Haiden O celular vibrou no meu bolso insistentemente. Quando olhei na tela, era um número desconhecido. Ignorei a ligação. Seja lá quem fosse que estivesse atrás de mim, parecia bem desesperado. Eu não tinha pressa, então desliguei o aparelho e me preparei para encarar o meu pai mais uma vez. Ele sempre festejava seu aniversário na cidade natal. Ele havia viajado para cá no dia seguinte à nossa briga e ficou surpreso quando disse haver me casado. Eu sabia que assim que ele me visse chegando sozinho, todas as suas dúvidas se concretizariam. Meu pai me acusaria de mentiroso. Jeffrey estava comigo, mas ele não se parecia com uma bela mulher a qual eu pudesse apresentar como minha esposa. Eu não inventaria nenhuma desculpa, eu só diria que minha esposa não estava pronta para ser apresentada. — Essa é a desculpa mais ridícula que você já inventou em toda a sua vida – Jeffrey zombou de mim quando estávamos no hotel onde aconteceria a festa – seu pai não vai acreditar, ninguém vai. — E
Haiden Jeffrey limpou a garganta antes de me oferecer um sorriso amarelo. Deveríamos estar aproveitando a festa e eu deveria me manter longe de problemas. Deixar de lado essa história de esposa secreta por essa noite, mas Jeffrey me revisitava a realidade, e eu não gostava da ideia de vê-lo tão envolvido com minha assistente. — Conversamos bastante quando você foi conhecer a irmã dela – referiu-se a Daphne de forma tão natural que me incomodou – ela me contou o quanto achava absurdo imaginar você casado com Ember. Ele achou engraçado o comentário e certamente as lembranças daquela conversa eram agradáveis para Jeffrey. — Está interessado nela? – perguntei, enquanto levava o copo de champanhe até os lábios e tomava um longo gole da bebida. Jeffrey se conteve durante longos segundos, demorou demais para responder uma pergunta tão simples. — Não estou interessado, embora a Daphne seja bem interessante – ele disse, isso causando um sentimento estranho em mim. Eu não queria ver o me
Antes Daphne Liguei insistentemente para o senhor Haiden, mas ele não atendeu. Percebendo a insistência de Ember em falar com ele, sentia que eu precisava intervir. Liguei para Jeffrey, mas ele me disse que Haiden estava bêbado, e que seria mais sensato eu deixar aquela conversa para depois. Naquela manhã, assim que cheguei na empresa, avistei Ember sentada confortavelmente no sofá da recepção. Havia menos de quarenta e oito horas que o nosso pai havia sido enterrado e eu entendia seu desespero. A única renda que poderia mantê-la de pé estava morta. A verdade era que Ember se orgulhava de ser dona do próprio negócio, ter sua casa própria, seu veículo, mas o que ninguém sabia era que foi o nosso pai que manteve os negócios dela vivos por todos esses anos. Quando os olhos dela se encontraram com os meus, ela desdenhou, dando de ombros. Se levantou e veio em minha direção apressadamente, elevando sua voz exigente. — Exija que o seu chefe venha falar comigo – ela sempre adorou ter a
Daphne Era a noite do meu noivado. Eu estava animada, após esperar oito anos, eu e Vincent finalmente iriamos marcar a data do nosso casamento. Francamente, eu teria me casado com ele imediatamente, assim que o conheci. Ele era o homem mais bonito que eu já coloquei meus olhos, inteligente e destemido, mas Vincent instituiu para fazermos as coisas no tempo certo. Concordei e os anos se passaram, tantos que eu já não suportava mais esperar. Estava parada em frente ao espelho e me admirava, confiante de que essa seria a noite mais importante da minha vida. Eu estava pronta para me comprometer para sempre com o homem que eu amava. Soltei meus cabelos negros e ajeitei minha franja. Dei uma última conferida no vestido marrom que eu vestia. Ele era justo e mostrava minhas pernas, mas Ember, minha irmã mais velha, disse ser a roupa ideal para um momento como aquele. — Você está tão sexy nessa roupa, Daphne – Ember disse quando me encontrou na sala. – O Vincent não vai resistir quando te
Eu não fazia ideia de como eu havia chegado nesse lugar e como eu havia conhecido aquele homem e ido parar em um hotel com ele. Eu precisava sair daqui o mais rápido possível. O vibrar insistente do meu celular me fez parar. Centenas de mensagens e chamadas perdidas. Percebi que todo mundo queria fazer parte da minha vergonha. Ignorei, coloquei o telefone na bolsa e entrei no táxi. Depois de um momento de hesitação, parada em frente à porta de casa, eu ainda tentava puxar na memória o rosto do homem com quem passei a noite, mas minhas memórias não passavam de um borrão. E eu ainda tinha que entrar em casa e encarar meus pais. Quando abri a porta, minha mãe veio correndo em minha direção. — Onde você estava Daphne? – A voz dela parecia tão alta que precisei tampar os ouvidos – estávamos preocupados com você. Eu queria uma aspirina que pudesse acabar com a dor de cabeça que eu sentia, então decidir não prolongar aquela conversa. — Estou bem, mãe – menti, tentando desfazer
A beleza de Haiden quase me fez esquecer a merda de vida que eu tinha, quer dizer, ele parecia ter saído de uma revista, de tão lindo que ele era, até Vincent se colocar na minha frente, impedindo minha passagem e dizer em um sussurro: — Precisamos conversar – ele segurou meu braço e eu me afastei tão depressa que um grito escapuliu dos meus lábios. — Como ousa tocar em mim? Todo mundo parou e olhou para mim. Eu senti meu rosto esquentar quando a atenção do CEO ficou voltada para meu comportamento. Hainden me olhava tão profundamente que eu até achei que ele desnudaria minha alma. — Peço desculpas – gaguejei e abaixei a cabeça, torcendo para não ser tarde demais. Mas Vincent não parecia disposto a desistir. E ele não desistiria, eu sabia disso. Convivi com aquele traidor por oito longos anos. Fechei os olhos com força e desejei que todos esquecessem o que havia acontecido e se dirigissem à sala do novo CEO, mas não foi o que aconteceu. — Por que você está incomodando a fun
Minhas mãos começaram a suar. Franzi a testa e a confusão se instalou em minha mente. Ele queria que eu encontrasse a esposa dele? Ela estava perdida ou estava se escondendo? Que tipo de homem Haiden era para que a esposa não quisesse ficar ao lado dele? Eu tinha muitas perguntas, mas nenhuma capaz de atravessar meus lábios e ganhar vida. — Senhor, eu… – gaguejei, fracassando na minha tentativa – o meu trabalho não é investigar casos, aliás, eu nem sei como fazer isso. Haiden se virou para me olhar e sua expressão era tão sombria que precisei abaixar a cabeça, deixando minha franja cair sobre o meu rosto. — Contratei um detetive particular para esse serviço – ele declarou e eu fiquei ainda mais confusa – mas preciso de uma mente feminina para entender um pouco a maneira como as mulheres pensam. Como um homem bonito como ele não sabe como as mulheres pensam? Haiden deveria ser especialista nesse assunto, já que era bonito e sedutor. Aquilo não fazia o menor sentido para mim.
Meu sangue ferveu quando vi Ember colocando o anel no dedo e sorrindo, como se aquilo fosse um prêmio que ela merecia receber. Avancei em sua direção como cão selvagem e arranquei o anel do dedo dela com tanta brutalidade que seu dedo esfolou, sangrando em seguida. — Mas o que diabos você está fazendo, Daphne? – ela sentia-se profundamente insultada e se fez de vítima. — Saia imediatamente do meu quarto – gritei, apontando o dedo para fora – já não basta você roubar o meu noivo, agora vai roubar meus pertences também? Ela colocou o dedo machucado nos lábios e chupou o sangue. Aquilo era tão nojento e nem mesmo no momento de tensão, Ember parava de me provar o quanto era sedutora. Ela tirou a máscara de moça ofendida e caminhou com determinação em minha direção. — Você ainda guarda o anel que o Vincent deu a você? – ela debochou – precisa superar esse homem, Daphne. — Não foi o Vincent quem me deu esse anel – os olhos de Ember se arregalaram de surpresa com a informação – e m