O voou durou quase cinco horas e a viagem foi glamorosa; dormiu e acordou, postou em todas as redes socais sobre sua linda viagem e pousou de madrugada na cidade dos seus sonhos onde o sol já nascia.
A cada passo que dava pelos corredores do aeroporto, o coração acelerava, a ansiedade de gravar cada momento e nunca mais esquecer era inevitável. Quando as últimas portas se abriram, avistou várias pessoas com placas e até casais se encontrando. Certeza que aquela cidade era mais do que amada por todos.
Logo avistou seu nome numa placa, conhecia bem aquele rosto de todas as fotos que recebeu. Foi se aproximando devagar admirando a beleza de Madison Diaz que pessoalmente era duas, três até umas dez vezes mais linda.
Correu para abraçar a mulher que fora recebida da mesma forma. Conversava com Madison há um tempo e foi uma das pessoas que mais lhe deu forças para viajar desde que soube da faculdade. Estudariam juntas direito.
— Finalmente você chegou. Confesso que estava tão ansiosa. Parecia que nunca iria aparecer - Contou Madison crescendo cada vez mais o riso na cara. — Eu fiquei para te levar porque o outro garoto que chegou se deu bem com os meninos e foi embora. Vamos indo que a Amber foi apenas pegar um sorvete e vai surtar quando te vir também.
— Estou animada. - Agarrou-se ao braço da garota e juntas voltaram a caminhar em direção a saída, no caminho encontrou a outra garota e foi uma gritaria sem parar. Amber era uma das garotas que já morava na casa há um tempo, e ficou para trazer mais gente para aquele lugar uma vez que os formandos se foram. — É um prazer te conhecer.
— O prazer é todo meu. Parece que estamos em sintonia e finalmente teremos um ano excelente. - Contava Amber enquanto levava as garotas para o carro — Nosso apartamento não é tão arrumado assim, mas é grandioso e o mais perfeito de todos. Tem os seis quartos e agora temos três homens e três mulheres.
— Agora estamos no mesmo nível - Madison sentou no banco da frente já colocando o cinto antes da outra dar partida em direção ao apartamento. — Ano passado a gente conseguiu ficar com mais dois homens, ou seja, tínhamos quatro homens e duas mulheres, seis pessoas dentro de uma casa onde as decisões não eram tomadas em grupo e eles sempre ganhavam - comentou quase chorando. — Esse ano, nós podemos bater de frente. Eles não vão querer enfrentar duas advogadas, certo, Ivy?
— Certo. - Gritou de trás e preparada para tudo que viesse acontecer. Valcolink era uma cidade muito bonita enquanto assistia todas as pessoas e prédios, algumas praças e casas. O sorriso que crescia no rosto de Ivy aumentava a cada momento, estava tão feliz de estar ali que nem conseguia esconder os dentes. — Estou um pouco nervosa com tudo. - Confessou para as outras que sorriram entendendo.
— A gente sabe como é, mas fica tranquila. - Madison foi a primeira a simpatizar. — Eu também estava nervosa quando cheguei, afinal, estamos numa cidade nova, teremos um emprego novo, e no seu caso é o primeiro. Além de sair do seu cantinho para morar numa casa com mais três homens e duas mulheres, isso dar medo. Mas te garanto que é uma das loucuras mais maravilhosas do mundo.
Expressou-se Madison com um sorriso grandioso, orgulhosa da sua trajetória. Também tinha chegado cheia de medo e com saudades de casa, mas hoje, ela entendia que se tivesse ficado na sua cidade, nunca tinha conquistado sua independência tanto financeira quanto mental.
— Você vai amar nosso prédio. Tem academia, piscina, salão de festa e aula de dança com um professor particular que é um gostoso e não é gay. Eu mesma tive que ir provar. - Amber abriu um sorriso fazendo as outras rirem também. — Quero que você conheça tudo e antes do meio dia vamos sair. Temos um encontro com os meninos no nosso restaurante preferido. - Contou mais empolgada ainda. — Parece que os outros se deram bem com o novo garoto.
— E eu tenho que concordar, ele é muito bonito. - Comentou a outra mais empolgada. — Falando nisso, Ivy você não tem namorado, não é? A faculdade é cheia de homens gostosos do começo ao fim, além de que a gente adora sair às noites, então fique ciente que vamos te arrastar mesmo que não queira.
— Ah não, eu nunca tive um namorado para ser sincera - Amber estacionou o carro rapidamente e logo olhou para trás encarando os olhos esverdeados da menina sorridente — Sério, estou falando sério.
— Não me venha dizer que é virgem, porque ai eu vou surtar. - As duas da frente fixaram o olhar na recém-chegada esperando tudo menos uma confirmação de que era virgem. — Não que isso seja um problema, longe de mim, mas estamos aqui combinando de tomar todas e te entregar para qualquer homem bonitinho que pareça confiante e você é virgem.
— E claro que se você for, vamos te ajudar a perdê-la com uma pessoa especial porque eu ainda sou a favor de você perder com uma pessoa maravilhosa e que tenha amor. - Tanto Amber como Ivy encararam Madison que mantinha sua postura perfeita. — O que? Falei algo de errado?
— Você me disse que perdeu a virgindade encostada num poste de luz atrás da sua casa com um amigo do seu irmão que foi procurar drogas, aonde você tá me dizendo que foi romântico? - Ivy riu.
— Gente, antes de mais revelações, eu não sou virgem. Eu disse que nunca tinha tido um namorado, não que era virgem. Se acalmem. - Mentiu. Ela teve sim seus momentos românticos é claro, mas o garoto não parecia ser o tipo de homem que ela queria ter sua primeira vez, e depois de alguns amassos ela desistiu. — Eu sim perdi com romance, era meu aniversario de dezenove anos.
Mentiu mais ainda.
— Quer dizer que isso foi ano passado? - Madison questionou mesmo que soubesse a resposta. — Tudo bem, não estamos aqui para reclamar, mas me conta, ele era bonito?
— Ah, sim, ele era - Amber desceu do carro primeiro e junto das garotas tiraram as malas e subiram para o andar em que iria morar.
No trajeto Ivy contou tudo sobre o único garoto que gostou de verdade e se pudesse revê-lo ao menos uma vez na vida iria gostar. Além de contar também que ele foi o único com quem foi para cama, e depois dele, nenhum outro garoto se atreveu a lhe chamar atenção. Não sabia se era porque era apenas muito exigente, ou porque a sombra, de todos os apelidos que ganhou de Apollo Kade, fazia efeito em todos daquele colégio e bairro.
— Seja bem-vinda a sua nova casa.
As garotas deram passagem para Ivy entrar e se maravilhar com tudo que tinha ali. A entrada já dava na sala com sofás vermelhos e uma TV na mesma parede da porta com vários videogames e controles espalhados pela mesinha de centro, chão e sofá.
Madison foi logo catando tudo e reclamando da bagunça que os meninos conseguiam fazer enquanto Ivy estava encantada, apesar da bagunça enorme em frente à TV, a mesa que dividia a sala da cozinha estava arrumada, tudo era bem equipado e limpinho, os moveis e eletrodoméstico brancos como se fosse combinado. A verdade é que todos eles trouxeram alguma coisa, só não imaginavam que ia combinar tanto com o passar dos tempos.
— O que achou? - Amber colocou a última mala para dentro indo até a geladeira — A gente costuma fazer o mercado juntos, assim todo mundo sabe quem comprou o que e tomamos e comemos tudo em conjunto. Isso nunca deu problema, então o sistema permanece. - Contou — Ah não ser, que você esteja em alguma dieta especial, avisa a gente. Um exemplo disso é o nosso menino Josh, ele é aqueles ratos de academia. Toma dez vitaminas diferentes e só come alface na frente das pessoas, mas quando chega em casa devora tudo que ver pela frente.
— E continua um gostoso. - Madison voltou a sorrir entre as garotas. — Sério, recomendamos também que não namore nenhum dos meninos do nosso dormitório porque eles não prestam, ah, e não podemos trazer ninguém para cá. Tipo, uma amiga para estudar, um colega para passar à tarde, tudo bem, mas aqui na sala, nada de subir para os quartos.
— Essa é uma regra muito importante. - Amber começou. Era a mais velha da casa e a que mais passou tempo com outros estudantes. — Tivemos uma rivalidade uns anos atrás. Um amigo trazia a namorada para dormir aqui e acabou que ela errou de quarto e acabou dormindo com outro coleguinha. Isso é o que ela diz, eu acho que ela sabia onde estava entrando. - riram principalmente Madison. — Vamos lá em cima que quero te mostrar os quartos.
O andar de cima era mais bonito, havia uma pequena escada e o corredor com corrimão que tinha como paisagem o andar de baixo, cada porta tinha um número até o fim do corredor, todos com acesso a vista de baixo.
— Os garotos são uns charmes, preferiram os últimos. O meu sempre foi o terceiro, e o da Madison o segundo, o seu é o primeiro. - Ivy nem reclamou, apenas abriu a porta com o coração na mão.
Era espaçoso, e aparentemente aconchegante, uma janela grande no fundo com TV, cama e uma mesa para estudos, muito organizado e da cor rosa, era muito a sua cara, mas estava mais animada em ver a paisagem de fora. A cidade era bonita dali, bom, no momento, tudo era perfeito aos seus olhos.
— Perfeito, não é? No primeiro ano eu fiquei nesse quarto. Mas aí eu tive que trocar porque a outra garota que estava aqui ano passado exigiu o quarto maior. - Contou Madison ao parar ao lado de Ivy na janela — eu disse que aqui era como está em um sonho, você vai amar.
Ivy concordou e contou novamente o quanto estava animada para viver cada coisa com calma. Trouxe suas malas para o quarto com ajuda de Amber e Madison que não desgrudaram de si nem por um segundo. Teve ajuda das garotas para arrumar suas roupas e alguns acessórios que acabou trazendo, como quadros de fotos de sua família e suas maquiagens que não era poucas.Quando ela pensou em fazer mudança, sabia que não podia levar tudo do seu quarto, mas pelo menos metade das coisas ela fez questão de socar dentro de seis malas e trazer. Suas roupas ela não deixaria, sapatos que chorou meses para seu pai comprar muito menos.Tudo virou uma questão de colocar dentro de uma mala. Ali, aproveitou para conhecer o quarto das garotas que eram claramente mais equipados, depois de anos vivendo ali, claro que tudo estaria perfeito. Prometeu fazer a mesma coisa. O aluguel do apartamento era baixo e tinha amigos e tudo mobilhado.Seus pais pagariam o primeiro ano e enquanto eles não desistiam disso, guardar
Atravessou todo o restaurante que tinha achado bonito, tinha o mesmo cheiro da casa da vizinha. Achou que poderia ir ali mais vezes quando sentisse saudades de casa, nem em um milhão de anos ele imaginaria ver Ivy sentadinha naquela cadeira com seu cabelo jogado para o lado mostrando aqueles peitos bonitos. — Se concentra - mandou para si mesmo. A encontrou do lado de fora, escrevia alguma coisa no celular. Apollo riu se aproximou o suficiente para lhe tomar o aparelho e conseguir aqueles olhos verdes em sua direção. — Perdeu garota!— Ah não. - Ivy bateu o pé virando para o outro lado. Não queria ter que olhar para ele. — Porque você sempre estraga tudo? Quando meu Deus, eu vou parar de ser castigada por esse filho do demônio? ESSA PRAGA!— Eu não sou tão ruim assim, garota - Ivy virou para ele rapidamente. — Me desculpa! Mas eu não sabia que encontraria você por aqui, e se estamos com as mesmas pessoas, certamente estamos também no mesmo apartamento, e prédio e faculdade. - Cruzou o
— Então é ela? - Jones perguntou pela terceira vez enquanto olhava o rosto do novo amigo no banco de trás. Abriu um sorriso passando o cinto pelo corpo e voltou a Apollo, poderia ver o rosto sem o brilho da manhã quando chegou cheio de esperança, e agora estava emburrado e estressado. — É sério, é a sua garota? - Olhou para fora vendo que as garotas também ainda não tinham saído do lugar.— Ela não é a minha garota. - Murmurou descontente encarando ao longe os olhos verdes da menina que particularmente o irritava só de estar no mesmo espaço, o irritava porque ela era a única que não queria nada com ele. — Ela não é a minha garota. - Repetiu.— Tá. Engraçado que você mencionou o nome dela quatro vezes desde que chegou e falou que sentiria falta da garotinha que deixou na sua cidade antiga porque gostava de irritar ela ao máximo e vê-la surtar ao seu lado. - Jones sorriu ligando o carro — A melhor parte é saber que você gosta dela, mas ela não sabe disso, o que te custa contar a verdade
Naquela noite quando voltou ao quarto, Apollo sabia que tudo tinha dado errado. Sim, sim, sim.Alguma coisa tinha sim, dado errado, tipo… TUDO.Jogou a jaqueta em cima da cama olhando pra suas malas fechadas esquecidas ali e tudo pra arrumar. Sentou sobre o colchão passando a mão pelos cabelos negros e compridos. Já vinha treinando a parte de fingir não gostar dela, e até tinha feito terapia no verão, mas se afastar era a melhor solução uma vez que Ivy Olivares odiava sua cara. Ele fez de tudo para se mudar e começar uma vida nova.Tinha conseguido um quarto legal num apartamento bacana com um pessoal que podia andar sem ser preso.Seus amigos ficaram tristes, mas ele estava trilhando o caminho que tinha que seguir.Gostar de uma pessoa não é algo natural, ainda mais quando o amor não era reciproco e por conta disso aprontou de tudo um pouco. Gostava de como ela surtava e começava a gritar com ele. Mas quando o fim do ano estava se aproximando, ele percebeu que não ia mais poder tortu
À noite, o frio não queria dar trégua ou paz a ninguém.Sua moto estacionou em frente à casa que conhecia apenas por fotos. Tirou o capacete tentando buscar no fundo da sua alma se estava fazendo certo.Mas é claro que estava.Quem quer se independente faz de tudo um pouco, né?E se no momento teria que ralar um pouco mais enquanto tirava a camisa, que mal faria?Desceu da moto deixando o capacete de lado a fim de pensar melhor no que estava fazendo. Esperava que ninguém o visse ali, pelo menos ninguém que ele conhecesse de verdade.Não precisou tocar a campainha, pois assim que ergueu a mão, a porta foi aberta revelando seu pai, com uma barba e o corpo coberto de tatuagens. Ah sim, aquele era o homem que se lembrava muito bem em sua infância com um sorriso cínico nos lábios e o olhar de quem estava prestes a cometer um crime.Não era de se esperar que sua mãe houvesse largado um psicopata como Athilas Kade.— Meu filho - abraçou o garoto já trazendo para dentro — Senti sua falta. Con
Não era nem cinco da manhã quando Ivy saltou da cama pronta para começar o dia vibrando. Arrumou os lençóis, procurou por suas coisas e tudo que iria precisar naquela manhã. Olhou para o lado de fora e a visão do prédio ainda era uma das coisas mais lindas do mundo.Pegou sua toalha pronta para atravessar aquele corredor sem ninguém lhe ver, mas perdeu para Josh que subia as escadas aparentemente chegando naquele momento.— Acordada tão cedo? Nem dar para esconder que você é caloura. Ninguém acorda uma hora dessas para se arrumar - Avisou para a outra e parou ao lado dela, Ivy riu mais. Josh era um pedaço de mau caminho e sem camisa parecia que tudo dentro de si queimava, apenas o olhando.— Eu sempre acordei cedo para me arrumar, e ter que dividir o banheiro com mais cinco pessoas me ajuda e acordar mais cedo ainda - Avisou continuando a andar e Josh a seguiu.— Todas as vezes que tiver que entrar nesse banheiro e, eu estiver lá dentro, não hesite, entre e faça tudo que quiser, não v
As fortes impressões de um primeiro dia de aula na faculdade são as que ficam para sempre durante todo o período de estudo, e com Apollo não seria diferente.Não é todos os dias que alguém, em especial as garotas, veem um homem de quase dois metros atravessar as portas da faculdade com seu cabelo negro amarrado para trás, os olhos brilhando. Mostrando um ar de badboy com sua camisa simples e uma calça jeans surrada. Apollo por si só, chamaria atenção em todos os corredores que fosse andar.Mas combinando ao lado de Josh, um dos garotos mais populares da faculdade e Jones que vinha logo atrás, deixava o trio bastante famoso para os primeiros horários daquela manhã. As salas foram enchendo enquanto o novato procurava o lugar certo para sentar. Ele nunca foi o tipo de garoto que sentava na frente, mas não escutar nada das garotas nos bancos de trás também não era uma coisa legal. O meio era seu lugar perfeito e não tinha quem lhe tirasse.As aulas foram correndo bem, embora as apresentaç
Com o endereço gravado na mente ela pediu um carro parando em frente ao grande salão de beleza da cidade. Localizado apenas há algumas quadras da faculdade, e perto do apartamento o que facilitaria sua vida.Trabalhar num salão não era o seu objetivo, mas visto que adorava fazer maquiagens, seu amor pela arte foi bem visto por uma amiga de sua mãe que ofereceu o trabalho, e poderia até pagar o suficiente para o quarto e a faculdade, logo isso não iria importar muito.A frente de vidros podia ver claramente as mulheres correndo de um lado para o outro com inúmeras clientes. Com certeza, o lugar preferido de muitas, muitas mulheres daquela cidade.— Ivy Olivares - Assim que passou pela porta, seu nome foi proferido por uma das mulheres presentes, uma que se aproximou trajando um longo vestido vermelho e os cabelos da mesma cor, a maquiagem era marcante e extremamente forte. — Achei que havia desistido, mandei mensagem até para sua mãe.— Oi… - Apertaram as mãos — Cheguei tão atrasada as