Num espaço tão apertado, nós dois ali, era inevitável que alguém pudesse pensar besteira.— Chico, já terminou? — Perguntou minha cunhada.Eu já tinha tirado as medidas, mas não queria ir embora. Então, fingi:— Ainda não.Ela segurou minha mão de repente:— Então deixa pra lá por agora. Mais tarde, em casa, você tira as medidas com calma.— Beleza.Fiquei super animado. Pensei: "Em casa, sem roupa, vai ser ainda melhor, né?"— Ei, vocês dois! Já acabaram? — A voz de Isis veio lá de fora.Minha cunhada revirou os olhos, impaciente, e gritou de volta:— Não!— É só um zíper! Já faz quase 20 minutos! Que demora! Vocês aí enrolando… Que saco! Experimentem à vontade. Eu e a Beca vamos dar uma volta por aí. — Gritou Isis.— Podem ir, podem ir.Minha cunhada estava louca para que elas fossem embora. Agora, sem ninguém apressando, ela podia ficar tranquila:— Chico, abre o zíper para eu experimentar outro vestido.— Tá.Abri o zíper e ia saindo, mas ela disse:— Não precisa sair, espera aqui
Saímos do provador, e minha cunhada comprou as duas roupas sem pensar duas vezes. Além disso, ainda me presenteou com duas novas peças de roupa. Foram alguns milhares de reais, mas ela parecia não ligar. Para ela, gastar comigo valia a pena.Depois de mais algum tempo passeando, percebemos que já estava ficando tarde e decidimos voltar para casa.Pegamos dois carros: eu e minha cunhada fomos juntos em um, enquanto Isis e Rebecca seguiram no outro.Ela estava no banco do passageiro quando, de repente, perguntou:— Na hora do almoço, você e a Rebecca foram para a garagem. Estavam planejando se pegar no carro, não é?— Ah, claro que não! Eu só fui buscar o remédio para ela. — Respondi, nervoso, tentando disfarçar.Minha cunhada, então, segurou minha mão, o que me deixou ainda mais desconfortável. Não fazia ideia do que ela pretendia.Ela me olhou fixamente e disse:— Melhor assim. Esse é o meu carro. Nunca, em hipótese alguma, traga outra mulher aqui para transar.Ao ouvir isso, senti um
— Quando você estiver mais calma, converse com meu irmão. Se ele também estiver disposto a isso, eu prometo que farei qualquer coisa para ajudar vocês.Minha cunhada não respondeu. Ficou em silêncio, olhando para o nada, enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto. Eu nunca a tinha visto tão abatida. Aquilo apertava meu coração.Saí do carro, fui até o lado dela, abri a porta do passageiro e, sem pensar muito, a beijei com intensidade. Não sabia mais o que fazer para consolá-la, e essa foi a única forma que encontrei. Surpreendentemente, o gesto pareceu ajudá-la. Aos poucos, ela foi se acalmando.— Chico, obrigada. Eu quase cometi um erro grave agora há pouco. Ainda bem que você não me deixou seguir em frente.Com cuidado, enxuguei as lágrimas do rosto dela e sorri:— Eu só não quero que você faça algo de que vá se arrepender depois.Ela fez um biquinho, parecendo uma menina mimada que acabara de ser repreendida.— Seu bobo. Por que você tem que ser tão bom? Se você não fosse irmão do Jo
— Foi mesmo para passar pomada ou vocês estavam fazendo alguma coisa que não deveriam no carro? — Isis, como sempre, era provocadora. Dessa vez, acertou na mosca de novo.Minha cunhada não era como a Rebecca. Ela não se deixava intimidar tão facilmente.— Fazer o quê, Isis? O Chico é meu cunhado. Você acha mesmo que eu seria capaz de fazer alguma coisa com o irmão do Joaquim? — Respondeu minha cunhada, com a maior tranquilidade.— Quem sabe, né? Cunhada e cunhado... Não dá para negar que é uma situação bem... estimulante.— Estimulante o quê, menina? Diferente de você, eu não sou carente.— Ah, é? Então vira a câmera para o Chico aí. Quero ver uma coisa. — Provocou Isis, rindo.— Você está louca? O que quer ver? — Minha cunhada ficou indignada.— Quero verificar! Só quero ver se o Chico está... "reagindo". Vamos lá, vira a câmera. Quero provas!Minha cunhada, sem paciência, apontou o celular diretamente para mim:— Tá bom, olha bem. Vê se tem alguma coisa aí!— Humm... Nada mesmo. — Is
— Então você fica aí descansando, Chico. Eu e a Camille vamos beber. — Disse Isis, já pegando outra garrafa.Isis e minha cunhada tinham uma resistência impressionante para bebidas. Era um brinde atrás do outro, sem parar. Rebecca, vendo as duas se divertindo tanto, começou a se sentir deslocada e decidiu se juntar a elas. Afinal, não queria parecer a única "careta" da noite.As três mulheres acabaram se entregando à bebida e começaram a falar de tudo, sem segredos. Enquanto isso, eu ficava correndo de um lado para o outro: servindo mais vinho para uma, colocando comida no prato da outra. Era tanto trabalho que mal tive tempo de me sentar.A farra continuou até as onze da noite. Quando finalmente decidiram parar, as três estavam completamente bêbadas, cada uma mais mole que a outra. Pareciam três bonecas de pano jogadas no sofá. Resolvi levá-las para os quartos, uma por uma.Primeiro, levei minha cunhada para o quarto dela. Depois, carreguei Isis até o quarto de hóspedes. Por fim, era
"Meu Deus, será que eu marquei um encontro com a versão feminina do Sherlock Holmes? Que habilidade de dedução é essa?" pensei, já começando a ficar preocupado. Essa mulher tinha uma percepção afiada demais, e, para piorar, falava de forma tão direta e ousada que, se realmente começasse a bater de porta em porta, não seria impossível que ela me achasse.Escrevi rapidamente para ela:[O que você quer, afinal?][Nada demais. Só estou de mau humor e quero alguém para beber comigo. Claro, se você quiser vir, pode vir. No fim das contas, estou bem disposta a me vingar do meu marido infiel.]Fiquei indeciso. "Vou ou não vou?" Depois de pensar por alguns minutos, respondi:[Eu vou, mas com uma condição: nada de acender as luzes.][Entendido. Você não quer ser reconhecido. Pode deixar comigo.]Peguei um boné e uma máscara, tentando cobrir ao máximo meu rosto. Ainda assim, achei que não era o suficiente, então decidi revirar o armário e encontrei um macacão velho que meu irmão usava anos atrás
— E aí, como foi ontem à noite? Gostou? — A mulher perguntou, olhando diretamente para mim.Eu a puxei pela cintura e respondi:— Geralmente é o homem que faz esse tipo de pergunta para a mulher.— Que besteira de homem e mulher! Se os homens podem fazer certas coisas, por que as mulheres não podem? — Retrucou ela com um sorriso provocador.Ela me encarou por uns segundos, inclinou a cabeça e continuou:— Tá vendo? Eu não usei a traição pra me vingar daquele canalha? Vou perguntar de novo: gostou ou não gostou?Eu assenti, sincero:— Gostei muito.— Então tá ótimo. Hoje à noite, eu vou fazer você gostar ainda mais.Curioso, perguntei:— Essas palavras... foram as que o seu marido usou com outra mulher?Ela parou por um instante, levantou os olhos para mim e perguntou:— Como você sabe disso?— Pelo tom da sua voz. Dá para perceber que, apesar de tudo, você não sente prazer de verdade. Está fazendo isso só para se vingar dele, não é?De repente, ela começou a chorar.— É isso mesmo! — D
Ficamos nisso até às duas da manhã. Só quando ela caiu no sono profundo era que consegui uma chance de sair. Ao chegar em casa, desabei na cama e apaguei.Eu estava exausto. Mal tinha começado a pegar no sono quando senti o colchão afundar. Alguém tinha deitado ao meu lado.Essa era a casa do meu irmão. Ele não estava. Quem mais poderia ser além da minha cunhada? Será que ela tinha bebido demais e confundido os quartos?Sentei-me de imediato. E, como eu imaginava, era mesmo ela.Minha cunhada estava meio grogue, os olhos semicerrados, e murmurava o nome do meu irmão:— Joaquim... eu quero você.Antes que eu pudesse reagir, ela entrou debaixo do meu cobertor, me abraçou e começou a me beijar.Afastei-a rapidamente.— Cunhada, se controla, por favor. Eu não sou o Joaquim, sou o Chico!Mas ela parecia completamente fora de si. Me abraçou de novo e continuou me beijando.Confesso que, naquele momento, eu ainda não estava muito afetado. Não sentia o desejo tão forte assim. Mas o problema er