Despertei com o som do celular tocando. Abri os olhos e logo fechei-os novamente, por conta da claridade vinda da rua. Toquei a cama e não senti a presença de Theo. Sentei-me, de forma rápida e brusca, preocupada, me dando em conta que ele não estava no quarto.Meu coração desacelerou quando ouvi o som do chuveiro ligado, vindo do banheiro da suíte. Sorri da minha reação ao temer ter sido deixada por ele.Não, Theo não havia me deixado na manhã seguinte. Não fez sexo e partiu, como outros homens. Ele ainda estava ali.Olhei para o curativo no meu dedo, sentindo um pouco de dor, certa de que havia sido causada pela força que fiz enquanto segurava a cabeceira da cama.Observei as algemas ainda atreladas à cama, abertas. Sorri e desta vez prendi as duas mãos, certa do que fazia.Quando Theo saiu do banheiro, enrolado com uma toalha branca somente na parte da cintura, enquanto com outra enxugava os cabelos, fitou-me, aturdido.- Creio que vai ter que me tirar daqui, Theozinho! – Provoquei
Num ímpeto, Theo levantou meus quadris, fazendo-me sentar no seu pau, enquanto os braços me seguravam com firmeza pelas costas, sem nunca deixar de me beijar de forma perfeita.Fechei meus olhos, tentando desvencilhar-me das algemas, inutilmente. Queria agarrá-lo, tocá-lo, segurar-me nele enquanto cavalgava com força. No entanto ele parecia saber, entrando com intensidade, o pau sem um pingo de pena da minha boceta, devastando-me física e psicologicamente, pois eu sabia que depois de tudo que tínhamos feito durante a noite e mais aquela manhã, jamais seria capaz de gozar daquela forma com outro homem na vida.Gozei ao mesmo tempo que ele de novo, numa perfeita sincronia que nunca vi igual. Já tive homens que me deixaram gozar primeiro para depois gozarem. E outros que primeiro gozaram, me deixando por último. Tive também os que só se preocupavam em me levar ao orgasmo. E o que nem conseguiu ficar ereto. Não, não foram tantos, mas os poucos sempre tinham suas particularidades. Embora
— Você... Está mesmo me falando isto? — Theo começou a rir.— Claro que estou. Pensa que vai ser você que tomará todas as iniciativas? Não mesmo, meu amor! — O enlacei pelo pescoço. — E então? Tenho um namorado?— Tem um namorado — concordou, me dando um beijo nos lábios. — Só não sei se este namorado aceita que tome banho longe dele.Afastei-me um pouco, sorrindo:— Theo, eu não consigo mais. Perdi as contas de quantas vezes transamos.— Eu também... — Ele gargalhou, olhando no relógio de pulso. — Agora vá logo para o banho se quiser me acompanhar. Não posso me atrasar, “namorada”.Em trinta minutos estávamos partindo em direção à Simplicity, para a tão esperada reunião de Theo.— Está nervoso? — perguntei, arrumando a gravata dele quando descemos do carro.— Sim. Esta reunião é bem importante para mim.— Será que fez bem em tê-la transferido de ontem para hoje?— Exceto pelo fato de que eu precisava ficar com você, realmente me acidentei.Nos afastamos do carro e minha mão encontrou
— Se preferir, podemos não o contratar, Maria Lua. Juro que não foi minha intenção desmerecer seu trabalho. Só achei... Que trocar ideia com alguém da sua área pudesse ser agradável para você.— Eu troco ideias com Heitor Casanova, o CEO da North B., a maior empresa de bebidas de Noriah Norte, que por consequência é um dos maiores países do continente.— Maíra, cancele a nova contratação — Theo ordenou.— Não cancele. — Olhei-a. — Se meu querido “irmão” acha que preciso de alguém para me auxiliar, vamos mostrar o que podemos lhe trazer de volta em trabalho, não é mesmo? — debochei, furiosa, andando na frente deles, em direção à sala de reuniões.— Maria Lua... Me desculpe! — Theo tentou contornar a situação.Abri a porta da sala de reuniões, sentindo meu coração acelerar, querendo pular para fora do peito.— Robin Hood?— Ao seu dispor, Estrelinha. — Ele sorriu, girando a cadeira de forma debochada, parecendo sentir-se confortável.Theo passou por mim feito um furacão, encarando-o com
Suspirei, respondendo por Theo:- Não. Deixe-o entrar.- Não precisa, Maria Lua. Sei que você dá conta de tudo.- Pensando melhor, podemos dividir a administração entre a área industrial e a comercial. E quem sabe deixamos a parte terceirizada e começamos a produzir nossos próprios produtos?- Está louca? – Theo perguntou.- Acha que me chamam de Malu Maluca por qual motivo? – Sorri.- Algum dia vai deixar me surpreender, raio de sol?- Espero que não, Theo.- Maíra, eu e Maria Lua receberemos o novo contratado para a área administrativa aqui mesmo.Theo sentou-se à cabeceira da mesa e posicionei-me na cadeira na sua lateral. Assim que porta se abriu e o homem vestindo terno preto, camisa branca e gravata vermelha com detalhes em preto apareceu, senti meu coração disparar. Aqueles olhos infinitamente azuis eu reconheceria em qualquer lugar:- Hades? – Me ouvi dizendo, quase sem voz.- Hades? – Theo me olhou e depois mirou o homem, aturdido.Hades olhou-me e depois fitou Theo, se aprox
- Adestramento de cães? – Enruguei a testa – Por isso Gatão se deu tão bem com você.- Ele conhece Gatão? – Theo me olhou.- Sim... Conheceu na calçada... Do seu apartamento.- Mas este Hades não é o mesmo Hades que esteve no meu apartamento. Eu o expulsei de lá e lembro muito bem da cara dele.Hades Romaniz escorou-se na cadeira, de forma confortável e levou a mão ao queixo:- Conhecem outro Hades? Quanta coincidência! – Sorriu, desconfiado e curioso.- Sim... Muita, mas muita coincidência. – Theo me olhou novamente, procurando explicações.Respirei fundo e levantei:- Talvez eu precise dos seus serviços, senhor Romaniz. Gatão é um cão extremamente preguiçoso e sonolento. E não gosta de movimentar-se, sequer para fazer as suas necessidades na rua. Sem contar o fato de ser melhor amigo de um gato de verdade.- Existem gatos de mentira? – Ele me olhou.- Sim, o cachorro dela... Ele é um gato de mentira. – Theo explicou.- Como assim? – Hades quis saber.- Porque se chama Gatão, mas é u
Percebi Maíra saindo, pé ante pé, não querendo chamar a atenção. Assim que a porta se fechou, falei:- Eu te empresto.- Eu não quero seu dinheiro.- Não estarei dando e sim emprestando.- Não preciso! Se for por isto, peço ao nosso pai.- Então por que ainda não pediu, porra?- Justo porque não quero ir além do que realmente posso.- Acha legal se fingir de pobre, Theo?- Eu não me finjo de pobre, Maria Lua!- Se quer ser um concorrente à altura da Giordano, precisa expandir seu negócio, Theo. Caso contrário, será somente o criador das fórmulas que Robin roubará e exibirá como dele. Não há motivos para ficar na defensiva, sendo uma empresa de fundo de quintal quando tem potencial para ser o melhor.Theo levantou, aturdido, andando de um lado para o outro. Parou olhando para a rua, pensando em algo que fiquei curiosa, mas não perguntei. Depois de um tempo, disse:- Talvez você tenha razão. A questão é que nunca quis algo gigantesco, no porte da North B. justo para não viver em função
- Não pode ir assim... E me deixar aqui... Sem você.Parei na porta, ainda com a mão na maçaneta:- Então venha comigo.- Aonde?- Me leve para conhecer um Shopping... Quero tomar um sorvete de creme com calda de caramelo. E olhar sapatos nas vitrines. E talvez comprar algum, claro! Preciso ver pessoas alegres e despreocupadas... Ou vou enlouquecer.- Maria Lua, eu acabei de perder o negócio da minha vida e quer que eu vá comprar sapatos com você?- Embora você não entenda, sapatos tem um poder curativo simplesmente inexplicável. Mas isso para mim. Precisa encontrar o seu poder curativo, Theo.- Raio de sol, você precisa entender que por anos eu vivi sozinho em Noriah Sul. E fiz da minha vida uma rotina diária extremamente metódica.- Daí eu chego do nada...- Sim... E acaba com a minha rotina, destrói a minha metodologia de vida e trabalho... E ainda assim eu só quero você.- Deve ser porque a sua rotina era trabalho, refeições, já que Málica não fazia nada a não ser cozinhar... E qu