|16 de abril de 2015
Harriet:
Me chamo Harriet Sullivan. Não sou popular como as outras garotas. Sou mais na minha, sabe?
Na verdade tenho dificuldade em me socializar. Logo que comecei a estudar em São Marcos, me senti como um peixe fora d'água. Tudo era tão grande, barulhento e confuso…
Não falava com ninguém e ninguém falava comigo. Até que, um dia, “ele” se mudou para o apartamento em frente ao meu.
Jake Hawley é o seu nome. Ele é lindo! Alto, branco, com olhos azuis e cabelo castanho escuro. É tão gentil e bem-humorado e me trata muito bem. Saber que ele sabe que existo é a melhor coisa no mundo. Sei que nunca terei uma chance com ele porque, infelizmente, ele é gay, mas, mesmo assim, não consigo deixar de amá-lo e sonhar com ele.
Hoje, faz um ano que aquela coisa horrível aconteceu com o Alexander Grant. Estou com um mau pressentimento. Implorei ao Jake para não ir a essa maldita festa que a Bianca organizou, mas quem disse que ele me ouviu?
— Gata, eu tenho sete vidas! — Ele se despediu de mim com um selinho.
Ele gosta de seduzir garotas, embora, não passe disso. Nem sei porque ele faz isso. Será que acha divertido? Aliás, meu primeiro beijo aconteceu com ele.
Antes…
— Você é mais bonita que as outras garotas do colégio. Se se arrumasse melhor, mataria todas de inveja. — Disse Jake.
— Qual o problema com o meu estilo? — Perguntei, reparando melhor em minhas roupas. Normalmente, eu usava saias longas e blusas soltas de mangas compridas.
— Nenhum, mas se você usasse uma minissaia e um decote e mudasse o seu penteado? — Ele sugeriu. — Se quiser, posso fazer de você, o meu projeto de verão.
— O quê? — Repeti, rindo. — Nem pensar. Não mesmo. Não me sentiria a vontade se me vestisse assim. Gosto do meu estilo. Tem mais a ver com a minha personalidade.
— Gosto de garotas que não se deixam influenciar facilmente. — Ele disse.
— O quê? Então, isso foi um teste? — Eu disse, rindo.
— Sim, e você passou. — Ele encostou seus lábios nos meus. Porém, quando percebeu que não correspondi, recuou. — Qual o problema?
— Hã… Eu… Nunca fiz isso. — Acho que qualquer garota em meu lugar não teria dito isso, mas preferi ser sincera. Jake sempre me inspirou confiança e eu sabia que por ser diferente dos outros garotos ele entenderia. Claro que nem por isso, deixava de ser constrangedor, afinal, de uma forma ou de outra, ele era um garoto e garotos são naturalmente, babacas.
— Sério? — Falou ele comprimindo um riso.
Não consegui dizer uma palavra. Minha vontade era sair correndo e chorando, mas se fizesse aquilo, Jake provavelmente me seguiria, era bem a cara dele.
— Desculpe? — Ele disse sinceramente e segurou minhas mãos. — Nem sei porque ri. Acho que sou um bobo. Todo mundo tem de começar um dia. Ninguém nasce sabendo nada. Só fiquei surpreso porque, hoje, em dia, as garotas começam cedo, mas você, mais uma vez, me prova que não é como as outras garotas. — Ele encostou seus lábios nos meus mais uma vez.
Fechei os olhos e como em uma dança, deixei ele me conduzir.
Agora…
Kentin O’'Brian estava parado em um canto, observando os outros se divertirem. Ele ainda se perguntava o que fazia naquela festa chata.
— Boa noite? — Jake disse enquanto se aproximava de Kentin.
— Ah, eu mereço! — Falou Kentin irritado e se afastou.
Jake o seguiu.
— Ei, gato? Não foge de mim, não. Eu não mordo, a não ser que… Você peça.
— Pare com isso! Eu já te disse que não curto esse lance. Pare de insistir! Não vai conseguir nada com isso, só o meu ódio. — Falou Kentin e se afastou novamente.
Dessa vez, Jake não o seguiu.
A festa que Bianca estava dando, acontecia no Rancho Dark Horse. A casa com três andares, ao estilo vitoriana, era mobiliada com móveis feitos de madeira de cerejeira. Havia uma lareira na sala que vinha a calhar nos dias mais frios, uma piscina nos fundos para os dias mais quentes, uma quadra de tênis e um chalé para abrigar os hóspedes.
O chalé, apesar de belo e aconchegante se fazia dispensável, já que a casa principal era grande o bastante para acomodar pelo menos vinte pessoas. Bia não pretendia dormir ali. Assim que a festa terminasse, ela dispensaria os convidados e voltaria para a sua casa.
Jake parou embaixo de uma árvore, ainda chateado pelo fora que levou de Kentin. Uma lufada de ar veio em sua direção e balançou os galhos da árvore. Jake tirou uma moeda do bolso de sua calça e a jogou como sempre fazia quando queria adivinhar a sua sorte; Cara significava que ele deveria ser otimista, erguer a cabeça e seguir em frente; coroa significava que ele deveria recuar e/ou repensar a questão proposta.
Agora, ele se perguntava se deveria voltar a festa, esquecer Kentin e se divertir, ou, ir embora para a casa e ficar com Harriet. Antes que a moeda caísse na mão dele, algo o agarrou e o arrastou para a escuridão, de onde só se ouviram seus gritos.
Três meses depois....Jeremy:Meu nome é Jeremy Hawley, sou o irmão gêmeo de Jake. Somos iguais e ao mesmo tempo, diferentes. Duvida?Jake adora festa e em qualquer lugar que vá, faz amizades facilmente, já eu detesto sair do meu quarto. Também, por que sairia quando tenho tudo o que preciso, meu computador, meu X box, etc?Dinheiro nunca foi um problema na minha família. Nunca nos faltou nada. Mesmo assim, Jake nunca esteve satisfeito. Parece que sempre desejou algo a mais e foi isso que o levou a querer sair de casa. Nosso pai foi contra, mas nossa mãe, não – ela sempre preferiu o Jake a mim, e por isso, sempre fez tudo o que ele lhe pediu -.
Alexander:Quando morri, pensei que ficaria preso para sempre no porão do colégio porque toda vez que tentava sair dali, não conseguia. Era angustiante e eu pensava que nada poderia ser pior. Estava errado!Brittany e meu pai me “puxavam” para a casa com seus lamentos e eu ficava ora aqui, ora no porão do colégio. Não sabia onde era pior estar, no lugar onde fui assassinado ou em um lar onde via meu pai e minha “irmã” definhando por mim. Eu tentava consolá-los, mas eles não podiam me ver, sentir ou ouvir, já que eu não passava de um maldito fantasma.Um dia, os vi partir e senti meu coração se partir em mil pedaços. Que engraçado! Um morto com coração… Isso está errado. Eu não devia sentir mais coisa nenhuma, mas continuei sentindo. Quer dizer, algumas coisas… Posso me jogar escada abaixo qu
Dois dias se passaram e Luciana não teve problemas com Alexander. Ele foi puxado várias vezes até onde Brittany estava e se manteve ocupado o suficiente para não aborrecer ninguém.Luciana foi matriculada em São Marcos e aquele seria seu primeiro dia de aula. Kimberly também estudaria no mesmo colégio, mas não significava que elas iriam juntas nem que se sentariam ao lado da outra na cantina ou que sequer trocariam uma palavra, porque Kimberly tinha vergonha de dizer que era “irmã” de Luciana.Luciana sempre acabava chamando mais atenção para si do que pretendia e isso incomodava alguém como Kimberly, que só queria ficar na dela e ser minimamente notada.Luciana se levantou sobressaltada quando o despertador a acordou. Levou uns cinco minutos para se acalmar. Ela ficou sentada na cama, encarando o closet, até se levantar.
Na sala de aula Marion DiAngele vigiava Henry Dornelles que vigiava Danica Foster que por sua vez, vigiava Lizzie Dornelles.“Parece que todos estão tramando alguma coisa e nenhum confia no outro”, foi o que pensou Mary Ann Simons enquanto os observava de seu canto. Ela estava sentada logo atrás de Luciana e fingia ler um livro de Wicca quando prestava a atenção em todos os alunos a sua volta, os analisando mentalmente para não se aproximar depois de pessoas que julgava “detestáveis”. Só havia duas pessoas em sua classe que Mary simpatizava: Harriet Sullivan e Christopher Morrison, os únicos que não eram esnobes.Pagie percebeu que Danica não parava de encarar Lizzie e sussurrou isso para ela. Lizzie se virou para trás e encarou Danica.Nervosa, Danica disfarçou rápido e virou o rosto. Lizzie rabiscou algo em uma
Amanda empurrou Henry, mas não conseguiu se livrar dele.— Me solta! — Ela disse.— Só depois que responder a minha pergunta. — Falou Henry.Amanda usou sua habilidade para se esquivar dele. Levantou-se e saiu correndo, porém, Henry a surpreendeu ao aparecer na frente dela.— Como você…? — Disse ela recuando, espantada.— Acha que é a única aqui que tem poderes? — Falou Henry.— Você é como eu? — Perguntou Amanda.— Isso depende… O que você é? — Perguntou Henry.— Eu não… Sei. — Disse ela nervosa.— É uma vampira? — Perguntou ele.Amanda riu, nervosa.
— Caramba! Esse era o quarto dele? — Falou Harriet quando Luciana levou Mary e ela até seu quarto.— Sim. — Respondeu Luciana.Mary Ann encarou o closet como se tivesse algo assustador escondido nele. Luciana percebeu e ficou arrepiada. Será que Mary também podia sentir coisas que pessoas comuns não sentiriam nem que se esforçassem?— Escuta, tem algum pertence dos antigos donos aqui? —Perguntou Mary se voltando a Luciana.— Um pertence? — Ela repetiu. — Bem, tinham uns pôsteres nas paredes que eu rasguei e… — Luciana se lembrou que sua mãe dissera que havia algumas coisas que os antigos moradores deixaram no sótão. — O sótão… Minha mãe disse que tem coisas lá.— Será que nós podemos ver? — Perguntou Mary parecendo mais preocupada que curiosa.
Assim que Catrina adormeceu, Marion a deixou no berço – Christopher comprara um para Catrina ficar à vontade sempre que viesse passar a tarde com ele, uma vez por semana, para que todos pensassem que ele, de fato, se importava com aquela criança, não que ele não se importasse, mas precisava convencer Eva Little – e foi até a biblioteca, onde Christopher ainda lia.— Você não se cansa de ficar com a cara enfiada nos livros? — Ela disse sorrindo.— Olha quem fala? — Disse Christopher rindo e deixou o livro de lado. — E a Catrina?— Dormindo como um anjo.— Humm. Que bom. Olha, se você quiser ir embora, eu entendo. Mas preferia que passasse a noite aqui, como havíamos combinado. Eu não levo muito jeito com crianças.— Falou Christopher.— Não se preocupe. Eu já m
Michelle despertou Brittany e lhe deu um chá de gosto amargo para beber.— Tome? Isso vai fazer com que se sinta melhor.— O que é? Tem um cheiro horrível e um gosto pior. — Falou Brittany com uma careta.— Não importa. Apenas beba. — Disse Michelle impaciente.Brittany tomou metade do chá.— Eu vou cuidar de você. Confie em mim? — Michelle beijou o rosto de Brittany.Brittany sorriu.— Obrigada. Eu gosto que cuide de mim.— E eu gosto que me deixe cuidar de você. — Michelle passou a mão no rosto de