capítulo 6

Sarah

Donald Watts — 58 anos

Uma noite casual, regada a bebidas e roda de conversas de negócios. Acompanhante. Duração de três horas…

Como Patrícia havia dito, eles logo responderam.

Isso não era uma grande surpresa, pois Sarah tinha o perfil de qualquer homem com muito dinheiro disposto a pagar caro por uma mulher bonita, para exibir na frente dos amigos.

Mas… Sarah se surpreendeu com o convite casual que chegou no meu endereço de e-mail que criou só para isso.

Ela ficou nervosa, eu li tudo, até as letras minúsculas, esperando encontrar qualquer absurdo.

Perdeu um bom tempo se questionando e se perguntando por que um homem com tanto dinheiro e posição precisava exibir uma loira jovem e sensual. Fútil. A palavra era fútil.

A loira passou a noite lendo os contratos, tanto os da agência quanto as do seu cliente, ela o achou.

Ela o achou formal e educado, mas nunca confiaria nisso, ainda mais vindo de alguém que iria lhe pagar para ser sua acompanhante.

Eram um amontoado de palavras difíceis que poderiam ser a sua corda no pescoço.

Quase não dormiu, tendo que cuidar do pai, estudar e ler tudo aquilo para não se arrepender futuramente.

Como se já não estivesse arrependida.

Sarah voltava várias vezes para o documento e lia as exigências e os detalhes, que a deixaram ainda mais pensativa sobre esse trabalho.

Esperar o convidante em um lugar de fácil acesso. Estar bem vestida. ficar ao seu lado o tempo todo, sendo liberada apenas a ir ao banheiro.

Pagamento adiantado após assinar o contrato exclusivo para única noite.

Ela franziu o cenho ao ler tudo aquilo. Apesar de achar normal e até adequado, não parava de pensar no porquê um homem como esse, claramente rico, precisaria de uma acompanhante estranha em uma noite onde passaria a maioria do tempo conversando sobre negócios.

Então ela chegou à conclusão que não importava os motivos dele. Ele pagando muito bem e não colocando sua mão onde não devia, estaria tudo bem para ela.

Sarah respirou fundo antes de assinar aquele acordo temporário. Então, enviou para o e-mail do seu agente, que não era a Patrícia, como ela estava começando a cogitar, e foi em busca de fazer seus afazeres.

***

Em frente ao espelho, ela se olhou, sentindo um frio na barriga. Ela havia aceitado esse contrato, o trabalho era simples: estar ao lado de um homem, sorrindo e fingindo que não estava odiando, sendo apenas mais uma alegoria ao seu lado.

Era bizarro pensar que homens usavam seu dinheiro para comprar um teatro só para se exibirem. Mais bizarro ainda era aceitar esses acordos, mas Sarah precisava ajudar seu pai, precisava estudar, e se fosse só sorrir na frente de idiotas, então ela faria.

Ela não sabia do submundo onde se enfiou e mesmo que tudo parecesse claro, agora que leu os contratos, a loira não fazia ideia de que tudo podia mudar do dia para a noite.

Seu celular apitou, causando mais frio na barriga, a forçando a correr para pegá-lo. Estava em cima da cama.

Sarah estava no quarto onde passou toda a sua vida, se arrumando para sair com um estranho que a pagaria para ser a sua acompanhante.

Se parasse para pensar muito, acabaria desistindo, então tratou de se concentrar na realidade.

Ao pegar o aparelho e o abrir com a senha, quase caiu para trás com o que viu na sua conta.

Eu não ganharia isso em um mês, muito menos em três horas, trabalhando em um bar chique.

— O que vai acontecer comigo? — ficou boquiaberta. — 3 mil Dólares por três horas com esse homem?

Encarando a conta bancaria, que antes estava vazia, ela pensou no que faria com aquilo, pagando o que devia e comprando algo básico para casa, enquanto um ricaço, com milhões na conta, comprava uma noite com uma bela mulher de cabelos loiros e rosto bonito.

“Esse é o meu valor?”

E ela nem estava reclamando do preço baixo. Na verdade, estava sentindo-se como uma mercadoria.

***

— Está nervosa? — Donald a observou com atenção enquanto esperavam as portas do elevador se abrirem. Essa era a sua primeira vez aqui e fazendo esse trabalho, claro que ela estava nervosa. Sarah não sabia o que aconteceria, porém, não podia surtar agora nem na frente desse homem e dos seus amigos. Então, respirou fundo.

— Perdão, não quero parecer desajeitada. — Sorriu, tímida. — É minha primeira vez e não quero decepcioná-lo.

— Não espero nada além de uma conversa agradável, garota. — Foi rude.

Normalmente ela responderia a essa grosseria, mas então lembrou o que estava fazendo ali e o quanto recebeu para isso, por isso se calou, ignorando a rispidez.

“Talvez seja por isso que ele tenha que pagar para ter uma mulher ao seu lado. “ Mesmo que sua boca não dissesse uma palavra, sua mente estava afiada.

Ela só tinha que tomar cuidado para não se distrair e deixar sair tudo o que pensava dele.

Assim que as portas se abriram, ele ofereceu o braço, e ela aceitou de bom grado.

Colocou um sorriso no rosto. Com dificuldade, pois já estava cansada antes mesmo de começar o trabalho.

Sarah acompanhava, ainda um pouco insegura, Donald que a convidara para sair naquela noite.

Eles haviam acabado de chegar a um local exclusivo, um bar para pessoas ricas. Tudo ali parecia glamoroso e de alto padrão.

O ambiente era grande e bem movimentado, com a música vibrante e a iluminação baixa.

Empresários circulavam animadamente pelo lugar, conversando de forma descontraída, enquanto lindas modelos se postavam ao lado deles, acentuando a aura de sofisticação que pairava sobre o ambiente.

“Pelo visto esse lugar é o ponto onde todos os ricaços se encontram para exibir uma vida falsa, ou meia falsa. Não acho que essas mulheres são realmente parceiras deles. ” Ela era bem crítica, olhando todos ao seu redor. “Aposto que as esposas estão em casa, com os filhos, pensando que os maridos estão trabalhando até tarde. ”

Os assentos confortáveis eram distribuídos pelo salão para aqueles que frequentavam aquele ambiente exclusivo, e o som das taças de champanhe se chocando e das pessoas conversando preenchia o ar.

“A única forma de entrar nesse lugar é ao lado de um estúpido como Donald, pois acredito que seria confundida com uma garçonete.”

Sarah sentiu-se um pouco intimidada ao se deparar com tanta riqueza e opulência, mas tentava manter a calma, observando ao redor e admirando a beleza do lugar.

Então, ela esbarrou em alguém alto e muito forte, que a fez parar e voltar à realidade. Contudo, pela beleza do homem, ela achou que havia caído e ido para o céu.

Por segundos, ela o encarou nos olhos. Os cabelos loiros estavam bem penteados para trás, a barba era um charme à parte, seus olhos, azuis, e os lábios rosados.

Seu coração foi à boca com aquele olhar e contato. Ela pediria desculpa se não fosse arrastada pelo seu contratante.

Donald não notou o ocorrido; ela agradeceu, pois seria vergonhoso passar por desastrada.

Eles chegaram a um grupo pequeno de quatro homens da mesma faixa etária que Donald, junto com eles, mulheres que provavelmente eram da mesma agência de acompanhantes que ela.

Sarah sentou ao seu lado, sorrindo e cumprimentando, ficando em silêncio depois disso.

Por dentro, ela revirou os olhos, achando aquilo ridículo. Porém, lembrou do homem que a fez se calar.

Seus olhos atrevidos buscaram pelo homem lindo que esbarrou há pouco.

Hunter sentou em um banco metálico perto do balcão onde eram servidos os drinks.

Seu amigo o cumprimentou e depois disso, ele buscou por ela. Sarah sentiu seu corpo arrepiar por inteiro.

Seu sangue ferveu e tentou desviar o olhar para que ele perdesse o interesse nela, mas não funcionou.

Durante a meia hora seguinte, Sarah ficou estática, observou o que as outras faziam, puxava assunto e depois sorriam elegante.

Estar aqui era humilhante. Ela nunca imaginou que se colocaria nessa posição.

Ao sair de casa, seu pai fez algumas perguntas, depois continuou assistindo à TV.

Sarah rezava para aquilo acabar logo, e tão nervosa, pediu, com gentileza e sutileza, para ir ao banheiro.

Ela revirou os olhos quando já estava longe deles. Buscou pelo banheiro feminino, que ficava em um corredor a direita.

Assim que entrou e se olhou no espelho, perguntou-se se estava ficando louca.

Do nada veio em sua mente o homem que não tirou os olhos dela a noite toda. Ela sentiu uma coisa estranha na barriga, não sabia explicar.

Quando achou que estava melhor, saiu do banheiro; contudo, tomou um susto ao ver a pessoa que estava mexendo com ela, de uma forma inexplicável. Ele parecia estar a esperando.

O frio na barriga voltou, pensou ser só mais uma coincidência, então tentou passar despercebida, porém, ele pegou em seu braço a impedindo.

Foi um toque inofensivo, sutil e delicado que a forçou a olhá-lo nos olhos novamente, dessa vez, mais de perto.

Não havia ninguém ali; ela ainda tinha que dar alguns passos para chegar ao salão.

Seu coração foi a boca, pensou que faria algo ruim com ela, mas Hunter riu e a soltou.

Ele tinha uma pinta de homem cafajeste, um safado e perigoso. Por isso, Sarah ficou tão mexida.

— Vamos nos ver outra vez, docinho. — Disse, sorrindo. Um belo sorriso hipnotizante.

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