O Bebê que o CEO não conhece
O Bebê que o CEO não conhece
Por: Luna Sants
Capítulo 1

— Boa noite e boas festas — digo, com um sorriso acolhedor, enquanto aceno para mais um cliente satisfeito que deixa o restaurante após um jantar.

Não tenho do que reclamar do meu trabalho. Ser recepcionista em uma das maiores redes de restaurantes do país foi uma das melhores oportunidades que eu poderia encontrar, especialmente considerando minha falta de formação específica. O cheiro de comida boa permeia o ar, e o suave som de jazz ao fundo sempre cria uma atmosfera relaxante.

Estou no final do meu expediente e restam poucos clientes no restaurante. Aproveito esse momento de calmaria para organizar meus pertences e me preparar para encerrar o trabalho. É quando um pequeno grupo de pessoas se aproxima, e dentre eles, um homem com um sorriso tranquilo chama minha atenção. Ele se destaca, não só pela estatura, mas pelo jeito descomplicado de ser.

— Aguardem lá fora — ele diz calmamente, seus olhos azuis fixos nos meus, como se tentasse decifrar um enigma.

— Boa noite — disse ele com uma voz vibrante que me faz parar por um momento.

Respiro fundo, ergo meu rosto, ajusto minha postura e tento esboçar um sorriso, embora seu olhar intenso torne isso um desafio maior do que deveria.

— Boa noite, senhor, espero que tenha apreciado o jantar — minha voz sai mais trêmula do que pretendia, revelando a leve agitação que suas palavras provocam.

— Com certeza apreciei, não apenas o jantar, mas todo o resto, senhorita Campos — ele diz, lançando um olhar curioso para meu crachá antes de acrescentar com um sorriso malicioso: — Espero que seja senhorita.

Seu comentário me faz corar, desvio rapidamente o olhar, sentindo minhas bochechas queimarem.

Respiro fundo novamente e passo para a transação.

— Aqui está o valor — digo, tentando retomar alguma formalidade.

Ele acena com a cabeça, realiza o pagamento e, enquanto recolho o comprovante, não consigo evitar que um sorriso se forme ao ver sua gentileza.

— Obrigada pela preferência, tenha uma excelente noite e boas festas — digo, mais relaxada agora que o encontro está quase no fim.

— Boas festas, senhorita Campos. Espero poder te reencontrar em breve — ele responde com um sorriso que parece iluminar a recepção.

Assim que ele passa pela porta, deixando o restaurante, suspiro aliviada e agradeço mentalmente ao banco atrás de mim, que impediu que minha surpresa fosse seguida por uma queda não tão graciosa.

— Emily, você está bem? — Karen se aproxima, notando meu estado levemente abalado.

— Sim, está tudo bem — afirmo, tentando esconder o quanto ainda estava afetada pelo encontro.

— Ficou assim por causa daquele cara bonitão? Eu vi como ele te olhou. Você o conhece? — Karen pergunta, com um brilho malicioso nos olhos.

— Nunca o vi por aqui — respondo, minha curiosidade sobre aquele estranho ainda palpitante.

— Também não, pode ter vindo para as festas — ela especula, arrumando a bolsa sobre o ombro.

— Pode ser — concordo, enquanto um sorriso cansado se forma em meus lábios.

— Agora vamos embora, pois não vejo a hora de estar deitadinha na minha cama. Amanhã passaremos o dia nos produzindo. Você já comprou sua roupa? Por favor, me diga que não deixou para o último momento, Emily — ela me encara, uma sobrancelha arqueada em desafio.

— Respira, Karen. Eu já comprei minha roupa — asseguro, ela solta um longo suspiro de alívio.

— Quase morri agora, então vamos. Precisamos descansar, porque amanhã à noite promete — ela segura firme em meu braço, puxando-me em direção à saída com uma risada que ecoa pelo corredor vazio.

Aproveito para pegar minha bolsa rapidamente, antes que ela me arraste completamente. Ao sairmos do restaurante, seguimos juntas diretamente para casa. Como Karen e eu moramos próximas, ela faz a gentileza de me dar carona. Ao chegarmos, sigo diretamente para o quarto da minha mãe. Mesmo adormecida, beijo sua testa suavemente, como sempre faço, depois caminho silenciosamente para o meu quarto.

Após um banho quente que deveria ser relaxante, me deito, esperando que o sono venha fácil. No entanto, os olhos daquele homem invadem meus pensamentos, insistentes e perturbadores. Ele não foi o primeiro cliente a fazer insinuações, mas definitivamente foi o primeiro que abalou minhas certezas com apenas um olhar.

Aqueles olhos... eles me encararam com uma intensidade tão grande que, por mais que eu tente, sei que será difícil esquecê-los.

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