— Essa é a coisa mais estúpida que já fiz em toda a minha vida — cochichou Ângelo em direção a Thais, para apenas ela ouvir.
Caminhar com as muletas parecia mais pesado do que antes, mas precisavam caminhar ao longo dos corredores intermináveis em busca de Leo.
Ariadne seguia na frente da comitiva, olhava em todas as direções como uma águia em busca de uma presa no campo.
— Quando eu colocar as minhas mãos naquele filho da puta, ele não terá muito tempo de vida — ela disse em tom ameaçador virando a cabeça em direção a Ângelo que revirou os olhos.
— Ariadne, eu já entendi que você é a mais feroz de n
— Ela parece estar reagindo ao estímulo luminoso — revelou o médico em voz alta.— Ela parece estar reagindo ao estímulo luminoso — revelou o Médico em voz alta.— Fico feliz que Yara está se recuperando — disse Martins em tom irônico.A Enfermeira se aproximou dos dois e pediu uma licença silenciosa, pulsionou uma artéria do braço.— Precisaremos verificar os exames de sangue novamente — ela informou.— Sim, precisamos sim, mas também gostaria de tentar retirar ainda mais a sedação — ele solicitou com educação.Um toque do ce
— Sujei toda a minha roupa, que nojo, odeio ficar parecendo um pano de chão — Ângelo reclamou enquanto saía do esconderijo.Ariadne auxiliou Thais com as muletas para ajudá-la a ficar em pé.— Admiro a coragem por fazer o comentário, porque noção você não tem — Ariadne comentou encarando o amigo com ferocidade.Thais enrugou a testa e inclinou o tronco para frente, pelo jeito os analgésicos estavam diminuindo os efeitos.— Acho que estou começando a sentir mais dores — ela anunciou.Ângelo se aproximou, passou os braços ao redor dela e a ajudou a se sentar em uma das camas abandonadas.
— Senhora Yara, irei te deixar mais sentada na sua cama, tudo bem? — informou a Enfermeira ajeitando a jovem paciente.Yara permanecia com os olhos bem abertos, mas ainda incapaz de se mover. O tubo do respirador artificial conectado à boca, a impediria de falar, caso ela desejasse.— Tem que ficar boa logo, seu filho te espera em casa — a enfermeira continuou tagarelando enquanto fazia a punção de mais um vaso sanguíneo.O Médico se aproximou e encarou os painéis de monitorização, coçou o queixo e pressionou um dos botões nos monitores.— Enfermeira, estou em um dilema, eu sei que ela está despertando devagar mas suspeito que a parte psicológica n&atil
Thais entrou no quarto abandonado, os braços tremiam por conta de serem a força motriz para manejar as muletas. Ângelo entrou em seguida, de cabeça baixa e visivelmente cansado. O policial permanecia imóvel e amarrado na cama hospitalar, exibia rugas na testa e profundas olheiras. Próximo a um dos olhos, o hematoma do soco desferido por Ariadne já começava a se formar. A dupla se aproximou devagar, por mais que ele estivesse amarrado, ainda apresentava perigo.Ângelo puxou com cuidado o braço de Thais e cochichou em seu ouvido.— Não seria melhor irmos embora?— Não, precisamos entender o plano de Leo, aposto que ele tinha um em conjunto com o irm
Após os disparos da arma, os gritos e o terror deram espaço para o silêncio e a inércia. A equipe de enfermagem estava estática, evitando fazer barulhos para não denunciar a posição.Os monitores cardíacos estavam desligados, apenas o respirador permanecia com seu chiado. Yara franziu o cenho e começou a morder o tubo que garantia a sua respiração.A Enfermeira notou, se aproximou da cama e se debruçou para falar no ouvido dela.— Senhora Yara, por favor não morda o tubo, se você continuar fazendo isso irá ter pouco oxigênio nos pulmões — ela explicou com delicadeza.Os olhos de Yara se i
Thais respirou fundo e entregou o celular de volta para Ângelo. As mãos estavam trêmulas e os lábios pálidos por conta da péssima notícia.Ela respirou fundo.— O que aconteceu? — perguntou Ângelo enquanto roía as unhas das mãos.Ela balançou a cabeça negativamente.— Aconteceu o pior, Yara foi sequestrada e ninguém fez nada para impedir, eu queria saber onde estavam os policiais nessa hora — ela desabafou próximo a Pedro que continuava amarrado na cama.— Desculpe mas — ele começou a balbuciar — a culpa disso é minha, eu espalhei um boato entre os policiais sobre o quanto Yara
O motor do carro roncava cada vez mais alto conforme Leo pisava com força total no pedal do acelerador da viatura.Um sorriso silencioso surgia nos lábios dele, a cada solavanco que os pneus passavam por cima e Yara gemia baixinho por causa da dor.— É exatamente isso que você merece — ele vociferou enquanto girava o volante para fazer uma curva acentuada — quando chegarmos, você vai lamentar ter me feito de trouxa.Yara arfava sem parar, pressionava as duas mãos no tórax para tentar diminuir a sensação de peso a cada respiração. A cada curva, sentia que o corpo era jogado de um lado para o outro, como se estivesse em uma batedeira.— Por favor, me deixe sair daqui…— e
Ariadne se aproximou. Yara estava estirada no chão ofegante, ao lado, Thais examinava como estava os pontos da ferida da perna.— Precisamos de ajuda — revelou Thais após retirar a cobertura do curativo — não vai dar tempo de chamar uma ambulância.Leonardo se retorcia de dor, enquanto Martins o algemava com os braços para trás. O delegado passou as mãos pela roupa do sequestrador em busca da chave da viatura. A encontrou no bolso da calça. A apanhou.— Ariadne — ele chamou e atirou a chave na direção dela — pensa rápido.Ela a pegou no ar e o encarou confusa.— Não podemos te deixar aqui com esses dois