Acordei com o sol batendo no meu rosto e um nó na garganta. Há dias venho tentando ignorar o que sinto, mas hoje, ao abrir os olhos e lembrar do sorriso de Jonas, percebi que não dá mais para fugir. Estou apaixonada por ele. Sentir isso é como carregar um segredo que pode explodir a qualquer momento. Preciso disfarçar, esconder, continuar a rotina como se nada estivesse acontecendo.Desci para a cozinha e comecei a preparar o café. A cafeteira soltava seu aroma reconfortante enquanto eu mexia nos armários procurando a xícara favorita de Jonas. Ouvi passos leves atrás de mim.— Bom dia, Luana. — disse ele com sua voz rouca de sono.Me virei rapidamente, sentindo minhas bochechas queimarem.— Bom dia, Jonas. Dormiu bem?Ele sorriu, e aquele sorriso... Ah, aquele sorriso me desarmava completamente.— Dormi sim. E você?— Bem também. — menti. Passei a noite toda pensando nele, virando de um lado para o outro na cama.Ele se aproximou, pegou a xícara que eu segurava e nossos dedos se tocar
A tempestade veio sem aviso. Os primeiros pingos caíram como se o céu estivesse rasgando, e logo estávamos no meio de um aguaceiro. Eu e Jonas estávamos tentando recolher os animais para dentro do estábulo quando a chuva nos alcançou. Em segundos, estávamos ensopados.Corremos até o abrigo, rindo como duas crianças. Os relâmpagos cortavam o céu, seguidos por estrondos que faziam o chão tremer. Ao nos vermos finalmente protegidos, rimos ainda mais. Senti a água escorrendo pelo meu rosto, pingando do cabelo e encharcando minhas roupas.— Isso foi insano! — eu disse, tentando tirar a água dos olhos.Jonas sorriu, seus dentes brilhando na penumbra do estábulo. Ele estava tão encharcado quanto eu, sua camisa colada ao corpo, delineando cada músculo. Tentei não olhar, mas era impossível. Engoli em seco, sentindo um calor inesperado subir pelo meu corpo.— É, parece que a gente não vai secar tão cedo. — ele respondeu, tirando a camisa molhada. O gesto foi casual, entretanto fiquei sem palavr
Jonas OliveiraEstava sentado no velho alpendre da fazenda, o sol se pondo ao longe, tingindo o céu de laranja e vermelho. Aquele era o meu refúgio, um lugar onde podia pensar e, ultimamente, desabafar com Pedro, meu amigo de longa data. Pedro chegou pontualmente, como sempre, trazendo uma garrafa de cachaça. Sentou-se ao meu lado e, após alguns goles, começamos a falar sobre a vida, como sempre fazíamos.— Cara, tá complicado... — soltei, quebrando o silêncio.— O que foi dessa vez? — Pedro perguntou, já sabendo que o assunto era Luana.Suspirei profundamente, sentindo o peso das palavras que estavam por vir. Olhei para o horizonte, buscando coragem na vastidão do campo.— É a Luana. — admiti. — Ter ela por perto e não poder abraçá-la, beijá-la... é uma tortura. Eu não sei mais o que fazer.Pedro assentiu, como quem compreendia a profundidade do meu dilema. Ele conhecia toda a história, desde o dia em que Luana chegou à fazenda, fugindo de seu passado sombrio. Tínhamos nos aproximado
Luana DutraEu andava pelas ruas da cidade, observando vitrines e respirando o ar fresco de um dia ensolarado. Meus olhos se fixaram em um par de botas exposto na vitrine de uma loja. Eram robustas, de couro marrom, com detalhes que lembravam a vida na fazenda. Imediatamente pensei em Jonas. Ele estava sempre calçando suas botas surradas, que claramente já haviam visto dias melhores. Entrei na loja, sentindo a excitação crescer dentro de mim.— Posso ajudar? — perguntou a vendedora, com um sorriso amigável.— Sim, gostaria de ver aquelas botas ali na vitrine.Ela pegou o par e me mostrou de perto. Eram ainda mais bonitas ao toque, macias, mas resistentes. Sabia que Jonas as amaria. Sem pensar duas vezes, comprei as botas e me apressei a voltar para a fazenda.Quando cheguei, o sol já começava a se pôr, tingindo o céu de laranja e rosa. Jonas estava na varanda, uma figura imponente contra o céu alaranjado do entardecer. Sua robustez era evidente, com ombros largos e braços fortes que r
Eu nunca imaginei que teria coragem de fazer isso. As palavras estavam presas na minha garganta há tanto tempo, que já não sabia mais se conseguia soltá-las. A noite estava quente, e o céu estrelado parecia um lençol bordado de luzes, cobrindo a fazenda com uma calma que contrastava com a tempestade dentro de mim. Jonas estava ao meu lado, seu olhar fixo no horizonte, onde as sombras das árvores dançavam sob a luz da lua.— Jonas, preciso falar com você. — minha voz soou frágil, quase um sussurro.Ele virou a cabeça lentamente, seus olhos encontrando os meus. Havia um calor ali, um conforto que sempre me fez sentir segura. Mas hoje, eu estava tremendo por dentro.— O que foi, Luana? — ele perguntou, a preocupação tingindo seu tom.Respirei fundo, tentando encontrar a força que parecia fugir de mim. As palavras estavam na ponta da minha língua, lutando para sair.— Eu... — comecei, mas minha voz falhou. Fechei os olhos por um momento, tentando reunir coragem. — Eu preciso te contar alg
Jonas OliveiraEu estava nervoso, não podia negar. A cabana no meio da floresta era um refúgio que poucos conheciam, um lugar onde eu sempre encontrava paz. Hoje, no entanto, queria compartilhar esse espaço com Luana, queria que ela visse como esse lugar era especial para mim e como ela era especial em minha vida.— Está tudo bem? — perguntei, olhando para Luana enquanto dirigia pela trilha de terra. Ela sorriu, aquele sorriso que sempre fazia meu coração acelerar.— Estou ótima. Só curiosa para saber onde você está me levando.Dei uma risada leve, tentando esconder meu nervosismo. Queria que essa noite fosse perfeita. Quando chegamos à cabana, parei o carro e saí, indo abrir a porta para ela. A lua iluminava o lugar, criando uma atmosfera mágica.— Bem-vinda ao nosso refúgio, Luana. — disse, estendendo a mão para ela. Ela aceitou e saiu do carro, olhando ao redor com admiração.— É lindo, Jonas. Como você descobriu esse lugar?— Meu avô construiu isso há muitos anos. Era o lugar favo
O inverno chegou com força total, muito mais rigoroso do que eu esperava. A paisagem, que antes era viva e verde, agora estava coberta por uma espessa camada de neve. A cada passo, o som de meus pés quebrando a crosta gelada ecoava pela fazenda. Eu olhava ao redor e via o esforço nos rostos dos trabalhadores, que lutavam para manter tudo funcionando.— Jonas, a bomba de água congelou de novo. — disse Pedro, um dos funcionários mais antigos da fazenda, com o rosto vermelho do frio. — Maldito inverno — resmunguei, puxando o gorro para cobrir melhor as orelhas. — Vamos precisar de água quente para descongelar isso.Pedro assentiu, e juntos nos dirigimos ao barracão onde mantínhamos os equipamentos. Enquanto esquentávamos a água, o vento uivava lá fora, sacudindo as paredes de madeira. A porta se abriu de repente, trazendo uma rajada de ar gelado e Luana, coberta de neve.— Precisamos reforçar o abrigo dos animais. A tempestade está piorando. — disse ela, ofegante.Seu rosto estava pálido
Luana DutraO inverno chegou na fazenda com toda sua força. As árvores ao redor estavam cobertas por uma camada fina de neve, e o frio cortante fazia todos buscarem o calor das lareiras. Eu e Jonas havíamos terminado as tarefas do dia e agora estávamos na sala, aconchegados no sofá com uma manta grossa cobrindo nossas pernas.— Quer mais chocolate quente, Luana? — Jonas perguntou, segurando a caneca e me olhando com aquele sorriso que me derretia por dentro.— Quero, sim. Obrigada. — respondi, sentindo o aroma do chocolate quente que ele havia preparado.Ele se levantou e foi até a cozinha, e eu o observei enquanto mexia nas panelas com destreza. Jonas tinha uma habilidade especial para transformar momentos simples em algo mágico. Quando voltou, entregou-me a caneca fumegante, e eu segurei o copo entre as mãos, sentindo o calor se espalhar pelo meu corpo.— Aqui está, feito com todo o carinho. — disse ele, sentando-se ao meu lado novamente.— Está perfeito, como sempre. — sorri, toman