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Sentimentos indecifráveis (II)

Respirei fundo, tentando me conter para não buscar um copo de vidro, que certamente melhoraria acústica. E claro que durou no máximo três minutos minha resistência em não invadir a privacidade do casal.

Abri a porta sem fazer qualquer ruído e fui até a cozinha, pegando um copo. Na volta, deparei-me com Fofinho deitado no início do corredor e parei, amedrontada.

O encarei e os olhos dele brilharam como dois diamantes na falta de claridade do recinto. Eu tinha medo dele. Mas a vontade de ouvir o que Theo e Málica falavam era maior. Passei praticamente correndo pelo gato e tropecei nos meus próprios pés.

Para impedir que o vidro quebrasse, joguei-me no chão, aparando-o quase no limite, com meus cotovelos batendo no chão. Ouvi o estouro dos ossos na superfície lisa e fechei os olhos, mordendo os lábios para conter o grito de dor.

Fiquei ali, sem condições de levantar. Até que senti o dito gato subindo por cima das minhas pernas, passando pelas nádegas, deitando nas minhas costas. Parecia
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