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6- Pode-se virar, não estou nu.

Raoni estava deitado no banco de um caminhão quando viu as duas pessoas chegar, sua inveja, há muito guardada, estava a flor da pele.

Há muito tempo ele se incomodava com Yuri, ele era bom, mas será que o bastante para ser tão jovem e já ser Marechal? Tinha algo a mais? E porque ele se achava superior e diferente dos outros?

Rosana deitou e ficou pensando no que Yuri disse, ela nem sabia o nome dele, só sabia sua patente, ele tinha razão desde muito nova ela também pensava assim. Ela adormeceu.

Yuri também acabou pegando no sono, mas acordou muito antes de Rosana.

Ele foi até a cozinha e preparou o café, e pediu a camareira para preparar a agua com as ervas para tratar as feridas de Rosana.

Depois ele foi tomar um banho, com as confusões do dia anterior ele não havia tomado banho, Yuri tinha hábitos muito diferentes dos militares, nem sempre ele foi militar, ele serviu porque todo homem em sua província tem que servir, mesmo que seja alguém de posses e até o filho do imperador.

Quando Rosana acordou ela saiu da tenda e olhou em volta, ela viu Yuri sem camisa, usando apenas a calça da farda, ele secava os cabelos com uma toalha, ela não conseguia tirar os olhos das costas dele.

- Lindo, não é? Uma camareira de meia idade disse.

Rosana se assustou –Não estava...

- Olhando? A mulher a interrompeu. –Quem não olharia? Ela disse rindo ao ver Rosana sem jeito e com as bochechas coradas.

A verdade é que Rosana nunca havia olhado para homem algum, ela nunca havia se interessado por ninguém, mas Yuri conseguia chamar sua atenção.

- Vamos eu preparei seu banho a pedido do marechal. A mulher disse a ela, entrando na tenda.

- Eu não preciso, não quero incomodar. Ela disse acanhada.

- Ele deu a ordem apenas faça! As ervas ajudarão na cicatrização e se você cuidar direitinho com o balsamo, não ficará marcada. Você quer ficar marcada? Ela perguntou, impaciente com a teimosia de Rosana.

Yuri depois que tomou banho e colocou sua farda, juntou alguns soldados que ele selecionou e aproveitou para inspecionar a ordem que tinha dado na noite anterior.

- Juntem suas coisas, vocês me acompanharão. Esperem no caminhão, e onde está o superior de vocês? Ele perguntou, curioso para saber onde Raoni estava a uma hora daquelas.

Os soldados não sabiam onde ele estava. Yuri também não estava com paciência para lidar com ele.

Quando ele entrou na tenda, a camareira estava passando balsamo nas costas de Rosana, ele se virou quando a viu com as costas nuas.

- Como está as feridas? Ele perguntou com sua voz grave.

Rosana segurou seu vestido, tentando tampar seu peito.

Ele percebeu e disse em tom tranquilo –Não se preocupe não estou te observando.

- Está melhor, mas vai precisar de cuidados por mais alguns dias. A camareira disse.

- Você vem com a gente, quando terminar juntem suas coisas e vão para o jipe sairemos assim que vocês estiverem prontas. Ele disse saindo.

A camareira saiu atrás dele – Senhor eu não posso ir, fui designada para cozinhar para este pelotão.

-E as outras camareiras? Ele perguntou.

- Elas não cozinham. A mulher disse com pena de si mesma ela gostaria de segui-lo.

Ele olhou para a porta da tenda, Rosana estava em pé ouvindo a conversa dos dois, ele a encarou – Está bem você pode ficar então.

A mulher de cabeça baixa passou por Rosana.

–Você não queria ir? Rosana perguntou a ela.

- Eu gostaria de acompanha-lo, mas fui designada para este posto não posso sair, se não as outras ficarão em uma situação complicada, elas são jovens e você viu como Raoni é. A mulher lhe explicou.

Rosana compreendeu. – Obrigada por ter me ajudado.

- Se cuide. Ela disse virando-se para terminar seus afazeres.

- E então? Você também quer ficar? Yuri a perguntou.

O caminhão já havia partido.

Rosana não disse nada só caminhou e sentou no banco de trás do jipe para não ir ao lado dele no banco do carona.

Ele apenas olhou e seguiu viagem sem dizer nada.

No caminho nenhum dos dois disse alguma coisa até que puft! Um dos pneus furou.

- O que aconteceu? Rosana disse assustada.

- Nada, só o pneu que deve ter furado em alguma pedra, desça. Ele disse saindo do carro.

Ela estava em pé dentro do jipe sem saber o que fazer, ele foi até ela e a tirou de dentro do carro a segurando pela cintura.

Ela se segurou nos ombros dele, seus rostos ficaram muito próximos, ela conseguiu sentir o cheiro do produto que ele usou para fazer a barba de manhã.

Seu coração acelerou e ela apertou os ombros dele sem querer, ela não conseguiu dizer nada, apenas via os lábios dele.

Tuf! Ele a colocou no chão, ela ficou parada sem saber o que fazer, até que ele começou a tirar a camisa, ela se virou institivamente.

Ele tirou a camisa estendendo para que ela segurasse, ele nem estava olhando para trás, como ela não pegou ele se virou para ver que ela estava de costas tapando o rosto.

Ele sorriu e balançou a cabeça achando graça. –Pode-se virar, não estou nu.

Ela se virou devagar para ver que ele estava com uma camiseta regata branca, ela pegou a camisa que ele ainda estendia para ela. Ele não queria sujar a camisa, o jipe estava cheio de pó.

Yuri tirou uma chave grande do carro e começou a trocar o pneu, ele tinha habilidade e força.

Ele trocou o pneu, pegou um cantil foi até a beira da estrada e jogou um pouco de agua nas mãos lavando-as.

Depois ele levantou o cantil e o inclinou fazendo com que a agua caisse em sua boca, enquanto ele tomava a água seu pomo de adão descia e subia, sem querer Rosana ficou a admira-lo, ele sentiu o olhar dela.

Ele apenas veio até ela e estendeu o cantil.

- Não estou com sede. Ela disse, mas estava, porém ela não sabia beber água daquela forma.

- Beba, não vamos parar até chegar lá. Ele disse de forma firme para que ela não recusasse.

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