Hunter
Sentado em sua cadeira habitual, onde trabalhava diariamente, ele não conseguia parar de pensar na loira da noite passada. A pele macia, o perfume doce. Aquela mulher conseguiu deixá-lo louco com um só olhar. Ele sentiu que ela queria estar ao seu lado, da mesma forma que não pôde tirar os olhos dela, a loira fez o mesmo. Obviamente, não era nada para o velho que a acompanhava. Donald tinha esposa e filhos e, pela forma como se comportou ontem, não era uma de suas amantes. Ele sabia como tinha achado. A agência de acompanhantes era bem conhecida no meio em que vivia. Empresários que odiavam estar sozinhos, sem um troféu. Eles disputavam quem levaria a mais linda e gostosa para seus encontros. Idiotas! Ele nunca usou esse recurso, mulheres ao seu redor querendo uma casquinha, não lhe faltava, mas confessou que aquela mulher chamou a sua atenção. — Você está me ouvindo? — Henry falava à sua frente, com o cenho franzido, olhando-o chateado. — Estou falando a meia hora e você parece estar no mundo da lua. — Estou pensando na minha vingança. — Encostou-se a cadeira, se confortando, com um sorriso no rosto ao pensar que em breve teria aquela jovem em suas mãos. — Sabe, conheço você há muito tempo. — Começou com a tagarelice. — Sei que é um filho da puta, safado que não mede esforço para derrubar um concorrente, mas vingança conta a sua esposa? — Futura ex esposa. — Corrigiu. — Que seja. Você se tornou um cachorrinho daquela mulher. Fazia tudo o que ela queria, agora quer destruir tudo o que… — Quero que faça seu trabalho sem conselhos ou lição de moral. — O interrompeu. — Não é lição de moral, é... Por quê? — Recostou-se. — Não pensa no seu filho. — Penso tanto que quero sua guarda comigo. — Será difícil. — Avisou. — Apesar da traição, que ainda teremos que ter provas, os filhos geralmente ficam com a mãe. Exceto se acharmos algo que corrobore com essa ação. — Por isso, contratei você. — Hunter não se importava se seria difícil ou baixo, queria acabar com a felicidade daqueles dois. — Você acha uma saída, e eu, uma forma de derrubar o fura-olho do Tomás — Não acha que está exagerando? — Acho que está na hora de você sair do meu escritório e começar a trabalhar. Ele não queria que ninguém lhe dissesse se estava certo ou errado, se estava exagerando ou não. Tudo o que queria era acabar com a dor de cabeça e se livrar da situação que o atormentava. Maxwell saiu da sala sem dizer mais uma palavra, deixando-o sozinho com seus pensamentos. No fundo, ele sabia que estava levando isso longe demais. O homem não era de perder tempo com rivalidade, mas aquilo se tornou pessoal. Bem, não tinha como não ser. Se Emília tivesse o traído com outro, talvez Hunter não estivesse tão furioso, mas com o homem que ele considerava quase um irmão, isso já era demais. Hunter respirou fundo e fechou os olhos, sentindo a dor latejante em sua cabeça. Decidiu chamar seu assistente e pegar um analgésico em suas coisas para aliviar a dor. Poucos minutos depois, Philip entrou na sala quase correndo, segurando o celular, parou em frente à mesa dele. — Deseja… — Preciso que ache uma mulher para mim. — Foi direto. — Tem olhos verdes, cabelos loiros, bem jovem. Vasculhe em todas as agências de acompanhante. Quero isso até amanhã, sem falta. — São características desejadas ou uma pessoa específica? — Riu nervosamente, forçando Hunter a encará-lo com raiva. — Uma mulher específica, não quero nenhuma outra. — respondeu furioso. — Mas como vou encontrá-la se não sei o nome? — Deu para perceber que estava nervoso. O loiro gostava de provocar medo. — Esse problema não é meu. — Levantou-se da cadeira, sabendo que sua dor de cabeça só iria aumentar. Afinal, estava indo para casa. Se dependesse de Hunter, ele nunca mais voltaria, mas seu filho precisava dele, e aquela vadia não iria tirar essa felicidade de Hunter. — É melhor começar agora! *** Hunter entrou naquela casa sentindo ódio de tudo dentro dela, mesmo que uma semana antes tudo o que mais queria era estar ali. Assim que passou pela porta, foi recebido por Liam, que estava acompanhado pela babá. Hunter pegou o menino no colo, sentindo sua alegria e seus beijos na cabeça, que o faziam rir. — Você é o motivo de eu ainda estar aqui. — Disse, o balançando nos braços, baixinho, só para ele ouvir. — Prometo que vamos sair dessa casa. Você ficará com o papai. Depois da recepção, Hunter sentiu confiança para pegar o que veio buscar, mas assim que Liam saiu pela porta, Emília se aproximou dele. Ao olhar para aquela mulher, a felicidade de Hunter era sugada. — Em casa cedo, isso é novidade. — A felicidade em seu rosto o trouxe tanta raiva que o deixou mal. Hunter misturava seu ódio e amor, transformando isso em mágoa, e sentia os efeitos disso. — Apenas vim pegar algo. — Foi frio. A mulher já notava o distanciamento, contudo, era confiante e pensava que tudo isso era por estresse. Emília o abraçou e o beijou, sem saber que Hunter havia descoberto tudo e estava se preparando para lidar com a situação. Ela sugeriu que deveriam ter organizado tudo para passear com o filho deles, ao que Hunter respondeu que havia ido apenas buscar uma pasta. Emília o seguiu até o corredor que dava para o seu escritório e perguntou por que ele não havia enviado seu assistente para buscar a pasta. — Porque eu quis vir. — Na verdade, ele nem sabia porque realmente veio. Talvez fosse para ver se o babaca do Tomás estava aqui, fodendo sua esposa novamente. — Hunter! — O parou, impedindo que ele entrasse na sala. Hunter teve que unir forças para não gritar com ela. — O que deu em você? — O que deu em mim? — Cerrou os olhos. O homem devia lembrar de que não podia deixar claro o seu ódio, o desconforto e desprezo que passou a sentir pela mulher que ele pensou que amaria para sempre. — Está estranho esses dias. — Apontou analisando seu rosto. — O que aconteceu para estar tão irritado e distante. Deu um sorriso de deboche. — Problemas no trabalho. — Mentiu, passando por ela e entrando no escritório. — É mais do que isso. — Argumentou. Paciência era algo que Hunter não estava tendo, especialmente tendo que olhar em seu rosto e fingir que não sabia de nada. — Que tipo de problema é esse? — Não tem que se preocupar com isso. — Você é meu marido. — Novamente o puxou. “Essa mulher está tentando o meu controle.” — Sou, eu sou seu marido. — Hunter pediu por forças nesse momento. Brigar agora poderia arriscar tudo e ele não daria essa vantagem a ela. Ele respirou fundo, pondo as coisas no lugar e inventando qualquer desculpa. — Você está certa, eu não devo descontar em você. — A puxou para um beijo rápido. — Vou resolver isso logo e prometo não trazer esses problemas para casa.Emília estava pensativa, sentada em uma cadeira confortável, em frente a uma janela de vidro, olhando para o dia claro, de um hotel em que costuma frequentar, quando deseja encontrar Tomás, às escondidas.Ela sempre se assegurava de que não era seguida, de que seu marido nunca descobriria. Ela não fazia ideia de que Hunter viu de primeira mão a traição, no qual não teve escrúpulos ou decência de esconder aquele dia. Emília gostava do marido, mas amava muito mais o dinheiro que ele tinha. Na verdade, sua verdadeira paixão era Tomás, um galinha que só deu bola para ela depois que ela se casou com seu melhor amigo.Hunter não sabia que estava alimentando uma cobra, confessando coisas pessoais, o que instigou Tomás a tentar domar a mulher por quem seu amigo caiu como um patinho.Emília não era nada além de uma amante, para Tomás. Ela era apenas mais uma entre muitas. Hunter conhecia o amigo, apesar de não ter notado a traição. Ele sabia que Tomás largaria Emy assim que fossem descober
Sarah acordou cedo para fazer uma corrida e limpar a mente. O dia à frente seria agitado novamente com os cuidados com seu pai e a faculdade.Esses últimos dias a colocaram em lugares que ela nunca pensou que estaria e ela descobriu que não eram onde ela queria estar. Ser anônima lhe dava liberdade para fazer o que quisesse e viver bem. No entanto, nesses eventos, ela se sentia presa em uma caixa cheia de cobras, incapaz de se mover sem chamar atenção.Ela rezava para que isso acabasse logo, libertando-a desses acordos infelizes. Patrícia se encaixava bem em tudo isso. Ela se acostumou a se exibir, receber presentes e ficar perto desses homens ricos e pervertidos.Sarah parou em frente à casa onde seu pai mora, colocou as mãos nos joelhos e respirou por alguns instantes para recuperar o fôlego. Ao entrar na casa, ela viu que seu pai já estava acordado. Por enquanto, ele não fazia muito, apenas dava alguns passos, andava pela casa e tomava banho.A rotina tinha se tornado bem mais
SarahMe arrumei no quarto onde dividia com Patrícia, mesmo que ela não usasse muito. Hoje não nos encontramos, passei a tarde em uma loja onde encontrei tecido de boa qualidade e que serviram para alguns modelos que faria para expor no trabalho que me foi pedido.Deixei tudo do lado da cama, os esboços, em cima da cama, enquanto eu me olhava no espelho, com esperança de que o vestido que vesti fosse bonito o suficiente para não decepcionar meu contratante.Esses ricaços se importavam além da conta com a beleza e por mais que eu tenha nascido com o privilégio de ser quase um padrão, uma roupa elegante era o que se esperava de uma acompanhante de luxo.Assim que constatei que estava apropriada para a ocasião, peguei meu celular e chaves, saindo do quarto.Alguns dos meninos que dormiam nos quartos vizinhos me encararam, cochichando uns com os outros. Não me importei.Marquei para encontrar alguns metros dali, para ninguém desconfiar. Dessa vez eu estava preparada para lidar com tudo.
HunterSarah Jones era uma mulher muito linda e inteligente. Pouco descobri sobre ela, mas muito me agrada ver em seu olhar uma chama ofuscada pela timidez.Tenho certeza de que se eu cavar posso achar um lindo diamante pronto para ser dominado.Não quero assustar a menina. As razões pela qual ela estava no My sugar eram desconhecidas, porém, se via que não era de se insinuar ou seduzir. Se meu objetivo era ter essa mulher para mim, tenho que ser cauteloso.— Por que está fazendo isso, Sarah? — A garota não estava nada satisfeita com meus assuntos fora da sua pergunta. — Dinheiro ou quer provar da experiência?— Minha pergunta veio antes, pelo que me lembro. — Você é bem desconfiada. — Confesso estar me divertindo.— Não deveria? — Levantou uma de suas sobrancelhas bem-feita. — Esse não é um encontro como os outros, o que me diz que seu interesse é outro.— Quer saber o meu interesse? — Por favor. — Gosto da determinação e do jeito provocante nela. — Quero uma pessoa que possa esta
SarahDois meses depoisNão consigo parar de pensar em Hunter Miller desde aquele jantar que mais pareceu um sonho.Desconhecia a sua existência desde aquele momento e depois tive que ir atrás de informações, mesmo não tendo aceitado a sua proposta.Hunter não era da mídia, mas conhecido na sua bolha. Sendo o CEO e dono de uma das maiores lojas de departamento do país. A loja estava expandindo para coleções mais sofisticada e isso me deixou animada, mesmo eu sendo uma Zé-ninguém ainda, quem sabe em um futuro não muito distante, trabalhar para ele?Bem, no entanto, meus pensamentos não foram esses nos últimos dias. Sempre que fechava os olhos, lembrava daquela boca safada que sorria quando me provocava, dos olhos misteriosos que me perturbou e do toque sutil no meu braço ao beijar minha mão como forma de gentileza.Não dava para não cogitar estar com Hunter em um quarto escuro, em cima de uma cama enorme, enquanto ele me tocava ou….— Você não ouviu nada do que eu disse, não foi? — P
HunterEu realmente já não estava mais aguentando essa situação. Emília e eu brigávamos com cão e gato desde que descobri naquele dia, que ela me traia. Meu plano era simples, ou era para ser. Ela não sabia de nada e eu tentei ficar no trabalho mais tempo possível, mas no final, quando voltava, brigávamos por conta disso, com meu tempo, trabalho, como se ela já não tivesse um namorado reserva.Pior era lembrar que em algumas dessas noites cheguei bêbado e acabei esquecendo que ela era uma traidora. Parece que o sexo ficou mais quente e assim que amanhecia notava que tinha cometido erros durante a noite e me odiava por isso.Essa noite me serviu para ver o quão miserável estava se tornando a minha vida. Mentira, fingimento e ódio. Eu queria me vingar e nunca mais ver o resto da desgraçada, porém, tínhamos o Liam e isso nos unirá para sempre.Venho pensando nisso e não consigo fechar os olhos e relaxar, pois não há uma forma excelente de acabar com tudo isso. Não podia negar que ele
SarahDias depoisEm frente a um bar com inúmeras garrafas alcoólicas e homens sarados sem camisa, eu apoiava o braço no balcão de vidro, bebendo algo doce para disfarçar o amargo da bebida.O som estava alto, as pessoas conversavam à minha volta e eu não parava de me perguntar por que vim a esse lugar com Patrícia, se sabia que iria ficar sozinha, nesse barulho todo e me odiando.Claro que ela tinha uma lábia que era para poucos. Era assim que conseguia sempre o que mais desejava, porém, eu deveria ser mais esperta.Depois de todas aquelas vezes que saí com homens aleatórios, estava farta de lugares assim, entretanto, após estudar tanto hoje, pensei em sair, só que não era esse o tipo de lugar onde queria estar.Perdi a conta de quantos carinhas vieram até mim jogar papo fora e tive que dizer não. Olhando ao redor, nem fazia ideia de onde minha amiga estava.— Sabe, eu queria esquecer de você, mas sempre está onde menos espero. — A voz de Hunter quase fez meu coração pular pela boca.
SarahSe eu fechar meus olhos ainda posso sentir aquela sensação maravilhosa da noite passada.Jamais faria loucuras como aquela. Sempre fui focado e nunca transei com alguém em baladas. Eu não fazia ideia de que aquilo aconteceria.Não era para ter acontecido, porém, gostei de ter saído da linha. Fiquei maluca ao voltar ao normal e ter que descobrir como sair dali, mas no fim tudo se arrumou e agora me encontro no quarto, deitada olhando para o teto e lembrando do quão gostoso foi transar com Hunter.Pior era saber que penso em repetir a dose. Óbvio que não no mesmo lugar, porém, bem cedo já vi sua mensagem marcando um encontro, que eu não deveria aceitar, entretanto, aceitei.Hunter Miller não era nada comum. Estava em um casamento arruinado e problemático, no qual fui enfiada.Nosso primeiro encontro não foi nada normal e sua proposta indecente ainda era lembrada, porém, não penso que estou traindo alguém já que ele é casado e no final, irão se divorciar de qualquer forma.— O que