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3- Eu mesmo levarei Rosana.

Rosana estava apavorada, suas pernas estavam tremendo.

Raoni tocou sua cintura , apesar de magra seu corpo era bonito e muito fresco, ela era muito jovem, sua boca estava seca de desejo, ele a pressionou contra escrivaninha.

Rosana passou a mão pela mesa e achou um objeto, que até aquela hora ela não sabia o que era, era um candelabro, ela o bateu com força na cabeça do sargento, que cambaleou para o lado soltando-a, ela aproveitou e saiu correndo.

Raoni não esperava o golpe e ficou um pouco tonto, passou a mão na fronte, estava sangrando.

-Insolente! Peguem esta selvagem ele gritou, vou lhe ensinar uma lição.

Rosana correu unindo todas as suas forças, mas ela foi capturada, a trouxeram para o centro do destacamento.

Ela foi jogada ao chão, ela não tinha forças para se levantar. Seus joelhos estavam ralados e sua mão estava doendo pela queda.

- Me traga meu açoite. Raoni gritou, ele agora estava com uma faixa na cabeça.

Plaft!

AHHH! Rosana gritou ao sentir a pele de suas costas queimando.

Ela ouve outro estalido e mais uma chicotada, ela já não grita, ela só solta um gemido, ouve-se mais um e ela cai com o rosto no pó e nem o gemido sai mais, ela não vê mais nada.

Rosana foi levada para o caixote de castigo, lá ela foi deixada somente com o fino vestido.

Raoni estava possesso de raiva, ao olhar no pequeno espelho, que trazia à mão,  viu o corte em sua testa e cuspiu amaldiçoando Rosana.

Ele se deitou com raiva, mas a imagem dela não saia de sua mente, ela era linda e também muito valente. Selvagem daquela forma ela devia ser muito deliciosa na cama.

O sol estava a pino e ninguém havia ido ver como Rosana estava.

De repente um alvoroço no destacamento mais soldados chegando. Um jipe fechado chega e todos se colocam em formação.

Um homem, aparentemente de alta patente, sai do carro e faz um sinal para que os soldados desfizessem a formação.

Ele era alto e forte sua aparencia era imponente, mas sem arrogancia. A farda impecavelmente montada, superior ele pára no meio do destacamento e olha a sua volta, seu semblante era de desagrado.

- Onde está seu superior? Ele se dirige a Soti, com voz firme, mas em tom baixo.

- Ele está na tenda senhor. O homem responde com medo.

-Chame-o! Ele ordenou.

O cabo foi correndo chamar seu superior.

Raoni estava dormindo, na noite anterior ele tinha ficado até tarde lidando com Rosana e depois não dormiu pensando nela.

Quando soube que quem havia chego era ninguém menos que o Marechal Yuri, ele começou a ter dor de cabeça. Ele não queria encontra-lo, mas não tinha como fugir e saiu o quanto antes para não irritá-lo.

- Senhor! Raoni disse batendo continência.

- Descansar, o que está acontecendo aqui? Yuri perguntou diretamente.

- Tiramos os aldeões e trouxemos para cá, eram rebeldes não queriam colaborar. Ele disse de forma arrogante, tentando parecer convincente.

- Mesmo? Yuri, se aproximou do lugar onde o povo estava amontoados em um pequeno espaço.

Ele se virou para Raoni – Peça aos seus homens que façam refeição suficiente para todos, preparem os caminhões este povo voltará para suas casas. Guerra e defesa se faz com soldados, nosso dever é sempre proteger os civis, não importa de que país são.

- Mas eles nos atacaram! Raoni protestou.

- Mesmo? Aquele senhor ali, com a muleta ofereceu riscos a seus soldados? Yuri disse muito irritado já conhecia os métodos de Raoni e não gostava nada deles.

Ele caminhou ao redor do destacamento e foi até aquelas pessoas, tristes e miseráveis.

Sua província tinha invadido a província deles por causa de seu governante autoritário e corrupto.

Há muito este governante incomodava a província vizinha, mas o estopim foi quando ele ordenou um ataque a um pequeno vilarejo da província de Yuri.

O imperador mandou-o chamar quando ele estava no exterior, ele havia galgado todas as patentes do exército de seu país, mas ele o fez por obrigação não era seu sonho.

- Vocês entendem o que digo? Ele perguntou as pessoas que estavam amontoadas sob uma tenta de lona.

Eles assentiram que sim, que o entendiam.

- Bom vocês serão soltos, alimentados e voltarão para suas casas, eu sinto pelo que aconteceu, vocês continuarão produzindo só peço que colaborem conosco, para não haver confusão e vocês serão bem tratados, pagaremos pelo alimento que por ventura precisarmos de vocês, se vocês quiserem nos fornecer, poderemos fazer trocas.

Com um gesto ele ordenou que um soldado soltasse todos.

Um homem levanta a mão, querendo falar.

- Diga! Ele disse olhando atentamente para o homem.

- Como poderemos voltar? Muitos estão sem suas casas, e também o alimento temos que entregar ao governo, mal temos para comer.

- Não se preocupe seu governo não os explorará mais, e o que aconteceu com suas casas?

- Os soldados atearam fogo. O homem disse tentando reprimir sua raiva.

- Não se preocupem, eles mesmos construirão outras. Ele disse encarando os soldados de Raoni.

Havia chego aos ouvidos do imperador as barbáries  e os serviços sujos de alguns superiores do exército, tal como Raoni, depois que o governo vizinho invadiu seu território ele decidiu chamar de volta a terra natal, Yuri, só ele colocaria Raoni em seu devido lugar.

Depois de um tempo o povo foi alimentado e colocado em caminhões para que pudessem voltar para sua aldeia.

Não era interessante manter o povo parado sem trabalhar, se assim ficassem muitos morreriam de fome. Onde conseguir comida para todos se não for trabalhando?

Quando quase todos os caminhões já tinham partido, uma pequena garotinha o olhou nos olhos e perguntou – Rosana não pode ir conosco?

Yuri olhou sem entender – Quem ou o que é Rosana?

- É minha amiga, na verdade ela é amiga. A menina disse triste.

- Onde está sua amiga? Ele perguntou, com medo da resposta.

- No caixote lá no fundo. A pequena apontou com o pequeno dedo.

- Olhe acompanhe seus pais, eu mesmo levarei Rosana de volta está bem? Ele disse tocando a ponta do nariz da garotinha num gesto carinhoso.

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