Noiva traída, esposa secreta
Noiva traída, esposa secreta
Por: Érica Christieh
Capítulo 01

Daphne 

Era a noite do meu noivado. Eu estava animada, após esperar oito anos, eu e Vincent finalmente iriamos marcar a data do nosso casamento. 

Francamente, eu teria me casado com ele imediatamente, assim que o conheci. Ele era o homem mais bonito que eu já coloquei meus olhos, inteligente e destemido, mas Vincent instituiu para fazermos as coisas no tempo certo. 

Concordei e os anos se passaram, tantos que eu já não suportava mais esperar. Estava parada em frente ao espelho e me admirava, confiante de que essa seria a noite mais importante da minha vida. Eu estava pronta para me comprometer para sempre com o homem que eu amava. 

Soltei meus cabelos negros e ajeitei minha franja. Dei uma última conferida no vestido marrom que eu vestia. Ele era justo e mostrava minhas pernas, mas Ember, minha irmã mais velha, disse ser a roupa ideal para um momento como aquele. 

— Você está tão sexy nessa roupa, Daphne – Ember disse quando me encontrou na sala. – O Vincent não vai resistir quando te vir vestida assim. 

Eu não deveria dar ouvidos à Ember, ela era vulgar e oferecida, mas ela conseguia todos os homens que desejava, aliás, eles se arrastavam aos pés dela. Se ela dizia que Vincent não resistiria, ela sabia o que estava dizendo. 

Olhei para as horas no relógio de pulso e tomei um gole do meu energético. Todos deveriam estar aqui. Observei minha mãe preparar a mesa, colocando todas as comidas de que Vincent gostava. Pela primeira vez na vida, ela parecia orgulhosa das minhas escolhas, afinal ele era gerente de uma grande companhia multimilionária. 

Dez minutos depois, a porta se abriu e Vincent entrou com um grupo de pessoas segurando garrafas de cerveja e gritando. Eles estavam animados e aquilo pareceu um bom sinal. Com um sorriso, Ember correu para cumprimentá-los, enquanto fiquei parada no meio da sala. Deveria ser um momento íntimo que envolvesse eu e Vincent, mas agora minha casa estava cheia de pessoas que eu nem conhecia, ofuscando a noite que deveria ser só minha. 

Vincent finalmente veio me cumprimentar, com um beijo na bochecha, depois disso se virou e foi para perto dos seus amigos. Todo o brilho nos meus olhos desapareceu. 

Percebendo o quanto ele estava distraído com a bebida, caminhei até ele e sussurrei em seu ouvido. 

— Vamos anunciar a data do nosso casamento? 

Ele olhou em meus olhos, deu de ombros e voltou a atenção para a bebida e para os amigos, como se não me conhecesse. 

Sentindo a mão de Ember me puxar, fui arrastada para o outro lado da sala. 

— Deixe que ele se divirta, Daphne – ela dançava e bebia na minha frente como se estivesse zombando de mim. – Homens odeiam ser pressionados. 

Eu o estava pressionando? Após esperar oito anos por uma decisão? Girei os pés e caminhei o mais rápido que pude para longe de Ember. Eu não era obrigada a ver todos se divertindo às minhas custas e pisoteando o momento que esperei como se não fosse nada. 

Peguei uma garrafa de bebida na mesa da cozinha, abri e virei-a nos meus lábios. Eu não gostava de bebidas alcoólicas, mas aquela noite pediu por isso. Após beber metade da garrafa, sentindo minha garganta queimar, limpei os lábios e as lágrimas que escorriam. Eu deveria estar chorando de felicidade, mas eu estava tão furiosa que eu mal conseguia me controlar. 

Eu não ia esperar mais oito anos, se Vincent não queria fazer aquilo, eu o faria. Larguei a garrafa na mesa e caminhei até a sala destemida a anunciar a data do nosso casamento de uma vez por todas. 

Quando coloquei meus pés no lugar, desejei, no entanto, ter ficado longe. 

Vincent segurava uma caixa com um anel dentro, seus olhos me alcançaram. Pensei que aquele seria o meu grande momento, meu coração acelerou, pensando que finalmente eu seria recompensada por tanta espera. 

— Daphne – ele disse, mas não se moveu. 

— Sim – eu sorri. – Anuncie o nosso casamento, querido. 

Mas ele hesitou, olhando para além de mim. 

— Me desculpe, Daphne – a voz dele não falhou em nenhum momento. 

Ele caminhou na minha direção e passou por mim, indo na direção de Ember, e se ajoelhou diante dela. Um murmurinho constrangedor invadiu a sala. Ninguém conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo, menos Ember, ela não parecia nada surpresa com aquilo. 

— Sei que é loucura, mas, Ember, você quer casar comigo? 

Depois, um silêncio ensurdecedor foi instalado em toda a casa. Todos os olhares se voltaram para mim. Foi o grito histérico da minha irmã mais velha que rompeu a humilhação que recaía sobre mim. 

— Eu aceito – meus ouvidos lutaram para compreender o que eu ouvia. Ember havia aceitado o pedido do meu noivo? 

Meus olhos ardiam. Meu noivo colocou um anel no dedo da minha irmã no dia em que deveríamos anunciar a data do nosso casamento. Ember chorando e o puxando para um beijo. 

— Que merda é essa? – Eu gritei. 

Vincent e Ember pararam na minha frente. Vincent, mais bêbado do que antes, tropeçava em minha direção, enquanto Ember tinha um sorriso presunçoso no rosto. Então ela sabia de tudo. 

— Daphne, eu sinto muito – ele gaguejou. 

— Vincent – eu o interrompi. – Poupe suas desculpas, eu as ouvi por oito anos. Agora chega! 

Sem outras palavras, eu me virei e saí da casa, incrivelmente ninguém veio atrás de mim. Vaguei pelas ruas da cidade até não me lembrar mais de nada. Quando acordei na manhã seguinte, desorientada, minha cabeça pulsava de dor. Fechando os olhos contra a luz que se infiltrava pelas cortinas, eu demorei para entender que eu não estava no meu quarto. A percepção me abalou. E eu desconhecia esse lugar e essas roupas espalhadas no chão. 

Eram roupas masculinas.  

De repente, o chuveiro ligou. Oh, meu Deus! Tive um caso de uma noite com um desconhecido? Peguei minha bolsa, passei na ponta dos pés e, quando cheguei à porta, corri para fora o mais rápido que pude. 

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