Após passar longas semanas com seu pai, no pós-operatório, depois que ele acordou, Sarah então se voltou ao novo problema que era: o seguro e o dinheiro.
Tudo ali era difícil para quem não tinha nenhum dólar na conta. Ela tinha que ganhar dinheiro rápido, pois logo chegariam as parcelas da universidade, sem contar na moradia e comida. Depois de um dia cheio, ela se deitou na cama de solteiro, que tinha o quarto dividido, na universidade. Estar ali custava caro, mas era o mais próximo e fácil, pois a casa de seu pai ficava a quilômetros dali, e ela não tinha um carro. Sara tomou coragem, levantou e buscou por uma roupa para vestir depois do banho. Ela, então, notou Patrícia, que entrava com a toalha enrolada ao corpo, indo para seu guarda-roupa e escolhendo uma peça. Patrícia era uma mulher linda, não muito mais velha que Sarah. Pelo que a loira sábia, ela também tinha uma origem humilde, porém, sempre que aparecia, esbanjava luxo. Roupas, joias e muito mais. Praticamente só Sarah vivia naquele quarto, pois a morena só aparecia para as aulas. — Por que está tão triste? — A morena se virou, encarando Sarah. — Aconteceu alguma coisa? — Não é nada. As duas não tinham intimidade. Os poucos diálogos que tinham, era sobre o curso e o básico para uma convivência. Contudo, a morena vinha notando que sua colega de quarto estava cada dia mais tristonha, cansada, ela só não perguntou antes, por achar que não era da sua conta. Bem, ainda não era, mas Patrícia se cansou de apenas presenciar isso. — Está Claramente com problema. — Insistiu. — Pode desabafar. Sarah não queria dizer tudo o que aconteceu e encher a garota com seus problemas. Ela não tinha vergonha de dizer que não tinha onde cair morta. Só pensava no seu pai e nó que faria para resolver todo esse problema. — Meu pai fez uma cirurgia na cabeça, estou preocupada. — Explicou de cabeça baixa. Seus olhos se encheram de água. O cansaço emocional lhe cobrava muito e ela sentia que a cada dia estava ficando ainda mais exausta. — Sério, sinto muito. — A confortou. — Ele está no hospital? — Não, já passamos dessa fase, agora é só cuidar dele em casa. — disse, limpando as lagrimas. — Estou perdida. Usei todo o meu dinheiro para cobrir a parte que o seguro não pagou. — Esses merdas. — Ficou furiosa. Pati sabia muito bem como era ser pobre e depender do seguro para tudo. Viver nos EUA não era fácil, você tinha que fazer o impossível para permanecer no trabalho, só para ter um apoio na hora de ir ao hospital. — Agora tenho que arranjar uma forma de arrecadar o valor para cobrir meus custos aqui. — Confessou. — Meu estágio em uma butique grã-fina não será o suficiente. — É, garota, sei como é. — irritou-se. — Esses bostas nos matam com dívidas altas, nos cobram todo mês, e quando precisamos, não temos cobertura total. — Vai ficar tudo bem. — Respirou e ergueu a cabeça. — Vou trabalhar em alguma lanchonete. Conseguirei repor. — Desculpa, não quero desanimar, mas… Não acho que vá ser suficiente. Sarah encarou sua colega de quarto, com ódio. Ela estava a desanimando. Nunca pensou que Patrícia seria essa pessoa que a derrubaria no seu pior momento. — Tenho certeza de que vou dar um jeito. — Falou ríspida. — Sarah, e se eu te oferecer uma solução, mas essa solução for… — Ela a encarou sem saber se deveria continuar. — Sabe quanto ganho por mês com isso? — Óbvio que sim, muito. A garota não tinha lugar para roupa ou sapato, joias caras e uma vida de luxo, tudo isso na faculdade. Sarah respondeu com a cabeça, negativo. — cerca de 40 a 50 mil. — A loira arregalou os olhos, surpresa. — Ajudo a família. Comprei uma casa para a minha mãe. — O que faz para ganhar tanto? — ela não podia acredita no que estava ouvindo. Porém, uma pulga atrás da orelha lhe dizia que algo estava errado. — Como eu disse, tem um porém. — Ela se afastou e pegou o celular. Pati sabia que Sarah a julgaria, mas não se arrependia das suas escolhas, afinal, amava receber atenção de homens mais velhos, até mesmo transar com alguns. Ela tinha convicção que nenhum cara da sua idade a faria gozar tanto quanto os coroas cheios de grana. — Há um tempo passei por perrengues. Minha família precisava de dinheiro, tive que fazer uma escolha e esconder a minha moral. — Como assim? — Sarah deu um sorriso amarelo. — Fui indicada para o My sugar. É totalmente exclusivo, só tem ricaço, eles são, na maioria, velhos pervertidos ou que precisam de uma acompanhante. — Do que está faltando? — Se assustou. Olhando para a expressão da amiga, Patrícia sabia que ela resistiria. Contudo, ela uma boa opção e poderia a ajudar. — Bem, você se inscreve e responde o questionário, dependendo do que está disposta a fazer, ele te recomenda para um cliente. — Isso é loucura. — Ficou abismada, pensando em situações na qual ela não gostaria de passar. — Uma loucura que me paga bem e só faço o que quaro. — Apontou, com um sorriso pervertido. É bem verdade que a morena se descobriu uma maníaca por sexo. — Até transar com um velho tarado? — Sarah estava a julgando. Dava para ver no seu rosto e no tom de voz, mas sua colega apenas se sentou na cama, cruzou as pernas e sorriu. — Acredite, nem todos são tão velhos e alguns sabem te fazer gozar gostoso. — Ficou boquiaberta com o que ouviu. Patrícia se orgulhava, e quem era eu para julgá-la? Sarah se perdeu em seus pensamentos. Ela não queria cogitar a aceitar isso, contudo, não pode evitar. — Olha, você pode sair só como companhia, pode dar uns pegas, sair em viagens, transar ou ser submissa, mas tudo depende de você. Funciona assim: eles te enviam a proposta, baseados no seu perfil e fotos, você avalia, vê quanto ganhará e recusar ou aceita. — Então se eu quiser ser só uma acompanhante, ele não vai tentar nada? — Desconfiou, franzindo o cenho. Pati riu, pois sabia que sim, eles iriam passar a mão por partes na qual eles não foram permitidos passar. — Eles são gentis e corretos. Tem contrato e tudo. Esses homens ricos seguem à risca o que tem no contrato. — Obvio que não era totalmente verdade. Mas, se Sarah quisesse, até poderia ganhar a mais. — Posso te indicar. Eles avaliam, pegam a suas fotos e se aprovada, você escreve o seu perfil. Depois disso, é só esperar. Pagam muito bem. — Não sei não. — bateu o pé no tapete. — Não é errado? — Vai da sua moral, Sarah. Não sou eu quem diz o que é certo ou errado. Ela a deixou pensativa. Não respondeu nada por enquanto. Pediu um tempo para pensar, e esperava que algum anjo caísse do céu com o dinheiro que ela precisava, sem ter que vender a sua alma. A curiosidade da loira a forçou a pesquisar pelo site que sua colega lhe indicou. Ela deixou patrícia trocando de roupa no quarto e saiu com o celular em mãos. Entrou no site e viu como era aquele lugar, o qual ela considerava um absurdo. O site era escuro com tons rosa e vermelho neon. Lendo as linhas, ela descobriu que não era só restrito a homens safados, mas também mulheres, caso quisessem um garoto, ou garota, para uma diversão. Ela viu os benéficos, e convivendo com Pati, ela via que realmente funcionava. A única coisa que a preocupava era: se assinasse e saísse com algum deles, ela seria obrigada, pelo homem, a dar mais do que o acordado?HunterOs dias passaram e Hunter ficava remoendo aquela cena em sua mente, pensando em diversas situações em que os dois poderiam estar juntos. Quando viajava a negócio, quando trabalhava até tarde. Quando isso começou?Desde o casamento, ou melhor, desde que a viu, seus olhos se fecharam para qualquer outra. Ela sabia o seduzir, tanto que ele não viu o que estava acontecendo debaixo do seu nariz.Há quanto tempo isso vinha acontecendo debaixo do meu nariz?Hunter se questionava por tudo. Até se culpava pelo o corrido. Afinal, se Emília estava o traindo, era porque ele deixou isso acontecer.Se Hunter não tivesse chegado mais cedo naquele dia, nunca teria descoberto a traição. Sua desilusão deveria prevalecer, nessa situação, porém, o ódio e raiva prevaleciam.Tomás e ele cresceram no mesmo nicho. Os pais dele frequentavam os mesmos lugares que os de Hunter. Naturalmente fizeram amizade.Foram para a mesma faculdade, e se formaram no mesmo ano. Agora, ele tentava se manter no ramo
Sarah2 Dias antesSarah estava exausta e chateada com tudo o que estava acontecendo. Ela, por um momento, se segurou ao pensamento de que só precisaria se preocupar em repor suas economias para a faculdade; contudo, nada em sua vida era tão fácil. Então, recebeu a ligação do seguro e tudo caiu por terra.Como se já não fosse ruim saber que teria que arcar com o pós-operatório e os remédios, pois o seguro a ligou dizendo que o hospital onde estavam cobrava taxas muito altas e não poderia arcar com mais essas despesas.Ela ainda perdeu um bom tempo do seu dia, gritando e tentando resolver esse problema, mas por fim não conseguiu. Então, a loira, deixando seu pai no quarto, saiu e chorou por um bom tempo. Ela não queria ser dramática; contudo, aquela situação estava a levando ao limite. Ela estava cogitando, de tanta raiva, processar todos eles, pois achava um absurdo e humilhante como estavam os tratando. Seu pai trabalhou duro todos esses anos. As únicas vezes que precisaram de au
SarahDonald Watts — 58 anosUma noite casual, regada a bebidas e roda de conversas de negócios. Acompanhante. Duração de três horas…Como Patrícia havia dito, eles logo responderam. Isso não era uma grande surpresa, pois Sarah tinha o perfil de qualquer homem com muito dinheiro disposto a pagar caro por uma mulher bonita, para exibir na frente dos amigos. Mas… Sarah se surpreendeu com o convite casual que chegou no meu endereço de e-mail que criou só para isso. Ela ficou nervosa, eu li tudo, até as letras minúsculas, esperando encontrar qualquer absurdo.Perdeu um bom tempo se questionando e se perguntando por que um homem com tanto dinheiro e posição precisava exibir uma loira jovem e sensual. Fútil. A palavra era fútil. A loira passou a noite lendo os contratos, tanto os da agência quanto as do seu cliente, ela o achou. Ela o achou formal e educado, mas nunca confiaria nisso, ainda mais vindo de alguém que iria lhe pagar para ser sua acompanhante. Eram um amontoado de palavra
HunterSentado em sua cadeira habitual, onde trabalhava diariamente, ele não conseguia parar de pensar na loira da noite passada.A pele macia, o perfume doce. Aquela mulher conseguiu deixá-lo louco com um só olhar. Ele sentiu que ela queria estar ao seu lado, da mesma forma que não pôde tirar os olhos dela, a loira fez o mesmo. Obviamente, não era nada para o velho que a acompanhava. Donald tinha esposa e filhos e, pela forma como se comportou ontem, não era uma de suas amantes. Ele sabia como tinha achado. A agência de acompanhantes era bem conhecida no meio em que vivia.Empresários que odiavam estar sozinhos, sem um troféu. Eles disputavam quem levaria a mais linda e gostosa para seus encontros. Idiotas! Ele nunca usou esse recurso, mulheres ao seu redor querendo uma casquinha, não lhe faltava, mas confessou que aquela mulher chamou a sua atenção.— Você está me ouvindo? — Henry falava à sua frente, com o cenho franzido, olhando-o chateado. — Estou falando a meia hora e você p
Emília estava pensativa, sentada em uma cadeira confortável, em frente a uma janela de vidro, olhando para o dia claro, de um hotel em que costuma frequentar, quando deseja encontrar Tomás, às escondidas.Ela sempre se assegurava de que não era seguida, de que seu marido nunca descobriria. Ela não fazia ideia de que Hunter viu de primeira mão a traição, no qual não teve escrúpulos ou decência de esconder aquele dia. Emília gostava do marido, mas amava muito mais o dinheiro que ele tinha. Na verdade, sua verdadeira paixão era Tomás, um galinha que só deu bola para ela depois que ela se casou com seu melhor amigo.Hunter não sabia que estava alimentando uma cobra, confessando coisas pessoais, o que instigou Tomás a tentar domar a mulher por quem seu amigo caiu como um patinho.Emília não era nada além de uma amante, para Tomás. Ela era apenas mais uma entre muitas. Hunter conhecia o amigo, apesar de não ter notado a traição. Ele sabia que Tomás largaria Emy assim que fossem descober
Sarah acordou cedo para fazer uma corrida e limpar a mente. O dia à frente seria agitado novamente com os cuidados com seu pai e a faculdade.Esses últimos dias a colocaram em lugares que ela nunca pensou que estaria e ela descobriu que não eram onde ela queria estar. Ser anônima lhe dava liberdade para fazer o que quisesse e viver bem. No entanto, nesses eventos, ela se sentia presa em uma caixa cheia de cobras, incapaz de se mover sem chamar atenção.Ela rezava para que isso acabasse logo, libertando-a desses acordos infelizes. Patrícia se encaixava bem em tudo isso. Ela se acostumou a se exibir, receber presentes e ficar perto desses homens ricos e pervertidos.Sarah parou em frente à casa onde seu pai mora, colocou as mãos nos joelhos e respirou por alguns instantes para recuperar o fôlego. Ao entrar na casa, ela viu que seu pai já estava acordado. Por enquanto, ele não fazia muito, apenas dava alguns passos, andava pela casa e tomava banho.A rotina tinha se tornado bem mais
SarahMe arrumei no quarto onde dividia com Patrícia, mesmo que ela não usasse muito. Hoje não nos encontramos, passei a tarde em uma loja onde encontrei tecido de boa qualidade e que serviram para alguns modelos que faria para expor no trabalho que me foi pedido.Deixei tudo do lado da cama, os esboços, em cima da cama, enquanto eu me olhava no espelho, com esperança de que o vestido que vesti fosse bonito o suficiente para não decepcionar meu contratante.Esses ricaços se importavam além da conta com a beleza e por mais que eu tenha nascido com o privilégio de ser quase um padrão, uma roupa elegante era o que se esperava de uma acompanhante de luxo.Assim que constatei que estava apropriada para a ocasião, peguei meu celular e chaves, saindo do quarto.Alguns dos meninos que dormiam nos quartos vizinhos me encararam, cochichando uns com os outros. Não me importei.Marquei para encontrar alguns metros dali, para ninguém desconfiar. Dessa vez eu estava preparada para lidar com tudo.
HunterSarah Jones era uma mulher muito linda e inteligente. Pouco descobri sobre ela, mas muito me agrada ver em seu olhar uma chama ofuscada pela timidez.Tenho certeza de que se eu cavar posso achar um lindo diamante pronto para ser dominado.Não quero assustar a menina. As razões pela qual ela estava no My sugar eram desconhecidas, porém, se via que não era de se insinuar ou seduzir. Se meu objetivo era ter essa mulher para mim, tenho que ser cauteloso.— Por que está fazendo isso, Sarah? — A garota não estava nada satisfeita com meus assuntos fora da sua pergunta. — Dinheiro ou quer provar da experiência?— Minha pergunta veio antes, pelo que me lembro. — Você é bem desconfiada. — Confesso estar me divertindo.— Não deveria? — Levantou uma de suas sobrancelhas bem-feita. — Esse não é um encontro como os outros, o que me diz que seu interesse é outro.— Quer saber o meu interesse? — Por favor. — Gosto da determinação e do jeito provocante nela. — Quero uma pessoa que possa esta