Numa certa manhã Rosana e Yuri tomavam café juntos, na casa de verão, raramente iam ao palácio, a não ser que tivesse algum evento, Rosana estava estudando, e ajudava algumas instituições de caridade representando Yuri, ele não tinha ocupado o trono estava adiando enrolando seu pai, mas já era ele que tomava praticamente todas as decisões. - Precisamos nos casar! Ele disse, de supetão. - Agora? Já estamos juntos, não precisamos disso. - Sim precisamos! Você merece uma festa linda! - Não gosto dessas coisas, você sabe! - Você é uma princesa, merece uma festa a sua altura! - Terei que ir ao estrangeiro para uma reunião entre líderes, quero que vá comigo, lá compraremos seu vestido. Ele disse se levantando da mesa. Antes de sair ele ainda acrescentou. – Faça uma lista do que você gostaria que tivesse na festa e quem você gostaria que estivesse presente. Antes que diga algo, não importa a distância, mandaremos trazer todos que você queira na nossa festa! Ele saiu e Rosana ficou pen
Os dias se passaram Yuri tinha muito trabalho, Rosana se dedicava a caridade, sempre viajavam para a província Leste para saber como estavam indo as coisas por lá. Sempre que os dois apareciam em público, as pessoas os cumprimentavam felizes e agradecendo tudo que o casal havia feito pela província. Depois Rosana já não podia acompanhar mais Yuri, pois já estava no finalzinho da gestação, ele também estava evitando viajar para longe queria estar ao lado dela quando seu filho nascesse, seu pai o ajudava, o imperador passou a levar a imperatriz com ele quando saia nas viagens de negócios, ela estava bem mais fácil de lidar. A avó de Yuri estava sempre perto de Rosana a ajudando, Yuri pediu para que fosse construída uma casa para eles na propriedade, para que ficassem perto deles. Yuri e Rosana estavam jantando em casa quando ela sentiu uma dor, vendo-a. – O que foi? Está bem? Yuri perguntou preocupado. - Acho que está na hora! Ela disse tentando se levantar com a mão em sua barriga
Estava colhendo batatas no vale quando ouvi barulhos estranhos, olhei para cima e vi fumaça e algumas pessoas correndo. Tinha ouvido alguma coisa sobre nossa província poder ser invadida, mas eu não acreditava que aquilo chegaria a nosso vilarejo tão remoto. Trabalhávamos praticamente dia e noite, parte da produção tinha que ser enviada para a capital, essa parte era a maior parte. Não importava se a produção tivesse sido boa, ou suficiente se eram mil sacas de batatas eram mil sacas de batatas, o que sobrava tínhamos que dividir entre a comunidade, o trabalho era comunitário. O pouco que ficava alimentávamos primeiro os que trabalhavam, depois as crianças e os idosos. Eu sempre deixava parte que cabia a mim para meus avós, pois o que cabia a eles era tão pouco que não daria nem para matar a fome. Dizem que há outras províncias que não vivem como nós, mas eu não acredito, governantes são sempre governantes, mandam, exploram com a desculpa de proteger-nos, mas a verdade é que iss
Soti saiu satisfeito, embora um pouco invejoso afinal, tudo que era bom era do sargento, eles dormiam em pequenas barracas, o sargento tinha uma tenda só para ele, até cama ele tinha. Soti soltou a corda que estava presa ao carro e cutucou as pernas de Rosana com o bico da bota. - Vamos o sargento quer vê-la, seja educada e talvez tenha uns dias melhores. Ele disse se achando superior. Rosana estava fraca e com dificuldades para se levantar com as mãos presas. –Ande não temos o dia todo. Na verdade já passavam do meio dia, ela tinha dormido a noite, a invasão tinha acontecido no meio da tarde do dia anterior. Ela se levantou com dificuldade e o seguiu sendo puxada, ainda, pela corda. Quando entraram na tenda ele a empurrou e ela caiu no chão, seus cabelos se espalharam por seu rosto e quase cobriram seu corpo. Raoni era um homem de meia idade, devia ter uns quarenta e cinco anos, Rosana era uma jovem garota de dezenove anos. Ele estendeu o cabo do açoite e o colocou no queixo d
Rosana estava apavorada, suas pernas estavam tremendo. Raoni tocou sua cintura , apesar de magra seu corpo era bonito e muito fresco, ela era muito jovem, sua boca estava seca de desejo, ele a pressionou contra escrivaninha. Rosana passou a mão pela mesa e achou um objeto, que até aquela hora ela não sabia o que era, era um candelabro, ela o bateu com força na cabeça do sargento, que cambaleou para o lado soltando-a, ela aproveitou e saiu correndo. Raoni não esperava o golpe e ficou um pouco tonto, passou a mão na fronte, estava sangrando. -Insolente! Peguem esta selvagem ele gritou, vou lhe ensinar uma lição. Rosana correu unindo todas as suas forças, mas ela foi capturada, a trouxeram para o centro do destacamento. Ela foi jogada ao chão, ela não tinha forças para se levantar. Seus joelhos estavam ralados e sua mão estava doendo pela queda. - Me traga meu açoite. Raoni gritou, ele agora estava com uma faixa na cabeça. Plaft! AHHH! Rosana gritou ao sentir a pele de suas cost
A garotinha saiu e pegou na mão de seu pai, que a subiu no caminhão. Assim que o caminhão saiu, Yuri caminhou rapidamente para o caixote, da forma que estava o sol a pessoa que estava ali, poderia até morrer desidratada. No caminho ele fez um sinal para que um soldado seu viesse também. Ele se pôs de frente para o caixote e pediu para que abrissem. O soldado abriu, mas a pessoa lá dentro não se moveu, ele olhou para dentro do caixote e pensou que poderia ser tarde demais. - Vá e chame o sargento. Ele levou as mãos nas têmporas. Quando Raoni chegou ele o ordenou que tirasse a pessoa da caixa. Raoni estava relutante, pois já conhecia Yuri, mas ele não tinha muita opção. - Ela é rebelde, tacou um objeto em minha cabeça. Ele disse em sua defesa, mostrando a faixa em sua testa. - Tire-a. Ele disse muito irritado. Quando Raoni tirou Rosana do caixote, ela só murmurava, pouco se entendia o que ela dizia, mas uma coisa era bem audível “não me toque”. Muito irritado ao ver a pequena
Ele colocou a colher de volta no prato, se virando para sair disse: - Agora coma, se quiser se manter viva. Ele disse saindo da tenda. Percebendo a teimosia de Rosana ele resolveu sair da tenda para que ela ficasse à vontade e pudesse comer sossegada.Rosana estava com muita fome, ele pode vê-la comendo pela sombra projetada na parede da tenda, ele riu sozinho, ela era bonita, selvagem e tinha personalidade, ele gostou disso. Ele deu uma volta pelo destacamento e ficou muito irritado com aquela bagunça, tudo destruído. Ele foi até a tenda dos soldados e muitos estavam bêbados jogados em meio a sujeira – O que acontece aqui? Vocês são uma vergonha para o império! Ele disse em voz alta. Os homens levantaram, alguns cambaleando, e se colocaram em formação. - Hoje vocês não dormirão, quero isso aqui limpo e quando terminarem aqui passarão para o pátio e em silencio não quero ouvir um pio, ao amanhecer quero tudo pronto e impecável! Foi isso que vocês aprenderam? Onde está seu superi
Raoni estava deitado no banco de um caminhão quando viu as duas pessoas chegar, sua inveja, há muito guardada, estava a flor da pele. Há muito tempo ele se incomodava com Yuri, ele era bom, mas será que o bastante para ser tão jovem e já ser Marechal? Tinha algo a mais? E porque ele se achava superior e diferente dos outros? Rosana deitou e ficou pensando no que Yuri disse, ela nem sabia o nome dele, só sabia sua patente, ele tinha razão desde muito nova ela também pensava assim. Ela adormeceu. Yuri também acabou pegando no sono, mas acordou muito antes de Rosana. Ele foi até a cozinha e preparou o café, e pediu a camareira para preparar a agua com as ervas para tratar as feridas de Rosana. Depois ele foi tomar um banho, com as confusões do dia anterior ele não havia tomado banho, Yuri tinha hábitos muito diferentes dos militares, nem sempre ele foi militar, ele serviu porque todo homem em sua província tem que servir, mesmo que seja alguém de posses e até o filho do imperador.