Agradeci por sempre haver um táxi disponível em frente ao restaurante. Entrei rapidamente e segui em direção à escola, tentando ligar para Cadu, mas a ligação caiu na caixa postal. Deixei uma mensagem explicando o teor da ameaça de Bernardo, junto com um áudio e a foto que ele enviara.Assim que o táxi parou, saí em desespero. Olhei ao redor, procurando Bernardo e Sophia, mas não os vi. Levei as mãos à cabeça, sentindo o pânico crescer. Fechei os olhos por um segundo e senti algo encostar na minha cintura.— Sem gracinhas, Emily, ou Sophia vai pagar o preço — seu sussurro me fez gelar. Meu corpo enrijeceu, o coração disparado. — Não vou fazer nada, só quero a minha filha, Bernardo.— Vem comigo, vou te levar até ela. Está esperando no carro — virei e encarei seus olhos inchados. Fiquei surpresa ao ver os machucados em seu rosto. Mas naquele momento nada importava além de Sophia.Ele me puxou pelo braço, abrindo a porta do carro e me empurrando para o banco do passageiro. Olhei para
Assim que percebi a mensagem de Emily, o mundo ao meu redor pareceu congelar. Meu coração, antes acelerado, parecia agora preso em um aperto sufocante. Não conseguia pensar com clareza; uma fúria misturada com pânico me dominava. Bernardo havia ultrapassado todos os limites. Mesmo depois de nosso confronto, ele ousou ir atrás da minha filha. Peguei a chave do carro com mãos trêmulas e quando saí da sala, meu irmão, César, me bloqueou.— Que diabos está acontecendo? — Ele perguntou, sua voz firme, os olhos me analisando com preocupação.— Bernardo... — Senti a bile subir à garganta. — Ele está com a Emily... com a minha filha. Eu preciso sair agora! — Falei, quase gritando, o desespero rasgando minhas palavras.— Eu vou com você — César respondeu, já correndo atrás de mim até o carro.No caminho, o silêncio no carro era ensurdecedor. Minhas mãos apertavam o volante, os nós dos dedos brancos de tensão, enquanto o celular de César tocava sem parar. Ele tentava contato com Karen e Marla.
Três Anos Depois— Amor, minha mãe perguntou se Sophia pode ir para lá hoje e ficar o fim de semana com eles — Cadu questionou, carinhoso.— Avisa que hoje ela está com minha mãe, mas amanhã posso levar ela — ele responde à mensagem da minha sogra e logo me faz outro questionamento. — Agora é o meu irmão, ele quer saber se iremos para casa de praia com eles no fim de semana. Karen e sua irmã também vão. — Você quer ir? — Ele estava sentado no bar, mexendo no celular, enquanto tomava um drink, eu me aproximei e sentei no banco à sua frente. — Eu quero o que você quiser, meu amor — ele sorriu, eu o encarei brava.— Nada disso, desta vez você decide, sempre sou eu quem escolho para onde vamos — argumentei.— O que eu posso fazer, se tudo que eu quero é estar com você, seja onde for — tentou me convencer com seu sorriso sedutor, eu olhei para ele sorrindo.— Pensa que irá me convencer com seu charme? — Questionei, ele assentiu com um sorriso. — Não vai! Trate de se decidir e me avise —
— Boa noite e boas festas — digo, com um sorriso acolhedor, enquanto aceno para mais um cliente satisfeito que deixa o restaurante após um jantar.Não tenho do que reclamar do meu trabalho. Ser recepcionista em uma das maiores redes de restaurantes do país foi uma das melhores oportunidades que eu poderia encontrar, especialmente considerando minha falta de formação específica. O cheiro de comida boa permeia o ar, e o suave som de jazz ao fundo sempre cria uma atmosfera relaxante.Estou no final do meu expediente e restam poucos clientes no restaurante. Aproveito esse momento de calmaria para organizar meus pertences e me preparar para encerrar o trabalho. É quando um pequeno grupo de pessoas se aproxima, e dentre eles, um homem com um sorriso tranquilo chama minha atenção. Ele se destaca, não só pela estatura, mas pelo jeito descomplicado de ser.— Aguardem lá fora — ele diz calmamente, seus olhos azuis fixos nos meus, como se tentasse decifrar um enigma.— Boa noite — disse ele com
Na manhã seguinte, sou brutalmente arrancada do mundo dos sonhos por Karen, que parece ter a energia de uma criança em manhã de Natal. Sinto o colchão afundar sob seu peso enquanto ela pula em cima de mim com um entusiasmo contagiante. Resmungo, tentando inutilmente me esconder sob o cobertor para fugir da invasão de luz que ela traz ao abrir as persianas. — Chega de dormir, bela adormecida, vamos acordar porque estamos atrasadas — anuncia ela, batendo palmas como se fosse capaz de acordar não só a mim, mas todos os vizinhos. — Karen, isso é hora? Você não dorme? — Protesto, a voz abafada pelo pouco do cobertor que ainda tenho sobre a cabeça. — É claro que durmo, mas já fiz isso durante a noite. Agora, vamos levantar, sua mãe preparou aquele bolo que eu adoro e você continua dormindo. Chega de preguiça, garota — insiste ela, já puxando o cobertor com um puxão decidido, deixando-me totalmente exposta à luminosidade do dia. Relutante, sento-me na cama, ainda tentando processar a abr
Assim que nos acomodamos nas cadeiras confortáveis do salão, o ambiente começou a se encher de risadas e conversas animadas. O ar estava carregado de expectativa e o cheiro de produtos de cabelo e esmalte.— Então, meninas, qual o plano para o cabelo hoje? Algo dramático ou clássico? — Perguntou Evilyn, folheando uma revista de moda que mostrava várias tendências de penteados para festas.— Estou pensando em algo com ondas, bem glamouroso. Quero que meu cabelo brilhe tanto quanto a bola de discoteca! — Disse Karen, já discutindo opções com a cabeleireira, que sorria diante do entusiasmo dela.— Acho que vou de coque alto. Algo elegante, sabe? Com alguns fios soltos para dar um toque mais suave — comentei, imaginando o penteado perfeito que complementaria meu vestido.— Ótima escolha, Emi. Vai ficar linda! — Evilyn me encorajou, antes de se voltar para a própria consulta. — Eu quero algo bem moderno... talvez um half bun com tranças?A cabeleireira de Evilyn acenou, já trazendo suas fe
A confraternização no Hotel Casa da Montanha estava sendo nada menos que espetacular, superando todas as minhas expectativas para a noite. Entre risos, danças e flertes, o ambiente se enchia de alegria e celebração. A música vibrava pelo salão e nós nos movíamos ao seu ritmo, desfrutando de cada momento. A energia era contagiante; bebemos, dançamos e deixamos as preocupações do ano que se encerrava para trás.Poucos minutos antes da meia-noite, enquanto me divertia ao lado de Karen e Evilyn, senti uma mão grande envolver minha cintura de maneira surpreendente. Meu coração saltou. Girei meu rosto instintivamente e me deparei novamente com aqueles olhos marcantes que haviam perturbado minha noite anterior. Os mesmos olhos que agora me encaravam intensamente, tão perto e tão reais.Minha voz se perdeu em algum lugar entre a surpresa e o nervosismo, meu corpo esqueceu momentaneamente como se comportar. Não entendi por que a presença daquele homem, que eu mal conhecia, provocava um tumulto
— Sei que deseja tanto quanto eu, curtir essa noite e, também sei, que deseja que seja ao meu lado — Cadu afirma com um brilho provocativo nos olhos, eu o encaro, impressionada com sua audácia. Ele claramente não é nada modesto.— E digo mais, não me impressionaria se me dissesse que sonhou comigo a noite toda — ele acrescenta, soltando uma risada baixa que ressoa com uma confiança quase tangível.Eu gargalho, não apenas pela ousadia de suas palavras, mas também pelo charme despretensioso que ele exibe.— É muito convencido — afirmo, ainda rindo, mas ele apenas sorri, um sorriso que parece iluminar seu rosto inteiro.— O que te faz acreditar nisso? — Questiono, desafiando-o a justificar sua premissa.Ele então se inclina, diminuindo a distância entre nós e sussurra em meu ouvido, sua voz baixa e rouca enviando arrepios pela minha espinha, enquanto sua mão aperta minha cintura de forma possessiva, mas gentil.— Estou errado? — Ele pergunta, recuando apenas o suficiente para que nossos