AlexHoras depois…No carro, não consigo me abster de nada, não choro, não lamento, não converso. Estou com o meu botão desligado e ajo no automático. Os homens conversam sobre algo que não estou prestando muita atenção. A minha mente parece vazia agora. O leve toque do polegar de Marrento nas costas da minha mão me mantém cativa ao seu lado. Eu só queria poder gritar, correr para muito, muito longe até os meus pulmões inflamarem e reclamarem da exaustão. Queria pôr para fora toda a raiva e mágoa que ainda estão trancados dentro de mim. Olavo Rios é um filho da puta desgraçado! Não senti nem sequer o carro correr pela pista molhada, só percebi quando parou em frente à casa e eu nem esperei que Alex abrisse a porta para mim e saí dali como um raio.— Fabi? — Anita tenta dizer algo, porém, não paro e não lhe dou atenção. Sigo rapidamente para as escadas e depois para dentro do quarto. O que estou sentindo dentro de mim parece que vai me partir ao meio, me fulminar, me destruir. Um forte
Momentos antes do sequestro…Por Alex.— Podemos conversar um pouco? — pergunto para Danilo, aproximando-me dele no canteiro de crisântemos. O homem parece distante enquanto mexe nas flores. Ele ergue a cabeça para mim e me olha por debaixo da aba do grande chapéu.— Claro. — Olho de um lado para o outro da casa.— Aqui não. Vamos sair um pouco.— Tudo bem! — Observo o meu homem de confiança em quem projetei a figura imponente de um pai tirar as luvas grossas das mãos e largá-las junto as ferramentas de jardinagem dentro de uma maleta de ferro azulada, e com as mãos nos bolsos ele faz sinal para caminharmos. Quando nos aproximamos do carro, Jordan chega perto e aceno sutilmente para ele. Danilo e eu nos acomodamos no banco de trás. Jordan começa a dirigir.— Para onde, senhor Alex? — Dou de ombros.— Só dirija, Jordan — ordeno. — Está na hora de pôr o nosso plano em prática — falo com aflição. Danilo apenas assente calado.— Essa noite? — Com um suspiro audível, faço sim, com a cabeça
Alex— Como eu te disse, você não tem nada para me oferecer. — Observo a sua respiração ficar extremamente ofegante e as pupilas dilatam ainda mais. — Nada pessoal rapaz, mas preciso de algo que faça o seu pai entender o quão isso é sério, o quão estou disposto a ir longe para conseguir o que eu quero.— Não por favor! Não faça isso! — Ele suplica, debatendo-se como pode.— Relaxe, Magno, serei rápido. — Seguro a sua orelha esquerda onde tem uma bela argola dourada e a decepo, ouvindo os gritos doloridos do rapaz em seguida. — Sabe o que fazer — digo para Jordan, largando o membro decepado em um saco de plástico transparente. Ele segura, assentindo e se afasta imediatamente. — Limpe essa bagunça! — ordeno para Hermes e vou para perto da mulher. Agacho-me diante dela, observando o seu choro e relutante, ela olha nos olhos. Contemplo os olhos verde-esmeralda inchados e vermelhos. — A culpa é do seu marido, Helena. Quando voltar para casa verifique o cofre atrás da estante móvel. É lá qu
Alex— Eu não sou… ou não era. Eu acho que quando estou ansiosa, ou nervosa me dá vontade de comer chocolates. — Sorrio amplamente. Ela pega uma colher e tira uma porção do brigadeiro de panela, depois leva a boca e saboreia o doce, fechando os olhos, e quando os abre, me encara sugestiva. — Experimenta — pede, tirando outra porção na colher e me estende. Abro a boca para receber o doce de bom grado. — Gostoso, não é? — Sem lhe responder, contorno o balcão e me posiciono ao seu lado. Passo o indicador no creme e depois na pontinha do seu nariz. Surpresa, Fabi arregala os olhos para mim, me fazendo rir e antes que chegue a reclamar, passo a língua lá, limpando a minha sujeira.— Muito gostoso! — sussurro com a voz rouca. Passo o doce no cantinho da sua boca agora e ela fecha os olhos gemendo baixinho, enquanto passo a língua ali também. Sem ela esperar, ergo o seu corpo e a faço sentar em cima do balcão. Ela cruza as pernas ao redor da minha cintura e atrevido, afasto a pequena camisol
Alex — Perguntei, onde eles estão? — Olavo repete pausadamente e entre dentes. No entanto, faço um gesto apontando para uma cadeira atrás dele em um pedido mudo para se sentar. Contudo, ele permanece em pé na minha frente.— Sente-se, Olavo e conversaremos — peço calmamente. O homem me lança um olhar especulativo.— Não quero conversar com você, Marrento. Sei muito bem do que você é capaz, e adivinha? Eu também posso sequestrar a sua família, também posso retalhá-la e mandar os pedaços para você, seu filho da puta, desgraçado! — Cospe cada palavra com voz exaltada. Ainda calmo, apago o cigarro que está pela metade e me levanto da cadeira. Contorno a minha mesa sem pressa, enquanto ajeito o meu terno em meu corpo. Cada passo e movimento é dado sobre sua vigilância minuciosa.— Sim, você pode, mas não fará! — rosno. Ele volta a engolir em seco. — O que você vai fazer é baixar essa porra dessa arma e colocar o caralho do seu rabo entre as pernas! Agora, se sentar na porra da cadeira e m
Alex — Os cãezinhos estão crescendo e o Raj está ficando cada vez mais impossível. — Anita resmunga durante o jantar. Fabi acha graça do seu comentário. — Acredita que o safado escondeu a minha pantufa preferida no quintal? — Ela continua a resmungar, porém, com falsa irritação nos arrancando algumas risadas.— Eu que o diga. Os meus sapatos italianos estão um lixo! — retruco em seguida.— Ah, relevem, Raj é só um bebê. — Fabi o defende com um tom manhoso.— Na verdade, todos eles são, Fabi. Julgo que você é a culpada disso tudo. — A acuso sério e ela me encara em completo espanto.— Não sou nada! Por que eu sou a culpada? — inquire exasperada. Mantenho-me sério.— Porque você o mima muito e ele faz o que quer e bem entende. — Ela bufa, cortando o bife no seu prato. Anita abaixa a cabeça, reprimindo uma risada.— Para o governo de vocês, estou ensinando os filhotes a obedecerem ao meu comando —retruca. Arqueio as sobrancelhas, interessado no assunto.— E eu posso saber como está faze
Alex Abro a geladeira e olho lá dentro por algum tempo, indeciso do que fazer realmente. Precisa ser algo bem leve e nutritivo já que ela não comeu bem no jantar. Fecho a geladeira e abro o freezer, encontrando alguns potes com congelados que Anita costuma fazer, cada um com suas etiquetas.— O que está procurando, querido? — E falando nela! Tiro a cabeça de dentro do freezer e encaro uma Anita assanhada e sonolenta. Inevitavelmente seguro o riso.— Procurando algo para Fabi e eu comermos.— São duas da madrugada! Vocês não dormem?— Estamos sem sono, Anita – ralho.— Alex?! — Ela me chama com repreensão. — Onde estão as suas roupas, menino?! — Mais uma vez seguro o riso e dou de ombros.— Eu só preciso pegar algo para comer e sairei da sua cozinha, Anita! — retruco, fazendo graça. Em silêncio, a mulher abre a geladeira e pega uma travessa de vidro com uma tampa de compressão, e a põe em cima do balcão. No mesmo instante desisto do freezer e me acomodo no banco alto próximo à bancada
Fabi Solto uma respiração profunda, sentindo-me saciada. Alex sabe realmente como me relaxar. Penso e sorrio, mordendo o lábio inferior. A verdade, é que ando muito ansiosa ultimamente, ou posso dizer que com medo mesmo. Sim, tenho medo de que tudo isso se vire contra mim de alguma forma. Não preciso e não quero o dinheiro dos Rios, mas preciso fazer justiça a minha família. Esses últimos dias não têm sido fáceis para mim, quanto mais se aproxima a data da minha apresentação diante da justiça, mas apreensiva me sinto. Solto outro suspiro e saio em silêncio da cama. Pego uma camisola esquecida no chão e ponho um sobretudo de seda por cima dele. O que Alex está aprontando? Ele está demorando muito. Penso e ansiosa, calço um par de pantufas que estão perto da cama e decido ir atrás dele. Contudo, um movimento brusco atrás da cortina blecaute, me chama a atenção e paro movida por minha curiosidade, voltando para perto da janela. No entanto, assim que me aproximo e estendo a mão para olha