capítulo 7

Hunter

Sentado em sua cadeira habitual, onde trabalhava diariamente, ele não conseguia parar de pensar na loira da noite passada.

A pele macia, o perfume doce. Aquela mulher conseguiu deixá-lo louco com um só olhar.

Ele sentiu que ela queria estar ao seu lado, da mesma forma que não pôde tirar os olhos dela, a loira fez o mesmo.

Obviamente, não era nada para o velho que a acompanhava. Donald tinha esposa e filhos e, pela forma como se comportou ontem, não era uma de suas amantes.

Ele sabia como tinha achado. A agência de acompanhantes era bem conhecida no meio em que vivia.

Empresários que odiavam estar sozinhos, sem um troféu. Eles disputavam quem levaria a mais linda e gostosa para seus encontros. Idiotas!

Ele nunca usou esse recurso, mulheres ao seu redor querendo uma casquinha, não lhe faltava, mas confessou que aquela mulher chamou a sua atenção.

— Você está me ouvindo? — Henry falava à sua frente, com o cenho franzido, olhando-o chateado. — Estou falando a meia hora e você parece estar no mundo da lua.

— Estou pensando na minha vingança. — Encostou-se a cadeira, se confortando, com um sorriso no rosto ao pensar que em breve teria aquela jovem em suas mãos.

— Sabe, conheço você há muito tempo. — Começou com a tagarelice. — Sei que é um filho da puta, safado que não mede esforço para derrubar um concorrente, mas vingança conta a sua esposa?

— Futura ex esposa. — Corrigiu.

— Que seja. Você se tornou um cachorrinho daquela mulher. Fazia tudo o que ela queria, agora quer destruir tudo o que…

— Quero que faça seu trabalho sem conselhos ou lição de moral. — O interrompeu.

— Não é lição de moral, é... Por quê? — Recostou-se. — Não pensa no seu filho.

— Penso tanto que quero sua guarda comigo.

— Será difícil. — Avisou. — Apesar da traição, que ainda teremos que ter provas, os filhos geralmente ficam com a mãe. Exceto se acharmos algo que corrobore com essa ação.

— Por isso, contratei você. — Hunter não se importava se seria difícil ou baixo, queria acabar com a felicidade daqueles dois. — Você acha uma saída, e eu, uma forma de derrubar o fura-olho do Tomás

— Não acha que está exagerando?

— Acho que está na hora de você sair do meu escritório e começar a trabalhar.

Ele não queria que ninguém lhe dissesse se estava certo ou errado, se estava exagerando ou não.

Tudo o que queria era acabar com a dor de cabeça e se livrar da situação que o atormentava.

Maxwell saiu da sala sem dizer mais uma palavra, deixando-o sozinho com seus pensamentos.

No fundo, ele sabia que estava levando isso longe demais. O homem não era de perder tempo com rivalidade, mas aquilo se tornou pessoal.

Bem, não tinha como não ser. Se Emília tivesse o traído com outro, talvez Hunter não estivesse tão furioso, mas com o homem que ele considerava quase um irmão, isso já era demais.

Hunter respirou fundo e fechou os olhos, sentindo a dor latejante em sua cabeça.

Decidiu chamar seu assistente e pegar um analgésico em suas coisas para aliviar a dor.

Poucos minutos depois, Philip entrou na sala quase correndo, segurando o celular, parou em frente à mesa dele.

— Deseja…

— Preciso que ache uma mulher para mim. — Foi direto. — Tem olhos verdes, cabelos loiros, bem jovem. Vasculhe em todas as agências de acompanhante. Quero isso até amanhã, sem falta.

— São características desejadas ou uma pessoa específica? — Riu nervosamente, forçando Hunter a encará-lo com raiva.

— Uma mulher específica, não quero nenhuma outra. — respondeu furioso.

— Mas como vou encontrá-la se não sei o nome? — Deu para perceber que estava nervoso. O loiro gostava de provocar medo.

— Esse problema não é meu. — Levantou-se da cadeira, sabendo que sua dor de cabeça só iria aumentar. Afinal, estava indo para casa. Se dependesse de Hunter, ele nunca mais voltaria, mas seu filho precisava dele, e aquela vadia não iria tirar essa felicidade de Hunter. — É melhor começar agora!

***

Hunter entrou naquela casa sentindo ódio de tudo dentro dela, mesmo que uma semana antes tudo o que mais queria era estar ali.

Assim que passou pela porta, foi recebido por Liam, que estava acompanhado pela babá.

Hunter pegou o menino no colo, sentindo sua alegria e seus beijos na cabeça, que o faziam rir.

— Você é o motivo de eu ainda estar aqui. — Disse, o balançando nos braços, baixinho, só para ele ouvir. — Prometo que vamos sair dessa casa. Você ficará com o papai.

Depois da recepção, Hunter sentiu confiança para pegar o que veio buscar, mas assim que Liam saiu pela porta, Emília se aproximou dele. Ao olhar para aquela mulher, a felicidade de Hunter era sugada.

— Em casa cedo, isso é novidade. — A felicidade em seu rosto o trouxe tanta raiva que o deixou mal. Hunter misturava seu ódio e amor, transformando isso em mágoa, e sentia os efeitos disso.

— Apenas vim pegar algo. — Foi frio.

A mulher já notava o distanciamento, contudo, era confiante e pensava que tudo isso era por estresse.

Emília o abraçou e o beijou, sem saber que Hunter havia descoberto tudo e estava se preparando para lidar com a situação.

Ela sugeriu que deveriam ter organizado tudo para passear com o filho deles, ao que Hunter respondeu que havia ido apenas buscar uma pasta.

Emília o seguiu até o corredor que dava para o seu escritório e perguntou por que ele não havia enviado seu assistente para buscar a pasta.

— Porque eu quis vir. — Na verdade, ele nem sabia porque realmente veio. Talvez fosse para ver se o babaca do Tomás estava aqui, fodendo sua esposa novamente.

— Hunter! — O parou, impedindo que ele entrasse na sala. Hunter teve que unir forças para não gritar com ela. — O que deu em você?

— O que deu em mim? — Cerrou os olhos.

O homem devia lembrar de que não podia deixar claro o seu ódio, o desconforto e desprezo que passou a sentir pela mulher que ele pensou que amaria para sempre.

— Está estranho esses dias. — Apontou analisando seu rosto. — O que aconteceu para estar tão irritado e distante.

Deu um sorriso de deboche.

— Problemas no trabalho. — Mentiu, passando por ela e entrando no escritório.

— É mais do que isso. — Argumentou. Paciência era algo que Hunter não estava tendo, especialmente tendo que olhar em seu rosto e fingir que não sabia de nada. — Que tipo de problema é esse?

— Não tem que se preocupar com isso.

— Você é meu marido. — Novamente o puxou.

“Essa mulher está tentando o meu controle.”

— Sou, eu sou seu marido. — Hunter pediu por forças nesse momento. Brigar agora poderia arriscar tudo e ele não daria essa vantagem a ela. Ele respirou fundo, pondo as coisas no lugar e inventando qualquer desculpa. — Você está certa, eu não devo descontar em você. — A puxou para um beijo rápido. — Vou resolver isso logo e prometo não trazer esses problemas para casa.

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