Estava colhendo batatas no vale quando ouvi barulhos estranhos, olhei para cima e vi fumaça e algumas pessoas correndo.
Tinha ouvido alguma coisa sobre nossa província poder ser invadida, mas eu não acreditava que aquilo chegaria a nosso vilarejo tão remoto.Trabalhávamos praticamente dia e noite, parte da produção tinha que ser enviada para a capital, essa parte era a maior parte.Não importava se a produção tivesse sido boa, ou suficiente se eram mil sacas de batatas eram mil sacas de batatas, o que sobrava tínhamos que dividir entre a comunidade, o trabalho era comunitário.O pouco que ficava alimentávamos primeiro os que trabalhavam, depois as crianças e os idosos.Eu sempre deixava parte que cabia a mim para meus avós, pois o que cabia a eles era tão pouco que não daria nem para matar a fome.Dizem que há outras províncias que não vivem como nós, mas eu não acredito, governantes são sempre governantes, mandam, exploram com a desculpa de proteger-nos, mas a verdade é que isso nem lhes passam pela cabeça.A propósito sou Rosana meu nome é estrangeiro eu nem sei bem de onde é, meus pais viram este nome em um pedaço de jornal, que estava no meio de alguns agasalhos, enviados pelos agentes do governo, nele dizia que Rosana significava rosa graciosa.Ah! Não pense que o governo é muito generoso, não tínhamos dinheiro e o que eles nos enviavam em “troca” dos alimentos enviados para a capital era umas poucas peças de agasalhos que não davam para todos, não tinham tamanho certo e nem era o suficiente para aquecer a todos.Quando éramos crianças minha avó pegava um agasalho de adulto, desmanchava e fazia agasalhos para nós, aproveitava cada pedaço, eu aprendi isso com ela.Meus pais morreram e eu fiquei muito pequena com ela, meu avô morreu logo depois de meus pais então ficaram eu e ela, meus tios as vezes nos davam suporte porque tínhamos que cultivar a terra se não, deixaríamos de ter até o pouco que tínhamos.Agora era outono estávamos na época da colheita, ela deveria ser feita o mais rápido possível, logo o inverno chegaria e as colinas e vales ficariam brancos de neve.Subi me esgueirando entre os pessegueiros e vi homens de farda, mas eu não os reconhecia, não eram agentes do governo, estes pareciam ainda mais truculentos.Mulheres e crianças estavam apavorados em um canto, os homens no chão com as mãos na cabeça, algumas meninas maiores estavam sendo levadas por um soldado.Quem eram aquelas pessoas? Não muito tempo depois descobri que eram soldados da província vizinha, o que eu achei que não aconteceria, aconteceu.Me escondi entre os pessegueiros, não conseguia ouvir direito o que diziam, embora pareciam gritar.Fiquei ali sem saber o que fazer, até que todos foram colocados em uns carros abertos pequenos (jipes) e caminhões, eu também não tinha visto aquele tipo de carros aqui no vilarejo, na verdade não víamos muita coisa aqui.Depois que todos foram esperei um pouco e só então eu saí com cuidado, não sabia se todos tinham ido.As casas estavam vazias e reviradas, eu comecei a chorar sem saber para onde eles tinham sido levados e tudo que restou foi cacos e trapos espalhados pela vila.Rosana saiu carregando um agasalho que encontrou e uns pães e também os levou, ela correu noite a dentro por entre os pessegueiros, passou por dentro de alguns arrozais até encontrar o velho casebre que se escondia quando era criança.Rosana era magra, seus cabelos muito lisos e negros como a noite. Seus olhos eram amendoados e castanhos seus cílios eram longos e espessos.Ela estava cansada e acabou dormindo no chão, abraçada com os pães que sobraram.- Que beleza, olha veja. Disse um soldado, parrudo e desajeitado.- O que tem aí? Disse outro soldado de patente maior que o anterior.-É uma garota, será que está morta? O primeiro perguntou.O soldado grosseiramente chutou as pernas de Rosana, que acordou assustada.- Levante-se! Ele disse lhe dando a ordem encostando em seu rosto uma pequena katana curta.Rosana se assustou e se encolheu ao ver os homens que a olhavam um de forma curiosa e ou outro de forma rude.- Levante-se já lhe mandei, é surda? O homem grosseiro disse.Ela se levantou olhando para o chão timidamente, o homem a puxou pelo braço a jogando no meio da terra.- Ande! Ele disse lhe mostrando a direção com a espada.Ela se levantou e caminhou com medo de ser executada pelas costas.- O que faremos com ela senhor? Perguntou o soldado bobalhão.- Vamos leva-la para o primeiro sargento. Disse Soti que era cabo, mas se sentia um general.Eles caminharam por um longo trecho, depois os dois homens pegaram uma corda que estava no jipe e amarraram as mãos de Rosana de forma que sobrasse um pedaço de corda, os dois entraram no carro e seguiram puxando-a pela estrada.Algumas vezes ela não conseguiu manter a velocidade e acabou caindo, eles diminuíam a velocidade para ela se levantar e continuavam puxando-a até chegar onde estavam concentrados os moradores do vilarejo.Quando viram a forma com Rosana foi trazida muitos ficaram assustados. Os cabelos dela estavam bagunçados e seu rosto molhado de suor e sujo pela poeira, ela tinha os joelhos, os pés e mão feridos.Ela era uma boa menina, sempre ajudava a todos no vilarejo era querida por todos, desde que sua avó morreu recentemente, todos cuidavam um pouco dela.Rosana estava exausta, mal conseguia parar em pé. Suas pernas fraquejaram e ela desmontou no chão como uma boneca de pano.- Senhor! Encontramos uma rebelde e a trouxemos. Disse Soti orgulhoso de si.- E como ela é? Perguntou o primeiro sargento Raoni, sem nem mesmo se virar para falar com seu subalterno.- É jovem e muito bonita, parece obediente. Disse Soti com os olhos brilhando ao se imaginar com Rosana.- Traga-a para mim. Raoni disse, terminando de lavar a lâmina de barbear em uma pequena bacia com água.Soti saiu satisfeito, embora um pouco invejoso afinal, tudo que era bom era do sargento, eles dormiam em pequenas barracas, o sargento tinha uma tenda só para ele, até cama ele tinha. Soti soltou a corda que estava presa ao carro e cutucou as pernas de Rosana com o bico da bota. - Vamos o sargento quer vê-la, seja educada e talvez tenha uns dias melhores. Ele disse se achando superior. Rosana estava fraca e com dificuldades para se levantar com as mãos presas. –Ande não temos o dia todo. Na verdade já passavam do meio dia, ela tinha dormido a noite, a invasão tinha acontecido no meio da tarde do dia anterior. Ela se levantou com dificuldade e o seguiu sendo puxada, ainda, pela corda. Quando entraram na tenda ele a empurrou e ela caiu no chão, seus cabelos se espalharam por seu rosto e quase cobriram seu corpo. Raoni era um homem de meia idade, devia ter uns quarenta e cinco anos, Rosana era uma jovem garota de dezenove anos. Ele estendeu o cabo do açoite e o colocou no queixo d
Rosana estava apavorada, suas pernas estavam tremendo. Raoni tocou sua cintura , apesar de magra seu corpo era bonito e muito fresco, ela era muito jovem, sua boca estava seca de desejo, ele a pressionou contra escrivaninha. Rosana passou a mão pela mesa e achou um objeto, que até aquela hora ela não sabia o que era, era um candelabro, ela o bateu com força na cabeça do sargento, que cambaleou para o lado soltando-a, ela aproveitou e saiu correndo. Raoni não esperava o golpe e ficou um pouco tonto, passou a mão na fronte, estava sangrando. -Insolente! Peguem esta selvagem ele gritou, vou lhe ensinar uma lição. Rosana correu unindo todas as suas forças, mas ela foi capturada, a trouxeram para o centro do destacamento. Ela foi jogada ao chão, ela não tinha forças para se levantar. Seus joelhos estavam ralados e sua mão estava doendo pela queda. - Me traga meu açoite. Raoni gritou, ele agora estava com uma faixa na cabeça. Plaft! AHHH! Rosana gritou ao sentir a pele de suas cost
A garotinha saiu e pegou na mão de seu pai, que a subiu no caminhão. Assim que o caminhão saiu, Yuri caminhou rapidamente para o caixote, da forma que estava o sol a pessoa que estava ali, poderia até morrer desidratada. No caminho ele fez um sinal para que um soldado seu viesse também. Ele se pôs de frente para o caixote e pediu para que abrissem. O soldado abriu, mas a pessoa lá dentro não se moveu, ele olhou para dentro do caixote e pensou que poderia ser tarde demais. - Vá e chame o sargento. Ele levou as mãos nas têmporas. Quando Raoni chegou ele o ordenou que tirasse a pessoa da caixa. Raoni estava relutante, pois já conhecia Yuri, mas ele não tinha muita opção. - Ela é rebelde, tacou um objeto em minha cabeça. Ele disse em sua defesa, mostrando a faixa em sua testa. - Tire-a. Ele disse muito irritado. Quando Raoni tirou Rosana do caixote, ela só murmurava, pouco se entendia o que ela dizia, mas uma coisa era bem audível “não me toque”. Muito irritado ao ver a pequena
Ele colocou a colher de volta no prato, se virando para sair disse: - Agora coma, se quiser se manter viva. Ele disse saindo da tenda. Percebendo a teimosia de Rosana ele resolveu sair da tenda para que ela ficasse à vontade e pudesse comer sossegada.Rosana estava com muita fome, ele pode vê-la comendo pela sombra projetada na parede da tenda, ele riu sozinho, ela era bonita, selvagem e tinha personalidade, ele gostou disso. Ele deu uma volta pelo destacamento e ficou muito irritado com aquela bagunça, tudo destruído. Ele foi até a tenda dos soldados e muitos estavam bêbados jogados em meio a sujeira – O que acontece aqui? Vocês são uma vergonha para o império! Ele disse em voz alta. Os homens levantaram, alguns cambaleando, e se colocaram em formação. - Hoje vocês não dormirão, quero isso aqui limpo e quando terminarem aqui passarão para o pátio e em silencio não quero ouvir um pio, ao amanhecer quero tudo pronto e impecável! Foi isso que vocês aprenderam? Onde está seu superi
Raoni estava deitado no banco de um caminhão quando viu as duas pessoas chegar, sua inveja, há muito guardada, estava a flor da pele. Há muito tempo ele se incomodava com Yuri, ele era bom, mas será que o bastante para ser tão jovem e já ser Marechal? Tinha algo a mais? E porque ele se achava superior e diferente dos outros? Rosana deitou e ficou pensando no que Yuri disse, ela nem sabia o nome dele, só sabia sua patente, ele tinha razão desde muito nova ela também pensava assim. Ela adormeceu. Yuri também acabou pegando no sono, mas acordou muito antes de Rosana. Ele foi até a cozinha e preparou o café, e pediu a camareira para preparar a agua com as ervas para tratar as feridas de Rosana. Depois ele foi tomar um banho, com as confusões do dia anterior ele não havia tomado banho, Yuri tinha hábitos muito diferentes dos militares, nem sempre ele foi militar, ele serviu porque todo homem em sua província tem que servir, mesmo que seja alguém de posses e até o filho do imperador.
Ela deu a camisa para ele e pegou o cantil, ela se inclinou como ele fez, mas quando ela inclinou o cantil a agua caiu no rosto dela, que se afogou e molhou seu colo. Yuri não pode deixar de perceber seu lindo colo molhado, mas também achou graça do acesso de tosse da garota. - Beba no bico. Ele disse. Ela olhou para ele, como quem diz, mas o cantil é seu. - Beba estou dizendo. Ele disse insistiu.Ele ficou a observando, que envergonhada colocava delicadamente os lábios rosados na boca do cantil. O estomago dele se encolheu neste momento e pensamentos não tão puros passou por sua mente. Os dois seguiram calados, cada um com suas recordações. Ela com a imagem dele tomando a agua, a regata evidenciava seus músculos e o quando ele levantou a cabeça para beber a agua, no gargalo, seu maxilar perfeito ficou ainda mais evidente. Ele enquanto dirigia sem propósito ficou imaginando aquele vestido fino molhado, evidenciando as curvas dos seios dela, seus delicados lábios tocando o cant
Ela olhou para ele, derrotada e entrou, mas para sua surpresa ele entrou logo depois dela. -Tire seu vestido e se enrole na toalha. Ele disse se virando de costas para ela. Ela se assustou quando ouviu as ordens dele, depois ela entendeu que era para que ele pudesse fazer o curativo em suas costas. Ela sentiu um frio em sua barriga enquanto se despia, seu coração estava acelerado, mas não era só ela que estava experimentando sensações novas, Yuri também nunca tinha ficado tão próximo de uma mulher nua assim. -Terminei. Ela disse timidamente sentada sobre uma espécie de saco de dormir sobre um alambrado de madeira. Ele se virou pegou uma toalha se secou e tirou sua camisa que estava molhada, ele colocou uma camiseta, ele pegou o balsamo e aplicou nas costas de Rosana – Já está bem melhor. Ele disse subindo a atoalha para cobrir as costas dela. -Vou me virar e você coloque a camisa, está frio. Ele se virou e se ajeitou perto da porta da barraca em um saco de lonas. Quando Rosana
Depois de um trecho, os solavancos do carro na estrada de chão, fizeram com que Rosana acordasse . Com uma baita dor de cabeça, ela se endireitou e perguntou: - Onde estou? - Comigo, onde mais? Não posso tirar os olhos de você que já se mete em confusão. Ele disse sério enquanto dirigia olhando de soslaio para ela. - Eu? Fui atacada pelos seus soldados, desde que vocês apareceram minha vida se tornou um caos. Ela disse brava. - Não são meus soldados, se fossem não estariam mais vivos para contar a história. E sabe você é muito ingrata e grosseira. Ele disse também irritado com a teimosia dela. - Pare o carro. Ela disse. Ele parou o carro ela desceu. - Onde você acha que está? Entre no carro! Ele disse de forma autoritária. - Não sou seus subordinados você não manda em mim! Ela disse batendo o pé e seguindo para o lado oposto que estavam indo. - É verdade se fosse meu subordinado te dava uma lição, apesar que se fosse minha mulher eu também poderia te dar uma lição. Ele a alc