─ Aonde você está?
─ Na esquina da Eduardo Melo Taxista com a Barman Senhor Mendonça, se puder peça para buscarem o corpo quando vierem.
─ Estamos indo. Só vamos ver o que o doutor Robert quer
─ Estou aguardando.
─ Vamos lá Marcos, acho que isso acabou de complicar.
─ Não que tivesse fácil né?
Na sala do legista, o doutor parece confuso e não alegre como esperávamos e nem slide pronto tem.
─ Bom dia doutor o que temos?
─ Bom dia rapazes, eu ainda não concluir a necropsia, mas algo me chamou atenção. Ela é uma mulher...
─ Sério Doutor? ─ Falo ouvindo a constatação do óbvio ─ O senhor é melhor que isso
─ Calma Betinho. Eu sei que está ocupado, mas deixa eu terminar. Ela é uma mulher, mas não tem útero. Isso eu não estou acostumado a ver, por isso achei bom avisar você.
─ É doutor, podemos ter problema, acho que estamos numa porra de assassino em série.
─ Como assim em série, apareceu mais um corpo?
─ A Marcela disse que o caso dela esbarrou no meu, imagino que seja o mesmo padrão, estamos indo lá agora,
─ É, mas temos que confirmar se falta o útero para começar a suspeitar de um assassino em série
─ Por isso quero que o senhor venha conosco, vamos ganhar tempo tanto para confirmar quanto para descartar.
A ideia de levar o doutor foi excelente, mas confesso que se tivesse recordado que teríamos que ir com o furgão, nem fodendo teria dado a ideia, como fede essa porra!
Sobrevivendo a isso, chegamos e vemos Marcela olhando a esquina já a vi fazer isso, está traçando uma rota possível de onde a moça veio.
─ Oi Ma! – Ela simplesmente me ignora, está compenetrada.
─ Por que ele veio?
É o que ela se limita a me falar, nem se quer olhou na minha cara, nem um oi, nem nada. Se ela não fosse tão bonita e tão competente eu não olharia nunca mais na cara dela.
─ Vamos ganhar tempo com ele aqui.
─ Ela veio de lá! – Ela aponta em direção ao começo da Taxista Eduardo Melo. – E é o mesmo assassino do teu caso. – Enfim ela me encara – O padrão dos cortes e a faca usada foi a mesma
─ Se você diz eu acredito, mas há uma outra coisa!
─ O que?
─ Confirma também Betinho – O Doutor grita após uma breve análise
─ Acho que estamos num assassinato em série!
Depois de explicado para ela a minha suspeita pergunto sobre o prédio a frente, são mais de quarenta andares, eles têm câmeras e tem vigilantes.
─ Parece que é um fantasma, ninguém o viu, as câmeras estavam com defeitos!
─ Posso ver?
─ Como eu esperava que fosse pedir isso – ela fala tirando a chave – Já peguei a chave e da sala de sistemas operacionais e disse que o aguardaria.
─ Ótimo obrigado! Você está de carro?
─ Sim, estou!
─ Então vou dispensar o doutor e o Marcos e vou pegar uma carona com você – Chego mais perto para falar um pouco mais baixo – Eu odeio o cheiro daquele furgão
Ela sorri para mim e eu entendo as duas respostas dela, a primeira seria, "eu não te ofereci nenhuma carona Roberto!" Mas a segunda seria um "é tua sorte que eu consigo te compreender!"
Na sala de sistemas o operador é bem solicito e tenta economizar nosso tempo
─ Como eu disse investigadores, a filmagem não mostra nada
Ele fala nos mostrando a filmagem, mas há algo estranho, parece não se tratar da mesma filmagem:
─ Como é o nome do senhor mesmo?
─ Régis!
─ Régis, quantas pessoas tem acesso a essa sala?
─ Só nós que somos líderes e os supervisores
─ E isso dá quantas pessoas?
─ São dois líderes por turno, mais dois supervisores por turno, isso dá doze!
─ Vamos precisar que todos vão a delegacia. A câmera foi grampeada e alguém precisou ter entrado aqui para ter feito isso.
─ Mas como assim a câmera foi grampeada?
─ Repara na hora
─ Cinco e vinte, o que tem ela investigador?
─ Não é a hora em si e sim a posição. Ela está em baixo no canto esquerdo e a atual está no ângulo superior direito, isso quer dizer que essa filmagem foi gravada de outra câmera.
─ O senhor terá que nos acompanhar! – Marcela fala se dando conta de que eu estou certo, ponto para mim!
─ Mas eu terei que ir agora?
─ Sim.
─ Mas o outro líder está em folga eu não posso abandonar...
─ Senhor Régis, ou irá por boa vontade ou teremos que chamar uma viatura. A escolha é do senhor! – Falo não aguentando muito o papo.
─ Tudo bem, tudo bem irei com vocês por boa vontade.
─ Obrigada senhor Régis, mas também preciso do endereço dos líderes e supervisores que o senhor citou.
─ Eu não tenho dos supervisores
─ O telefone deles nos bastas!
Trrrrrrrrm... Trrrrrrrrrrrrm
─ Oi Ronan
─ Beto, temos algo novo!
─ Ronan eu já estou com dois "algo novo"
─ Eu sei, e acho que serão três!
─ O que quer dizer?
─ Peguei um caso, estou com o Coronel agora e ele pediu para te mandar uma foto olha aí!
Olho a foto e o que eu vejo é simplesmente desanimador, para o meu sábado de folga...
Sábado às 7:13Na Rua Danilo Cárcel, uma jovem por volta de seus vinte e sete anos caminha sossegada, tem a cabeça baixa, com o cansaço estampado no rosto, mal havia dormido de sexta para sábado devido ao trabalho da faculdade de Psiquiatria. Era seu último semestre pretendia especializar-se em psiquiatria infantil, adorava crianças.Trabalhava dás nove da manhã e só largava às oito da noite, quando corria para faculdade, chegava às nove e ficava até meia noite repondo as d
─ Ah não! Isso não pode ser verdade!─ Que foi Beto? – Marcela pergunta ao ver meu desespero, então mostro a foto para ela – Bate com a nossa vítima aqui!─ Estava torcendo para você não falar isso! – Falo sorrindo amarelo para ela e volto a chamada com Ronan – Só está você e o chefe por aí?─ O chefe, eu e o Celsinho que veio buscar o corpo.
─ Roberto, eu realmente não sei o que houve! – Celso me fala quando chego na delegacia, está tão perplexo que mal deixa eu entrar. – Eu deveria conseguir encontrar um útero, eu sei o que é, droga, eu sou médico como não consigo achar...─ Já lhe ocorreu que você não achou por que não havia um útero doutor? – Pergunto assim que consigo falar algo─ Como assim não havia um útero? Sábado às 9:23:Enquanto os investigadores estão correndo para o encontro do terceiro corpo, outra jovem se aproximava do perigo, um tanto quanto distante da Rua Danilo Cárcel, na Rua Duque Killian Steinberg, às nove da manhã não era possível que uma rua tão movimentada estivesse vazia, ou que houvesse algum risco, principalmente a Duque Killian Steinberg que era conhecida por seus inúmeros hotéis, talvez uma das ruas com maiores poderes aquisitivos em toda Cidade dos Novos Sonhos.Ela era funcion&aaCapítulo 10
─ Já temos fotos?─ Sim! Já deve está aí na tua tela,Passo a tela e vejo a jovem dilacerada como as outras─ O doutor Robert já confirmou a ausência do útero─ Ma, você consegue dizer pela foto se foi a mesma faca?
Depois da breve reunião vamos interrogar os suspeitos. Todos dizem não terem visto nada e ninguém, como se o desgraçado fosse um fantasma. Depois de quase uma hora perdida com eles eu decido chamar Marcela, Marcos e Alan para sair comigo:─ Para onde vamos, Beto?─ Para o hotel.─ Mas não tem nada de mais lá. Sim parece estranho né? Mas eu sou líder do setor Investigativo da Cidade dos Novos Sonhos e eu sei o que você está pensando, "Grande Bosta!" Pois é, mas isso me obriga, a saber, mais sobre os meus companheiros, inclusive sobre o que houve com a Investigadora Renata Rainha:Aconteceu há treze anos, ela era uma garota ainda de dezesseis aninhos, saía da escola à noite e iria para a casa de uma tia, já que seus pais nunca estavam em casa e lá era o lugar mais rápido para jantar, tomar banho e dormir. No meio do caminho ela foi atacada, violentada e inevitavelmente engravidada. Ela descobriu cinco meses depois e apesar de ter sido fruto dCapítulo 13
─ O que houve Beto?Eu não respondo só peço para o taxista parar em um mercado. Desço pego umas caixinhas de cerveja, mais umas coisas para petiscar e volto ao taxi.─ Para onde agora? ─ O Taxista pergunta ao me ver entrando novamente no taxi─ Rua Rod Cesar Queiros, cento e sessenta, por favor!Último capítulo