Três dias depoisVioletaMinha felicidade quase ofuscava o meu desconforto naquela cidade. Eu tinha até vergonha de pensar que o meu maior desejo era estar na capital, ver como era a vida longe da fazenda e despertar o interesse de estudar nesse lugar.Mas, por fim, tudo era diferente do que eu imaginava.As pessoas, ao notarem que eu não era dali ou ao escutarem o meu sotaque de interior, olhavam-me com arrogância e reviravam os olhos, pensando que eu não notaria o deboche.Estar com Benjamin na capital era mágico, até sairmos de casa e todos pensarem em como alguém como ele poderia estar com alguém como eu.Na noite passada fomos a uma comemoração na qual os amigos dele, tanto do trabalho quanto de outras épocas, estavam presentes. E foi aí que decidi ir embora. Eu não me encaixava naquele padrão e não conseguia respirar sem ouvir cochichos sobre nossa relação.Ouvi até uma das patricinhas dizendo que eu era uma interesseira e queme casaria com ele só por dinheiro.Normalmente, eu agia
VioletaEstávamos oficialmente casados e não existia mulher mais feliz no mundo do que eu.Benjamin e eu estávamos em uma quase lua de mel desde a noite passada, quando assinamos aqueles papéis, mesmo com meu coração estando na boca.Tudo na minha vida parecia uma montanha-russa de emoções,mas apior parte, para mim, era saber que meu pai não estava presente e que não me viu casando.Só que uma coisa no meu peito sentia que ele estava ali naquele momento.E já sendo a esposa de Benjamin, estávamos em meio aos lençóis brancos, acordando depois de uma noite emocionante que jamais pensei em ter.Parecia que ele não se cansava, pois já me acordou com beijos na nuca, acendendo o meu corpo com a chama do prazer. — Acordou bemdisposto —brinquei, aninhando-me a ele. O seu corpo quente me acolhia eseus beijos roubavam meu fôlego antes que eu pudesse respirar.— Acho que estar casado é um afrodisíaco.Era impressionante como ele me fazia rir com suas bobagens. — Você que é um depravado. — E pe
Três meses depoisVioleta—Esta já é a terceira vez que tenho que ajustar a cintura deste vestido —falou a costureira, que apertava o vestido branco no meu corpo.Eu não queria uma grande festa de casamento, mas depois de nos casarmos de última hora na capital, não iria recusar o pedido da mãe de Benjamin, que ficou chateada ao saber da novidade.—Você está engordando.—Que sensibilidade,hein?—reclamei. —Estou nervosa com tudo isso.Bem...Esse não era o motivo, mas também não era mentira. Depois que voltamos à fazendaas coisas mudaram.As pessoas me viam como a esposa do chefe e Ben constantemente me mimava. Não estávamos morando dentro da casa grande,apesar de ela ficar a alguns metros de onde morávamos.Ele optou por mais privacidade.Também, depois que retornamos, a lua de mel ficou ainda mais intensa. E por incrível que pareça, o playboy metido despertou o gosto para a vida familiar e para o trabalho no campo.Eu já tinha percebido que meu corpo estava mudando, eapesar da inexperiê
HunterNão me sinto à vontade em festas infantis, mas desde que meu filho nasceu, essas ocasiões se tornaram parte da minha vida. Liam é meu maior amor, um garotinho pequeno que sempre consegue o que quer com muito pouco esforço.Ser pai sempre foi um sonho meu, mas admito que o adiei por muito tempo. Minha vida não era a mais correta, sempre viajava a trabalho e meus relacionamentos, ou quase todos, não duravam muito tempo. Eu sempre gostei de estar no controle, de ter domínio. Ter dinheiro nas mãos significava ter tudo o que queria: conforto, bons lugares e mulheres.Já tive mulheres de todos os tipos, sempre buscando o prazer de uma noite. Poucas permaneceram por mais do que algumas semanas. Meu estilo de sexo não é convencional, não me limito às posições tradicionais como “papai e mamãe” ou “cavalgadas gostosas”. Gosto de ir além dos limites, experimentar cada parte do corpo, sentir o calor se transformando em um incêndio de prazer.Amo minha esposa, mas sinto falta da emoção
SarahQuando ela chegou nesse lugar não sabia exatamente onde estava se metendo. Seu maior sonho era ser estilista, ganhar dinheiro com seus modelos e cuidar do seu pai, que sempre cuidou dela sozinho desde que a loira era um bebê.Aquele homem a ensinou o certo e o errado, a entender as entrelinhas e ser mais inteligente que os expertos, pois sempre iriam arranjar uma forma de passar a perna nela.Sarah nunca foi a menininha delicada ou a certinha em tudo. Para seu pai, seguir as regras e não se meter em encrenca já era o bastante. Sem falar também na moral que os moldavam. Fazer o certo sempre, respeitar e nunca esquecer desses passos.Quando a carta da faculdade chegou, seu coração foi à boca, mal pode parar em pé. Àquela altura, ela já trabalhava com uma costureira vizinha, mas o que realmente lhe rendia dinheiro para pagar as contas e ajudar seu pai era o emprego em uma sorveteria.Eles não eram miseráveis nem passavam fome, porém, todos os dias ela assistia seu pai sair cedo
HunterHunter estava na academia de luta, tarde da noite, com a raiva fervendo dentro de si, após remoer bastante o que aconteceu. Ele precisava descontar essa energia negativa em alguém ou em algo, e as luvas de boxe pareciam as melhores opções. Ele começou a bater com força, socos e chutes rápidos que ecoavam pelo salão vazio, e a todo momento, o loiro imagina o rosto daquele que Hunter, considerava um amigo.“Uma cobra venenosa que não percebi e acabou me destruindo”, ele pensou.Depois de alguns minutos, uma leve sensação de alívio começou a se espalhar pelo seu corpo, mas ainda faltava algo. Seu corpo estava suado e a cabeça permaneceu perturbada. Viver com essa verdade estava o matando.Ele precisava lutar contra alguém de carne e osso. Olhando em volta, percebeu que a academia estava praticamente vazia, mas, por obra do destino, naquele momento, Tomás passa pela porta, sorridente, cumprimentando um dos poucos que estavam ali. Hunter, riu de tanta raiva. A maratona de socos
Após passar longas semanas com seu pai, no pós-operatório, depois que ele acordou, Sarah então se voltou ao novo problema que era: o seguro e o dinheiro.Tudo ali era difícil para quem não tinha nenhum dólar na conta. Ela tinha que ganhar dinheiro rápido, pois logo chegariam as parcelas da universidade, sem contar na moradia e comida.Depois de um dia cheio, ela se deitou na cama de solteiro, que tinha o quarto dividido, na universidade. Estar ali custava caro, mas era o mais próximo e fácil, pois a casa de seu pai ficava a quilômetros dali, e ela não tinha um carro.Sara tomou coragem, levantou e buscou por uma roupa para vestir depois do banho. Ela, então, notou Patrícia, que entrava com a toalha enrolada ao corpo, indo para seu guarda-roupa e escolhendo uma peça.Patrícia era uma mulher linda, não muito mais velha que Sarah. Pelo que a loira sábia, ela também tinha uma origem humilde, porém, sempre que aparecia, esbanjava luxo.Roupas, joias e muito mais. Praticamente só Sarah v
HunterOs dias passaram e Hunter ficava remoendo aquela cena em sua mente, pensando em diversas situações em que os dois poderiam estar juntos. Quando viajava a negócio, quando trabalhava até tarde. Quando isso começou?Desde o casamento, ou melhor, desde que a viu, seus olhos se fecharam para qualquer outra. Ela sabia o seduzir, tanto que ele não viu o que estava acontecendo debaixo do seu nariz.Há quanto tempo isso vinha acontecendo debaixo do meu nariz?Hunter se questionava por tudo. Até se culpava pelo o corrido. Afinal, se Emília estava o traindo, era porque ele deixou isso acontecer.Se Hunter não tivesse chegado mais cedo naquele dia, nunca teria descoberto a traição. Sua desilusão deveria prevalecer, nessa situação, porém, o ódio e raiva prevaleciam.Tomás e ele cresceram no mesmo nicho. Os pais dele frequentavam os mesmos lugares que os de Hunter. Naturalmente fizeram amizade.Foram para a mesma faculdade, e se formaram no mesmo ano. Agora, ele tentava se manter no ramo