amava receber atenção de homens mais velhos, até mesmo transar com alguns. Ela tinha convicção que nenhum cara da sua idade a faria gozar tanto quanto os coroas cheios de grana. — Há um tempo passei por perrengues. Minha família precisava de dinheiro, tive que fazer uma escolha e esconder a minha moral.

— Como assim? — Sarah deu um sorriso amarelo.

— Fui indicada para o My sugar. É totalmente exclusivo, só tem ricaço, eles são, na maioria, velhos pervertidos ou que precisam de uma acompanhante.

— Do que está faltando? — Se assustou.

Olhando para a expressão da amiga, Patrícia sabia que ela resistiria. Contudo, ela uma boa opção e poderia a ajudar.

— Bem, você se inscreve e responde o questionário, dependendo do que está disposta a fazer, ele te recomenda para um cliente.

— Isso é loucura. — Ficou abismada, pensando em situações na qual ela não gostaria de passar.

— Uma loucura que me paga bem e só faço o que quaro. — Apontou, com um sorriso pervertido.

É bem verdade que a morena se descobriu uma maníaca por sexo.

— Até transar com um velho tarado? — Sarah estava a julgando. Dava para ver no seu rosto e no tom de voz, mas sua colega apenas se sentou na cama, cruzou as pernas e sorriu.

— Acredite, nem todos são tão velhos e alguns sabem te fazer gozar gostoso. — Ficou boquiaberta com o que ouviu. Patrícia se orgulhava, e quem era eu para julgá-la? Sarah se perdeu em seus pensamentos. Ela não queria cogitar a aceitar isso, contudo, não pode evitar. — Olha, você pode sair só como companhia, pode dar uns pegas, sair em viagens, transar ou ser submissa, mas tudo depende de você. Funciona assim: eles te enviam a proposta, baseados no seu perfil e fotos, você avalia, vê quanto ganhará e recusar ou aceita.

— Então se eu quiser ser só uma acompanhante, ele não vai tentar nada? — Desconfiou, franzindo o cenho.

Pati riu, pois sabia que sim, eles iriam passar a mão por partes na qual eles não foram permitidos passar.

— Eles são gentis e corretos. Tem contrato e tudo. Esses homens ricos seguem à risca o que tem no contrato. — Obvio que não era totalmente verdade. Mas, se Sarah quisesse, até poderia ganhar a mais. — Posso te indicar. Eles avaliam, pegam a suas fotos e se aprovada, você escreve o seu perfil. Depois disso, é só esperar. Pagam muito bem.

— Não sei não. — bateu o pé no tapete. — Não é errado?

— Vai da sua moral, Sarah. Não sou eu quem diz o que é certo ou errado.

Ela a deixou pensativa. Não respondeu nada por enquanto. Pediu um tempo para pensar, e esperava que algum anjo caísse do céu com o dinheiro que ela precisava, sem ter que vender a sua alma.

A curiosidade da loira a forçou a pesquisar pelo site que sua colega lhe indicou.

Ela deixou patrícia trocando de roupa no quarto e saiu com o celular em mãos.

Entrou no site e viu como era aquele lugar, o qual ela considerava um absurdo.

O site era escuro com tons rosa e vermelho neon.

Lendo as linhas, ela descobriu que não era só restrito a homens safados, mas também mulheres, caso quisessem um garoto, ou garota, para uma diversão.

Ela viu os benéficos, e convivendo com Pati, ela via que realmente funcionava.

A única coisa que a preocupava era: se assinasse e saísse com algum deles, ela seria obrigada, pelo homem, a dar mais do que o acordado?

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