Ivy concordou e contou novamente o quanto estava animada para viver cada coisa com calma. Trouxe suas malas para o quarto com ajuda de Amber e Madison que não desgrudaram de si nem por um segundo. Teve ajuda das garotas para arrumar suas roupas e alguns acessórios que acabou trazendo, como quadros de fotos de sua família e suas maquiagens que não era poucas.
Quando ela pensou em fazer mudança, sabia que não podia levar tudo do seu quarto, mas pelo menos metade das coisas ela fez questão de socar dentro de seis malas e trazer. Suas roupas ela não deixaria, sapatos que chorou meses para seu pai comprar muito menos.
Tudo virou uma questão de colocar dentro de uma mala. Ali, aproveitou para conhecer o quarto das garotas que eram claramente mais equipados, depois de anos vivendo ali, claro que tudo estaria perfeito. Prometeu fazer a mesma coisa. O aluguel do apartamento era baixo e tinha amigos e tudo mobilhado.
Seus pais pagariam o primeiro ano e enquanto eles não desistiam disso, guardaria todo o dinheiro para pagar o próximo e morar ali até não poder mais, afinal, o prédio tinha muitos universitários, mas também não só deles o lugar vivia.
Quanto o tour terminou por completo, Ivy tomou banho para se arrumar para o almoço com os garotos que estavam sumidos desde que o outro chegou. Se essa irmandade e amizade fossem eternas, ia gostar ainda mais de estar ali. Como o tempo não estava tão frio optou por colocar um vestido longo florado, destacava bem seus atributos, os seios do tamanho certo, escondendo suas pernas e as sandálias transparentes.
Madison saiu do quarto com seu famoso vestido vermelho, e um dia Ivy iria entender, Amber prometeu. Desceram todas com sorrisos grandes.
Amber era uma das pessoas mais animadas que poderiam conviver. Conhecia todas as formas de como se divertir naquela cidade e prometeu levar Ivy em todos porque conhecer Valcolink era uma coisa, mas conhecer a verdadeiramente cidade noturna, era duas coisas completamente diferentes.
De volta ao carro às garotas passaram pela ponte mais famosa do lugar, desceram pra tirar foto e ainda conhecer alguns garotos que passavam de bicicleta, voltaram para o carro e estudaram todo um jardim, uma coisas que Ivy mais amava no mundo, plantas e flores coloridas, se pudesse teria levado todas apenas para decorar seu quarto.
Quando enfim chegaram ao restaurante, todas retocaram a maquiagem e desceram com mais sorrisos.
O lugar era bonito, com colunas revestidas de flores e ramos coloridos, as mesas redondas com toalhas brancas e bem arrumadas, decoradas com garçons de uniforme que olhando de longe e de perto, deixava cada um mais sexy do que se lembrava de que um garçom tinha que parecer. Era um lugar chique, não daqueles que você se arruma com toda grife do mundo e salto alto para desfilar, mas aqueles em que você pode muito bem ser pedida em casamento com inúmeros ramos de flores e música ao vivo.
— Espero que você tenha gostado porque esse é nosso lugar preferido. Todas as vezes que precisamos comemorar algo importante, comemoramos aqui. - Amber sentou em sua mesa de sempre. — A única pessoa que fica com um pé atrás de vir aqui é a Madison, quer contar porque amiga, ou posso contar? - Madison jogou sua bolsa em outra cadeira sentando ao lado de Ivy deixando a garota nova no meio, revirou os olhos cruzando os braços. — Esse restaurante depois da meia noite vira um bar animado, claro que funciona até umas três, quatro da manhã e é muito legal, a música ao vivo não para e tem o famoso Karaokê.
Ivy encarou-a curiosa, voltou para Madison que puxou logo o cardápio, emburrada.
— O ex-namorado da Madison trabalha aqui cantando e numa semana em que eles estavam namorando, ele cantou uma música romântica, na outra eles já tinham terminado e ele só cantou música de termino e ex que estava curtindo a vida. - Ivy e Amber começaram a rir enquanto a outra apenas revirava ainda mais os olhos. — E poderia ter ficado aí, mas então a Madison tomou o microfone dele e cantou o resto das músicas olhando nos olhos do ex. Foi uma noite memorável.
— E como foi, é apenas para esse idiota lembrar que ele namorou uma mulher que tem atitude e não uma moleca que tudo que ele manda, a outra obedece, o que é o caso da atual dele que estava no ensino médio e agora está na faculdade. Uma criança para ser mais exato. Uma garotinha de dezoito anos, ou seja, sangue novo.
— Você está bem com isso? Parece amargurada - Ivy tocou no ombro da amiga que mordeu os lábios prendendo o sorriso — Você não parece o tipo de mulher que sofre por homem.
— Eu não sofro. Não existe um tipo de homem capaz de me fazer sofrer. - Virou para as outras que concordaram. — Ótimo, os garotos chegaram, já estou morrendo de fome.
Ivy jogou os cabelos para trás abrindo um largo sorriso para ver os garotos vindos em sua direção. O primeiro era alto, alto até demais com um braço fechado em tatuagem, e com sua regata mostrando o quanto era descolado e um tremendo de um gostoso. Os cabelos brancos e aquele sorriso sexy a deixou impressionada.
O outro apareceu logo depois com uma camisa de moletom escondendo seu rosto, mas não poderia esconder os cabelos amarrado para cima e que chegava a ser um charme. A pele morena brilhosa lhe chamou muito atenção… Mas nenhum desses homens, deixou o coração de Ivy tão acelerado quanto o último que apareceu com seu famoso sorriso debochado jogando todo o cabelo negro e longo para trás.
— Ah meu Deus do céu! - Ivy arregalou os olhos segurando os braços das meninas rapidamente chamando atenção.
O sangue parou de bombardear por todo seu corpo porque aquilo não era possível.
— Apollo…?
— Ivy, você tá bem? - Amber encarou o rosto que ia ficando branco a cada momento quando ela levantou. Levantou-se também olhando para os garotos, e eles para ela e só assim, puderam notar perfeitamente o momento em que os olhos do cara novo subiram para Ivy e se arregalaram. Ele travou no lugar enquanto sua boca crescia como os olhos. Estava tão surpreso quanto Ivy. — Eu acho que acabamos de formalizar um encontro do século.
Madison olhava de um para outro, o que chamou atenção também dos meninos que pararam no meio do caminho, sem entender aqueles olhares.
— Me diga que vocês não são ex-namorados que se mudaram para esquecer um ao outro e agora vão ter que conviver junto, porque eu vou adorar contar isso para as próximas garotas que um dia viram para essa cidade. - Madison comentou.
O garoto pareceu acordar depois de um chamado dos meninos e voltou a andar parando na mesa.
— Oi Apollo, seja bem-vindo. Sou a Madison Diaz.
— Prazer. - Apertou a mão dela, ainda que seus olhos tivessem em Ivy.
— Eu sou Amber Block, e essa é a Ivy Olivares que tenho quase certeza que você já sabe. - Ele apertou a mão da outra e realmente, não conseguia tirar os olhos da garota do meio. — Meninos essa é a Ivy Olivares, ela é incrível.
— Oi Ivy - O primeiro, Josh chamou sua atenção empurrando Apollo para o lado. — Confesso que quando vi sua foto achei que você era bonita, mas vendo pessoalmente, tenho que confessar que você é particularmente uma das garotas mais maravilhosas que já pisou naquele apartamento. - Ivy sorriu acordando daquele pesadelo, ao menos uma coisa boa tinha no meio de um tornado que logo iria começar.
— Obrigada.
— Eu sou Jones e concordo com meu amigo Josh - beijou a costa de sua mão e Ivy não conseguiu esconder o sorriso. Os garotos eram educados e bonitos, e então, parou os olhos em Apollo que agora, de braços cruzados, a olhava mais fixamente com os olhos cerrados e os lábios prontos para… — Vai Apollo diz oi pelo menos. - Jones mandou batendo em suas costas.
— Oi. Se soubesse que iria me seguir tinha te esperando, podíamos ter vindo juntos. - Ivy respirou fundo. Já estava passando mal.
O mundo em que ela criou em sua cabeça, a vida nova que tanto sonhou em ter naquela cidade tinha acabado. Ela saiu de casa para não ter que olhar justamente para Apollo, a única pessoa que fez dos seus dias na escola os piores dos piores.
Quando achava que não podia piorar, lá estava ele quebrando seus encontros, destruindo seus trabalhos, acabando com sua reputação e tirando seu nome da lista dos três primeiros alunos mais inteligentes.
— Eu não acredito que isso está acontecendo. - O sorriso dela morreu por um momento e ela sentou procurando água para beber.
— O que é isso? Vocês já namoraram? - Amber sentou convidando todos a sentarem também enquanto sedia seu copo de água para a garota que passava mal.
— Eu nunca conseguiria namorar com ela. Ela sempre me b**e. - Acusou logo, vendo a outra se irritar.
— E eu prefiro desistir da faculdade e dessa cidade, dessas quatro pessoas maravilhosas só para não ter que olhar para a sua cara. - Disse tentado manter o controle, porque tudo dentro do seu paraíso estava desabando. — Vocês estão vendo esse sorriso ridículo na cara dele? Não se enganem! Ele é a pessoa mais cruel do universo e eu me recuso a ter que sentar aqui e comer te olhando. - Levantou novamente pegando sua bolsa. — Eu vou embora!
— Espera… Ivy - Amber levantou junto de Madison, mas Apollo foi mais rápido as impedindo que fossem atrás dela. — Que tipo de pessoa você é para ela ficar assim?
— Sou uma pessoa legal. Só tivemos alguns problemas. Deixa que eu falo com ela. - Avisou e saiu da mesa.
Atravessou todo o restaurante que tinha achado bonito, tinha o mesmo cheiro da casa da vizinha. Achou que poderia ir ali mais vezes quando sentisse saudades de casa, nem em um milhão de anos ele imaginaria ver Ivy sentadinha naquela cadeira com seu cabelo jogado para o lado mostrando aqueles peitos bonitos. — Se concentra - mandou para si mesmo. A encontrou do lado de fora, escrevia alguma coisa no celular. Apollo riu se aproximou o suficiente para lhe tomar o aparelho e conseguir aqueles olhos verdes em sua direção. — Perdeu garota!— Ah não. - Ivy bateu o pé virando para o outro lado. Não queria ter que olhar para ele. — Porque você sempre estraga tudo? Quando meu Deus, eu vou parar de ser castigada por esse filho do demônio? ESSA PRAGA!— Eu não sou tão ruim assim, garota - Ivy virou para ele rapidamente. — Me desculpa! Mas eu não sabia que encontraria você por aqui, e se estamos com as mesmas pessoas, certamente estamos também no mesmo apartamento, e prédio e faculdade. - Cruzou o
— Então é ela? - Jones perguntou pela terceira vez enquanto olhava o rosto do novo amigo no banco de trás. Abriu um sorriso passando o cinto pelo corpo e voltou a Apollo, poderia ver o rosto sem o brilho da manhã quando chegou cheio de esperança, e agora estava emburrado e estressado. — É sério, é a sua garota? - Olhou para fora vendo que as garotas também ainda não tinham saído do lugar.— Ela não é a minha garota. - Murmurou descontente encarando ao longe os olhos verdes da menina que particularmente o irritava só de estar no mesmo espaço, o irritava porque ela era a única que não queria nada com ele. — Ela não é a minha garota. - Repetiu.— Tá. Engraçado que você mencionou o nome dela quatro vezes desde que chegou e falou que sentiria falta da garotinha que deixou na sua cidade antiga porque gostava de irritar ela ao máximo e vê-la surtar ao seu lado. - Jones sorriu ligando o carro — A melhor parte é saber que você gosta dela, mas ela não sabe disso, o que te custa contar a verdade
Naquela noite quando voltou ao quarto, Apollo sabia que tudo tinha dado errado. Sim, sim, sim.Alguma coisa tinha sim, dado errado, tipo… TUDO.Jogou a jaqueta em cima da cama olhando pra suas malas fechadas esquecidas ali e tudo pra arrumar. Sentou sobre o colchão passando a mão pelos cabelos negros e compridos. Já vinha treinando a parte de fingir não gostar dela, e até tinha feito terapia no verão, mas se afastar era a melhor solução uma vez que Ivy Olivares odiava sua cara. Ele fez de tudo para se mudar e começar uma vida nova.Tinha conseguido um quarto legal num apartamento bacana com um pessoal que podia andar sem ser preso.Seus amigos ficaram tristes, mas ele estava trilhando o caminho que tinha que seguir.Gostar de uma pessoa não é algo natural, ainda mais quando o amor não era reciproco e por conta disso aprontou de tudo um pouco. Gostava de como ela surtava e começava a gritar com ele. Mas quando o fim do ano estava se aproximando, ele percebeu que não ia mais poder tortu
À noite, o frio não queria dar trégua ou paz a ninguém.Sua moto estacionou em frente à casa que conhecia apenas por fotos. Tirou o capacete tentando buscar no fundo da sua alma se estava fazendo certo.Mas é claro que estava.Quem quer se independente faz de tudo um pouco, né?E se no momento teria que ralar um pouco mais enquanto tirava a camisa, que mal faria?Desceu da moto deixando o capacete de lado a fim de pensar melhor no que estava fazendo. Esperava que ninguém o visse ali, pelo menos ninguém que ele conhecesse de verdade.Não precisou tocar a campainha, pois assim que ergueu a mão, a porta foi aberta revelando seu pai, com uma barba e o corpo coberto de tatuagens. Ah sim, aquele era o homem que se lembrava muito bem em sua infância com um sorriso cínico nos lábios e o olhar de quem estava prestes a cometer um crime.Não era de se esperar que sua mãe houvesse largado um psicopata como Athilas Kade.— Meu filho - abraçou o garoto já trazendo para dentro — Senti sua falta. Con
Não era nem cinco da manhã quando Ivy saltou da cama pronta para começar o dia vibrando. Arrumou os lençóis, procurou por suas coisas e tudo que iria precisar naquela manhã. Olhou para o lado de fora e a visão do prédio ainda era uma das coisas mais lindas do mundo.Pegou sua toalha pronta para atravessar aquele corredor sem ninguém lhe ver, mas perdeu para Josh que subia as escadas aparentemente chegando naquele momento.— Acordada tão cedo? Nem dar para esconder que você é caloura. Ninguém acorda uma hora dessas para se arrumar - Avisou para a outra e parou ao lado dela, Ivy riu mais. Josh era um pedaço de mau caminho e sem camisa parecia que tudo dentro de si queimava, apenas o olhando.— Eu sempre acordei cedo para me arrumar, e ter que dividir o banheiro com mais cinco pessoas me ajuda e acordar mais cedo ainda - Avisou continuando a andar e Josh a seguiu.— Todas as vezes que tiver que entrar nesse banheiro e, eu estiver lá dentro, não hesite, entre e faça tudo que quiser, não v
As fortes impressões de um primeiro dia de aula na faculdade são as que ficam para sempre durante todo o período de estudo, e com Apollo não seria diferente.Não é todos os dias que alguém, em especial as garotas, veem um homem de quase dois metros atravessar as portas da faculdade com seu cabelo negro amarrado para trás, os olhos brilhando. Mostrando um ar de badboy com sua camisa simples e uma calça jeans surrada. Apollo por si só, chamaria atenção em todos os corredores que fosse andar.Mas combinando ao lado de Josh, um dos garotos mais populares da faculdade e Jones que vinha logo atrás, deixava o trio bastante famoso para os primeiros horários daquela manhã. As salas foram enchendo enquanto o novato procurava o lugar certo para sentar. Ele nunca foi o tipo de garoto que sentava na frente, mas não escutar nada das garotas nos bancos de trás também não era uma coisa legal. O meio era seu lugar perfeito e não tinha quem lhe tirasse.As aulas foram correndo bem, embora as apresentaç
Com o endereço gravado na mente ela pediu um carro parando em frente ao grande salão de beleza da cidade. Localizado apenas há algumas quadras da faculdade, e perto do apartamento o que facilitaria sua vida.Trabalhar num salão não era o seu objetivo, mas visto que adorava fazer maquiagens, seu amor pela arte foi bem visto por uma amiga de sua mãe que ofereceu o trabalho, e poderia até pagar o suficiente para o quarto e a faculdade, logo isso não iria importar muito.A frente de vidros podia ver claramente as mulheres correndo de um lado para o outro com inúmeras clientes. Com certeza, o lugar preferido de muitas, muitas mulheres daquela cidade.— Ivy Olivares - Assim que passou pela porta, seu nome foi proferido por uma das mulheres presentes, uma que se aproximou trajando um longo vestido vermelho e os cabelos da mesma cor, a maquiagem era marcante e extremamente forte. — Achei que havia desistido, mandei mensagem até para sua mãe.— Oi… - Apertaram as mãos — Cheguei tão atrasada as
Assim que entrou no apartamento, não fez questão de fechar a porta sabendo que o outro iria entrar em algum momento depois da alma do mal tomar conta do seu corpo novamente, porque aquele papo de querê-la proteger não era obra sua. A única pessoa da qual ela queria proteção era do próprio Apollo, para ele vir oferecer a sua proteção? Ah, pelo amor dos deuses.Deu de cara com Amber que vinha da cozinha com seu rosto coberto por algo gosmento e verde.— Você chegou. Por favor, me diz que vai a festa? A festa é sua, é para os calouros - Parou em sua frente e logo Apollo entrou trocando olhares entre suas coisas que fora jogada atrás da porta e Ivy que continuava a olhar para Amber arrumando o seu cabelo curto. — Vocês estavam juntos?— Oi? - Ivy virou para trás olhando Apollo de cima abaixo e voltou a Amber. — Não. Não estava com esse idiota. Ele que veio me seguindo até aqui. - Contou ajeitando a bolsa nos ombros — Eu vou sim. O dia foi cheio, tudo que preciso no momento é sentar em alg