No fundo, eu estava com a consciência pesada. Eu e aquela mulher trabalhávamos no Hospital Salvador, e inevitavelmente nos veríamos ali. Só de imaginar a possibilidade de ela descobrir quem eu era, já me dava calafrios. Que situação mais constrangedora seria! Além disso, ela não parecia ser uma pessoa fácil de lidar. Eu tinha medo de que ela começasse a me perseguir também no hospital. Por isso, o melhor era continuar mantendo minha identidade em segredo.Embora eu estivesse completamente disfarçado na noite passada, no calor do momento acabamos tirando tudo. Literalmente tudo. Até o boné que eu estava usando tinha sumido. Só sobrou a máscara. "Será que aquela Sherlock Holmes descobriu alguma pista sobre mim?" pensei, preocupado. Tomei a decisão de que precisava ser extremamente cuidadoso.Esperei até que ela saísse com o carro antes de ligar o meu.Depois de uns 20 minutos, cheguei ao Hospital Salvador. Estava estacionando quando, para minha infelicidade, dei de cara com Carlos.— Chi
— Mas preciso te avisar antes: a quiropraxia está em baixa. Pode acontecer de passar uma semana inteira sem recebermos nenhum paciente. Se você está pensando em aprender muita coisa aqui, pode acabar se decepcionando. E, geralmente, quem vem são idosos, sempre com os mesmos problemas de saúde. — Disse Carlos.Eu perguntei:— E o que eu posso fazer para me aprimorar?— Se você realmente quer melhorar, precisa divulgar mais o nosso trabalho, atrair mais pacientes para cá. Teve um estagiário que fez isso antes. Não foi algo extraordinário, mas funcionou um pouco. É melhor do que não fazer nada, pelo menos.Eu disse, sem hesitar:— Então eu vou cuidar dessa divulgação, já que estou sem nada pra fazer mesmo.— Aqui, pega esses panfletos que já estão prontos. Vai distribuir por aí.Peguei os panfletos e dei uma olhada rápida. Estavam muito bem feitos, com textos e imagens explicando os benefícios da quiropraxia. Isso tornava o tratamento muito mais acessível para o público leigo. Quem fez es
— Senhora, a senhora já tem hipertensão. Nesse estágio, os remédios só ajudam a controlar a doença. O medicamento que estamos divulgando serve mais para prevenção, e não para tratamento. No seu caso, ainda é necessário continuar com os remédios para pressão. — Disse eu.— Ah, então esse método de quiropraxia e os medicamentos não curam, né? — Perguntou a senhora.Respondi com sinceridade:— Até o momento, ainda não existe nenhum remédio que cure a hipertensão.— Entendi... Então é melhor eu continuar comprando meus remédios para pressão mesmo.Ajudei a senhora a sair dali e voltei a distribuir os panfletos.Carlos, como sempre, ficou no celular o tempo todo, sem se envolver em nada. Decidi não dizer nada, porque sabia que seria inútil. Passei a manhã toda distribuindo os panfletos, e até consegui atrair a atenção de alguns idosos, mas a maioria deles já tinha problemas de saúde bastante graves. Para esses casos, era tarde demais para tentar algo como a quiropraxia.Recomendei que procu
Só de pensar que, por duas noites seguidas, eu tinha transado com uma mulher completamente desconhecida, já começava a ficar agitado. Ainda mais porque a mulher era realmente bonita, com um corpo incrível. A experiência tinha sido simplesmente sensacional.Escondi o celular embaixo da mesa e respondi:Eu: [Se você precisar, estou à disposição.]Lídia: [Hoje à noite quero mudar o lugar.]Eu: [Mudar para onde?]Lídia: [Para a sua casa.]Engasguei na mesma hora e acabei cuspindo a comida, chamando a atenção de várias pessoas ao meu redor. Fingi que tinha engasgado de verdade e comecei a tossir, tentando disfarçar. Não esperava que ela fosse fazer esse tipo de sugestão. O problema era que eu estava morando na casa da minha cunhada. Não tinha como levar alguém para lá.Pensei um pouco e respondi:Eu: [Minha casa não é muito conveniente. Melhor na sua, como antes.]Lídia: [Você tem esposa? Ou namorada? Está com medo de elas descobrirem, é isso?]Eu: [Não, sou solteiro.]Lídia: [Se você é sol
[Pussy in night adicionou você como amigo.]Eu estava conversando com Rebecca quando, de repente, apareceu uma notificação de solicitação de amizade. O nome? Isis.Ao pensar naquela mulher com jeito de diabinha, um sorriso escapou no canto da minha boca. Fiquei animado e aceitei a solicitação imediatamente.Logo depois, Isis me mandou um sticker provocativo:Isis: [Seu safadinho, está com saudade de mim?]Era impressionante o efeito que essa mulher tinha sobre mim. Só de trocar mensagens com ela, eu já sentia meu corpo reagir.Eu: [Isis, você está só brincando comigo ou está falando sério?]Eu tinha medo de ser apenas um jogo para ela. Com Isis, nunca dava para saber o que era verdade e o que era pura provocação.Em resposta, ela me mandou uma selfie. Parecia ter acabado de sair do banho, com o cabelo ainda um pouco úmido, mas a foto mostrava apenas até os ombros.Fiquei empolgado na hora:Eu: [Poxa, por que não mandou uma foto de corpo inteiro?]Isis: [Você quer tanto ver assim? Então
— Tá bom, vou deixar você ver. Mas se prepara, viu? Minha “irmãzinha” é muito bonita. — Respondeu Isis.Engoli em seco na mesma hora. Eu nunca tinha visto a parte íntima da Isis, então a expectativa e a excitação estavam lá no alto. Mas, depois de esperar um tempão, ela simplesmente apareceu com uma boneca na frente da câmera.Isis começou a rir, com aquele sorriso travesso:— E aí? Minha irmãzinha não é linda?— Fode, Isis, você tá me zoando!Soltei um palavrão, completamente irritado com a brincadeira. Não dava para acreditar que ela tinha feito isso.Isis continuou rindo:— Quem você quer foder? Eu? Vem, vem, tô te esperando. Quero ver se você é tão bom quanto fala."Essa mulher é o próprio demônio disfarçado de anjo", pensei. Ela me provocava e eu não podia fazer nada. Notei que ela também estava no banheiro. Provavelmente estava se escondendo da Rebecca.Criei coragem e disse:— Não fica tão confiante. Vou contar para minha cunhada que você me mandou essas fotos. Quero ver como el
— Chico, eu realmente não esperava que, por trás dessa fachada toda séria, você fosse esse tipo de pessoa.Eu tinha acabado de sair da cabine quando vi o Nuno saindo da cabine ao lado. E foi com essa frase que ele me abordou.Naquele instante, me senti como se tivesse engolido uma mosca. Nojento, repulsivo. Droga, ele tinha ouvido toda a conversa que eu tive com a Ísis. A vergonha e a raiva me consumiam ao mesmo tempo:— Você é um desgraçado, né? Gosta de ouvir conversa dos outros, é?Caminhei na direção dele e agarrei sua camisa com força.Nuno, com aquele sorriso cínico, bateu de leve nas costas da minha mão:— Calma, calma! Olha, eu gravei tudinho. Melhor não me irritar, não vai ser bom pra você.Meu sangue ferveu. O cara não só tinha escutado tudo como ainda gravou? Que tipo de pessoa faz isso? Mas, por mais que eu quisesse socá-lo ali mesmo, ele tinha o controle da situação com aquela gravação. Não tinha muito o que eu pudesse fazer. Soltei a camisa dele com um empurrão.Ele se aj
Eu dei uma olhada rápida. No celular, Carlos só estava rolando fotos de mulheres bonitas e coisas do tipo.Por dentro, xinguei: "Velho safado. Já tá com um pé na cova e ainda assim não perde a chance de ser tarado."Caminhei até a mesa, peguei alguns folhetos de divulgação e saí novamente. Continuei no saguão, distribuindo os folhetos.Não importava se daria resultado ou não, eu estava me esforçando. Afinal, eu não queria ser tão sem graça quanto o Carlos, nem levar a vida de qualquer jeito como o Nuno. Os folhetos já estavam quase acabando. Por volta das três da tarde, terminei de distribuí-los todos.Sem mais nada para fazer, voltei para o consultório. Ainda não havia nenhum paciente para atender. Peguei um livro de medicina, sentei num canto e comecei a estudar. Fiquei tão concentrado que nem percebi o tempo passar.— Finalmente acabou o expediente, podemos ir embora. — Carlos se espreguiçou ao se levantar, e só então percebi que já estava na hora de ir.Coloquei o livro de lado, ar