Ao nos aproximarmos do carro, Cadu abriu a porta para mim, mas antes que eu entrasse, ele me encostou no veículo e segurou meu rosto. Seus lábios devoraram os meus de repente, de um jeito urgente. Segurei suas mãos e senti sua boca se envolver na minha de forma acelerada. Nos beijamos por alguns minutos. Ele estava ansioso, e sua boca explorava cada centímetro da minha com domínio. Pude sentir, através daquele beijo, sua aflição. Instantes depois, Cadu mordeu e sugou meu lábio, antes de encarar meus olhos atentamente. Percebi o quanto ele estava apreensivo e tive certeza de que sua reação se devia ao nosso encontro nada agradável com a prima.— Não acredite no que a Bia disse. Ela agiu assim porque sabe que com você é diferente — ele afirmou, tentando me acalmar. Desviei o olhar e suspirei fundo. Ele ergueu meu rosto delicadamente e me fez olhar em seus olhos novamente.— Emily, por favor, eu não tenho motivos para mentir para você.— Será, Cadu? — perguntei, incerta.Ele balançou a
Emily é a mulher que eu realmente desejo me envolver e não permitirei que ninguém atrapalhe o que pretendo construir ao lado dela. Foi por isso que a deixei no restaurante e voltei para o hotel antes de ir para o escritório. Ao chegar, segui diretamente para o apartamento de Bia. Ela atendeu a porta e, assim que me viu, sorriu animada.Encarei ela, sério e entrei sem falar nada. Boa claro, sorriu animada.— Eu tinha certeza que você viria atrás de mim, assim que se livrasse daquela garota sem graça — ela sorriu ao se aproximar. — Ela não é tão boa, não é? — Bia tentou levar as mãos em meu peito, eu segurei seus punhos me afastando. — Não irei permitir que você atrapalhe meu relacionamento com Emily — ela me encarou furiosa. — Se continuar…— Relacionamento? — Ela me interrompeu e se aproximou com olhos vermelhos de raiva — Ficou louco? — Ela acertou um tapa em meu peito. — Você está de brincadeira comigo, Cadu? — Não estou de brincadeira e acho melhor você levar a sério o que estou
Faltavam poucos minutos para o meu almoço, quando vi Bia entrar no restaurante. Ela se aproximou da recepção sorrindo irônica.— Quero falar com você — ela me encarou com desdenho. — Não temos nada para conversar, então se for apenas isso, já pode ir embora — encarei os olhos da mulher sem noção a minha frente. — Você é muito abusada mesmo, garota — ela olha para os lados e pega o celular. — É melhor tirar alguns minutos para conversarmos se não quiser que eu exponha o que tenho nesse celular aqui, e agora — respirei fundo, tentando entender o que aquela maluca queria comigo agora.— O que eu tenho a ver com o conteúdo do seu celular? — Questionei, confusa.— Gravei o Cadu me fodendo há pouco — ela sorriu, vitoriosa. — Você se acha especial e eu vim te provar que não é. — Quem você pensa que é? — Karen fala, irritada. — Eu vou te dar uma surra sua vadia — ela tentou passar por mim e ir até Bia, mas eu segurei seu braço a paralisando. — Amiga, é inútil — falei para Karen, que esta
Agradeci por sempre haver um táxi disponível em frente ao restaurante. Entrei rapidamente e segui em direção à escola, tentando ligar para Cadu, mas a ligação caiu na caixa postal. Deixei uma mensagem explicando o teor da ameaça de Bernardo, junto com um áudio e a foto que ele enviara.Assim que o táxi parou, saí em desespero. Olhei ao redor, procurando Bernardo e Sophia, mas não os vi. Levei as mãos à cabeça, sentindo o pânico crescer. Fechei os olhos por um segundo e senti algo encostar na minha cintura.— Sem gracinhas, Emily, ou Sophia vai pagar o preço — seu sussurro me fez gelar. Meu corpo enrijeceu, o coração disparado. — Não vou fazer nada, só quero a minha filha, Bernardo.— Vem comigo, vou te levar até ela. Está esperando no carro — virei e encarei seus olhos inchados. Fiquei surpresa ao ver os machucados em seu rosto. Mas naquele momento nada importava além de Sophia.Ele me puxou pelo braço, abrindo a porta do carro e me empurrando para o banco do passageiro. Olhei para
Assim que percebi a mensagem de Emily, o mundo ao meu redor pareceu congelar. Meu coração, antes acelerado, parecia agora preso em um aperto sufocante. Não conseguia pensar com clareza; uma fúria misturada com pânico me dominava. Bernardo havia ultrapassado todos os limites. Mesmo depois de nosso confronto, ele ousou ir atrás da minha filha. Peguei a chave do carro com mãos trêmulas e quando saí da sala, meu irmão, César, me bloqueou.— Que diabos está acontecendo? — Ele perguntou, sua voz firme, os olhos me analisando com preocupação.— Bernardo... — Senti a bile subir à garganta. — Ele está com a Emily... com a minha filha. Eu preciso sair agora! — Falei, quase gritando, o desespero rasgando minhas palavras.— Eu vou com você — César respondeu, já correndo atrás de mim até o carro.No caminho, o silêncio no carro era ensurdecedor. Minhas mãos apertavam o volante, os nós dos dedos brancos de tensão, enquanto o celular de César tocava sem parar. Ele tentava contato com Karen e Marla.
Três Anos Depois— Amor, minha mãe perguntou se Sophia pode ir para lá hoje e ficar o fim de semana com eles — Cadu questionou, carinhoso.— Avisa que hoje ela está com minha mãe, mas amanhã posso levar ela — ele responde à mensagem da minha sogra e logo me faz outro questionamento. — Agora é o meu irmão, ele quer saber se iremos para casa de praia com eles no fim de semana. Karen e sua irmã também vão. — Você quer ir? — Ele estava sentado no bar, mexendo no celular, enquanto tomava um drink, eu me aproximei e sentei no banco à sua frente. — Eu quero o que você quiser, meu amor — ele sorriu, eu o encarei brava.— Nada disso, desta vez você decide, sempre sou eu quem escolho para onde vamos — argumentei.— O que eu posso fazer, se tudo que eu quero é estar com você, seja onde for — tentou me convencer com seu sorriso sedutor, eu olhei para ele sorrindo.— Pensa que irá me convencer com seu charme? — Questionei, ele assentiu com um sorriso. — Não vai! Trate de se decidir e me avise —
— Boa noite e boas festas — digo, com um sorriso acolhedor, enquanto aceno para mais um cliente satisfeito que deixa o restaurante após um jantar.Não tenho do que reclamar do meu trabalho. Ser recepcionista em uma das maiores redes de restaurantes do país foi uma das melhores oportunidades que eu poderia encontrar, especialmente considerando minha falta de formação específica. O cheiro de comida boa permeia o ar, e o suave som de jazz ao fundo sempre cria uma atmosfera relaxante.Estou no final do meu expediente e restam poucos clientes no restaurante. Aproveito esse momento de calmaria para organizar meus pertences e me preparar para encerrar o trabalho. É quando um pequeno grupo de pessoas se aproxima, e dentre eles, um homem com um sorriso tranquilo chama minha atenção. Ele se destaca, não só pela estatura, mas pelo jeito descomplicado de ser.— Aguardem lá fora — ele diz calmamente, seus olhos azuis fixos nos meus, como se tentasse decifrar um enigma.— Boa noite — disse ele com
Na manhã seguinte, sou brutalmente arrancada do mundo dos sonhos por Karen, que parece ter a energia de uma criança em manhã de Natal. Sinto o colchão afundar sob seu peso enquanto ela pula em cima de mim com um entusiasmo contagiante. Resmungo, tentando inutilmente me esconder sob o cobertor para fugir da invasão de luz que ela traz ao abrir as persianas. — Chega de dormir, bela adormecida, vamos acordar porque estamos atrasadas — anuncia ela, batendo palmas como se fosse capaz de acordar não só a mim, mas todos os vizinhos. — Karen, isso é hora? Você não dorme? — Protesto, a voz abafada pelo pouco do cobertor que ainda tenho sobre a cabeça. — É claro que durmo, mas já fiz isso durante a noite. Agora, vamos levantar, sua mãe preparou aquele bolo que eu adoro e você continua dormindo. Chega de preguiça, garota — insiste ela, já puxando o cobertor com um puxão decidido, deixando-me totalmente exposta à luminosidade do dia. Relutante, sento-me na cama, ainda tentando processar a abr