Amanda Almeida
Já se passava das 20:00hrs quando finalmente chegamos á praia. O caminho foi um total silêncio entre Marcela e eu, ela parecia estar estranha ou perdida em seus pensamentos. O que é estranho, nunca a vi de mal humor antes de um luau na praia, um dos seus lazeres favorito. Resolvi ignorar ignorar esse questionamento, depois conversaria a sós com ela de qualquer jeito. Não quer esconder nada dela. Vai ser pior se ela descobri por outra pessoa. Não que eu esteja devendo algo Somos no total de quinze pessoas em volta da fogueira que nos aquece e sendo bem sincera, as únicas pessoas que eu conheço é Diego, Marcela, Júlia e claro... Gabriel. Gabriel usa uma camisa regata branca que exibe perfeitamente os seus bíceps definidos e uma simples bermuda jeans. Bem simples. Todos estão conversamos em seus grupos separadamente, Júlia como aniversariante sempre está dando um pulinho aqui ou outro ali mas sempre conversando com todos. Alguns com certeza era colegas de faculdade mas eu esperaria ter mais gente. -Amanda? Perdida em sua cabecinha novamente?- Marcela se aproxima estendendo uma taça para mim que a olho estreito. -Relaxa, não tem álcool. Pego a taça sem muito pressa vendo uma singelo sorriso entre seus lábios. Marcela estende a sua taça propondo um brinde, os vidros se chocam delicadamente e em seguida tomamos o primeiro gole da líquido avermelhado. É até bom, tem um gostinho de morango com leite condensado. -Vida longa! -Vida longa.- Reafirmo dando mais um gole. Marcela é chamada por Júlia do outro lado da fogueira, aceno para que ela vá de encontro a nossa amiga e assim ela fez sumindo do meu campo de visão. Não sei porque, mas sinto uma densidade ruim no ar, um clima totalmente estranho e diferente do normal entre a gente. Talvez seja só impressão minha mesmo, mas ainda estou com uma pulga atrás da orelha. Me encolho ainda mais redor da fogueira tentando esquentar o meu corpo que é atingido pela brisa fria da praia. É agradável. Hoje optei por um vestido longo branco, sem muitos detalhes, somente o tecido liso e leve não muito grudado no corpo. Mais praiano. Na cabeça de todas as meninas tinham tiaras floridas o que me lembrava o Havaí. Suspiro solvendo mais um gole da minha bebida. Rolo os olhos pelo o pequeno espaço que eu juraria que estaria totalmente decorado por Gabriel que colocou uma baita pressão em relação a comemoração da sua irmã mais nova. Mais só existe a fogueira, mesa de bebida e algumas almofadas fofas. Meus olhos decidem se fixar nele. Eu deveria manter distância dele, eu sei. Mas, para todo lugar que eu vou esse homem aparece. Parece até que é combinado. Do outro lado da fogueira vejo Marcela o encarar sem desviar o olhar por um segundo, o que é típico dela. Minha aproximação com ele não foi o certo, mas desde o dia que fomos apresentado algo mudou e eu sentia que dá parte dele também era positivo. Nos encontramos várias vezes e claro, acidentalmente. Porra o que eu tô pensando. Marcela irá me matar. Passo a encarar a fogueira em minha frente solvendo mais alguns goles do líquido. Olho para os meus pés descalços sobre a área fria e meio úmida, isso me lembra quando o meu tio vivia me levando a praia para tentar me ensinar a surfa. Aprendi? Não! Mas era muito divertido. -Posso sentar? Ouço a sua voz masculina, nem me atrevo a ergue meus olhos em sua direção, apenas concordei e dei uma pequena afastada dele quando se sentou. Sentir o cheiro do perfume diferente, esse não era o contínuo que ele sempre costuma usar. O olhei pelo canto do olho, só então percebi que sua boca tava bem machucada. Ok, eu acho que eu tô ficando doida. Doida não, louca. Por que no mesmo instante, involuntariamente meu corpo se virou para ele e quando meu indicador quase tocou seu lábio cortado me alto repreendi e recuei automáticamente. Gabriel parecia surpreso mas não demorou para seu semblante suavizar. -O que foi isso?- o tom de preocupação é nítido na minha voz enquanto ele sustenta um olhar curioso sobre mim. -Tava brigando? Preocupação? Sério mesmo? O que deu em mim? Até parece que tô apaixonada por esse... Céus! -Só uma pequena discussão, nada demais.- não sinto sinceridade em suas palavras, mas resolvi deixar pra lá. Marcela se aproxima de nós novamente e aparentemente está alcoolizada. Ela agarra meu braço tentando obrigar meu corpo a ficar de pé e felizmente ela desisti ao perceber minha relutância contra. -Não quero, tô de boa. Ouvir ela murmura mas não exatamente o quê. Seus olhos azuis encaram Gabriel que não parece se importar muito com a sua presença. -Você vem?- ele nega de imediato ao subir seu olhar para amiga que bufa. -Chatos, vocês se merecem. "Vocês se merecem" -Vocês se merecem?- repeti seu sua última, ela acena positivamente repentinas vezes. -Não entendi.- fechei o cenho curiosa. -O que quer dizer com isso? Marcela bebe de vez a bebida jogando seu copo vazio no chão ao meu lado. Gabriel olha para o copo e em seguida para e depois para mim. Eu o observo sem entender, olho para Marcela que parecia se preparar para o que iria falar. Ou se ia levar para á frente. -Você acha que ninguém percebeu Amanda?- seu tom de voz é mais alto chamando a atenção de todos e a música que era tocado no violão foi pausada. -Céus! Você mente muito mal. Ela desdenha dando altas gargalhadas. Me ponho de pé observando que todos os convidados estavam com a atenção voltada para nós, Gabriel faz o mesmo ficando ao meu lado. -Eu não sei o problema de vocês duas, eu tenho certeza que aqui não é lugar certo pra resolver.- Gabriel sussurra sério para Marcela que o lança o olhar frio como se ele tivesse me dando razão. Ela põe aos mãos na cintura enquanto nos olha. Que droga tá acontecendo aqui? O clima ficou tenso, vejo Júlia atravessar tudo empurrando as pessoas que estão paradas em sua frente. Ela tava furiosa, seus passos são duros em nossa direção. Marcela fuzilou Gabriel com apenas um olhar e em seguida se voltou para mim com um olhar julgador. Ela me olhou de cima a baixo como se eu tivesse cometido o pior pecado do mundo diante dos seus olhos. -Você sabia!- ela apontou o dedo no meu rosto, Gabriel o abaixou de maneira instantânea mas Marcela não parecia se importa com ele no momento. Dei um passo para trás me afastando desentendida. -Marcela!- Júlia a chamou quase em uma súplica mas foi ignorada. Engoli a seco dando mais um passo para trás sem desviar minha atenção dos seus olhos que transmitia ódio, seu rosto está vermelho como uma pimenta e seus lábios tremem involuntariamente. -Eu não sei do que você tá falando, Marcela.- sussurro para que somente ela ouça. -Pelo amor, seja o que for, a gente pode conversar depois.- olhei para Júlia que cruza os braços. -É aniversário dela e tá todo mundo olhando. Mais uma risada escapa dos seus lábios dando dois passos á frente. -Você foi a primeira pessoa que eu contei! Amanda.- ela grita na minha cara para que todos ouçam. Marcela dá uma pequena volta encarando todos os convidados. -Porra! Eu você sabia que eu gostava dele e nem por isso relevou? Suas palavras são meio emboladas, talvez pelo álcool. Eu juro que não tava reconhecendo a mulher na minha frente, embora por outro lado eu sei que tenho uma parcela de culpa. -Marcela...- tento toca-lá mas ela se recusa, olho para os lados ainda vendo as pessoas atentas em nós duas. -Vamos conversar depois. Eu já tava sentindo a aflição tomar conta de mim e o pior é não saber exatamente o motivo de todo esse show. -Você acha isso justo?- vejo seus olhos marejarem, sinto meu coração partido em mil pedaços e uma dor incomum se espalhar por meu corpo ou ver suas primeiras lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Por minha causa? Ela funga expulsando o ar dos seus pulmões fazendo bico. Olho para Gabriel que observar Marcela intercalando seu olhar entre mim e ela. Ele não demonstrava nada. -A gente não tem nada!- Falo ríspida em um tom mais alto. -Eu sempre respeitei isso, principalmente sabendo que você gosta dele. Ouvi os cochicho das pessoas ao redor que me julgavam. Eu só queria desaparecer em um toque de mágica, eu nunca passei por situação tão constrangedora em toda minha vida. Mercela balança a cabeça limpando as lágrimas que insistia em escorrer pelo seu rosto. -Ele comprou um iPhone pra você, te levou ao shopping e até a minha casa, se isso não é nada...eu quero esse nada.- ela diz baixo, seu olhar é direcionado para Gabriel. -Foi assim que comprou ela? -Você tá bêbada Marcela, tá falando besteira.- Gabriel diz sério. -Acho melhor a festa acabar, perdi o clima. O silêncio pairou por alguns... minutos ou segundos? Não sei, mas parecia que o tempo não passava. Sentir o meu sangue gelar, minha temperatura foi de trinta graus a zero em questão de segundos. Com certeza minha expressão fácil não negou e não demorou para ela voltar a me encarar. Eu queria me pronunciar em minha autodefesa, realmente, eu não fiz nada de errado. Foram situações de acaso que infelizmente levaram esses encontros. Olhei no fundo dos seus olhos. Não ia negar, ela deveria estar lá para constar mas também não irei afirmar nada. -Isso é verdade, Amanda?- Júlia pergunta cabisbaixa a espera da minha resposta. -Não!- Gabriel nega rapidamente. -Chega.- ele se pós a minha frente encarando Marcela. -Amanhã vocês conversam, tá na cara que você tá bêbada, nunca falaria assim com sua amiga. -Ela não é a minha amiga.- diz entre os dentes travando sua mandíbula. -A minha amiga já mais faria o que ela fez! Ela dormiu na minha cama e mentiu na minha cara. Ela empurra Gabriel e vêm pra cima de mim segurando meus braços com força para olhar dentro dos meus olhos. Eu nunca a vi assim, ela está no pico do seu ódio. Marcela se transformou da água pro vinho em questão de segundos, é nítido suas veias na testa saltadas de tanta raiva. Por minha causa. -Amanda, você mentiu pra mim. Eu te perguntei como havia chegado eu ouvi o barulho da moto...- ela balbucia entrega as lágrimas com sua voz trêmula. -Eu confiei em você e você mentiu descaradamente. Gabriel segura seus pulsos pelas costas a puxando pra longe de mim. Vejo Diego tentar se aproximar mas é impedido por Júlia que permanecesse séria. -Eu te odeio, ouviu?- Marcela grita com todo o ar do seus pulmões, seu corpo se contorce contra o do Gabriel. -Amanda, eu te odeio. Gabriel a deixa com Diego o dando a ordem pra não solta-lá. Meu primo segura Amanda por trás enquanto ela se debate com todas suas forças. Eu estou paralisada, todos me julgam e se for por palavras é pelo o olhar. Júlia parece decepcionada e o meu primo nem se fala. Gabriel volta até segurando meu pulso me arrastando com ele para distante dali. Não consigo desviar minha atenção de Marcela que parece que vai explodir de raiva. -Nunca mais apareça na minha frente!- ela grita enquanto tenta se livrar do meu primo. -Eu te odeio, Amanda. Sua mentirosa, falsa e traíra. Espero que nunca se esqueça da porra que você causou e tenho um ótimo feliz aniversário sua vadia mentirosa.- ela grita com todas as suas forças e ódio acumulado. Volto meu olhar para á frente onde não vejo nada além da escuridão. Não sinto meu coração bater, porém, sei que estou viva. Suas palavras me atingiram, e doeu. Sinto que um ciclo foi quebrado e uma amizade jogada no lixo por um mal entendido. Ela me odeia. Até eu no lugar dela me odiaria. -Meus Deus...- sussurro tomando o controle de volta sobre mim. Tropeço entre os tecidos do vestido e se não fosse por Gabriel eu iria de encontro a área. Funguei ao passar o antebraço pelo nariz. -Você não tem culpa de nada.- Gabriel tenta parecer reconfortante, mas não adiantou já que ele é o motivo disso. -Afinal, você não fez nada. Fiquei calada apenas o acompanhando pela área fria. Eu fui uma péssima amiga. Eu nunca vou me perdoar por isso. Eu já não tinha motivos pra gostar da data do meu aniversário. Agora a odeio.Amanda Almeida Pelo vidro fumê do veículo, observo a vista da praia escura sobre o céu estrelado passar rapidamente como um raio que corta o céu.Céus! A lua estava linda e redonda.Mas uma coisa ainda não sai da minha cabeça...O aniversário da Júlia foi estragado por besteira e um certo capricho.O meu aniversário.Gabriel se mantém em alerta enquanto dirige atento e a todo momento estava checando os retrovisores e laterais como se estivesse preocupado com algo.Não tem ninguém essa hora da noite na rua para nossa sorte e segurança.Já faz uns minutos que estamos na estrada, na verdade nem sei onde estamos.Eu tô magoada, confusa e desnorteada. Não acredito que mal tive tempo de me explicar e simplesmente sair de cena como se realmente tivesse feito algo de errado contra Marcela.Suspiro pesadamente descansando a cabeça sobre o vidro escuro.Droga Amanda.-Tá legal?Concordei sem olhar, já sabia que seus olhos estariam sobre mim.Eu tô chateada, isso não dá pra disfarçar. Não via n
Amanda AlmeidaO tempo foi passando e de lá pra cá nos aproximamos cada vez mais, não só como casal mas também como amigos.Uma coisa que me impedia de ficar com Gabriel, sou menor de idade e ele é três anos mais velho que eu.Meu tio notou mudança no rapaz que fez de tudo para agrada-ló e o aceitar futuramente assim que eu fizesse dezoito anos.Ordens do meu tio.Enquanto isso, Gabriel e eu eram ótimos amigos e como eu imaginava, isso provocou fúria em Marcela que não estava nada feliz e se afastou até dele.Júlia não falava mais comigo como antigamente, era só o básico quando eu estava presente na casa dos irmãos.Gabriel já conversou com ela, mas a mesma não quis saber, decidiu que seria melhor assim para nós duas.Eu não relutei, na verdade até tentei conversar com ela algumas vezes quando estávamos a sós mas ela fingia que eu não estava ali.Quando eu a vejo nem parece que tínhamos aquele grau de intimidade há alguns meses atrás.Gabriel me disse que Júlia e Marcela continua tend
Amanda AlmeidaEsse ano letivo tá acabando comigo.Estou exausta, com sono e sobrecarregada.Uma tática que adotei foi sempre me esforçar no primeiro e segundo bimestre, assim poderia relaxar no terceiro e último.Só que agora eu tenho que ajudar Sofia a estudar matemática ou ela pode reprovar na matéria e consequentemente no ano.Explico a ele milhões e milhões de vezes a fórmula simples para resolver a equação de segundo grau.Olho para seu rosto e ela me encara de volta com uma cara imensa de interrogação.-Abre a mente, boba.- dou um tapa de leve em sua nuca, Sofia rir massageando o local.Já estamos horas e mais horas estudando sem nenhum avanço da parte dela.Não irei desistir.-Nossa, imagino perder o ano por conta de uma matéria só.- ela choraminga. -Odeio ser burra com todas as minhas forças.Não pude evitar a gargalhada que escapou e por fim das contas acabamos rindo da sua própria desgraça.-Não fique assim...- respiro fundo recuperando o fôlego. -Vamos estudar mais, ainda
Amanda AlmeidaSuspirei pesadamente ao ver o meu estado em frente ao espelho. Minha maquiagem é borrada pelas lágrimas que escorrem formando caminhos escuros por minha face.Apoio minhas duas mãos sobre a piá do banheiro encarando meus olhos através do reflexo do espelho.-Amanda?- ouvi a doce e receosa voz de Sofia do outro lado da porta. -Posso entrar.Rir sem humor.-É o seu banheiro, claro que pode.Sofia mora com o pai que é usuário de drogas e cliente fiel do Gabriel. Sofia me contou que eles vieram para o Rio na tentativa de dar uma vida melhor para o seu pai e que talvez ele pudesse larga o vício.Nem tudo sai como planejamos, infelizmente.Ouvi a maçaneta virar e passos em seguida, não demorou para Sofia aparecer em meu campo de visão, ela parou ao meu lado repousando sua cabeça sobre meu ombro.Ela não falou nada, apenas me abraçou de lado, permanecendo em silêncio encarando nossos reflexos.É reconforte saber que alguém estaria ali para mim, sem me julgar, independente de q
Amanda Almeida Observo as nuvens carregadas entre alguns morros altos da comunidade detalhadamente. A minha hora favorita aqui é a noite, onde todas as luzes das casas são acessas, o que me lembra bastante o natal e vagalumes em meio ao anunciado da noite.Eu amo aqui, o único defeito foi me envolver com uma pessoa errada.Não adianta me lamentar, a merda foi feita, eu aguento às consequências.Ouço o ranger dá porta do quarto ao se abrir vagarosamente.Suspiro pesado encolhendo meu corpo abraçando com os braços as minhas pernas.-Você não vem comer?- seu tom de voz é aparentemente preocupado, ecoa pelo cômodo . -Já tem dias que não come, Amanda.Só aparentemente preocupado.Eu odeio todo esse fingimento, eu odeio o seu tom de voz, o jeito que me toca é tudo tão... superficial.Se esse homem algum dia foi apaixonado por mim, morreu.Já faz dez dias que Gabriel me mantém presa no meu quarto, privada de tudo e de todos."Para sua segurança" O olho de relance notando sua aproximação si
Amanda AlmeidaMeu coração não bate forte, não sinto a ansiedade e nem a adrenalina correr por minha veias. Eu devia está ansiosa? Claro, é o meu aniversário de 18 anos anos.Eu sonhei com esse dia, mas não pensaria que fosse ocorrer dessa maneira.Tudo tão rápido e de maneira fria e cruel.Não tenho notícias do meu tio, meu primo mau fala comigo e Julia só está conversando comigo por conta da nossa festa.Tento prestar atenção na aula de encerramento, mas meus pensamentos me incomodam.-Amanda?- ouço Sofia me chamar baixinho sentada ao meu lado. -Me empresta o corretivo?- rir baixo, Sofia sempre esquece algum material seu em casa.Abro o estojo entregando o objeto em seguida para ela.A sala está mais cheia que o normal, todo fim de semestre é isso, alunos que mau frequentam as aulas aparecendo como se nada tivesse acontecido.Ouço meu nome ser pronunciado me trazendo de volta para minha realidade.-Amanda? Por gentileza poderia me acompanhar até a diretoria, agradeço.- a diretora so
Heros Caccini Observo o pequeno corpo feminino de semblante apavorado adentrar pela porta completamente tremula e pálida como se o sangue tivesse congelado em seu corpo. Provavelmente deve ser por conta do revólver apontando diretamente contra sua cabeça. Não pude evitar que escapasse um singelo sorriso de canto ao ver sua face antes apavorada em agora desespero. Agonia. Seu namoradinho está machucado, e isso dói? Faça me o favor. É uma garota bonita, apesar do seu corpo parecer está bem mais magro que nas fotos. Seus fios escuros estão presos em um rabo de cavalo mal feito e suas roupas me lembram fardamento escolar. Seu estado é quase deplorável. -Pode soltar.- Não demora muito para meu pedido ser acatado, seu corpo é empurrado para o chão em direção ao meus pés. A garota cai de joelhos mantendo sua cabeça baixa e sem pronunciar uma palavra. Ouço sua respiração descompassada à medida que me aproximo, posso sentir seu medo mesmo se estivesse a quilômetros de distâ
Amanda Almeida -Acho que estou apaixonada!- ela suspira encantada espalmando a mão sobre o peito esquerdo. Diz a minha amiga Marcela, pela quinta vez suspirando apaixonada por um dos homens que se aproxima da mercearia em um grupo de aproximadamente cinco homens no total. Ela não tem a mínima vergonha na cara! O rapaz não a encara ou algo do tipo, enquanto ela só falta o devora-ló pelos olhos azuis que possui. E isso porque ele está de costas para a gente. Reviro os olhos já cansada dessa situação. Céus! Eu não aguento mais isso, essa mulher tem uma atração surreal por traficantes. Juro! Marcela é de uma boa família, estruturada e em situação financeira estável. Vários garotos da sua escola de altíssimo padrão já quiseram se envolver com ela ou até mesmo um pedido em namoro ou pediram para conhecê-la melhor, ela quis? Não! A garota é extremamente rica! Marcela dispensou todos! Segundo a mesma, eles são sem "sal" e não tem adrenalina como esse tipo de homem que ela é