— Foi mesmo para passar pomada ou vocês estavam fazendo alguma coisa que não deveriam no carro? — Isis, como sempre, era provocadora. Dessa vez, acertou na mosca de novo.Minha cunhada não era como a Rebecca. Ela não se deixava intimidar tão facilmente.— Fazer o quê, Isis? O Chico é meu cunhado. Você acha mesmo que eu seria capaz de fazer alguma coisa com o irmão do Joaquim? — Respondeu minha cunhada, com a maior tranquilidade.— Quem sabe, né? Cunhada e cunhado... Não dá para negar que é uma situação bem... estimulante.— Estimulante o quê, menina? Diferente de você, eu não sou carente.— Ah, é? Então vira a câmera para o Chico aí. Quero ver uma coisa. — Provocou Isis, rindo.— Você está louca? O que quer ver? — Minha cunhada ficou indignada.— Quero verificar! Só quero ver se o Chico está... "reagindo". Vamos lá, vira a câmera. Quero provas!Minha cunhada, sem paciência, apontou o celular diretamente para mim:— Tá bom, olha bem. Vê se tem alguma coisa aí!— Humm... Nada mesmo. — Is
— Então você fica aí descansando, Chico. Eu e a Camille vamos beber. — Disse Isis, já pegando outra garrafa.Isis e minha cunhada tinham uma resistência impressionante para bebidas. Era um brinde atrás do outro, sem parar. Rebecca, vendo as duas se divertindo tanto, começou a se sentir deslocada e decidiu se juntar a elas. Afinal, não queria parecer a única "careta" da noite.As três mulheres acabaram se entregando à bebida e começaram a falar de tudo, sem segredos. Enquanto isso, eu ficava correndo de um lado para o outro: servindo mais vinho para uma, colocando comida no prato da outra. Era tanto trabalho que mal tive tempo de me sentar.A farra continuou até as onze da noite. Quando finalmente decidiram parar, as três estavam completamente bêbadas, cada uma mais mole que a outra. Pareciam três bonecas de pano jogadas no sofá. Resolvi levá-las para os quartos, uma por uma.Primeiro, levei minha cunhada para o quarto dela. Depois, carreguei Isis até o quarto de hóspedes. Por fim, era
"Meu Deus, será que eu marquei um encontro com a versão feminina do Sherlock Holmes? Que habilidade de dedução é essa?" pensei, já começando a ficar preocupado. Essa mulher tinha uma percepção afiada demais, e, para piorar, falava de forma tão direta e ousada que, se realmente começasse a bater de porta em porta, não seria impossível que ela me achasse.Escrevi rapidamente para ela:[O que você quer, afinal?][Nada demais. Só estou de mau humor e quero alguém para beber comigo. Claro, se você quiser vir, pode vir. No fim das contas, estou bem disposta a me vingar do meu marido infiel.]Fiquei indeciso. "Vou ou não vou?" Depois de pensar por alguns minutos, respondi:[Eu vou, mas com uma condição: nada de acender as luzes.][Entendido. Você não quer ser reconhecido. Pode deixar comigo.]Peguei um boné e uma máscara, tentando cobrir ao máximo meu rosto. Ainda assim, achei que não era o suficiente, então decidi revirar o armário e encontrei um macacão velho que meu irmão usava anos atrás
— E aí, como foi ontem à noite? Gostou? — A mulher perguntou, olhando diretamente para mim.Eu a puxei pela cintura e respondi:— Geralmente é o homem que faz esse tipo de pergunta para a mulher.— Que besteira de homem e mulher! Se os homens podem fazer certas coisas, por que as mulheres não podem? — Retrucou ela com um sorriso provocador.Ela me encarou por uns segundos, inclinou a cabeça e continuou:— Tá vendo? Eu não usei a traição pra me vingar daquele canalha? Vou perguntar de novo: gostou ou não gostou?Eu assenti, sincero:— Gostei muito.— Então tá ótimo. Hoje à noite, eu vou fazer você gostar ainda mais.Curioso, perguntei:— Essas palavras... foram as que o seu marido usou com outra mulher?Ela parou por um instante, levantou os olhos para mim e perguntou:— Como você sabe disso?— Pelo tom da sua voz. Dá para perceber que, apesar de tudo, você não sente prazer de verdade. Está fazendo isso só para se vingar dele, não é?De repente, ela começou a chorar.— É isso mesmo! — D
Ficamos nisso até às duas da manhã. Só quando ela caiu no sono profundo era que consegui uma chance de sair. Ao chegar em casa, desabei na cama e apaguei.Eu estava exausto. Mal tinha começado a pegar no sono quando senti o colchão afundar. Alguém tinha deitado ao meu lado.Essa era a casa do meu irmão. Ele não estava. Quem mais poderia ser além da minha cunhada? Será que ela tinha bebido demais e confundido os quartos?Sentei-me de imediato. E, como eu imaginava, era mesmo ela.Minha cunhada estava meio grogue, os olhos semicerrados, e murmurava o nome do meu irmão:— Joaquim... eu quero você.Antes que eu pudesse reagir, ela entrou debaixo do meu cobertor, me abraçou e começou a me beijar.Afastei-a rapidamente.— Cunhada, se controla, por favor. Eu não sou o Joaquim, sou o Chico!Mas ela parecia completamente fora de si. Me abraçou de novo e continuou me beijando.Confesso que, naquele momento, eu ainda não estava muito afetado. Não sentia o desejo tão forte assim. Mas o problema er
— Não acredita? Vai lá na máquina de lavar e dá uma olhada. Você até me confundiu com o meu irmão e queria fazer aquilo comigo. Ainda bem que eu tenho força de vontade e não cometi nenhum erro.Falei isso com um tom de orgulho, me achando superior.Minha cunhada me lançou um olhar fulminante. Por dentro, ela pensava: "Duas vezes eu dei a entender que podia rolar algo e você não teve coragem. Que frouxo!"— Hm... E você não tentou tirar proveito da Rebecca ou da Isis? — Perguntou ela, me analisando com o olhar.Eu me apressei a responder:— Claro que não! Eu não tirei proveito de ninguém! Ontem à noite, vocês três estavam bêbadas. Se eu tivesse aproveitado a situação, que tipo de pessoa eu seria?— Nossa, tá querendo se pintar de cavalheiro agora? — Ela debochou.— Não sou nenhum santo, mas uma coisa eu garanto: nunca me aproveito de ninguém.— Tá bom, seu moralista. Agora vai, se ajeita logo e vem comer.Falando isso, ela deu uma olhadinha rápida... em uma certa parte do meu corpo. Jov
No fundo, eu estava com a consciência pesada. Eu e aquela mulher trabalhávamos no Hospital Salvador, e inevitavelmente nos veríamos ali. Só de imaginar a possibilidade de ela descobrir quem eu era, já me dava calafrios. Que situação mais constrangedora seria! Além disso, ela não parecia ser uma pessoa fácil de lidar. Eu tinha medo de que ela começasse a me perseguir também no hospital. Por isso, o melhor era continuar mantendo minha identidade em segredo.Embora eu estivesse completamente disfarçado na noite passada, no calor do momento acabamos tirando tudo. Literalmente tudo. Até o boné que eu estava usando tinha sumido. Só sobrou a máscara. "Será que aquela Sherlock Holmes descobriu alguma pista sobre mim?" pensei, preocupado. Tomei a decisão de que precisava ser extremamente cuidadoso.Esperei até que ela saísse com o carro antes de ligar o meu.Depois de uns 20 minutos, cheguei ao Hospital Salvador. Estava estacionando quando, para minha infelicidade, dei de cara com Carlos.— Chi
— Mas preciso te avisar antes: a quiropraxia está em baixa. Pode acontecer de passar uma semana inteira sem recebermos nenhum paciente. Se você está pensando em aprender muita coisa aqui, pode acabar se decepcionando. E, geralmente, quem vem são idosos, sempre com os mesmos problemas de saúde. — Disse Carlos.Eu perguntei:— E o que eu posso fazer para me aprimorar?— Se você realmente quer melhorar, precisa divulgar mais o nosso trabalho, atrair mais pacientes para cá. Teve um estagiário que fez isso antes. Não foi algo extraordinário, mas funcionou um pouco. É melhor do que não fazer nada, pelo menos.Eu disse, sem hesitar:— Então eu vou cuidar dessa divulgação, já que estou sem nada pra fazer mesmo.— Aqui, pega esses panfletos que já estão prontos. Vai distribuir por aí.Peguei os panfletos e dei uma olhada rápida. Estavam muito bem feitos, com textos e imagens explicando os benefícios da quiropraxia. Isso tornava o tratamento muito mais acessível para o público leigo. Quem fez es