Mariana Depois que meus amigos entraram eu me vi sozinha esperando o dito cujo. Pensei algumas vezes em me esconder no banheiro ou algo assim e depois falar que o cara simplesmente não apareceu. Ninguém nunca iria saber, não é? Um vento gelado bateu nos meus braços me deixando arrepiada e olhei para o celular novamente. Dezenove horas em ponto. Ele definitivamente já estava atrasado. Aproveitei o tempo para enviar a foto que tiramos para a minha mãe. Ela ficaria feliz e provavelmente iria querer imprimir e colocar em um porta-retratos em casa. Era a cara dela fazer isso. A internet estava bem devagar e meu celular travou. Porcaria! Acho que soltei um palavrão. — Porcaria de celular. — Reclamei para o vento enquanto eu sacudia o aparelho tentando pegar sinal. Senti uma mão no meu ombro. Droga! Ele realmente veio. Dois minutos atrasado. Mais alguns e eu poderia ter entrado falando que ele não veio e ter me livrado disso. Tentei não demonstrar meu desapontamento por ele estar ali
Gustavo Procurei Felipe e Rafael por todos os lados e não me importei em disfarçar. Eu quero matar Felipe! Como ele me arruma um encontro com ela? — Vou pegar algumas bebidas. — Comentei para me livrar dela. — Claro. Estarei esperando aqui. — Ela comentou olhando para o outro lado do salão. Melhor assim. Ela correu para me zoar com as amigas e eu faço o mesmo e fingimos que isso nunca aconteceu. Me afastei tentando parecer estar desfilando por aí e sem pressa, mas assim que a vi correndo em direção a um pequeno grupo, não me importei. Saí correndo e chamando atenção de algumas pessoas que desviei no caminho. Quem se importa? Tenho que matar meu melhor amigo. — Mariana Lima! — Eu disse quando os alcancei e quase soltando fogo pela boca. Felipe esticou a cabeça para ver algo atrás de mim ainda sem tirar o sorriso debochado do rosto. — Já encontrou e destruidora de corações? — Ele me perguntou a procurando. — Você me arrumou um encontro com Mariana Lima. — Repeti o pegando p
Mariana — Por aí, mas de novo. Nunca gostei dela. Gente boa para conversar, mas depois que não tínhamos mais conversas eu estava só passando o tempo. — Passando o tempo se agarrando por aí? — Perguntei ofendida. Ele nunca quis passar o tempo comigo assim. Comigo era sempre jogando vídeo game, lendo juntos, estudando, até tomando sorvete, mas beijar a gordinha? Ninguém queria. — Se ela queria me agarrar e passar a mão por tudo isso aqui. — Ele apontou para o próprio corpo e eu revirei os olhos. — Então não sou eu que vou impedir. Enquanto eu não tiver outra pessoa, não me importo de ser usado. — E quando você soube do Pedro? — Perguntei curiosa tentando deixar minha raiva pelo passado de lado. — Depois de alguns dias que ela sumiu vi os dois juntos indo para casa no carro do pai dele e não precisei ser inteligente para somar dois mais dois. — E ninguém merece perder uma garota para o Pedro. — Comentei irônica e revirando os olhos e esperando-o confirmar. — Alicia não é grande
Gustavo Demoramos pelo menos uma hora falando com várias pessoas conhecidas ou não que viram a cena. Depois que as músicas lentas começaram, ficamos sozinhos novamente. — Isso foi divertido. — Eu comentei enquanto observávamos os casais na pista de dança. — Ele tem poder, você sabe. Poderia acabar conosco. — Ela comentou preocupada observando o casal de loiros dançando na pista. — Pedro só ladra, mas não morde. — Respondi despreocupado dando de ombros. Talvez isso fosse um problema para o Gustavo do futuro. Pedro nunca me prejudicou mais do que algumas palavras maldosas. Procurei desesperadamente algo para melhorar a noite e me lembrei que Mariana estava nisso para se livrar dos encontros que a mãe lhe arrumava. — Então vou ser seu namorado? — Perguntei com um sorriso enorme e ela revirou os olhos ainda olhando para a pista. — Vou mandar sua foto para a minha mãe e dizer como estamos completamente apaixonados. — E vamos casar e ter filhos? — Não me aguentei e perguntei rind
Os quatro amigos estavam imersos em seus estudos, cada um se esforçando para entender os conceitos complexos que estavam sendo revisados para as próximas provas. Apesar da pressão e do cansaço que pairava sobre eles, havia uma atmosfera leve e acolhedora no quarto de Mariana. As risadas ocasionalmente preenchiam o espaço, amenizando um pouco a tensão do momento. Felipe, com sua habilidade natural para explicar conceitos complicados de uma forma acessível, estava pacientemente guiando Mariana através dos problemas de matemática. Ele fazia questão de não apenas dizer as respostas corretas, mas também de explicar os passos necessários para chegar a elas, ajudando-a a compreender os fundamentos por trás das equações. — Então, é basicamente isso, Mariana. Você só precisa aplicar esse método toda vez que encontrar um problema semelhante. — Explicou Felipe, sorrindo encorajadoramente para ela. Mariana assentiu, sentindo-se grata pela paciência e dedicação de Felipe em ajudá-la a superar s
Mariana — Obrigada pela noite, Gustavo. Foi bom te ver de novo. — Comentei assim que paramos em frente ao portão da casa da minha mãe e eu nem mesmo sei se estava mentindo ou não. Eu estava já com a chave na mão, mas não queria entrar, pois eu nunca mais iria vê-lo de novo. Eu tenho certeza de que amanhã vou voltar a me lembrar de Gustavo como o garoto que me desprezou e que me fez mudar minha vida. Uma pessoa que nunca mais queria ver na vida. E agora estou aqui adiando minutos para não ter que me despedir. — Sempre que precisar de um namorado de mentira, só me avisar. — Ele brincou sorrindo com as mãos no bolso. Um flash de memória me invadiu. Nos dois ali em frente à casa da minha mãe, exatamente como agora, mas com jeans e camiseta. Gustavo me chamando para ir a uma festa com ele. Nós dois não éramos muito de festas, então fiquei surpresa e animada com o convite. Naquela época, eu deveria ter deixado a vergonha de lado e o beijado. — Te vejo por aí, Gustavo Martins. — Resp
Gustavo Felipe e Rafael viraram a noite nos barzinhos com Sofia e a tal Júlia e o noivo. Acho que já sei sobre a vida inteira dos três antes mesmo da viagem de volta começar e nem preciso falar nada para dizer que a viagem de mais de duas horas de volta para casa foi um saco. Só se falava de como Mariana Lima está ótima e que vamos esquecer o passado e nos tornar amigos de novo. Obvio que eu achei Mariana ainda mais linda do que eu me lembrava, claro que ela ainda deve ter as mesmas qualidades que me fez me apaixonar por ela há anos e provavelmente se quiséssemos poderíamos ser bons amigos, mas eu não quero! No máximo eu quero a beijar. Como eu quero! Ficar na friend zone de novo? Jamais! Ela me deve um beijo, não deve? Eu fui apaixonado por ela por anos e quando eu a chamei para sair de verdade ela fez tudo aquilo. Eu mereço a droga de um beijo. Se vier acompanhado de um amasso não vou reclamar. — Você não está prestando atenção no que estamos falando! — Rafael reclamou do ba
Mariana Como eu fui acabar nessa situação? Em um minuto eu estava saindo animada do trabalho em uma sexta à noite com Sofia, prontas para irmos à churrascaria. Ela iria se matar de comer e eu iria rir muito. No minuto seguinte eu estou com Felipe abraçando Sofia pelos ombros, os dois rindo de alguma coisa e nós todos indo para o escritório da empresa dele o chamarmos para comer conosco. Descemos todos para sairmos do prédio e eu ainda tentava lançar olhares de odeio para Sofia, mas ou ela não viu, ou ignorou. — Vamos a pé? — Gustavo perguntou as minhas costas. Ele estava muito lindo de terno, agora principalmente sem a gravata e com os botões da camisa um pouco abertos. Olhei para ele sem acreditar nos meus ouvidos. Quem desde a consolação a pé uma hora dessas? — De ônibus então. — Felipe comentou animado fazendo Sofia rir. — Nós vamos de táxi! — Sofia explicou ainda sorrindo e eles pareciam desconfortáveis. — Mariana, você chama no aplicativo? — Me perguntou e eu só acenei com