Amanda Almeida Observo as nuvens carregadas entre alguns morros altos da comunidade detalhadamente. A minha hora favorita aqui é a noite, onde todas as luzes das casas são acessas, o que me lembra bastante o natal e vagalumes em meio ao anunciado da noite.Eu amo aqui, o único defeito foi me envolver com uma pessoa errada.Não adianta me lamentar, a merda foi feita, eu aguento às consequências.Ouço o ranger dá porta do quarto ao se abrir vagarosamente.Suspiro pesado encolhendo meu corpo abraçando com os braços as minhas pernas.-Você não vem comer?- seu tom de voz é aparentemente preocupado, ecoa pelo cômodo . -Já tem dias que não come, Amanda.Só aparentemente preocupado.Eu odeio todo esse fingimento, eu odeio o seu tom de voz, o jeito que me toca é tudo tão... superficial.Se esse homem algum dia foi apaixonado por mim, morreu.Já faz dez dias que Gabriel me mantém presa no meu quarto, privada de tudo e de todos."Para sua segurança" O olho de relance notando sua aproximação si
Amanda AlmeidaMeu coração não bate forte, não sinto a ansiedade e nem a adrenalina correr por minha veias. Eu devia está ansiosa? Claro, é o meu aniversário de 18 anos anos.Eu sonhei com esse dia, mas não pensaria que fosse ocorrer dessa maneira.Tudo tão rápido e de maneira fria e cruel.Não tenho notícias do meu tio, meu primo mau fala comigo e Julia só está conversando comigo por conta da nossa festa.Tento prestar atenção na aula de encerramento, mas meus pensamentos me incomodam.-Amanda?- ouço Sofia me chamar baixinho sentada ao meu lado. -Me empresta o corretivo?- rir baixo, Sofia sempre esquece algum material seu em casa.Abro o estojo entregando o objeto em seguida para ela.A sala está mais cheia que o normal, todo fim de semestre é isso, alunos que mau frequentam as aulas aparecendo como se nada tivesse acontecido.Ouço meu nome ser pronunciado me trazendo de volta para minha realidade.-Amanda? Por gentileza poderia me acompanhar até a diretoria, agradeço.- a diretora so
Heros Caccini Observo o pequeno corpo feminino de semblante apavorado adentrar pela porta completamente tremula e pálida como se o sangue tivesse congelado em seu corpo. Provavelmente deve ser por conta do revólver apontando diretamente contra sua cabeça. Não pude evitar que escapasse um singelo sorriso de canto ao ver sua face antes apavorada em agora desespero. Agonia. Seu namoradinho está machucado, e isso dói? Faça me o favor. É uma garota bonita, apesar do seu corpo parecer está bem mais magro que nas fotos. Seus fios escuros estão presos em um rabo de cavalo mal feito e suas roupas me lembram fardamento escolar. Seu estado é quase deplorável. -Pode soltar.- Não demora muito para meu pedido ser acatado, seu corpo é empurrado para o chão em direção ao meus pés. A garota cai de joelhos mantendo sua cabeça baixa e sem pronunciar uma palavra. Ouço sua respiração descompassada à medida que me aproximo, posso sentir seu medo mesmo se estivesse a quilômetros de distâ
Amanda Almeida -Acho que estou apaixonada!- ela suspira encantada espalmando a mão sobre o peito esquerdo. Diz a minha amiga Marcela, pela quinta vez suspirando apaixonada por um dos homens que se aproxima da mercearia em um grupo de aproximadamente cinco homens no total. Ela não tem a mínima vergonha na cara! O rapaz não a encara ou algo do tipo, enquanto ela só falta o devora-ló pelos olhos azuis que possui. E isso porque ele está de costas para a gente. Reviro os olhos já cansada dessa situação. Céus! Eu não aguento mais isso, essa mulher tem uma atração surreal por traficantes. Juro! Marcela é de uma boa família, estruturada e em situação financeira estável. Vários garotos da sua escola de altíssimo padrão já quiseram se envolver com ela ou até mesmo um pedido em namoro ou pediram para conhecê-la melhor, ela quis? Não! A garota é extremamente rica! Marcela dispensou todos! Segundo a mesma, eles são sem "sal" e não tem adrenalina como esse tipo de homem que ela é
Amanda Almeida O sinal de hoje para a minha alegria decidiu tocar mais cedo anunciando a saída liberada de todos os alunos. De certa forma, eu estava feliz. Hoje é sexta-feira, dia de anunciarem festas e mais festas no final de semana junto ao luau nas praias do Rio. Não que faça diferença para mim, eu odeio essas festas. Marcela e Júlia irão encher o meu saco até que eu aceite sair com elas, eu não tenho nada contra a essas festas só não curto muito e sem falar das drogas e algumas pessoas que estarão presentes. Suspirei pesadamente e como de costume estava um calor infernal aqui no Rio. Uso minha mão contra meu rosto sacudindo de cima para baixo em uma tentativa falha de amenizar o calor com tão pouco vento e o ar mais seco que nunca. Eu daria tudo para morar em um lugar frio, já imagino a neve sob meus pés e sem comentar o chocolate quente. Uma ladeira... Uma praia cairia bem. Céus. Retirei meu celular do bolso enquanto ando pela calçada e com ajuda do polegar procuro o ch
Amanda Almeida Havia passado á tarde inteira fora junto à Gabriel que estava completamente estranho e pensativo. A volta para casa foi tranquila, tirando ás não sei quantas ligações do meu tio e primo. Não precisa ver o número na tela pra saber que era eles ligando esse tempo todo. "Se ele tivesse vindo me buscar isso tudo não teria acontecido" Pelo menos posso acusar o meu primo pelo ocorrido de hoje. Mas realmente, se ele tivesse vindo me buscar isso não teria acontecido. Não gosto de ser muito próxima a esse tipo de gente e desde o dia que eu conheci Gabriel algo mudou na minha cabeça, ele não é quem eu pensei, muito pelo contrário. Ele é engraçado, fofo, procura sempre fazer o bem para as pessoas e várias outras qualidades. Isso tá sendo extremamente cômico na minha adolescência mas não posso esquecer que a minha amiga é apaixonada por ele então isso é quase que impossível de acontecer. Meus Deus! O que eu tô pensando?! Procuro as chaves em minha mochila, juro que abri to
Amanda Almeida Termino de fazer uma última anotações em meu caderno, passei quase o dia todo estudando, afinal as provas finais estão chegando. Meu celular vibra novamente, dessa vez, mais insistente. Resolvo ignora o aparelho finalizando e vou para minhas anotações do curso de informática que faço durante aos sábados online. Meu celular vibra novamente, de novo, de novo e de novo. Bato a palma da mão sobre a escrivaninha que sustenta meu caderno e o notebook que eu uso, estendo meu braço alcançando o aparelho ao lado. Desbloqueei já esperando a mensagem das meninas mas para minha surpresa não era elas. "Número desconhecido" -Uai? Com o cenho franzido, decidir responder a tal pessoa e não demorou para obter a reposta. -Você vai para o luau amanhã á noite? Pensei por um instante, eu lembro que ter salvado o número de todos no e-mail se fosse contato meu eu saberia quem é. -Eu te conheço?- respondi de volta. -Gabriel, Amanda. Ergui meu olhar encarando a tela do meu notebook,
Amanda Almeida A velocidade que essa moto arranca em tão pouco tempo é surreal. Gabriel corre e sai cortando em meio aos poucos carros que existe na pista, como se não tivesse fazendo nada demais. Eu só tenho 16 anos, sou jovem demais para morrer. Firmo o aperto ao redor do seu quadril. Como se isso fosse me salvar se ele batesse... Céus! Porque diabos estou pensando nisso?! O fato de ser sábado já ajuda com o trânsito meio livre, o que torna tudo menos "perigoso" Aperto cada vez mais seu quadril fechando os olhos com força, não ouço nada além do barulho do vento contra a viseira. Abro os olhos ao sentir a moto parar, ele parou na sinaleira. Ele me observa de relance e um único movimento me afasto rapidamente de suas costas. -Posso te pedir um favor?- lá vêm. Concordei desconfiada, mas eu tinha que o ajudar já que ele me livrou aquela situação constrangedora. -Amanhã é aniversário da Júlia.- e o meu também, mas quase nunca ninguém lembra. -Pode me ajudar a escolher um prese