Mariana Estou em casa, cuidadosamente me arrumando para a tão esperada noite das garotas. O brilho da expectativa ilumina o meu rosto, afinal, amanhã é o aniversário de Júlia, minha amiga inseparável desde os tempos da faculdade. E como ela decidiu comemorar jantando em um restaurante chique ao lado de seu namorado, que em breve será seu noivo, nós decidimos antecipar a celebração e aproveitar o momento juntas. Samuel, o adorável namorado de Júlia, pediu minha ajuda, bem como a da minha melhor amiga de longa data, Sofia, para escolher o anel de noivado perfeito. Essa tarefa nos envolve há mais de um mês, e mal podemos conter a ansiedade em receber a ligação de Júlia com a emocionante notícia de que ela está noiva. Enquanto passo o batom vermelho intenso, dando um toque final à minha maquiagem cuidadosamente elaborada, abro o aplicativo de carona. Optei por não dirigir até o bar, já que planejo desfrutar de algumas bebidas — talvez até um pouco além do razoável — e não quero ter qu
Gustavo Quinta feira de noite e mais uma vez viramos a noite trabalhando. Isso já estava ficando cansativo. Quando pensamos em abrir uma empresa eu sempre pensei que eu seria o CEO de filmes, andando com carros esportivos, ternos, relógios caros, mulheres e tudo mais, mas a única coisa que fazemos agora é trabalhar mais do que antes. — Vou dormir um pouco em casa. — Eu disse cansado olhando para o relógio que já marcava quase cinco da manhã. Felipe e Rafael, meus dois sócios me olharam sem importância. Felipe era meu amigo desde a primeira série, crescemos juntos e não vejo minha vida longe dele. Rafael nós conhecemos na época da faculdade e estamos junto até hoje. Quando decidimos montar uma empresa de TI, pensamos que seria muito fácil, mas isso virou noites e noites trabalhando para entregar os projetos e pagar as contas. Não tínhamos funcionários ainda, porque o dinheiro mal pagava as nossas despesas. Por isso também que eu dividia um apartamento com o Felipe e Rafael aind
Mariana Eu já estava saindo do trabalho quando me lembrei daquele bilhete infeliz que concordei por estar bêbada na noite passada. Passei no quadro de avisos do prédio e não tinha nada sobre encontro. Ufa! Espero que as duas estivessem tão bêbadas que não haviam se lembrado disso. Peguei o metrô para casa e a primeira coisa que fiz quando cheguei foi tomar um banho e ignorei as mensagens de Júlia e Sofia no celular. Sim, um banho era tudo que eu queria para relaxar quando chego em casa. Assim que coloquei meu pijama e me joguei no sofá, a primeira mensagem era de Sofia sobre uma festa na nossa antiga escola que eu definitivamente não queria ir. Ir visitar a minha mãe significava mais encontros ridículos com filhos de amigas que nunca vi na vida. Aposto que antes mesmo dela saber que estou indo já vai olhar no caderno qual rapazes ainda não me apresentou. Porque ela deve ter isso anotado em algum lugar e espero que os solteiros da cidade estejam chegando ao fim. Eu definitivame
Gustavo Como eu deixei Rafael e Felipe me convencerem a ir a uma festa do ensino médio? Não tem como isso acabar bem. Definitivamente vou ter que escutar como era o nerd da sala e sou um completo fracasso por uma noite inteira e ainda ao lado de uma completa desconhecida. Todo mundo sempre acha que o nerd da sala vai se tornar o próximo médico, advogado ou sei lá, ficar rico por ser inteligente. Até agora estou na fase de muito trabalho e pouco dinheiro. Me olhei no espelho mais uma vez e suspirei irritado. Terno e gravata para ir a uma festa da escola? Claro que Felipe iria me convencer a usar terno. Azul, para combinar com o vestido da minha acompanhante misteriosa. Se essa mulher for alguma daquelas patricinhas metidas eu juro que me escondo no banheiro até a noite terminar. Olhei para o meu quarto de infância mais uma vez. Definitivamente eu precisava arrancar aqueles posters de bandas da parede. Aquilo eram disquetes? Wow! Será que funcionam? Rafael e Felipe estavam prov
O sol da tarde banhava o pátio do colégio Excelência com sua luz dourada, enquanto os risos e brincadeiras das crianças preenchiam o ar. Entre os estudantes da quinta série, estavam Mariana Lima e Gustavo Martins, dois jovens cujas vidas estavam prestes a se entrelaçar de uma maneira inesperada. Em uma tarde ensolarada, durante o intervalo entre as aulas, Mariana estava sentada sozinha em um banco no pátio da escola, Sofia sua melhor amiga estava doente e não havia ido para a aula e ela estava sozinha, tentando não chamar atenção para si mesma. Ela estava encolhida sobre si mesma, tentando se esconder dos olhares cruéis e dos comentários maldosos dos outros alunos. Gustavo, acompanhado por seu melhor amigo Felipe, estava atravessando o pátio quando avistou Mariana. Ele notou imediatamente a expressão triste em seu rosto e os olhares maliciosos que ela recebia dos outros alunos. Um sentimento de compaixão e determinação se apoderou dele, e ele decidiu intervir. — Felipe, eu preciso
Mariana Depois que meus amigos entraram eu me vi sozinha esperando o dito cujo. Pensei algumas vezes em me esconder no banheiro ou algo assim e depois falar que o cara simplesmente não apareceu. Ninguém nunca iria saber, não é? Um vento gelado bateu nos meus braços me deixando arrepiada e olhei para o celular novamente. Dezenove horas em ponto. Ele definitivamente já estava atrasado. Aproveitei o tempo para enviar a foto que tiramos para a minha mãe. Ela ficaria feliz e provavelmente iria querer imprimir e colocar em um porta-retratos em casa. Era a cara dela fazer isso. A internet estava bem devagar e meu celular travou. Porcaria! Acho que soltei um palavrão. — Porcaria de celular. — Reclamei para o vento enquanto eu sacudia o aparelho tentando pegar sinal. Senti uma mão no meu ombro. Droga! Ele realmente veio. Dois minutos atrasado. Mais alguns e eu poderia ter entrado falando que ele não veio e ter me livrado disso. Tentei não demonstrar meu desapontamento por ele estar ali
Gustavo Procurei Felipe e Rafael por todos os lados e não me importei em disfarçar. Eu quero matar Felipe! Como ele me arruma um encontro com ela? — Vou pegar algumas bebidas. — Comentei para me livrar dela. — Claro. Estarei esperando aqui. — Ela comentou olhando para o outro lado do salão. Melhor assim. Ela correu para me zoar com as amigas e eu faço o mesmo e fingimos que isso nunca aconteceu. Me afastei tentando parecer estar desfilando por aí e sem pressa, mas assim que a vi correndo em direção a um pequeno grupo, não me importei. Saí correndo e chamando atenção de algumas pessoas que desviei no caminho. Quem se importa? Tenho que matar meu melhor amigo. — Mariana Lima! — Eu disse quando os alcancei e quase soltando fogo pela boca. Felipe esticou a cabeça para ver algo atrás de mim ainda sem tirar o sorriso debochado do rosto. — Já encontrou e destruidora de corações? — Ele me perguntou a procurando. — Você me arrumou um encontro com Mariana Lima. — Repeti o pegando p
Mariana — Por aí, mas de novo. Nunca gostei dela. Gente boa para conversar, mas depois que não tínhamos mais conversas eu estava só passando o tempo. — Passando o tempo se agarrando por aí? — Perguntei ofendida. Ele nunca quis passar o tempo comigo assim. Comigo era sempre jogando vídeo game, lendo juntos, estudando, até tomando sorvete, mas beijar a gordinha? Ninguém queria. — Se ela queria me agarrar e passar a mão por tudo isso aqui. — Ele apontou para o próprio corpo e eu revirei os olhos. — Então não sou eu que vou impedir. Enquanto eu não tiver outra pessoa, não me importo de ser usado. — E quando você soube do Pedro? — Perguntei curiosa tentando deixar minha raiva pelo passado de lado. — Depois de alguns dias que ela sumiu vi os dois juntos indo para casa no carro do pai dele e não precisei ser inteligente para somar dois mais dois. — E ninguém merece perder uma garota para o Pedro. — Comentei irônica e revirando os olhos e esperando-o confirmar. — Alicia não é grande