Raoni estava deitado no banco de um caminhão quando viu as duas pessoas chegar, sua inveja, há muito guardada, estava a flor da pele.
Há muito tempo ele se incomodava com Yuri, ele era bom, mas será que o bastante para ser tão jovem e já ser Marechal? Tinha algo a mais? E porque ele se achava superior e diferente dos outros?Rosana deitou e ficou pensando no que Yuri disse, ela nem sabia o nome dele, só sabia sua patente, ele tinha razão desde muito nova ela também pensava assim. Ela adormeceu.Yuri também acabou pegando no sono, mas acordou muito antes de Rosana.Ele foi até a cozinha e preparou o café, e pediu a camareira para preparar a agua com as ervas para tratar as feridas de Rosana.Depois ele foi tomar um banho, com as confusões do dia anterior ele não havia tomado banho, Yuri tinha hábitos muito diferentes dos militares, nem sempre ele foi militar, ele serviu porque todo homem em sua província tem que servir, mesmo que seja alguém de posses e até o filho do imperador.Quando Rosana acordou ela saiu da tenda e olhou em volta, ela viu Yuri sem camisa, usando apenas a calça da farda, ele secava os cabelos com uma toalha, ela não conseguia tirar os olhos das costas dele.- Lindo, não é? Uma camareira de meia idade disse.Rosana se assustou –Não estava...- Olhando? A mulher a interrompeu. –Quem não olharia? Ela disse rindo ao ver Rosana sem jeito e com as bochechas coradas.A verdade é que Rosana nunca havia olhado para homem algum, ela nunca havia se interessado por ninguém, mas Yuri conseguia chamar sua atenção.- Vamos eu preparei seu banho a pedido do marechal. A mulher disse a ela, entrando na tenda.- Eu não preciso, não quero incomodar. Ela disse acanhada.- Ele deu a ordem apenas faça! As ervas ajudarão na cicatrização e se você cuidar direitinho com o balsamo, não ficará marcada. Você quer ficar marcada? Ela perguntou, impaciente com a teimosia de Rosana.Yuri depois que tomou banho e colocou sua farda, juntou alguns soldados que ele selecionou e aproveitou para inspecionar a ordem que tinha dado na noite anterior.- Juntem suas coisas, vocês me acompanharão. Esperem no caminhão, e onde está o superior de vocês? Ele perguntou, curioso para saber onde Raoni estava a uma hora daquelas.Os soldados não sabiam onde ele estava. Yuri também não estava com paciência para lidar com ele.Quando ele entrou na tenda, a camareira estava passando balsamo nas costas de Rosana, ele se virou quando a viu com as costas nuas.- Como está as feridas? Ele perguntou com sua voz grave.Rosana segurou seu vestido, tentando tampar seu peito.Ele percebeu e disse em tom tranquilo –Não se preocupe não estou te observando.- Está melhor, mas vai precisar de cuidados por mais alguns dias. A camareira disse.- Você vem com a gente, quando terminar juntem suas coisas e vão para o jipe sairemos assim que vocês estiverem prontas. Ele disse saindo.A camareira saiu atrás dele – Senhor eu não posso ir, fui designada para cozinhar para este pelotão.-E as outras camareiras? Ele perguntou.- Elas não cozinham. A mulher disse com pena de si mesma ela gostaria de segui-lo.Ele olhou para a porta da tenda, Rosana estava em pé ouvindo a conversa dos dois, ele a encarou – Está bem você pode ficar então.A mulher de cabeça baixa passou por Rosana.–Você não queria ir? Rosana perguntou a ela.- Eu gostaria de acompanha-lo, mas fui designada para este posto não posso sair, se não as outras ficarão em uma situação complicada, elas são jovens e você viu como Raoni é. A mulher lhe explicou.Rosana compreendeu. – Obrigada por ter me ajudado.- Se cuide. Ela disse virando-se para terminar seus afazeres.- E então? Você também quer ficar? Yuri a perguntou.O caminhão já havia partido.Rosana não disse nada só caminhou e sentou no banco de trás do jipe para não ir ao lado dele no banco do carona.Ele apenas olhou e seguiu viagem sem dizer nada.No caminho nenhum dos dois disse alguma coisa até que puft! Um dos pneus furou.- O que aconteceu? Rosana disse assustada.- Nada, só o pneu que deve ter furado em alguma pedra, desça. Ele disse saindo do carro.Ela estava em pé dentro do jipe sem saber o que fazer, ele foi até ela e a tirou de dentro do carro a segurando pela cintura.Ela se segurou nos ombros dele, seus rostos ficaram muito próximos, ela conseguiu sentir o cheiro do produto que ele usou para fazer a barba de manhã.Seu coração acelerou e ela apertou os ombros dele sem querer, ela não conseguiu dizer nada, apenas via os lábios dele.Tuf! Ele a colocou no chão, ela ficou parada sem saber o que fazer, até que ele começou a tirar a camisa, ela se virou institivamente.Ele tirou a camisa estendendo para que ela segurasse, ele nem estava olhando para trás, como ela não pegou ele se virou para ver que ela estava de costas tapando o rosto.Ele sorriu e balançou a cabeça achando graça. –Pode-se virar, não estou nu.Ela se virou devagar para ver que ele estava com uma camiseta regata branca, ela pegou a camisa que ele ainda estendia para ela. Ele não queria sujar a camisa, o jipe estava cheio de pó.Yuri tirou uma chave grande do carro e começou a trocar o pneu, ele tinha habilidade e força.Ele trocou o pneu, pegou um cantil foi até a beira da estrada e jogou um pouco de agua nas mãos lavando-as.Depois ele levantou o cantil e o inclinou fazendo com que a agua caisse em sua boca, enquanto ele tomava a água seu pomo de adão descia e subia, sem querer Rosana ficou a admira-lo, ele sentiu o olhar dela.Ele apenas veio até ela e estendeu o cantil.- Não estou com sede. Ela disse, mas estava, porém ela não sabia beber água daquela forma.- Beba, não vamos parar até chegar lá. Ele disse de forma firme para que ela não recusasse.Ela deu a camisa para ele e pegou o cantil, ela se inclinou como ele fez, mas quando ela inclinou o cantil a agua caiu no rosto dela, que se afogou e molhou seu colo. Yuri não pode deixar de perceber seu lindo colo molhado, mas também achou graça do acesso de tosse da garota. - Beba no bico. Ele disse. Ela olhou para ele, como quem diz, mas o cantil é seu. - Beba estou dizendo. Ele disse insistiu.Ele ficou a observando, que envergonhada colocava delicadamente os lábios rosados na boca do cantil. O estomago dele se encolheu neste momento e pensamentos não tão puros passou por sua mente. Os dois seguiram calados, cada um com suas recordações. Ela com a imagem dele tomando a agua, a regata evidenciava seus músculos e o quando ele levantou a cabeça para beber a agua, no gargalo, seu maxilar perfeito ficou ainda mais evidente. Ele enquanto dirigia sem propósito ficou imaginando aquele vestido fino molhado, evidenciando as curvas dos seios dela, seus delicados lábios tocando o cant
Ela olhou para ele, derrotada e entrou, mas para sua surpresa ele entrou logo depois dela. -Tire seu vestido e se enrole na toalha. Ele disse se virando de costas para ela. Ela se assustou quando ouviu as ordens dele, depois ela entendeu que era para que ele pudesse fazer o curativo em suas costas. Ela sentiu um frio em sua barriga enquanto se despia, seu coração estava acelerado, mas não era só ela que estava experimentando sensações novas, Yuri também nunca tinha ficado tão próximo de uma mulher nua assim. -Terminei. Ela disse timidamente sentada sobre uma espécie de saco de dormir sobre um alambrado de madeira. Ele se virou pegou uma toalha se secou e tirou sua camisa que estava molhada, ele colocou uma camiseta, ele pegou o balsamo e aplicou nas costas de Rosana – Já está bem melhor. Ele disse subindo a atoalha para cobrir as costas dela. -Vou me virar e você coloque a camisa, está frio. Ele se virou e se ajeitou perto da porta da barraca em um saco de lonas. Quando Rosana
Depois de um trecho, os solavancos do carro na estrada de chão, fizeram com que Rosana acordasse . Com uma baita dor de cabeça, ela se endireitou e perguntou: - Onde estou? - Comigo, onde mais? Não posso tirar os olhos de você que já se mete em confusão. Ele disse sério enquanto dirigia olhando de soslaio para ela. - Eu? Fui atacada pelos seus soldados, desde que vocês apareceram minha vida se tornou um caos. Ela disse brava. - Não são meus soldados, se fossem não estariam mais vivos para contar a história. E sabe você é muito ingrata e grosseira. Ele disse também irritado com a teimosia dela. - Pare o carro. Ela disse. Ele parou o carro ela desceu. - Onde você acha que está? Entre no carro! Ele disse de forma autoritária. - Não sou seus subordinados você não manda em mim! Ela disse batendo o pé e seguindo para o lado oposto que estavam indo. - É verdade se fosse meu subordinado te dava uma lição, apesar que se fosse minha mulher eu também poderia te dar uma lição. Ele a alc
Ele ainda disse: -Acrescente mais três trocas de roupas intimas e por favor coloque estes três pares de sapatos e estas duas sandálias. Ele disse escolhendo cuidadosamente. - Sapatos? Rosana perguntou. - Sim, não posso sair por ai com uma mulher descalça, não é? Foi só então que Rosana olhou para seus pés e realmente ela só andava descalço, ela só tinha um par de sandálias simples que usava no natal e no seu aniversário. A senhora os observava atenta. - Ela não vai experimentar os sapatos e vestidos? A senhora perguntou, para dissipar o clima entre os dois, que agora era estranho. - Se ela quiser? Mas tenho certeza que vai servir. Ele disse despreocupado, e de fato depois constatou-se que serviram perfeitamente. - Para que tudo isso? Eu não tenho nem onde guardar. Ela disse puxando a manga da camisa dele. Ele ficou pensativo –Hum é verdade também acrescente uma mala feminina por favor. - Marechal eu não preciso disso tudo. - Tudo bem, cancele a compra a partir de hoje se qu
Raoni estava com seus dias contados, ele pediu para seu soldado investigar o que realmente havia acontecido e ele queria ir lá e resolver as coisas pessoalmente com ele, mas teve que deixar o imperador e o encarregado de segurança fazer seu papel. O dia estava despontando quando Yuri acordou com os raios do sol passando pelas copas das arvores, ele olhou para o horizonte, aquela província tinha paisagens lindas, ele olhou pro lado e Rosana ainda dormia em seu ombro “realmente linda” ele pensou. O sol incomodou os olhos de Rosana, ela fez uma careta e se virou, mas acabou por esbarrar na porta do jipe então, ela percebeu que não estava em uma cama. - Bom dia. Yuri disse. - Bom dia. Ela respondeu esfregando os olhos ainda com um pouco de sono. - Vamos seguir. Ele pegou sua bolsa na parte de trás do carro e deu a ela um pacotinho de papel com uns biscoitos, de farinha de arroz, dentro. - Obrigada. Ela agradeceu com um sorriso acanhado. – Você quer um? Ela perguntou estendendo um bi
Aqui na aldeia muitos dos homens a desejam, não sei o que veem nela, eu gostaria muito que os agentes a tivesse levado. - Ela sempre fugia, se eles a tivessem visto certamente a teriam levado. - Mas ainda acho que ela dorme com o oficial, não sei o que ele vê nela, tão insosa. Yuri estava farto de ouvir as mulheres jogando conversa fora e ainda destilando veneno contra Rosana que saia cedo e ia para a roça plantar e colher muito mais do ela precisava para viver, ou seja, enquanto ela trabalhava para ajuda-los eles falavam mal dela pelas costas. Yuri pigarreou, elas se assustaram. -Marechal. Elas disseram juntas se curvando quando o viram passar. - Voces não tem trabalho? Ele perguntou, indicando que ele as havia ouvido. Ele seguiu seu caminho e elas ficaram lá paradas Raoni tentou abusar de Rosana, ele já desconfiava, tanto que relatou abusos por parte dele quando mandou as informações sobre ele e sua tropa para o imperador, mas não citou abuso sexual, pois não tinha provas. Ma
Yuri parou a colher no ar e a voltou para o prato. –Não sou, porque? -É que eu pensei... Deixa bobagens minha. Ela disse colocando outra colherada na boca. - Você quer saber se tenho alguma mulher em meu país? Ele perguntou. - Esqueça. Ela disse com o rosto queimando como se fossem duas brasas. - Não tenho, eu vivi no estrangeiro por algum tempo retornei agora, por conta da invasão. Ele disse de forma natural. - É mesmo? Você vivia em outro país, bom agora voce também está em outro país. Ela disse. - É verdade, mas é diferente eu estava na Inglaterra, é um povo muito diferente do meu e do seu. - E lá você tinha uma namorada? Ela perguntou. - Você está interessada na minha vida amorosa? Ele perguntou curioso, para saber o porquê das perguntas. - Esqueça não é nada. Ela disse apressadamente. - Sim eu tive, tenho vinte e oito anos. Mas me diga e você? - Eu o que? Ela perguntou sabendo perfeitamente do que ele estava perguntando, mas ela fingiu não entender. - Não me enrole! N
Yuri deixou Raoni no destacamento central na cidade, ele seria levado para sua provincia, junto ele enviou pelo mensageiro todas as informaçoes e delitos que Yuri apurou. Rosana ficou na aldeia, ela estava se sentindo sozinha, o pessoal da aldeia vinha lhe tratando com indiferença pelo fato de Yuri a proteger. O povo da aldeia não estava gostando da proximidade dos dois, embora Yuri fosse bom para eles, ele ainda era um inimigo, era de uma provincia que os estava invadindo. Eles não sabiam ao certo o que queria a outra provincia, eles não eram bem tratados pelo seu governante, mas ainda assim não eram “prisioneiros” e nem estavam sendo “dominados”. Alguns aldeões, mesmo naquela vida dificil sendo explorado ainda eram fieis ao seu ditador. Rosana ficou o dia todo lá na plantação, quando voltou para a aldeia não encontrou Yuri, ela ouviu algumas mulheres cochichando sobre ele, elas diziam que ele havia ido para a cidade, o coração de Rosana se apertou, ela tinha medo de haver algum