Theo e Maria Lua

Levantei e encarei no fundo de seus olhos verdes, pegando a guia do cachorrão:

— Eu... Acho melhor ir para um Hotel. Eu sinto muito pelo... Meu cachorro ter sido arranhado pelo mal-educado do seu gato. — Saí pelo corredor, praticamente puxando Gatão, que não queria ir.

— Aonde... Você vai? — Theo perguntou, aturdido, seguindo-me.

— Vou pedir para Greg levar minhas malas de volta.

— Greg? Quem é Greg? — Málica perguntou.

— O porteiro — esclareci. — Você não sabe o nome do porteiro?

— Não era Gregório? — Ela olhou para Theo.

— Há quanto tempo você vem aqui? — a questionei. — Porque eu já tenho intimidade com o porteiro. E agora vou ter que ir para outro lugar, frio, solitário, que aceite cachorros machucados... E mulheres com corações partidos. — Fiz beiço e virei as costas, quase chorando.

Não me deixe ir, Theo, por Deus, não me deixe ir!

— De onde essa mulher saiu? — Ouvi a voz de Málica, já não tão dócil e gentil.

— Dos braços da minha mãe... E depois ainda me tirou da lata de lixo —
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