Fabi Solto uma respiração profunda, sentindo-me saciada. Alex sabe realmente como me relaxar. Penso e sorrio, mordendo o lábio inferior. A verdade, é que ando muito ansiosa ultimamente, ou posso dizer que com medo mesmo. Sim, tenho medo de que tudo isso se vire contra mim de alguma forma. Não preciso e não quero o dinheiro dos Rios, mas preciso fazer justiça a minha família. Esses últimos dias não têm sido fáceis para mim, quanto mais se aproxima a data da minha apresentação diante da justiça, mas apreensiva me sinto. Solto outro suspiro e saio em silêncio da cama. Pego uma camisola esquecida no chão e ponho um sobretudo de seda por cima dele. O que Alex está aprontando? Ele está demorando muito. Penso e ansiosa, calço um par de pantufas que estão perto da cama e decido ir atrás dele. Contudo, um movimento brusco atrás da cortina blecaute, me chama a atenção e paro movida por minha curiosidade, voltando para perto da janela. No entanto, assim que me aproximo e estendo a mão para olha
FabiAlgumas horas depois…O chapéu negro, de abas largas esconde os olhos lacrimejados. Ao meu redor, o silêncio e a dor andam de mãos dadas. Observo em silêncio as sepulturas que carregam seus nomes e novas lágrimas enchem os meus olhos ao ver seu nome escrito em uma placa de metal. Uma mão forte me afaga e mordo meu lábio reprimindo mais um soluço. Não! Não! Não! Grito e abro meus olhos deforma exasperada e puxo o ar com força. Contudo, um abraço meigo me envolve e me agarro a ele, entregando-me ao choro.— Está tudo bem, querida! — A voz doce de Anita fala próximo do meu ouvido O som calmo e sussurrante não me convence dessa realidade e seguro firme o seu corpo, o apertando com força em meus braços como se disso dependesse a minha vida. Sua mão começa a afagar os meus cabelos. — Está tudo bem! — Ela repete, mas faço não com a cabeça e aperto os meus olhos, pois, não consigo olhar para o sangue de Alex escorrendo por minhas mãos.— Alex — sussurro com a voz sufocada de dor. Anita s
FabiMexo-me levemente na cama e sinto o familiar peso do seu braço ao redor da minha cintura e imediatamente reconheço o seu calor junto ao mim. Respiro fundo e sorrio languidamente, apreciando o seu cheiro. Deus, que não seja só mais um sonho! Peço internamente e abro finalmente os olhos para encontrá-lo bem ali, deitado ao meu lado. O quarto está semiescuro, mas é possível vê-lo em meio a penumbra. Alex está na mesma cama que eu e está dormindo calmo e sereno. Ergo uma mão e toco o seu rosto levemente, sorrindo em seguida feito uma boba. Perto dele me sinto mais segura. Penso. Aconchego-me mais ao seu corpo e volto a fechar os olhos só para absorver o calor da sua presença. Em algum momento, o médico entra no quarto e acende a luz. Aperto os olhos para me adaptar a luz forte, e no mesmo instante Alex acorda, piscando os olhos para focar melhor.— Boa noite, senhor Fox e… senhora Fox! — O homem diz formalmente.— Boa noite, doutor! — responde com a voz rouca de sono.— Boa noite! —
Alex... Corre, corre, corre, porra! — A voz do Boca ecoa alto e exasperada atrás de mim. Olho para trás e sinto o meu sangue ferver. Cacete, a milícia está avançando no morro e armada até os dentes. A minha volta, os meus homens aguardam as minhas ordens.... Arruma tudo, porra! — esbravejo e eles prontamente se mexem. Corro pela longa escadaria da comunidade e por algum motivo não chego a lugar nenhum. Eles estão cada vez mais perto e eu estou ficando cansado. Minha respiração fica cada vez mais pesada e ofegante. Ávido, olho para o topo do morro, onde fica bem mis perto das nuvens e por mais que eu me esforce e ponha mais velocidade em meus passos, contudo, não saio do meu lugar.... Você não pode ir agora, Marrento. — A voz doce de Jasmine soa bem do meu lado e paro abruptamente e fito a garota completamente confuso. Por que ela está aqui? A garota me sorri, é um sorriso bem curto, singelo. — Você ainda não pode ir. — Ela repete. Tento controlar a minha respiração, mas está difíci
Alex Esses últimos dias Fabi tem estado mais quieta e calada. Salvo os momentos em que brinca com os filhotes no jardim. A observo por um longo tempo através da larga janela do meu escritório. Ela corre e ri para Raje, que corre atrás de uma bola de beisebol que acabou de jogar para o outro lado.— Pega Mia! — grita com animação para a cadelinha e essa corre na direção contrária da bola, indo ao seu encontro. O animal põe suas patas pesadas em suas pernas e aprecio o som da sua risada. — Você é uma má aluna, sabia? — resmunga e solta mais gargalhadas. Solto o ar pela boca de maneira audível e levo as mãos aos bolsos. Não vou mentir, estou preocupado com ela. Desde que saiu do hospital voltou a ter pesadelos. Consternado, olho para o cartão em minha mesa destacando com letras pretas, o nome Gregori House, psicólogo e psiquiatra, e engulo em seco. Penso que já adiei isso tempo demais. Ela realmente precisa de ajuda, que eu não posso lhe dar. Pressiono os lábios e pego o celular no bols
AlexDuas semanas depois...— Esses modelos novos são mais valorizados lá fora, senhor Alex. — Bruno, nosso design fala, expandindo a tela brilhosa na parede da sala de reuniões. Logo um novo estilo de carro surge no telão e ele me faz arfar de admiração. — As portas têm pressão hidráulica, elas abrem para cima e isso facilita no congestionamento de determinados estacionamentos. Veja esses faróis. São inteligentes, eles baixam ou sobem automaticamente dependendo do lugar, do tempo e do horário. O motorista não precisará se preocupar com o botão de comando cada vez que mudar o ambiente ao seu redor.— Perfeito, Bruno! Quais as garantias de que o produto não falhará, a final, nossos compradores confiarão em nossa tecnologia. — Ele sorrir presunçoso.— Um por cento de chance de erros, senhor Fox. — Arqueio as sobrancelhas em surpresa.— Está me dizendo que este produto tem noventa e nove vírgula noventa e nove por cento de garantias? — inquiro me ajeitando na cadeira.— É exatamente isso
FabiAlgumas semanas depois...O promotor segura o envelope que me trará de volta a vida em questão de minutos. Apreensiva é pouco para o que estou sentindo agora. Eu sei quem sou de fato e mesmo assim não consigo evitar o nervosismo que me assola. Parece que meu estômago porá tudo o que ingeri para fora a qualquer momento. Eu sei que Alex está bem atrás de mim e sei que seus olhos estão em mim o tempo todo, mas queria tanto que segurasse a minha mão e me acalmasse. Penso. Um dos policiais que fica em pé próximo da entrada do salão se aproxima sutilmente, enquanto o promotor e o juiz estão em uma conversa quase que muda, e me entrega um pedaço de papel. Eu o seguro receosa, olho para os lados e vejo que ninguém além de mim percebeu. Baixo a cabeça sutilmente e abro o pedaço de papel branco rasgado, abrindo um sorriso ao observar a letra masculina.Estou bem aqui, não se esqueça disso.Ergo a cabeça e amasso o papel na palma da minha mão, quando o promotor volta para o seu lugar e o ju
FabiAlex abre a porta do escritório e logo Helena entra em meu campo de visão. A mulher está sentada confortavelmente em um dos sofás do cômodo, com as pernas cruzadas e segurando um copo de conhaque. Meu noivo lança um olhar especulativo para Jordan, que dá de ombros. Adentro o cômodo e a olho de pé. Ela simplesmente toma um gole da bebida e me encara altiva, pedante até. Definitivamente não sei o que me deu, mas simplesmente esqueci minha timidez e com ela, a minha educação, e começo a falar de maneira rude:— Helena Rios, o que faz em minha casa? — Ela me olha por um tempo.— Me desculpe por vir sem avisar! Mas precisava falar com você. —Arqueio as sobrancelhas com desdém.— Eu ofereceria uma bebida para você, mas vejo que tomou a liberdade de se servir — ralho, apontando para o copo. Ela parece constrangida com meu comentário. Automaticamente, a mulher olha para o copo e toma o resto da sua bebida.— Me desculpe a indelicadeza! — Sorri sem graça. — Estava muito nervosa, precisava